Últimas indefectivações

domingo, 6 de agosto de 2017

O furacão Neymar

"O PSG chegou a acordo com Neymar e passou o cheque. Fácil. Que os catalães tenham ficado incomodados é outra questão.

(...)
Luís Filipe Vieira teve ontem, antes do jogo da Supertaça, uma intervenção que se saúda. Pediu o presidente do Benfica a intervenção da FPF e do Governo para acabar com o clima da «permanente hostilidade» entre clubes, pedindo que seja uma «entidade independente» a supervisionar áreas que se pretendem independentes, impondo para esse efeito «regras claras e transparentes». A solução está, claro, à vista de todos, pelo menos daqueles que se preocupam com o futebol na sua globalidade e não só com os interesses de um ou outro clube. Só é preciso o mais difícil: ganhar coragem para tomar decisões. Antes disso, contudo, não terá também de mais pedir aos clubes portugueses que de uma vez por todas deixem as suas diferenças de lado e se sentem, discutindo de forma séria os problemas e encontrando soluções para o futuro da indústria, algo que devia estar no topo da prioridade de todos. Exigir que sejam outros a resolver sozinhos os nossos problemas é o caminho mais fácil, não necessariamente o melhor.

Lapidar
(...)
«Não vim (para o PSG) para ser o melhor, não tenho a Bola de Ouro como meta. Nunca fui movido a dinheiro, sigo sempre o coração»
Neymar, jogador do PSG

«Em termos de percentagem, devo ter sido dos melhores negócios do Benfica porque não gastaram nada comigo, mas claro que fiquei triste por nunca ter jogado pelo clube»
Marçal, jogador do Lyon"

Ricardo Quaresma, in A Bola

Segurança nos estádios

"Em Julho deste ano o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a condenação de adepto na pena de três de prisão efectiva e interdição de entrada em recintos desportivos por sete anos, por crime de detenção de arma proibida em recinto desportivo. Em concreto, tratava-se de um adepto que tinha deflagrado uma tocha dentro de recinto desportivo e já fora de tal recinto foi sujeito a revista onde se verificou que detinha outra tocha.
Nos termos do art. 86, nº1, al. d) da Lei 5/2006 de 23.02 (Regime Jurídico das Armas e Munições) «quem, sem se encontrar autorizado, (...) detiver, (...), usar ou trouxer consigo (...), artigos de pirotecnia, (...), é punido com pena de prisão até quatro anos ou com pena de multa até 480 dias». Nos termos do art. 89. «quem, sem estar especificamente autorizado (...), transportar, detiver, usar, (...), em recintos desportivos ou na deslocação de ou para os mesmos aquando da realização de espectáculo desportivo, (...) quaisquer munições, engenhos, instrumentos, mecanismos, produtos, artigos ou substâncias referidos no artigo 86., é punido com pena de prisão até cinco anos ou com pena de multa até 600 duas, se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal».

Esclarece o Tribunal que «o artigo 89. do diploma não abrange apenas o recinto desportivo propriamente dito mas as deslocações de o para o referido recinto aquando da realização de espectáculo desportivo», pelo que tendo sido «o arguido (...) posteriormente abordado em deslocação daquele recinto, a sua conduta efectivamente preenche os elementos subjectivos e objectivos do art. 89.», afigurando-se correcta a sua condenação."


Marta Vieira da Cruz, in A Bola

PS: Peço desculpa, pela possivelmente politicamente incorrecta opinião, mas esta condenação - se não houver outros factos relevantes -, é perfeitamente absurda!
Um dos problemas dos legisladores, é a ignorância! Confundir, tochas, com petardos ou very-light's não faz qualquer sentido...
Tanto no Marquês, como em qualquer outra recepção feita à equipa do Benfica, na rotunda Cosme Damião, à entrada de um Hotel qualquer espalhado por este País, um Benfiquista que tenha uma Tocha, arrisca-se a ser condenado a Prisão Efectiva!!! Inacreditável...
Dar 'cor' a uma festa, dá prisão... Corrupção e outras coisas, dá na pior das hipóteses, penas suspensas!!!!
Uma coisa é um indivíduo acender uma Tocha e a atirar para cima de outra pessoa, ou de um grupo (como aconteceu no Vicente Calderon), outra coisa é acender uma Tocha, e a atirar para o chão...

Pizzi, Jonas e Seferovic escreveram a mensagem do Benfica para os rivais

"Ainda o que impede o Vitória de Guimarães de conquistar títulos.

O Benfica começa a época como terminou a anterior. A festejar.
Perante um Vitória de Guimarães que chegou a ameaçar no segundo tempo – incrível o falhanço de Hurtado, num período de inexplicável passividade dos encarnados no seu sector mais recuado – construiu um triunfo justo e que até podia ter sido mais gordo. Nem sempre os avançados da equipa de Rui Vitória definiram as jogadas, sobretudo no seu final, da melhor forma.
Há várias ideias a retirar do triunfo do campeão em Aveiro:
A primeira é a continuidade da influência de Pizzi na equipa. Chegou mais tarde ao grupo, mas mesmo assim não se esperava outra coisa que não a titularidade na Supertaça, à qual acrescentou participação bem activa nos três golos. Assinou o cruzamento que acabou nos pés de Jonas, após intervenção de Miguel Silva, e depois as duas assistências dos restantes.
À influência de Pizzi junta-se a classe inesgotável de Jonas, e nada disto é novo. Será sobre estes dois jogadores, caso mantenham sempre os índices físicos normais, que assentará grande parte do (bom) futebol encarnado.
Seferovic assume-se desde já como o melhor candidato a materializar as ideias dos dois cérebros da equipa. O suíço está a meio caminho entre Jiménez e Mitroglou. Fisicamente muito forte, aguenta o choque – até o procura – e segura a bola tal como o grego, mas é depois também capaz de arrancar para a baliza como o mexicano. Fez um jogo muito inteligente (e desgastante), e até marcou. A manter o nível e também os golos, será mesmo reforço, e até mesmo mais fácil de ligar a Jonas.
Rui Vitória terá encontrado em Grimaldo-Cervi a melhor dupla para o flanco esquerdo. O espanhol e o argentino estão em permanente dinâmica quer a atacar quer a defender, e dificilmente haverá melhor solução dentro do plantel. Faltará saber se Grimaldo consegue resistir melhor às lesões – hoje voltou a queixar-se e saiu mais cedo.
Se André Almeida mostrou ser (a única aparente) opção válida como lateral-direito – Buta e Pedro Pereira nem convocados foram –, sobretudo se a equipa não estiver sempre a exigir arrancadas do meio-campo para a frente, já Jardel e o histórico Luisão, mesmo sem erros de palmatória, não conseguiram puxar dos galões quando os vimaranenses ameaçaram a baliza de Varela. É uma dupla que precisa de ser reconsolidada, e ainda haverá um caminho a percorrer nesse sentido, uma vez que, a acrescentar, o guarda-redes já nem Júlio César foi. E, mesmo se fosse, obrigaria a movimentos diferentes dos que Ederson exigia.
Será injusto julgar Bruno Varela por uma exibição – e até terá sido uma exibição a alimentar-se da confiança –, mas a verdade de não foi jogo em que transmitisse presença e segurança inabaláveis. O mesmo poderá dizer-se de Miguel Silva, do outro lado, ele que até foi noticiado como alvo do Benfica. Não foi uma noite feliz para os guarda-redes. Varela, no golo sofrido, e Miguel Silva, nos dois primeiros consentidos, ficaram aquém do exigido a um guardião de equipa de topo.
Com três saídas no sector, a defesa continuará a ser a maior preocupação para já de um candidato que está longe de estar tão em crise como alguns anunciaram. Rui Vitória aí corre contra o tempo, talvez ainda a pensar numa ou noutra solução de mercado que acrescentem valor, tendo de ter consciência de que há outras equipas, em Portugal e sobretudo na Europa, que saberão explorar fragilidades tão expostas como naquele período de apatia evidente durante a segunda parte.
A certeza é que, depois da festa, o nível de exigência continuará alto.
Apesar das tais fragilidades, com o triunfo na Supertaça, primeiro jogo oficial da época, o Benfica deu o tom para o que aí vem. Um tom firme, audível para os outros pretendentes ao título. A resposta dos rivais segue dentro de momentos.

P. S. Foi um Vitória com erros defensivos a mais – sobretudo para finais, para jogos que valem troféus – aquele que se apresentou em Aveiro. Estando lá a atitude, a vontade e também a qualidade técnica individual, essa é a diferença que ainda impede a equipa de Pedro Martins de conquistar títulos. O clique de que muitos falam. No entanto, quando olhamos para o resto que fez, e assentando as ideias numa prova de continuidade, volta a prometer uma época consistente. Até à próxima final."

Os erros de uns são os golos dos outros

"Como explicar a vantagem de dois golos do Benfica aos onze minutos?
De forma objectiva os dois golos explicam-se pelos erros de Miguel Silva e Zungu. Mas é preciso acrescentar que a entrada do Benfica foi fortíssima, não permitindo ao Vitória respirar durante esse período. Por outro lado, convém precisar que Zungu perde a bola sem estar pressionado, mas escorrega. Teve o azar de a bola ir para os pés de Pizzi (Raphinha teve a mesma ‘sorte’ no terceiro golo), o médio mais decisivo de entre os que jogam em Portugal. Em dois toques a bola estava a isolar Seferovic.
A reacção do Vitória demorou muito?
Demorou, mas por mérito do Benfica que conseguiu manter o jogo numa rotação muito alta até à meia hora. Aliás, o campeão nacional só não terminou essa meia hora com quatro golos devido à desinspiração de Salvio. E a partir daí o Vitória aproveitou o desgaste do adversário para crescer e criar duas grandes oportunidades (fez um golo).
Ao intervalo tudo mudou. Por que razão?
Os primeiros 20 minutos da 2.ª parte são inteiramente do Vitória porque a equipa teve outra atitude, mas também porque o Benfica acusou o desgaste daquela meia hora infernal a abrir o jogo.
Qual o momento do jogo?
Dois momentos: quando Hurtado (59’) falhou o empate de baliza aberta; quando Vitória trocou Salvio por Filipe Augusto (65’) e ‘fechou’ o meio-campo."


PS: Estou curioso em perceber se amanhã, alguém se vai lembrar que os golos Lagartos desta noite (Frango... e assistência de calcanhar de um defesa do Aves) foram mérito do Gelson, ou 'erros' dos jogadores do Aves!!!!!

Futebol: 2017, o ano da grande vertigem e do assalto ao futuro

"Os mais ricos da Europa, numa estratégia concertada, num liberalismo sem regras (etimologicamente selvagem), estavam convencidos que conseguiam parar o tempo, para usufruir de mordomias perenes e alargar uma corte de servos submissos (controlar, "comprar" tornou-se hábito, incluindo colaboração de ídolos com passado fantástico, mas presente pouco recomendável).
O futebol (o mundo em geral) foi-se hierarquizando em estruturas infindáveis, de complexidade extrema e poder absoluto, com lideranças inacessíveis ao serviço de grupos ocultos que praticam fervorosamente o culto de nova entidade suprema: Os milhões, muitos milhões sem fim.
Cada vez mais, com uma liberdade inusitada, o "Clube" dos muito endinheirados passou a divertir-se também com contratações de jogadores de futebol (tipo monopólio de família restrita em jogos de inflação galopante), para ver quem se atrevia a subir a parada: tipo jogo da roleta russa!
Uma parte da Comunicação Social (praticamente na dependência desses players) delirou, pois todos os dias havia notícias frescas e com garantia total de audiências planetárias. Convém recordar que as receitas e despesas dos grandes clubes europeus de futebol, com todo o esplendor dos seus milhões, são sempre notícia viciante para multidões ávidas de confronto de argumentos e de clubismos fanatizados.
O combate, a luta, como constituinte do nosso ADN colectivo, foi evoluindo e substituindo a força e coragem física, a sabedoria e a proximidade de divindades, pelo poder de riquezas, de milhões, tenham a origem que tiverem, tragam ou não vestígios de injustiça, de sangue ou de eventuais fugas à lei!
Dos 20 clubes de futebol mais ricos da Europa (8 de Inglaterra, 4 de Itália, 3 de Espanha, 3 da Alemanha, 1 de França e 1 da Rússia, entre outros sempre prontos a integrar esse grupo de privilégios) as receitas, em conjunto, atingiram este ano o valor de 7.538,1 milhões de euros!
Quantos desses clubes mudaram e vão mudar de donos?!
Em 2017, os donos e os adeptos desses grandes colossos europeus tiveram uma surpresa: A escala mudou, a escala como base de tudo agora é de outra dimensão. Até as apostas desportivas são de outra galáxia.
Os milhões aumentam, as proveniências dos recursos alargam-se a outras latitudes, outros continente, outros valores e contextos culturais e civilizacionais diversificados.
A escala, imparável, prepara-se para engolir os que até aqui dominaram o futebol, particularmente nos últimos anos. Toque a rebate, pois a questão passou a ser de "vida ou de morte" (para investidores, é claro)! Fair Play Financeiro, imposição de tectos salariais, redução do número de jogadores por planteis de clubes, criação de um imposto de luxo (jogadores comparáveis a jóias ou quadros de arte valiosos?), são algumas das medidas e estratégias de "naufrago aflito" para procurar salvar-se e não perder o controlo, mesmo que assumindo regras com as quais nunca concordou. O que se faz para não perder o lugar!
Em termos ambientais, a Terra passa pelo mesmo dilema do futebol e já com sinais de alerta evidentes e perigosamente irreversíveis, mas que são sempre desvalorizados por interesses, por tremenda ignorância e egoísmos.
Há sempre "tubarões maiores: esse é o problema da escala!
O descontrolo é evidente, os grandes do passado já eram (ou estão em vias de), os novos donos são outros, os direitos televisivos não cessam de aumentar (será possível continuar a crescer assim?) e a cultura do "pão e circo" revela indícios dramáticos de fim de império.
Cada país vai ter de criar novos quadros legislativos, com regras inovadoras para situações complexas, potenciando um contínuo caos e conflitualidade.
Os mais poderosos preparam o assalto final ao futebol.
Contudo, a história da humanidade é também uma permanente aventura de renovação, de superação, de reconstrução e de refundação sucessiva.
O Football Leaks se tivesse sido aproveitado, de imediato, para um súbito movimento de responsabilização transparente, certamente teria evitado tamanha perda de tempo e de recursos. Quem conhece e gosta de futebol não se deixa intimidar ou encantar por cânticos de sereias para "campeonatos" fraticidas e antropofágicos.
Nem todos se deixam cair nas tentações da vertigem. Muitos vão resistir com coragem e nunca abandonando um jogo em que acreditam e que desejam sempre melhor. O futuro como conquista só ganha sentido com fortes alicerces no prestígio do passado.
A começar pelos adeptos dos chamados pequenos clubes, afinal onde tudo verdadeiramente começa. O crescimento louco, sem regras, criou clubes diferentes que, com os avanços do marketing, originou um paradoxo curioso: concentração e fidelização de adeptos de todos os continentes em poucos clubes de dimensão e influência global (enormes receitas garantidas) - estratégia comercial que também pode conduzir a alienação.
Mais do que apontar unicamente os culpados (a História encarregar-se-á de os pulverizar da memória colectiva) importa valorizar o local, as realidades e proximidades, criando condições de partilha e envolvimento num amplo e forte movimento associativo.
Nesse movimento, os talentos são sempre para proteger, numa caminhada segura para o topo preservando uma saudável popularidade com afeto e sem vertigens de falsas utopias.
Ídolos com milhões e pés de barro são criações virtuais e sempre um assalto ao futuro.Reconhecer o mérito é sempre uma base essencial para evitar vertigens e aprofundar o fair play.
Façamos de 2017 o ano da renovação transparente!
(...)"

Aníbal Styliano, in A Bola

PS: Coloquei esta crónica no Indefectível, não devido ao conteúdo principal da opinião, mas devido aos 'post scriptum' que eu recuso-me a transcrever!!!
Um professor universitário, ex-dirigente desportivo, devia evitar este tipo de exposição, porque assim não passa de mais um 'macaco' com gravata!!!
Inacreditável a analise às palavras de Luís Filipe Vieira na conferência de imprensa, onde anunciou a expansão do Caixa Futebol Campus! Como é que alguém, consegue interpretar aquelas palavras, como ofensas aos outros Clubes?!!!
Eu compreendo que a 'quente', durante os 90 minutos, que as emoções tomem conta de todos... mas a frio, existem limites para a clubite... principalmente quando essa clubite não passa de um anti primário, neste caso anti-Benfiquismo!!!

Toquem as trompetas... a festa vai começar!,,,

"…e depois de lamber as feridas pelas derrotas sofridas … de saborear o néctar das vitórias conseguidas … de romper ilusões e obter convicções – é a hora de “arregaçar as unhas” e ir à luta!... 
A terminar o período por uns chamado preparatório, por outros pré – época, por ainda outros, cognominado como sendo a primeira fase da época, ou como o que lhe queiram chamar, o que daqui pode resultar para a consecução de objectivos de conquista que os clubes formulam para a época 2017/18?
Todos verificamos que nesta primeira fase, todas as equipas, de acordo com os orçamentos estabelecidos e objectivos formulados, procuraram “à sua maneira” reunir um conjunto de situações capazes de efectuar um encontro comum, envolvendo num estágio mais ou menos longo, as hipóteses mais disponíveis para criar um espírito de grupo sólido e que pudesse ser enriquecido e reforçado por essa identidade colectiva, associada á exigência de padrões de liderança interna.
Também se torna propício esse tempo, para uma melhor inserção de novos membros, capazes de construir um elo de proximidade mais forte, associando a validação pela avaliação de competências psicológicas, sociais, técnicas, tácticas, biológicas, etc, e especialmente para iniciar a construção de traços de identidade próxima, perante o símbolo dum clube portador de valores éticos e deontológicos se lhes exige e responsabiliza.
Geralmente todos os clubes optaram por realizar estágios, procurando associar à planificação das cargas específicas de treino a realização de jogos, competindo com equipas de maior ou menor dificuldade de exigência.
Algumas equipas procuraram realizar algumas competições com um grau de dificuldade crescente, na tentativa de obter resultados positivos e com isso valorizar os seus índices de confiança.
Essa causalidade do rendimento no êxito conseguido, poderá sem dúvida originar uma tomada de consciência mais apelativa para a optimização do sucesso no futuro imediato e que, julgo eu, poderá também funcionar como dínamo nesse compromisso vitorioso das respostas experienciadas. Outros clubes de maior dimensão estrutural e candidatos a patamares de excelência competitiva, retirando vantagens económicas, procuraram associar ao estágio competições em torneios de nível internacional e que, pela mais valia dos adversários, se dispuseram a correr o risco de acusar um rendimento e resultado, em desconformidade com possíveis expectativas à priori criadas.
Temos exemplos bem expressos do que acabei de referir. A pergunta que se pode fazer neste momento é a seguinte: qual a importância que se pode imputar a equipas cujos rendimentos e resultados foram negativos? Equipas cujos rendimentos foram negativos mas os resultados positivos? Equipas cujos rendimentos foram positivos e os resultados negativos?
Tudo isto envolto noutros dados que não podem deixar de ser equacionados, como seja o conjunto de jogadores disponíveis para a competição, a inserção de novos jogadores e / ou jogadores que advêm de competições próximas ao nível das selecções ou de possíveis estados de reaparecimento após lesão, etc…
A resposta é simples: depende!...
Sabemos que ninguém é capaz de amordaçar a imagem negativa, do que o próprio que a transporta. Daí a necessidade, perante as derrotas, de saber como filtrar os estímulos que desaguam na incompetência testemunhada pelos maus resultados. Por vezes há quem se perca no egoísmo tipo “calimero”, cujo conformismo apresentado, não é suficiente para reconstruir argumentos no sentido de reescrever a sua história na história das suas vidas. Esses ficam com a viagem marcada e geralmente são dispensados para outras andanças. Não tenho dúvidas que qualquer derrota, mesmo desvalorizada pelo seu líder, pode ser objecto de preocupação, inquietação, dúvida e geralmente perturbadora, caso se veja repetida. E quando o medo de perder supera a vontade de ganhar, quase sempre se perde e no imediato começam a habitar no balneário e fora dele, alguns prisioneiros da descrença. Contudo, poderá também acontecer que, a adversidade perante os resultados negativos, a equipa seja capaz de reagir através dum estímulo renovador pelo despertar colectivo de novas matrizes de competência, transferindo as dificuldades em oportunidades para uma nova cultura de exigência.
Por outro lado, também se sabe que uma cultura de êxito das vitórias conseguidas, gera mais satisfação, optimiza o estado de convicção e perdura mais no tempo. Até porque como ao longo do tempo tenho referido: “ atletas bem- sucedidos, são mais capazes de atingir e controlar o sucesso em causas onde a estabilidade impera, o sentimento de orgulho e a autoestima vigora e a experiência decorrente das participações efectuadas o regista, vendo-se aumentado o seu grau de comprometimento. Aliado a isto, a capacidade de envolvência de pessoas significativas que possuem uma identidade ganhadora, permite absorver um estado de referências positivas, pela imediata transferência duma modelagem comportamental onde habita o sucesso”.
Uma nota de importante referência para a mensagem do treinador colocado perante este estado de acontecimentos. Está descrito que qualquer mensagem para que atinja um objectivo de assertiva resposta, deverá estar revestida de clareza, exposta de forma optimista e positiva e sem duplo significado, com um intencionalidade operante, cuja expressão verbal e não verbal tem de demonstrar coerência, devendo separar os factos das opiniões, não conter segundas intenções, bem sintonizadas com objectivos positivos de conquista, sendo contudo dotada de abertura e flexibilidade.
Por vezes a credibilidade do treinador fica afectada por uma resposta emocionalmente traída por um desespero inoportuno e as respostas no jogo caiem como “fruto já apodrecido”. Porém, o treinador com um discurso movido pela autenticidade e coerência dos factos apurados pode ser fonte mobilizadora do êxito a conseguir. É claro que tudo isto faz parte da identidade do treinador como comunicador e líder e como utiliza o tipo de comportamento da liderança no seu desempenho … de instrução e treino, de forma democrática, recompensadora, autocrática, de apoio social, explorando a preceito com inteligência, empatia, motivação intrínseca, flexibilidade, ambição, autoconfiança e optimismo, os seus atributos. Os factores ambientais e emocionais, as experiências passadas, a cultura, educação e formação do treinador, a importância de cada jogo em termos classificativos, o desempenho associado à personalidade do jogador, etc, ocasionam situações que não podem ser apresentadas como norma, pois cada qual responde de acordo com a sua própria identidade.
Essa capacidade para reflectir, antecipar, planificar, analisar e decidir perante situações de stress, incerteza e ambiguidade, e seja ainda capaz de transformar a sua mensagem numa força aglutinadora passível de despertar o sucesso, transportando na alma as pegadas da experiência vivida, sem conhecer os atalhos para o facilitismo, que não usa os lamentos para afagar as ideias e as desculpas para esconder as fraquezas … aí temos um perfil do treinador ideal, capaz da fazer da sua equipa candidata entre as candidatas a atingir a bitola do sucesso.
Por aquilo que tenho vindo a registar no decorrer deste tempo ainda curto, é certo para fazer uma apreciação coerente, estou seguro que estamos muito bem servidos e mais … creio mesmo que vamos ter surpresas muito agradáveis em termos de classificação final neste campeonato que agora está aí à portinha. Toquem as trombetas … a festa vai começar!..."

O Desporto e o Governo: uma História sem passado e sem futuro

"Desde há mais de uma década que acompanho academicamente as questões relativas ao desenvolvimento do desporto em Portugal. Ao mesmo tempo fui sempre tendo acesso ao que sobre a mesma temática se ia passando no Reino Unido, por facilidade de acesso e porque havia inúmera documentação sistematicamente publicada por diversas fontes governamentais e fontes administrativas.
Durante todo este tempo nunca em Portugal foi produzido e publicitado nenhum documento de origem governamental que reflectisse sobre o estado de desenvolvimento do desporto e que sobre esse diagnóstico de situação definisse linhas gerais e específicas de orientação para uma melhoria organizacional, sistémica e estratégica. Nunca existiram objectivos definidos para alcançar, quadros de financiamento associados, atribuição de responsabilidades pelas suas concretizações. Em bom rigor o desporto nacional tem vogado ao sabor da indefinição, da incoerência, da demissão do estado pela sua indispensável governação.
Enquanto isso sucedia por cá, no Reino Unido desde 2003 que os sucessivos governos definiram adequadamente o que queriam do desporto, até que níveis de realização queriam chegar, através de documentação especialmente concebida com quadros orientadores e estratégias consequentes. O sucesso do desporto no Reino Unido pode hoje ver-se em inúmeras situações, sendo uma das mais expressivas e também sempre assumida a dos resultados nas grandes competições internacionais e, especialmente, nos Jogos Olímpicos. Nestes, o Reino Unido acabou de se tornar em 2016, no Rio de Janeiro, na terceira potência mundial em termos de pontuação das medalhas conquistadas. O actual governo português estabeleceu no seu programa de governo o compromisso de definir “uma nova agenda para o desporto”. Passado mais de ano e meio da sua posse e início de funções nada se conhece desse propósito, não há uma linha de um único documento a esse respeito, nem uma qualquer referência de um dos membros do governo com responsabilidades na área do desporto sobre o que entendem vir a fazer sobre aquela promessa executiva. Não tenho, aliás, ideia de que o próprio primeiro-ministro, como principal responsável do governo, se tenha pronunciado sequer sobre quais são os principais objectivos do governo para o desporto durante todo o mandato em curso.
Enquanto assim vive o desporto por cá, no Reino Unido, em Dezembro de 2015, o governo publicou um novo documento com a sua estratégia de desenvolvimento do desporto e que apropriadamente intitulou de “Sporting Future: A New Strategy for an Active Nation”. Só o título já diz praticamente tudo sobre a forma de o governo de Sua Majestade entender o seu papel de orientador do desporto nacional. Trata do futuro do desporto, através da definição de uma nova estratégia que concretize uma nação activa fisicamente.
Mas todo o documento em referência é um manancial de exemplaridade. Desde logo, porque na sua introdução há dois prefácios, o primeiro subscrito pelo próprio primeiro-ministro, então David Cameron, e o segundo pelo ministro do desporto (como tutela directa do sector). E a abertura substantiva do documento abre com um capítulo que discorre sobre o próprio papel do governo no sector do desporto, continuando com a ambição do aumento da participação populacional no desporto, a referência devida e enquadrada da actividade física, a selecção das crianças e jovens como alvos preferenciais da política pública desportiva, e ainda a expansão e valia do voluntariado para o fomento da prática desportiva.
Um outro capítulo do documento reporta ao sucesso desportivo nacional e internacional e ao impacto dos grandes eventos desportivos, porque esses têm sido desde 2003 dois dos principais vectores da estratégia de desenvolvimento desportivo do Reino Unido. E tem sido por isso que têm sido alcançados duradouramente níveis de resultados internacionais cada vez melhores, por um lado, e a conquista da organização de inúmeros eventos desportivos internacionais, que tiveram a máxima expressão na edição de 2012 dos Jogos Olímpicos em Londres.
Já o capítulo seguinte do documento detalha o modo como o sector do desporto se pode tornar mais produtivo, sustentável e responsável. E aqui são tratados os temas da sustentabilidade financeira, das infra-estruturas, da integridade no desporto, da governação, da liderança e administração e da segurança e bem-estar. Esta sequência ilustra as preocupações com o modo como as organizações e o sistema desportivo podem vir a assegurar com eficiência e eficácia os objectivos estratégicos projectados, intervindo e interferindo cada um nos demais, começando na sustentabilidade financeira, passando pela governação e acabando na própria segurança e bem-estar das práticas desportivas. 
Claro que no Reino Unido também existem agências governamentais e para-governamentais com grandes capacidades de intervenção nos diferentes níveis do desporto. Destaco aqui duas delas: o “Sport England”, dedicado ao desporto em geral e escolar em particular, e o “UK Sport” dedicado ao desporto de alta competição, entre o qual está todo aquele que se inclui nas competições dos Jogos Olímpicos. E é possível ver em qualquer destas agências inúmera documentação com definição de estratégias, quadros de financiamento, elementos de prospectiva, ou programas especiais de melhoria e fomento.
Por cá, se abrirmos a página da secretaria de estado do desporto, nada de relevante se encontra, nem um simples discurso do membro responsável pela tutela indicando o que pensa vir a fazer no decurso do tempo de mandato que ainda resta. Mas mais, se abrirmos o sítio do Instituto do Desporto também não existe uma única referência documental à estratégia de desenvolvimento do desporto, apenas notícias que mal se conseguem ler porque o tamanho da letra em que estão editadas é minúsculo, apenas existem estatísticas do desporto para o período de 1996 a 2009, e se abrirmos a ligação para o Programa Nacional de Marcha e Corrida recebemos a indicação de que a página já não existe no sítio. Há anos que venho defendendo e escrevendo que o Reino Unido podia constituir para Portugal um modelo de estudo comparado sobre as políticas públicas desportivas, ressalvando necessariamente as devidas proporções e condicionamentos respeitáveis. Nem sequer seria preciso fazer um investimento vultuoso para tal empreendimento, bastando usar capacidades científicas existentes na universidade, nomeadamente no domínio da gestão do desporto, e associar a tal pessoas do sistema desportivo com mérito intelectual e experiência, combinando-os num ente organizacional adequado e possivelmente radicado no contexto da universidade. Será isso algum dia possível em Portugal? O panorama do nosso desporto, quando se compara internacionalmente em alguns dos grandes eventos internacionais, bem como o nível muito baixo da prática desportiva regular, a tal exigiriam. Vamos ver se algum dia existe vontade política para dar esse novo impulso organizacional e estratégico ao desporto nacional."

Um homem chamado cavalo

"Depois de ter vencido a raça ariana de Hitler em Berlim, Jessie Owens foi a Cuba ganhar a corrida a um quadrúpede. Já estava habituado…

Vamos por partes. A primeira – um filme: Um Homem Chamado Cavalo. Que nome extraordinário, convenhamos. Tem ritmo de tango de Piazzola e Amelita Baltar na sua voz lavada a uísques. E tudo isto porquê? Um inglês capturado por uma tribo de índios e tornado escravo para todo o serviço. Não devia ser ao contrário? Afinal quem escraviza quem? Índios, cavalos, cowboys, rapazes simples e sem cultura, as curvas inesquecíveis de Claudia Cardinale que nunca vi em lugar algum senão na tela do Europa, do Paris, do Condes, desses lugares onde a minha adolescência se tornava adulta como Maria de Buenos Aires. Vamos por partes. Vamos até ao final desta crónica por partes. Big Apple. A Grande Maçã. Mas, caramba!, que maçã é esse sem formas de Eva sem Adão? Nova Iorque? Peço-vos desculpa adoradores da cidade do mundo sem infinitos, mas estou-me positivamente nas tintas para Nova Iorque. Eu, que jamais seria capaz de sussurrar «je m’en fiche pour Paris…», assim mesmo com reticências porque a verdade das nossas cidades são feitas de reticências.
Venham comigo nas corridas. As corridas de cavalos.
Entendem? 
Big Apple! Corram na prosa de um jornalista absoluto. E por que hão de ser os escritores eternos e absolutos e os jornalistas não? John Fitz Gerald. Separado entre Fitz e Gerald. Um toque requintado de uma antiga opulência, quem sabe? Eu não sei. Gastarei o espaço destas linhas para vos fazer perguntas. Respondam-me, por favor! Ele, Fitz Gerald, inventou a Grande Maçã. Por causa dos cavalos. Não esqueçam os cavalos.

Nelson Rodrigues, o mestre brasileiro da crónica sem limites, tinha igualmente um cavalo. Escutem-no nesse sotaque do português cantado de Itapuã: «Há ainda um cavalo na minha infância profunda. Mas também o cavalo foi cheiro. Antes de ser uma figura plástica, elástica, com espuma nas ventas – o cavalo foi aroma como o mar.» Cavalo espuma como o mar.
Fitz Gerald dizia, por seu lado: «Saímos deste buraco chamado Nova Orleães e caminhamos para Nova Iorque, a Grande Maçã, onde os nossos cavalos serão os reis das pistas».
Há lá maior poema do que a corrida de um cavalo!
Mas têm dúvidas? A mais pequena e minúscula das dúvidas? Então eu repito, no ritmo inteiro de um poema de métrica indecisa: «Nos cavalos de Ucello, quem os guia/no triângulo no círculo branco/em demanda de pura geometria?/Difícil é travá-los e fixá-los/há um raio de luz em cada flanco/nos cavalos de Ucello nos cavalos».
Um homem chamado cavalo. Sem Richard Harris.
Um homem correndo com cavalos.
James Cleveland Owens. Por extenso, Jessie Owens.
Ele que vencera nas pistas as bestas macabras do nazismo.
100 metros; 200 metros; salto em comprimento; 4x100 metros.
Um negro voando com um Mercúrio de asas nos pés sobre Berlim em mil novecentos e trinta e seis. 
Queriam humilhá-lo pela força branca da raça purificada de sangues que se não misturam.
E ele, voando, asas nos pés: Mercúrio Negro e impossível.
Podia escrever páginas inteiras sobre Jessie Owens. Que digo eu? Podia escrever livros inteiros sobre Jessie Owens sem nunca o ter visto ou sequer vislumbrado como as curvas estonteantes de Claudia Cardinale nas cadeiras apertadas do Cinema Paris, à Domingos Sequeira. Jessie Owens neste dia que escrevo agora, momento preciso, estava em Cuba.
26 de dezembro de 1936!
Cuba velha, sem Sierras Maestras…

Um jogo de futebol para entreter enquanto o filho dos escravos servia de figura de circo.
Disse que ia escrever uma crónica de perguntas, mas não tenho respostas.
Não tenho respostas como Piazzola que dizia «ahora que es muerto para sempre». Mas há alguém que não esteja morto para sempre, Astor?
Estádio Tropical de Havana. James Cleveland Owens contra um cavalo.
Partiu nessa corrida absurda com 36,5 metros de avanço (não se espantem, dividam por milhas), e resistiu ao galope de Julio McCaw, seu adversário quadrúpede de vinte e oito patas como nos contos de Dalton Trevisan.
O espaço vigoroso das pernas. A batalha desigual dos pulmões e do tamanho do coração.
Jessie Owens, o vencedor do canalha Adolfo foi também capaz de vencer o cavalo.
Era um número de circo. Ele que fizera da Berlim de Leni Riefenshtahl um circo do seu próprio filme de uma raça ariana batida na arena de uma criação sem sentido.
Pois. Pode chamar-se cavalo um homem que vence um cavalo.
Mas um cavalo que vence um homem nunca passará de uma caricatura de si mesmo."

Cadomblé do Vata

"1.Os últimos 3 troféus ganhos pelo SLB foram contra o Guimarães... deve estar aqui a solução para a "Maldição do Gutmann".
2. Luisão tornou-se ontem o jogador na história do SLB com mais títulos somando já 20... agora expliquem vocês aos adeptos do nosso rival, que não estamos a falar de livros.
3. Com o resultado em 2-1, Paolo Hurtado deu uma de Bryan Ruiz e com a baliza aberta, chutou a bola de pé direito contra a perna esquerda... o resultado poderia ter sido outro, se em vez do peruano, o Pedro Martins tivesse lançado no ataque o Saci Perere.
4. Falta guarda redes, lateral direito, central, treinador, departamento médico etc, etc... só o que realmente começa a faltar é que ninguém fala: espaço no museu.
5. Dois jogos oficiais em Portugal com video árbitro resultaram em dois troféus para o SLB... já não via algo passar tão depressa de "espectacular" a "parece que temos de rever esta merda", desde que o Djuricic acabou a primeira pré época."

Benfiquismo (DLII)


Nicolau

Luisão e Grimaldo fizeram um Fim de Semana com o Morto com Jardel (e há mais clássicos do cinema na análise à Supertaça...)

"Bruno Varela
Não vai ser fácil recuperar de Ederson. Bruno Varela parece sempre muito menos seguro entre os postes, ao lado destes, ou em qualquer outra posição que ocupe acordado. Tínhamos um guarda-redes que fazia assistências para golo. Agora temos um guarda-redes que cria lançamentos laterais a favor do adversário. Se Bruno Varela tivesse sido observado hoje como potencial substituto de Ederson, o relatório seria “eh pá, não.” Nota positiva para os sucessivos atrasos na reposição da bola em jogo. Foram cerca de quarenta e dois lances em que segurou a bola convictamente e se atirou para o chão sem qualquer necessidade. Os colegas bem lhe tentaram explicar que não estamos a lutar pela manutenção, mas ele não foi em conversas.

André Almeida
Avizinha-se uma época estranha. A principal função de André Almeida sempre foi fazer esquecer a ausência temporária de alguém melhor do que ele. Nesse papel foi muitas vezes exímio. Os adeptos, aliás, sempre avaliaram as suas exibições utilizando a bitola “é esforçado, pá, até à baliza joga se for preciso”. Hoje, pela primeira vez em muito tempo, André Almeida entrou em campo porque não há de facto ninguém mais talentoso ou bem preparado do que ele. Nota-se que esse protagonismo o deixa desconfortável, enquanto jogador e talvez até enquanto benfiquista. Nem mesmo André Almeida achará a sua titularidade uma situação recomendável. Assim, os adeptos passarão a avaliá-lo de acordo com a nova bitola: “não me lixem com este André Almeida, andámos 2 meses a a pastar e agora não temos defesa…”. A sua exibição não foi especialmente desastrosa, mas esteve muito longe do elogio máximo a que o seu futebol pode aspirar, e que será ironicamente um sinal de vivemos tempos trágicos. Senão imaginem alguém dizer “salvou-se o André Almeida, fossem todos como ele!”

Luisão
A sua oração no final dos jogos parece cada vez mais curta. Há 10 anos Luisão agradecia a Deus pela vitória nos 90 minutos e pedia-lhe mais títulos. Hoje agradece-Lhe acima de tudo pela estabilidade dos sinais vitais. A exibição de hoje não foi espantosa, longe disso. Chegou a parecer parado em alguns lances, dada a diferença de pique em relação aos adversários. Ainda assim, continua a aparecer cronicamente em meia dúzia de momentos ai-Jesus com a impetuosidade de alguém muito mais novo e muita fome de vitórias. Pelo menos assim foi até hoje, dia em que se tornou o jogador com mais títulos na história do clube. Seria um excelente momento para se retirar, se não continuasse a ser absolutamente necessário em campo. É que chegamos ao fim dos jogos e sai-nos quase sempre um “ainda assim, salvou-se o Luisão!”

Jardel
As últimas exibições de Jardel fazem lembrar o clássico Weekend at Bernie’s, adequadamente traduzido para português como Fim-de-semana com o Morto. Para quem não viu, a história do filme é fácil de apanhar: dois tipos - vamos chamar-lhes Luisão e Grimaldo - descobrem que um colega de trabalho faleceu, mas não podem deixar que os outros descubram. Nisto, passam aproximadamente 97 minutos a transportar o cadáver de um sítio para outro, a safá-lo das situações mais absurdas, convencendo muita gente de que o falecido continua entre nós. Já o pobre do Jardel passa o filme todo com uns óculos escuros a tapar-lhe os olhos, sempre apoiado em alguém para não se estatelar. A coisa está tão bem feita que em algumas cenas ele chega mesmo a parecer vivo. Luisão e Grimaldo quase conseguem evitar que se descubra, mas às tantas fartam-se, até porque não lhes pagam para isso. O filme teve uma sequela em 1993, desta vez protagonizada por um argentino no papel de falecido.

Grimaldo
Níveis de bazófia acima do esperado na primeira parte. O adversário tinha outros planos para si e foi-lhe tirando as manias, pelo menos até se lesionar. Esta história das lesões é o nosso Groundhog Day. Santa paciência.

Fejsa
A equipa respira melhor com a sua presença em campo. Isto dito assim parece uma melhoria ligeira, mas não. É uma questão de sobrevivência. Quando digo que a equipa respira melhor com a presença de Fejsa em campo, é porque a sua ausência coloca o quarteto defensivo numa espécie de waterboarding auto-infligido em que as admissões de culpa vão surgindo literalmente aos pontapés. 

Pizzi
O seu futebol há muito que vai exibindo níveis estratosféricos, mas é como se já nada nem ninguém o consegue fazer descer desta camada da atmosfera terrestre. É perfeitamente compreensível. Se tivéssemos o Filipe Augusto cá em baixo à nossa espera, também não descíamos. Melhor em campo. 

Salvio
Qualquer jogada de Salvio pode ser descrita por uma das seguintes combinações de palavras:
Bem, Salvio. Mal. Não. Porra, Salvio.
Bem. Solta. Tens um gajo a pedir a bola. Solta a bola. Solta a @€£# da bola!
Isto foi o Salvio? Vá lá…
Era o Salvio outra vez?
Quanto é que achas que recebemos por ele?
Lá tás tu a inventar… Solta a bola!
Isso! Leva! Vai! Gooooloooo!
Este gajo quando quer… 

Cervi
É hoje um dos jogadores que mais motivos nos dá para dizermos coisas como “temos munta fortes do meio-campo para a frente” ou “era aproveitar e despachar já o palhaço do Carrillo”. Cervi voltou a ser um dos mais adultos em campo, conseguindo algumas das melhores combinações ofensivas de todo o jogo com Pizzi e Seferovic e apoiando defensivamente sempre que o jogo pedia a disciplina táctica e entrega de um anão com sangue latino.

Jonas
Quantas vezes podemos dizer que Jonas não foi o melhor jogador em campo ou o melhor avançado da equipa ou o autor do melhor golo? Aproveite-se este raro momento de vulgaridade na sua carreira e celebre-se. Tão cedo não teremos outra oportunidade.

Seferovic
Potente e gracioso. Aqui estão dois adjectivos que não resultam quando os juntamos numa frase. Agora já está. Seferovic é um misto de touro e cavaleiro. Passa metade do jogo a enfiar os cornos de forma inteligente nos defesas adversários, desgastando-os sem perder pulmão. Por outro lado, se a bola lhe chega aos pés tem técnica e inteligência suficientes para se esquivar aos cornos do adversário e ir por ali fora, tudo isto a um sábado à noite em direto na RTP. Queixem-se agora, activistas. 

Filipe Augusto
Ainda não é certo para nós que seja jogador de futebol.

Eliseu
Exibição estranhamente sóbria, como todas as que fará até Maio. A partir do momento em que entrou na Luz a guiar uma Vespa encarnada, Eliseu deixou de ser um mero futebolista e tornou-se um novo acontecimento no calendário cultural do país. O seu problema hoje em dia já não é fechar o corredor esquerdo e apoiar no ataque. É falar com fornecedores de pirotecnia, com a empresa de aluguer de drones, fechar o contrato de aluguer do parapente, encomendar o bolo com a stripper, contactar os tipos da iluminação, saber do catering e finalmente escolher um nome. Por nós fica já Milhões de Eliseu.

Raul Jiménez
Tem tudo para ser o melhor suplente de sempre. Farta-se de correr, parece incomodado quando estamos a perder, tem aquela caga monumental de acertar na baliza ao primeiro remate, e vê-se que não gosta de ser suplente. É perfeito. Banco com ele."

Até que a voz doa...!!!

Vermelhão: 7.ª Supertaça

Benfica 3 - 1 Guimarães


Vitória importante para acalmar as almas inquietas... o caldinho estava montado, depois da má pré-época, se houvesse um desaire em Aveiro, as 'novelas' iriam aumentar de volume seguramente! Por isso, esta vitória foi extremamente importante... e isso até foi visível nos festejos dos jogadores no final da partida!
Mas esta vitória só será 'importante', se apesar do triunfo, as lacunas forem resolvidas até ao final da janela de transferências... E elas são evidentes... Sendo que a lesão do Grimaldo (novamente...) ainda pode aumentar as preocupações!!!
A diferença entre este jogo, e outros recentes, foi clara: hoje, entrámos com o melhor 11 disponível, praticamente a equipa titular (menos os lesionados), algo que nunca aconteceu na pré-época. Porque vários jogadores chegaram atrasados, porque houve algumas lesões, porque a gestão dos jogos de preparação assim o obrigou (2 jogos em 2 dias, por exemplo). Além do 'estudo' do adversário, algo que na pré-época não acontece...
Entrámos muito fortes, com pressão e velocidade, soubemos aproveitar os erros do Guimarães, e rapidamente chegámos aos 2-0. Mas não aguentámos o ritmo... a partir dos 30 minutos, o jogo 'partiu-se', e começamos a dar espaços! É verdade que tivemos várias oportunidades para fazer o 3-0, mas acabou por ser o adversário a reduzir antes do intervalo, algo que lançou novamente o jogo...
No 2.º tempo, a gestão do resultado obrigou a outros cuidados... o Vitória podia ter empatado, mas nós também podiamos ter marcado mais cedo... Com as substituições, ficámos a ganhar. O Guimarães ficou mais desequilibrado, e nós reforçamos o meio-campo... além da entrada do 'matador' Jiménez!
Fisicamente ainda estamos longe do ideal... a equipa ainda não tem '90 minutos' nas pernas. Temos vários jogadores veteranos, e na minha opinião falta-nos jogadores 'explosivos' com força e velocidade... Mas com a bola nos pés... para consumo interno, 'chega' para lutar pelo Penta!!! O problema é que ser melhor pode não ser suficiente... a 'guerra' vai ser desgastante, não podemos dar abébias!!!
O Seferovic confirmou ser reforço... Até o facto do Mister ter apostado numa dupla Seferovic/Raul
prova a importância do Suíço, já que o ano passado praticamente nunca houve Mitro/Raul!!! Esta capacidade de poder substituir o Jonas é muito importante...
O mal-amado Filipe Augusto voltou a ser utilizado hoje, entrando para 'segurar' o meio-campo, a meio do 2.º tempo.. Eu também acho que o Augusto é 'curto' para titular, mas é 'quase' perfeito para este tipo de utilização...
O Varela não merece ser crucificado pelo golo sofrido, a questão principal é outra: a confiança que transmite, ou não transmite...
O VAR acabou por ter uma noite descansada! A decisão da 'bola na mão' do Salvio, espero que faça 'escola'!!! Gostei de ver a preocupação em não parar o jogo, algo que já tinha acontecido no Jamor, ao contrário do que aconteceu na Taça das Confederações... Infelizmente, os comentadores continuam sem perceber que só em casos inequívocos é que as decisões podem (devem) ser alterados... Espero que os árbitros não se esqueçam deste 'pequeno' pormenor...!!!
Agora, a festa tem que ser curta, porque Quarta vamos ter jogo importante. O treino aberto amanhã é um prémio essencialmente para os emigrantes... mas ninguém pense que o jogo com o Braga será fácil! O Braga jogou mal e porcamente na Liga Europa, mas contra o Benfica tudo será diferente... o Abel até pode parecer 'incompetente', mas sabe perfeitamente como montar um 'autocarro'!!! E com o Xistra a ajudar, tudo será complicado...

Grande salto...

Dia da Susana Costa! Não é todos os dias que se faz a melhor marca pessoal nos Campeonatos do Mundo! Logo, no último ensaio, quando se estava fora da Final... Grande Susana! 14,35m, 3.ª da qualificação e na Segunda-feira logo se vê!!!

O dia tinha começado com uma desilusão: Tsanko Arnaudov, ficou muito aquém daquilo que tem feito. Fez de longe a melhor época de sempre... Praticamente em todas as provas ultrapassou ou aproximou-se dos 21 metros, mas hoje não deu... 20.08m hoje em dia, é fraco para o Tsanko! A qualificação foi feita aos 20,55m, ao alcance do Tsanko.
O Fernando Belo, com 19,47m ficou longe da qualificação, mas com um resultado esperado... Podia ter feito um pouco melhor, mas a qualificação para a Final seria 'impossível'!!!
Pessoalmente gostaria de ver o Fernando, apostar mais no Disco...

No Heptalto, a Lacabela Quaresma (100m barr; Altura; Peso; 200m) está a fazer uma prova abaixo das suas potencialidades... Dificilmente chegará ao objectivo (16 primeiros...), e ficará quase de certeza longe da sua melhor marca... Fica a estreia numa grande prova, com um Estádio cheio...

PS: Não posso deixar de referir o Bronze do Bolt!!! Uma 'derrota', mas a idade não perdoa...
Os assobios ao Gatlin são 'discutíveis', mas alguém que já foi apanhado por duas vezes com doping - inclusive quando ficou com o Ouro do Francis -, ter a permissão de voltar a competir, depois de todas as 'exclusões' que tem havido ultimamente é realmente demasiado para ficar calado!!!


"Inaceitável ambiente de hostilidade"

"Meu caro Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Dr. Fernando Gomes
Caro Presidente do Vitória de Guimarães, Júlio Mendes,
Restantes dirigentes e convidados presentes neste almoço,
Minhas senhoras e meus senhores,
A Supertaça Cândido de Oliveira marca o início oficial da época. E marca também, o início daquilo que deve ser a festa do futebol.
Um desporto que mobiliza milhões de adeptos e simpatizantes, numa actividade que tanto prestígio tem dado ao país e tanto tem contribuído para a economia nacional.
Uma indústria com um enorme potencial e quando gerida de forma profissional, rigorosa e transparente obtém resultados que a todos nos orgulha.
Como é um bom exemplo, os que têm sido obtidos pelas nossas selecções nacionais nos diferentes escalões, que teve o seu momento mais alto no Europeu e que resulta de um trabalho bem coordenado entre a Federação e os clubes.
Nesse sentido, senhor Presidente, tendo conhecimento das novas áreas de aposta da Federação, quero garantir que conta connosco na projecção de novas competições nas áreas de formação – até porque como todos sabem essa é uma área prioritária para o Benfica.
Nós assumimos como principal prioridade estratégica o investimento na Caixa Futebol Campus do Seixal, a aposta na formação, na escola e viveiro dos nossos jogadores.
Por isso, fizemos questão de assinalar o arranque da nova época como uma apresentação e visita às obras de alargamento que ali estamos a efectuar.
Mas nas diferentes frentes de alargamento do fenómeno futebolístico, surge agora depois do futsal, o futebol feminino como a nova área que está em grande expansão e crescimento no nosso pais - com milhares de jovens a aderirem de forma apaixonada à sua prática.
Naturalmente, o Sport Lisboa e Benfica está muito atento a este crescimento. Iniciámos um rigoroso processo de estudo e análise sobre a eventual entrada do nosso clube no futebol feminino.
Estudo rigoroso porque queremos respeitar e preservar o trabalho de enorme esforço e de investimento na formação, que muitas colectividades têm realizado há longos anos no futebol feminino.
São muitas horas de trabalho que merecem que sejam preservadas pelos grandes clubes, constituindo uma área em que não queremos surgir de uma forma abrupta, meramente comprando títulos.
Estamos a analisar e em breve anunciaremos o nosso modelo de adesão respeitando os princípios atrás referidos.
Mas senhores Presidentes e caros convidados,
Quero neste encontro que assinala o início da nova época, em que mais uma vez os nossos dois clubes disputam um troféu, dando um bom exemplo de como é possível competir mas com respeito mútuo e fair play, abordar os sinais preocupantes com que a nova época se inicia.
A violência verbal, o clima de intimidação e ameaças, as suspeitas levantadas sobre todos os agentes desportivos, o absurdo de se ver um clube desprestigiar a principal competição nacional e de fazer pública exibição de informação supostamente roubada a outra sociedade desportiva - tudo isto é lamentável.
Mas tudo isto só acontece - porque existe quem tem pactuado com este conjunto de situações - pela sua inércia e incapacidade para reagir a tempo e horas com a autoridade e a credibilidade que se exigia.
Está à vista de todos - quem tem alimentado este clima, para justificar a falta de resultados. Quem quer fazer tábua rasa de tudo o que de bom o futebol português têm realizado, numa escandalosa política de terra queimada de tudo denegrir.
Impõe-se por isso, que talvez tenha chegado o momento das entidades oficiais, do estado e do governo chamarem a si, a procura do encontro de uma solução que permita, que seja uma entidade independente e credível a regulamentar e gerir as principais áreas que requerem independência e autonomia face aos diferentes competidores.
Que saiba impor regras claras e transparentes.
Impossível é o que se está a passar. A degradação dia a dia da imagem e credibilidade do futebol português para se justificar os maus resultados. A criação de um ambiente de permanente hostilidade entre clubes que a ninguém beneficia e muito menos a esta industria, onde afinal, interessa a todos nós contribuir para o seu prestígio.
O futebol português merece melhor.
Termino, a lembrar que hoje vão estar em campo as duas equipas com melhores resultados na ultima época.
Saúdo na pessoa do seu presidente o Vitória Sport Clube e todos os seus adeptos, que do berço da nação, se deslocam a Aveiro para esta competição de campeões.
O Sport Lisboa e Benfica regressa às competições oficiais depois de uma época ímpar, em que conquistou o histórico Tetra e o Triplete (o Campeonato, a Taça de Portugal e a Supertaça Cândido de Oliveira de 2016).
Nesta maravilhosa e acolhedora cidade de Aveiro, que esta noite seja mais um belo jogo entre dois clubes que fazem questão de manter uma sã convivência e rivalidade."