Últimas indefectivações

terça-feira, 17 de julho de 2012

O gesto (II)...

Juniores

Plantel de Juniores 2012/2013



Guarda-Redes
José Costa
Ruben Alfaiate
Vitor Rodrigues

Defesas
David Carvalho (defesa-direito)
Nelson Monte (defesa-direito/central)
Miguel Lopes (defesa-direito)
Pedro Rebocho (defesa-esquerdo/direito)
Rafael Almeida (defesa-esquerdo)
João Nunes (defesa-central)
Alexandre Alfaiate (defesa-central)
Tiago Duque (defesa-central)
Fábio Cardoso (defesa-central)
Rudinilson "Rudy" (defesa-central)

Médios
Valdomiro Lameira "Estrela" (médio-centro)
João Teixeira (médio-centro)
Raphael Guzzo (médio-centro)
Bernardo Silva (médio-centro)
Filipe Nascimento (médio-centro)
Diogo Rocha (médio-centro)
Diogo Mauricio (médio-centro)
Robert Mirosavic (médio-centro) (ex-Helsinborgs IF)
Eliseu Cassamá (extremo-direito/esquerdo)
Sancidino Silva "Dino" (extremo-direito/esquerdo)
Romário Baldé (extremo-direito/esquerdo) (Juvenil A)
Gonçalo Guedes (extremo-direito/esquerdo) (Juvenil A)

Avançados
Alseny Bah (ponta-de-lança)
João Gomes (ponta-de-lança)
Rui Caniço (ponta-de-lança)

Treinador
João Tralhão

Juvenis A

Plantel de Juvenis A 2012/2013


Guarda-Redes
Rafael Lopes
Tiago Bizarro
Fábio Duarte (Iniciado)

Defesas
Issac Fernandes (defesa-direito)
João Coelho (defesa-direito) (Juvenil B)
Nelson Feijão (defesa-esquerdo)
Yuri Ribeiro (defesa-esquerdo) (ex-Braga) (Juvenil B)
José Alvaro (defesa-central)
Gilson Costa (defesa-central)
João Lima (defesa-central)
Pedro Rodrigues (defesa-central) (Juvenil B)

Médios
Edson Pires (médio-centro)
Respício Augusto (médio-centro)
João Costa (médio-centro)
João Gamboa (médio-centro) (ex-Varzim)
Renato Sanches (médio-centro) (Juvenil B)
Kevin Oliveira (médio-centro)
Daniel Santos (médio-centro)
Filipe Ferreira (extremo-esquerdo)
Gonçalo Maria (extremo-esquerdo)
Hildeberto Pereira (extremo-direito)
Gonçalo Guedes (extemo-direito)

Avançados
João Monteiro (ponta-de-lança)
Diogo David (ponta-de-lança)

Treinador
Renato Paiva

O homem da brilhantina (I)

"Chegou de brilhantina, e dizia que era do Benfica - apesar de ter sido atleta do Sporting. Tão solene confissão terá enganado alguns incautos. Terá lançado a confusão, e conseguido o efeito que, na verdade, pretendia. Rapidamente, porém, o homem mostrou ao que vinha, o que se dispunha a fazer, e a quem servia. Hoje, já só é enganado quem quer. E ele, continua a rir-se de nós.

Uma história longa
Estávamos no longínquo mês de Janeiro de 2001, quando o protagonista desta história começou a dar nas vistas. Era Toni o nosso treinador, jogávamos no Bessa as últimas esperanças na corrida ao título, e na jornada anterior fôramos vítimas da pior arbitragem da carreira de Duarte Gomes. Em pleno Estádio da Luz, diante do Sporting, uma vantagem de dois a zero fora então totalmente subvertida pelo senhor do apito (também da Associação de Futebol de Lisboa), com uma dualidade de critérios que poupou duas expulsões a sportinguistas, colocando-nos, pelo contrário, em inferioridade numérica, oferecendo mais tarde uma grande penalidade totalmente absurda que Mário Jardel se encarregou de transformar no 2-1, para pouco tempo depois, o mesmo jogador, partindo de posição irregular, selar o escandaloso empate. Um pormenor: se o Benfica ganhasse, isolava-se no comando da classificação. Mas voltemos ao homem da brilhantina.
Nessa partida frente ao Boavista, que o Benfica perdeu (perdendo também as derradeiras hipóteses de ser campeão), foram ignorados dois penáltis, qual deles mais evidente: um por agarrão a Mantorras, e outro por rasteira a Simão Sabrosa (as imagens podem ser vistas em http://pluribusunum7.blogspot.pt/2012/06/hipocrisia-servilismo-ou-corrupcao.html). A derrota, para além das consequências classificativas óbvias, originou a demissão de Toni. Era o primeiro assomo de alguém cujo protagonismo nunca mais deixaria de se fazer sentir no futebol português. Era o primeiro episódio de uma saga, que ainda perdura, e parece não ter fim. E, olhando ao detergente que tem sido usado ultimamente, deixo aqui a minha aposta em como o filme ainda não terminou.

Pontos altos
Precisamente dois anos mais tarde, o homem voltou a atacar. E logo num dérbi.
Não querendo ficar atrás do colega Duarte Gomes, fez questão de deixar claro que, na arte de apitar, e de condicionar jogos sempre com um sorriso nos lábios, ninguém o iria parar: Rapidamente assinalou um penálti fantasma num lance inócuo entre o sportinguista Silva e o guarda-redes Moreira, em que o primeiro simula uma queda. Depois expulsou Miguel, terminando com um outro penálti inexistente, desta vez após uma carga de ombro de Ricardo Rocha a Sá Pinto. O central também foi expulso, e terminamos com nove. Resultado: 1-3 para o Sporting. Mas o pior estava para vir.
Avancemos para Maio de 2005, altura em que o Benfica de Trapattoni, a três jornadas do fim, dispõe de três pontos de vantagem no comando do Campeonato Nacional, estando assim à beira de se sagrar campeão, onze anos depois do último título. Joga em Penafiel, e o que se passa nessa partida dava para todo um compêndio. Primeiro, o brasileiro Geovanni é pontapeado na área. Depois, Pedro Mantorras é agarrado e deitado ao chão aquando da marcação de um pontapé de canto. Mais tarde, Simão Sabrosa é empurrado pelas costas. E, pelo meio, há um corte com a mão de um defesa penafidelense, a cruzamento do mesmo Geovanni. Tudo isto fica impune. As imagens também estão na Internet. Balanço: quatro-penáltis-quatro (!!!) escamoteados ao Benfica. Resultado: Penafiel, 1 - Benfica, 0 e perda do primeiro lugar. Dúvida: cometendo tantas grandes penalidades no mesmo jogo, será que os jogadores da equipa nortenha sabiam de antemão aquilo que podiam fazer em campo? Certeza: um penálti, passa, dois já é mais estranho, mas quem não marca quatro, não quer mesmo marcar nenhum.
A história continuou meses mais tarde, já na temporada seguinte, numa partida entre Benfica e Belenenses, na qual ficou por sancionar falta clara sobre Nuno Assis. Os 'encarnados' não foram além de um empate a zero, permitindo que o FC Porto de Co Adriaanse se afastasse na liderança da prova. O labor deste árbitro no sentido de prejudicar, sempre, o Benfica, era já digno de nota.
Faltava, todavia, um momento. Um momento de decisão. Penafiel fora um caso exemplar, mas inconsequente - o Benfica, duas semanas mais tarde, conquistaria o título. Faltava decidir um Campeonato, entregando-o de bandeja aos mesmos de quase sempre, e mostrando a quem de direito como um simples árbitro podia fabricar campeões. Esse momento chegaria em 2009.
(Parte II na próxima semana)"

Luís Fialho, in O Benfica

Transparência

"Não sei até que ponto a decisão poderá prejudicar ou não o interesse imediato do Benfica. Desconheço as razões do timing da mesma e não me custa a acreditar que não sejam totalmente inocentes. Não deixo, mesmo assim, de saudar a proibição de empréstimos de jogadores a clubes da mesma competição, imposta pela Liga, resolução que, a meu ver, só peca por tardia.
É verdade que, num mundo perfeito, seria interessante que alguns jovens dos quadros dos principais clubes pudessem rodar noutras equipas, onde tivessem mais tempo de utilização, e onde pudessem mostrar-se semana a semana. Acontece que o mundo está longe da perfeição, e o futebol português é um mar de interesses obscuros, suspeições, mentiras e chico-espertices, onde o adepto come e cala, acabando frequentemente tomado por idiota útil.
As escutas do Apito Dourado apenas confirmaram aquilo que muitos já suspeitavam: que havia quem fosse capaz de tudo para vencer, fazendo tábua rasa da ética e das leias sempre que interesses próprios se sobrepusessem.
Não sejamos ingénuos. Quem corrompe árbitros, quem corrompe jornalistas, quem corrompe dirigentes federativos, facilmente corromperá também outros agentes, entre os quais, os próprios jogadores. Por maioria de razão, se estiverem na órbita da sua dependência laboral. Se observarmos com atenção alguns jogos do nosso Campeonato, ficaremos, por menos, desconfiados com aquilo que vemos. Não só relativamente a jogadores emprestados, mas também a pré-contratados, ou agenciados por este ou aquele empresário, e objecto de promessas de contratos futuros, em Portugal eu no estrangeiro. Creio que a corrupção no futebol está longe de se esgotar na arbitragem, sendo até mais fácil a um guarda-redes, ou a um defesa-central, subverter um resultado sem que ninguém se aperceba, ou passa mais tarde comprovar. Há, de resto, bibliografia sobre o tema.
Esta medida não resolve a questão, mas parece-me um passo no sentido de a limitar, ainda que ligeiramente. É, por isso, digna de louvor."

Luís Fialho, in O Benfica 

Cordialidade e respeito

"Diego Capel, o extremo que encantou os sportinguistas na temporada passada e que é vagamente parecido com o primeiro-ministro português – ponha-se uma bandolete presa na testa de Passos Coelho e logo saltarão à vista as semelhanças entre os dois homens -, ficou em estado de grande desconsolo por não ter sido um dos escolhidos por Luis Milla, o seleccionador da equipa olímpica espanhola que vai, certamente, brilhar nos Jogos de Londres que começam daqui a nada.
Capel recebeu através do Twitter inúmeras mensagens de apoio de amigos e de colegas de profissão. Entre elas, vem a propósito destacar a mensagem que Javi Garcia, espanhol como ele, jogando em Portugal como ele mas jogando num clube rival, o Benfica, enviou com rapidez ao rapidíssimo jogador do Sporting. Reza assim: “Dentro de pouco tempo voltas a treinar e mais forte do que nunca!”
Estas coisas são sempre boas de se ver. São educativas, no mínimo. O futebol, na sua essência, encerra rivalidades e histórias de desamores que marcam a sociedade muito para além do simples pontapé na bola e, por isso mesmo, são sempre bem-vindas as manifestações de cordialidade e de respeito, pelo menos em tempo de férias. Não é de crer que os responsáveis do Benfica ou os do Sporting exijam aos seus jogadores, Capel e Garcia, pedidos públicos de desculpas por causa destes amigáveis deleites de conversação entre jogadores de emblemas que historicamente se desprezam.
Aparentemente, esta é uma vantagem social e civilizacional das políticas de comunicação do Benfica e do Sporting. Dirão os catedráticos de outros modos contrários de operar que é por esta e por outras razões que o Benfica e o Sporting nunca mais conseguem enfileirar ao lado do FC Porto como dominadores absolutos e incontestados do futebol português. É que, dentro desta lógica vencedora do conflito permanente, nunca pode haver lugar a lamechices: por exemplo, o belga Defour, jogador do Dragão, revelou ainda recentemente que lhe foi superiormente recomendado que evitasse cumprimentar ou trocar qualquer género de gesto amistoso com o belga Witsel, jogador do Benfica, sempre que ambos se encontrassem na presença de câmaras.
E ainda não se encontrou mezinha para esta doença."