Últimas indefectivações

domingo, 19 de novembro de 2023

Vitória no meio dos apitos!

Benfica 6 - 3 Sp. Tomar

Jogo marcado pela arbitragem (erros para os dois lados), mostraram 7 Azuis (2-5), penalty's, Livres Diretos repetidos, faltas revertidas, muitos protestos, simulações, enfim uma 'festa', numa partida que parecia que não ia acabar, tantas foram as paragens!

O Benfica geriu sempre a vantagem, e no meio da turbulência os jogadores mantiveram a cabeça fria... contra uma das boas equipas deste campeonato.

Fácil...

Benfica 84 - 52 Ovarense
23-17, 19-9, 29-3, 13-23

Vitória larga, numa partida decidida cedo, mas com muitos lançamentos falhados...
E com o 'incrível' número de 3 pontos para a Ovarense no 3.º período! O Benfica chegou a marcar 27 pontos sem resposta!!!

Hoje deu para descansar alguns jogadores, mas as viagens longas vão se suceder, temo que a equipa vai-se ressentir...

Vitória sobre o Vitória...

Benfica 3 - 0 Guimarães
25-21, 25-22, 25-14


Vitória 'rápida', nas vésperas da estreia na Champions (pena a lesão do Banderó) em Berlin...

Quebra no final...



Benfica 29 - 36 Sporting
16-18

Esta ano, vamos ter que repetir sempre, os problemas que esta secção sofrer, desde da formação do plantel, abortada com os problemas 'politicos', depois as lesões em jogadores fundamentais.
Nas últimas semanas, a equipa apesar de tudo, parece-me estar melhor... o treinador, na minha opinião, está a retirar o sumo todo, do plantel que tem à disposição...
Hoje, o resultado é mentiroso, o Benfica esteve praticamente sempre dentro da discussão da partida, apesar de mais uma arbitragem vergonhosa, que tudo permite aos meninos especiais, tanto a defender como a atacar, e que depois inventa vermelhos diretos, como hoje aconteceu ao Lumbroso!
Na parte final, com tantos problemas e menos um dos nossos melhores jogadores (mal expulso), a rotação ficou curta, e não aguentámos a intensidade física!
Curiosamente, quando o marcador alargou, as regras 'mudaram', e já se aplicavam aos Lagartos!

Fora de Jogo: 90+3 #14 - Parte 2 - Duarte Gomes: "Esta senhora pode ter um enfarte se você se portar mal hoje"

Emoções fortes na Luz


"Esta edição da BNews é dedicada à atualidade benfiquista, com destaque para os quatro jogos agendados para hoje nos pavilhões do Benfica.

1. Sábado preenchido
O primeiro jogo da tarde, na Luz, é de voleibol, entre Benfica e Vitória de Guimarães, às 15h00. Passadas duas horas tem início o encontro entre Benfica e Ovarense em basquetebol. Às 19h00 há dérbi entre Benfica e Sporting em andebol. E, às 21h00, os encarnados recebem o SC Tomar em hóquei em patins.

2. Triunfos a abrir o fim de semana
Na difícil deslocação ao Leões de Porto Salvo, em futsal, o Benfica venceu por 2-3. Em hóquei em patins no feminino, o Benfica derrotou a APAC Tojal, por 12-5.

3. Outras partidas
As equipas femininas de voleibol e basquetebol jogam, respetivamente, em Guimarães (18h00) e em Esgueira (18h30). No râguebi, o Benfica visita o CR São Miguel (16h00). Amanhã, são várias as equipas femininas do Benfica em ação. As Inspiradoras têm deslocação a Braga (11h00). Às 15h00, visita à EDC Gondomar em futsal. No andebol, receção à Academia São Pedro do Sul (17h00). Em hóquei em patins, embate em Turquel (18h00). À mesma hora, mas em voleibol, dérbi no Pavilhão João Rocha.

4. Inauguração
Amanhã, às 11h30, tem início a cerimónia de inauguração, com a presença de Rui Costa, da primeira Casa Benfica 2.0, localizada em Santarém. Conheça este projeto inovador no Site Oficial.

5. Regresso dos Heróis
Não perca a conversa entre Simão e Cardozo, o mais goleador no Estádio da Luz.

6. Protagonista
Mihaela Minciuna não esconde a ambição europeia. Uma entrevista para ver, na íntegra, na BTV e ler no jornal O Benfica.

7. Campeãs nacionais na primeira pessoa
Ana Hormigo e Rochele Nunes contam como o Benfica conquistou o Campeonato Nacional de judo.

8. Museu sempre em atualização
Desta vez as melhorias foram realizadas na Área 7 – Formar a Ganhar.

9. Casa Benfica Montemor-o-Velho
A BTV esteve nesta embaixada do benfiquismo, que conta com 952 sócios, e conheceu a atividade desenvolvida no futsal, na canoagem e no voleibol."

Os Santos da Comunicação Social


"O derby lisboeta, que resultou numa vitória épica para o SLBenfica, já lá vai, faz uma semana.
Deixamos passar estes dias todos para mais não tardes não sermos acusados de ser tendenciosos.
No final do jogo Boavista-SLBenfica (vitória boavisteiro), o comunicação social deu eco durante semanas, às declarações de Roger Schmidt, por ter confirmado aqui que todos viram: Vlachodimos não esteve bem nesse jogo. Foram horas de programas e rios de tinta nos jornais, com os, já habituais comentadeiros de tudo e mais alguma coisa, a "castigar" o treinador por tais declarações.
Acontece que no final do clássico da Capital, Rúben Amorim disse o seguinte, sobre a expulsão de Gonçalo Inácio:
" (...) foi frustrante, não foi um bom dia para o Gonçalo nem para nós, que perdemos, mas temos de nos agarrar às coisas boas".
O que Amorim disse, a nós não faz qualquer tipo de confusão. Disse o que devia ser dito.
A confusão que me faz aqui, é o que não foi dito pela mesma comunicação social. Um silêncio absoluto e sepulcral. Nada! Nem uma nota de rodapé! Não foi destratado nem acusado de não saber proteger o jogador e a equipa, após a derrota na Luz, contra o eterno rival.
Mas as diferenças de tratamento não se ficam por aqui.
Hoje, soubesse, muita timidamente, que o jogador Geny Catamo foi suspenso pelo clube, alegadamente por se ter desentendido com o capitão (Sebastian Coates), no balneário. Timidamente, porque se fizerem uma simples pesquisa pelo Google, verão o quão difícil é encontrar uma notícia que esclareça o tema.
Já no caso do treinador do Benfica, um assunto deste serve de abertura de programas que se dizem desportivos, onde é logo apelidado de incompetente, mau gestor de recursos humanos e de perda da autoridade no balneário.
E nem as palavras de Frederico Varandas ficam na gaveta. As CS deu amplo destaque às indiretas lançadas pelo presidente leonino, esta semana, ao seu homólogo portista, conferindo-lhe uma imagem puritana e de extrema dignidade. Mas não nos esqueçamos que os presidente do Sporting é o presidente do clube do Cashball, do ex-vice que assaltava casas e acusava árbitros de corrupção depois de lhes depositar valores em contas bancárias, dos perdões bancários que lesaram os contribuintes Portugueses, o clube que tem num acionista principais, uma pessoa que lesou este país em centenas de milhões de euros.
É esta a comunicação social que temos em Portugal. Em Alvalade todos são SANTOS!

#OBenficaEstáEmCrise"

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

O Cantinho Benfiquista #155 - A Happy... Ending!

O exemplo de Varandas e de Rui Costa


"Os presidentes do Sporting, Frederico Varandas, e do Benfica, Rui Costa, aceitaram o convite do presidente do Comité Olímpico de Portugal, José Manuel Constantino, e jantaram à mesma mesa na cerimónia de atribuição dos Prémios do ano, atribuídos pelo COP. Pode parecer, apenas, um gesto simpático e cortês. É muito mais do que isso.
O desporto em Portugal vive um período particularmente invulgar. Atletas, treinadores e dirigentes das mais diversas modalidades, incluindo as olímpicas, redobram esforços e reinventam fórmulas de desenvolvimento capazes de contornar o aparentemente incontornável. O Estado continua a entender, para além do discurso politicamente correto, que o desporto é muito importante na sociedade e na formação dos cidadãos, mas nunca o inscreve na lista das suas verdadeiras preocupações e os media nacionais, que procuram a sua sobrevivência num estreito mini mercado de informação assente na ideia do retorno da atenção imediata, exageram na futebolização do desporto nacional, deixando a grande maioria das modalidades sem cobertura mediática e, pior, sem escrutínio.
O desporto, em Portugal, visto numa perspetiva ampla, está entregue a si próprio, exclusivamente dependente da boa ou má qualidade dos seus protagonistas, vivendo em relâmpagos de incentivo provocados por marcas excecionais, títulos europeus e mundiais que parecem quase inexplicáveis e exemplos de superação que ficam na área restrita do pequeno universo que sobra do imenso continente do futebol.
É por isso que a presença de Varandas e de Rui Costa na Gala do Comité Olímpico teve um simbolismo importante, aliás evidenciado no magnífico discurso de José Manuel Constantino. Em primeiro lugar pela afirmação de que dois presidentes de dois dos maiores clubes nacionais não têm apenas uma consideração representativa pelo desporto além futebol, mas porque afirmam, de forma institucional, que o futebol, num país de monocultura desportiva, tem o dever de ser solidário, de ser inclusivo, de ser protagonista de uma inter-relação que, nestes tempos de egoísmos e de egocentrismos, surge como diferenciadora numa sociedade que se move por interesses particulares ou de grupo.
A menos de um ano dos Jogos Olímpicos de Paris, Portugal tem conseguido resultados, nas mais diversas modalidades olímpicas, que ultrapassam as expectativas que estariam mais de acordo com uma lógica assente em meios e em condições comparativas com outros países. Pode, aliás, acontecer que os Jogos de Paris resultem, para Portugal, no maior sucesso desportivo de sempre, tanto em medalhas conquistadas, como em resultados globais. E isso parece contraditório com o preocupante resvalar para o desinteresse público que também resulta diretamente do desinteresse publicado.
É provável que a luz mediática se acenda durante os Jogos para os tornar vendáveis e rentáveis em relação ao pouco investimento que deverão suscitar. Essa será, como sempre, a altura das exigências de medalhas e de feitos extraterrestres. Os melhores serão recebidos com esplendor no Palácio de Belém, receberão mensagens e abraços apertados dos membros do governo, sejam eles quais forem, lá para os idos de agosto. Mas, como sempre acontece, pouco durará essa luz. Logo o desporto regressará à sua íntima solidão e à sua luta contra o desconhecimento e a tradicional incultura desportiva nacional. Mas é nesses momentos, em que o foco mediático não está apontado para o palco, que gestos como os de Varandas e de Rui Costa mais se tornam essenciais a uma ideia de esperança.

Dentro da área
Assembleia Geral cancelada
O Conselho Superior do FC Porto decidiu cancelar a Assembleia Geral do clube que deveria votar uma polémica proposta de alteração de estatutos e que por isso mobilizara muitos milhares de sócios. Em primeira sessão, essa Assembleia descambou em graves incidentes de violência que causaram sérios danos reputacionais à ideia de democracia do clube. Uma segunda sessão não evitaria o risco e não garantiria o voto favorável. O Conselho optou por cancelar. Entre as justificações e as culpas, lá estava o empolamento dos media!

Fora da área
Jornalistas levados à mão
Houve um momento na guerra de Israel com o Hamas, depois dos primeiros bombardeamentos e das imagens dos seus efeitos trágicos que passaram pelo mundo, que os israelitas estiveram a perder na decisiva batalha pela informação conveniente. Mas o problema foi rapidamente resolvido. Com enorme sentido estratégico, o poderoso exército que invadiu a faixa de Gaza começou a integrar jornalistas das mais diversas nacionalidades. Levados à mão, os repórteres de guerra viram e contaram o que foram levados a ver."

Vítor Serpa, in A Bola

Saída pela porta dos fundos


"A inércia das forças policiais na AG do FCP vai merecer inquérito por parte da tutela?

O Conselho Superior do FC Porto decidiu retirar a proposta de alteração de Estatutos que devia ter sido votada na Assembleia Geral (AG) de segunda-feira, e que, depois de tudo o que sucedeu, devia ser votada na AG da próxima segunda-feira, entretanto cancelada. Fê-lo, é dito num comunicado, «para apaziguar o divisionismo que se quer criar na família portista», e apesar de entender que «a proposta de Estatutos discutida e aprovada nesta sede e remetida à referida AG é para este órgão boa e rigorosa, salvaguardando inteiramente os interesses do Clube e dos seus Associados».
Tê-lo-á feito, então, não porque as alterações estatutárias propostas mudassem as regras do processo eleitoral, nem mesmo porque abrissem portas, em caso de «manifesto interesse do clube», a exceções às incompatibilidades, mas porque teria havido um «empolamento artificialmente criado pela comunicação social e redes sociais» que teve «como resultado os lamentáveis incidentes a que assistimos, convertendo uma importante AG num momento de primárias incendiadas».
Assim, nesta versão que nada adere à realidade, a culpa do que aconteceu não foi de quem intimidou, ofendeu e bateu, mas sim de terceiros externos ao clube. Enfim, trata-se de uma saída pela porta dos fundos, que visa apenas não perder a face, depois dos sinais claros de mudança que lançaram o pânico no núcleo duro — aquele que tem mais a ganhar e a perder — do pintismo.
André Villas-Boas, que será candidato em abril, afirmou ontem, em comunicado, que quer «acreditar que os Órgãos Sociais do FC Porto vão atuar em conformidade com os seus Estatutos e dar início às investigações e procedimentos disciplinares necessários para punir exemplarmente os associados que, de forma indecorosa, agrediram, física e moralmente, outros sócios do FC Porto na AG, bem como cooperar extensivamente com o Ministério Público na investigação já anunciada sobre os incidentes».
Ou seja, não parece disposto a dar tréguas à guarda pretoriana e aos seus mentores.

PS — O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, vai exigir que seja aberto um inquérito às forças policiais que estiveram, na segunda-feira, nas imediações da AG do FC Porto? Se não o fizer, significa isso que está de acordo com os procedimentos? Ou apenas que, num momento político sensível, passa bem sem se envolver numa questão em que, naquele que, dizem as estatísticas, é o terceiro país mais seguro do mundo, a integridade física dos cidadãos foi colocada em risco, perante a inércia policial?"

JPedro: Entrada...

Gaia: Sporting...

Histórias de encantar em Londres, Leverkusen e Girona


"Mas ele volte de lesão, não deixem de reparar em Van de Ven, do Tottenham, vindo esta época do Wolfsburg. Se a equipa parece em dificuldades por estes dias é, em grande parte, porque lhe faltam - e faltarão até ao novo ano civil - a bússola Maddison, o homem que imagina o passe mais difícil e o executa fácil, mas também o gigante neerlandês da defesa, Micky Van de Ven, talvez o mais completo central esquerdino que hoje se pode apreciar, com licença de Gvardiol, que é mais que um central. E, já agora, Van de Ven custou aos Spurs sensivelmente uma terça parte do que aquilo que o Manchester City pagou pelo croata. Está na linha de Pau Torres mas mais rápido, num estilo que o aproxima de Gonçalo Inácio mas mais contundente. Controla o espaço com uma velocidade incrível para um gigante e usa o seu 1,93m para ser igualmente dominador no ar. Há muitas razões para elogiar Ange Postecoglou, o australiano que reinventou o Tottenham, mas uma delas é decerto a descoberta de Van de Ven, que aos 22 anos é todo futuro.
Na Alemanha, de onde saiu Van de Ven, surge Florian Wirtz a cumprir o seu destino. No magnífico projeto de Xabi Alonso em Leverkusen – sempre os treinadores com ideias sedutoras na explosão dos maiores talentos – há outros destaques óbvios: Granit Xhaka e a qualidade rara de ver mais campo que os outros, Grimaldo e a teimosia de ser melhor a cada metro que galga no campo, Victor Boniface e a capacidade de um predador poderoso na zona do campo onde os jogos se decidem.
Mas além destes, acima deles ainda, explode de vez o menino Wirtz, 20 anos apenas, mas já na quarta época como titular do Bayer. O modelo de Xabi parece construído para o valorizar, talento definitivo nos três quartos do campo, organizador, driblador, assistente e finalizador. Vejam o golo que marcou a Freiburg há duas semanas e perceberão melhor o que aqui digo. Com um treinador que o entenda, como este, está ali um dos melhores jogadores do mundo da próxima década. É esperar para ver. E ir vendo.
Não há coincidências: o Girona, equipa sem história que faz história, não lidera La Liga por milagre nem em resultado de uma felicidade pontual, autorizada por um calendário acessível. Lidera porque joga bem, joga muito, melhor que os restantes. Vi-os recentemente, num duelo de belo jogo com o Rayo Vallecano, curiosamente o clube onde começou a construir carreira Michel, o treinador que causa espanto. Este Míchel, Míchel Sánchez - não confundir com o médio lendário do Real Madrid - tem 48 anos e exibe os traços que identificam um treinador da linha City (o Girona pertence ao grupo de Mansour): ideia sedutora, ofensiva, que tenta multiplicar oportunidades para somar golos e valoriza sempre o jogo com bola. E valoriza desde trás, por isso buscou elemento essencial em Eric García, com mais sombras que luzes nos anos do Barça, e lhe colocou ao lado Daley Blind, para a segunda juventude de um sábio tático.
E gosto do venezuelano Yangel Herrera, médio técnico que transporta com qualidade, delicio-me com o toque de bola de Aleix García, finalmente ao nível que prometia e já na seleção, aprecio a eficácia da dupla ucraniana, nas aproximações à área de Tsygankov e no trabalho nela que faz Dovbyk. E, sobretudo, adoro Savinho, miúdo mineiro nascido em abril de 2004, emprestado pelo francês Troyes, clube da mesma firma, esquerdino que gosta de viver à esquerda, o que rareia por estes dias, quase tanto como o seu futebol feiticeiro que traz o drible do berço, como o melhor Neymar, ou Vini Jr, dessa estirpe rara de jogar sorrindo como só o Brasil parece saber fabricar.
Em boa verdade, escrevi esta crónica para vos poder falar de Savinho. Porque me custa mesmo que haja quem ainda não tenha percebido que ele existe."

Como deve um árbitro preparar um jogo internacional?


"Os jogos internacionais, como aqueles que Portugal disputa nesta semana de apuramento para o Euro 2024, são desafiantes para jogadores e técnicos, mas também para os próprios árbitros, sob o ponto de vista da preparação técnica.
As suas nomeações são geralmente conhecidas com alguma antecedência, o que lhes permite terem mais meios e condições para anteciparem tudo o que em teoria poderá acontecer nas quatro linhas.
Independentemente de não haver nada padronizado nessa matéria, o que me parece um erro crasso - na verdade, cada equipa de arbitragem prepara (ou não) o jogo como bem entende -, a verdade é que a maioria dos árbitros têm um método de trabalho muito profissional, que implica o estudo cuidadoso de todas as variáveis que terão pela frente.
Isso pressupõe estudarem os clubes e/ou as seleções em causa, nomeadamente a sua forma habitual de jogar, as táticas que usam nas várias fases do jogo (bolas paradas a favor e contra, por exemplo) e conhecerem ao pormenor os seus jogadores mais influentes, ou seja, os mais rápidos e contestatários, os mais tecnicistas e mais lentos, os que executam bolas paradas e fazem/sofrem mais faltas, os que simulam ou caem com maior frequência, etc.
É também importante perceberem a relevância da partida em si, ou seja, se é ou não decisiva (porque isso altera a predisposição emocional dos jogadores), o histórico recente de problemas entre elas e/ou os seus adeptos, o comportamento habitual dos bancos técnicos, o estado do tempo previsto à hora do jogo, o número de pessoas esperadas nas bancadas, a sua postura habitual, a qualidade do relvado, etc.
Nada pode ser deixado ao pormenor. Se um árbitro não tentar conhecer estas variáveis, jamais poderá jogar na antecipação. Fará uma arbitragem reativa que é quase sempre sinónimo de caótica.
Mas em jogos como aqueles que Portugal enfrentará agora, os árbitros internacionais sabem que, por regra, viajam na véspera e regressam na manhã do dia seguinte. A exceção são os sítios com fuso horário substancialmente diferente e/ou que impliquem deslocações maiores (casos da Rússia, Bielorrússia, Cazaquistão, Israel e afins). Aí a chegada à cidade acontece quase sempre dois dias antes do apito inicial.
Os seus planos de viagem devem ter em conta inúmeros fatores, que vão da vertente técnica à logística, sem esquecer a questão física e emocional.
A escolha da indumentária a utilizar é fundamental, pois será essa que venderá (ou não) para o exterior imagem de credibilidade e profissionalismo da equipa. Convém haver coerência e profissionalismo aí, não vá o árbitro aparecer de fato e gravata, um dos seus assistentes de t-shirt e calções e o outro de fato de treino e chinelos.
Depois, tudo o resto conta também: a escolha dos equipamentos de treino e de jogo que a competição exige (convém que o básico, o essencial, esteja na mala de mão, não vá a bagagem de porão extraviar-se), além de todos os acessórios técnicos necessários à realização do encontro: relatórios, apitos, moedas, cartões, sistema de comunicação, calçado, bandeirolas, etc. Depois, os kits de higiene pessoal e médico, documentos de identidade, cartão de crédito, dinheiro…
Nada pode falhar a esse nível, porque o tempo passado no estrangeiro não dá azo a grandes manobras: à chegada um elemento local estará à sua espera no aeroporto (geralmente alguém indicado pela Federação do país visitado) para, depois de uma breve ida ao hotel para troca de roupa, irem efetuar treino ligeiro ao estádio onde o jogo decorrerá. Esse momento serve para conhecerem as instalações do clube, desentorpecerem os músculos e perceberem em que estado está o relvado.
É uma primeira aproximação à realidade competitiva do dia seguinte.
Depois do duche no local, nova muda de roupa no hotel e jantar, já com a presença dos delegados e observador ao jogo, ambos nomeados pela UEFA. Momento tranquilo mas com algum formalismo, porque é aí que todos se conhecem e retiram as primeiras impressões uns dos outros.
Na manhã seguinte (dia de jogo) e logo após o pequeno-almoço, reunião de segurança no estádio, que por regra começa às 10h locais. Esse é um momento importante, onde a equipa de arbitragem - ou um elemento a representa-la - conhece tudo o que está definido em termos de equipamentos das equipas, transmissões televisivas, local de aquecimento de suplentes, questões relacionadas com segurança, apoio médico, situações de emergência, etc. É também aí que todos os outros intervenientes conhecem o árbitro (ou o seu representante) e escutam algumas das suas indicações técnicas.
Antes do seu início, é feita vistoria oficial ao terreno de jogo e às suas imediações (balneários das equipas, sala de doping, de imprensa, etc).
Após o almoço, um curto descanso, reunião de preparação entre equipa, lanche e partida para o estádio, onde é suposto os árbitros ingressarem com duas horas de antecedência.
Depois do jogo terminar e de todos os atos administrativos realizados, saída do estádio direta para um restaurante pré-definido, para jantar com os representantes da UEFA. O regresso ao hotel costuma ser tardio e, com a ressaca do jogo e respetivo debriefing (com o observador e entre a própria equipa), sobra geralmente pouco tempo para dormir. A mala fica logo pronta e duas, três horas depois (às vezes nem isso), de volta ao aeroporto para o voo de regresso a casa.
É uma vida entusiasmante, mas carregada de sensações fortes: expectativa, nervosismo, ansiedade pré-jogo; foco máximo, concentração total e adrenalina ao rubro durante os noventa minutos; descompensação total no período que segue. Descompensação que pode ser positiva, entusiasmante e encorajadora (se o jogo correr bem) ou depressiva, prolongada e angustiante (se correr mal).
Faz parte."

Uma Semana do Melhor, excerto...

Carlos Manuel, excerto...