Últimas indefectivações

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Factos!

"Será muito difícil, para não dizer impossível, que alguém consiga encontrar na mesma temporada tantas decisões inexplicáveis, incompreensíveis e inaceitáveis em favor da mesma equipa.
Está à vista que a verdade incomoda sobretudo quem beneficia com este prolongado estado de anormalidade. Mas não é por isso que deixaremos de repetir, as vezes que forem necessárias, aquilo que está a acontecer.
Nós mostramos as imagens concretas das sucessivas irregularidades! Nós mostramos os factos! Nós mostramos a verdade! Na BTV, hoje mesmo, voltaremos a actualizar a ‘lista negra’ dos casos de arbitragem que, infelizmente, não pára de aumentar. Outros inventam processos que não existem e levantam suspeitas irreais, que não têm qualquer suporte. Vivem eternamente no 1 de Abril!
Repetem mil vezes uma mentira à espera que ela se transforme em verdade. Não vão conseguir. Nós repetiremos mil vezes a verdade à espera que se faça justiça!
Numa época tão atípica, há mais factos ‘estranhos’ a acontecer. Era difícil não reparar nos resumos da 27.ª jornada produzidos pela Liga Portugal – e que estão disponíveis no próprio site oficial. Os resumos do Benfica-Tondela e do Sp. Braga-FC Porto têm, naturalmente, os respectivos golos e outros lances capitais de ambos os jogos. Com dois pequenos ‘esquecimentos’.
No jogo da Luz falta o penálti cometido e não assinalado sobre Samaris. No resumo do jogo de Braga falta o penálti cometido e não assinalado sobre Wilson Eduardo. Quais os critérios de edição utilizados? O que quer esconder a Liga?
Mais uma razão, a juntar a tantas outras, para estarmos cada vez mais atentos e unidos. O texto de André Almeida ontem publicado nas redes sociais (acompanhado pelo vídeo do golo de Seferovic frente ao Tondela) resume na perfeição a forma de abordar a recta final da temporada: “Tentaremos sempre dar tudo em cada jogo e em cada treino, sabendo que com a União de todos, dentro e fora do relvado, somos mesmo mais fortes. Porque, e agora cada vez mais, todos contam!!!”

PS: O futsal feminino do Benfica continua a coleccionar títulos! A equipa conquistou ontem, em Gondomar, a Taça de Portugal pela 4ª temporada consecutiva. Parabéns à equipa técnica orientada por Bruno Fernandes e a todas as jogadoras."

E esta compilação ainda não inclui a última jornada...!!!

Arbitragem viveu um sábado negro

"O presidente do Conselho de Arbitragem não tem por missão defender os árbitros mas defender a arbitragem. O que não é a mesma coisa...

A chegada ao futebol das ajudas tecnológicas aos árbitros, no sentido de minimizar os erros, teve efeitos vários e diversos: por exemplo, os adeptos, no estádio, não festejam da mesma maneira a entrada da bola na baliza, preferem aguardar pela confirmação do VAR para uma explosão de alegria ao retardador; os jogadores sabem que já não vale a pena o jogo subterrâneo que tantas vezes escapava a escrutínio das equipas de arbitragem e que, até, marcou uma era no futebol; e os árbitros viram esfumar-se a melhor das desculpas que tinham, a de que não tinham visto bem o lance.
Não creio subsistirem dúvidas da irreversibilidade do VAR e da sua extrema utilidade. O Mundial da Rússia teve arbitragem quase sempre perto da excelência e a Liga dos Campeões está a mostrar-nos uma significativa redução de erros. Mas, e aqui chegamos ao caso português, o que a tecnologia não consegue é transformar um mau árbitro num bom árbitro. Se o juiz de vídeo não percebe o jogo, usa mal as regras e não tem coragem para aplicar a lei, a única coisa que pode e deve ser feita é dar-lhe guia de marcha e convidá-lo a dedicar-se a outra actividade onde não cause danos ao futebol.
Depois de um fim de semana com jornada de selecções em que, pela ausência de VAR, Portugal se viu espoliado de duas grandes penalidades claras, o campeonato nacional regressou com um sábado negro para a arbitragem, em que houve incompetência, falta de bom senso e cobardia. E, na maior parte dos casos, o mal maior não esteve no árbitro de campo mas em quem, sentado na Cidade do Futebol, mostrou uma inépcia indesculpável. Sejamos absolutamente claros: se Manuel Mota, em Chaves, sofreu bloqueio quando foi ver as imagens e mesmo assim expulsou Ristovski, nada desculpa o VAR na grande penalidade cometida por Acuña sobre Paulinho (VAR, Vasco Santos); em Braga (VAR, António Nobre e P. Martins), o penálti não assinalado de Corona sobre Wilson Eduardo, aos 88 minutos, foi uma facada nas costas na verdade desportiva; e na Luz (VAR, Hélder Malheiro e Bruno Jesus) a grande penalidade cometida por João Pedro sobre Samaris, vista com clareza cristalina na televisão, devia dar despedimento com justa causa a quem tanto maltratou o futebol. Se um árbitro vê um lance daqueles e não age em conformidade, não merece outra cosia que não seja a porta da rua.

Ás
Haris Seferovic
O internacional suíço, melhor marcador da Liga, regressou de lesão e não se sentiu afectado ou diminuído por ir para o banco. Quando chegou a hora de entrar, trabalhou como o mais humilde dos operários e tanto porfiou que matou caça, finalizando com um belo golpe de cabeça um cruzamento preciso de Grimaldo.

Ás
Marco Silva
O Everton de Marco Silva parece estar a ganhar a consistência que lhe faltava e está na corrida pelo sétimo lugar da Premier League, um objectivo para os 14 clubes que não são City, Liverpool, United, Tottenham, Arsenal ou Chelsea. No sábado, a equipa de Marco venceu o West Ham, em Londres, com clareza.

Duque
Sebastian Vettel
O que se passou com o piloto alemão, muito afastado das perfomances sem mácula que o fizeram chegar ao tetracampeonato na Fórmula 1? Ontem, no Barém, desconcertante e errático, voltou a ser superado por um afinadíssimo Hamilton, que teria ainda tempo para vencer uma corrida com dobradinha Mercedes...

O coelho que comeu a cartola do mágico...
«Com a entrada de Seferovic, e depois de Taarbat e Jota, procurámos criar dificuldades ao Tondela para que baixasse o bloco»
Bruno Lage, treinador do Benfica
O sucesso de Bruno Lage no Benfica deveu-se fundamentalmente ao regresso dos encarnados a princípios de jogo que andavam esquecidos e à escolha criteriosa de peças que se encaixavam na perfeição. Lage não deve afastar-se destas premissas. Andar a tirar demasiados coelhos da cartola, como fez no sábado, é perigoso e um dia pode dar com ela cheia de buracos.

Civilização
A festa foi bonita, o Presidente da República marcou presença, Moçambique recebeu, além da ajuda financeira, mais uma prova de que mora no nosso coração, e foi batido o recorde de assistência num jogo de futebol feminino em Portugal. Tudo porque a FPF tomou a iniciativa, o Belenenses ajudou e o Benfica e o Sporting estiveram à altura das circunstâncias, comportando-se como rivais históricos que se respeitam. Para o futebol português, cuja imagem, por culpa dos dirigentes, anda pelas ruas da amargura, foi um raio de luz que iluminou as trevas.

A arte da sedução, na versão Mourinho
Descartado o regresso ao Real Madrid, Mourinho tem sabido manter viva a chama noutros mercados, alguns deles que nunca explorou, como a França, onde teve direito a manchete do 'L'Équipe', e a Alemanha, que fala insistentemente no nome do sadino para o Bayern. Não é em vão que lhe chamam 'The Special One'."

José Manuel Delgado, in A Bola

Árbitros decidem por linhas tortas

"Parece haver, neste campeonato, um padrão de benefício na dúvida que tem favorecido o FC Porto. Não se tratam de meros episódios ocasionais e que assentaram, apenas, em factos objectivos nesta última jornada, mas de uma tendência que se manifesta, muito provavelmente, por razões mais subjectivas do que objectivas, e que consagram, pelas piores razões, um sentimento de reposição de equilíbrio.
Na ideia criada de que o Benfica tirou partido, nas últimas épocas, de uma maior influência nas estruturas do futebol; na convicção, pelo menos de uma maioria qualificada, de que o Benfica esteve envolvido em esquemas e comportamentos, no mínimo, imorais; na presunção de que, durante estes anos de influência benfiquista no aparelho que gere e comanda o futebol nacional, o FC Porto foi o mais prejudicado na luta pelo título.
A estratégia de comunicação portista tem sido, aliás, bem-sucedida, desde que criou óbvia perturbação na Luz e evidente inquietação nos órgãos de gestão do futebol profissional, com a divulgação de emails comprometedores e que se apresentavam como indiciadores de práticas ilícitas por parte do clube rival. Criou-se, assim, uma lógica futeboleira de que, na dúvida, o Benfica não pode nem deve ser beneficiado e que o FC Porto não deve, nem pode ser prejudicado.
Os árbitros, com o seu prolongamento aos que se sentam nas salas de video da Cidade do Futebol, foram os mais influenciados. Por isso, apesar dos esforços das discussões e das análises críticas promovidas pelo Conselho de Arbitragem, é muito difícil anular a tendência. Principalmente nesta fase final de jornadas decisivas."

Vítor Serpa, in A Bola

PS: Extraordinária a forma engenhosa como o colunista se esforçou para encontrar uma explicação para todas as roubalheiras que temos assistido, sem ter que acusar os criminosos dos crimes que têm cometido... nem que para isso, tenha ajudado a difundir um Mito mentiroso e calunioso, inventado por criminosos... sendo assim o próprio colunista, cúmplice da mentira!!!
Ainda por cima, toda esta espinha dobrada, defendendo uma tese claramente falhada: se por acaso os árbitros, fossem influenciados, pelos passados 'criminosos' dos respectivos Clubes - e no caso dos Corruptos estamos a falar de 40 anos de roubalheiras, algumas delas provadas em Tribunal - então os Corruptos, que têm a fama e o proveito de 'controlarem' à mais de 40 anos o 'Sistema', seriam sempre prejudicados em todos os jogos, durante muitas épocas..!!!

Do respeito. E, também, da falta dele

"É difícil respeitar quem não se dá ao respeito. Gente que não se importa de ser peão em jogos para os quais não tem capacidade intelectual

Tenho por Rui Pinto o respeito que sempre terei pelas pessoas que revelam a coragem de enfrentar forças muito superiores a elas. Correu o mais famoso hacker português, não tenhamos disso dúvidas, enormes riscos ao assumir - ou, pelo menos, dar por isso a cara, perceberemos, talvez, mais à frente... - uma guerra que podia perfeitamente não ter comprado, de certeza ciente (ele mais do que ninguém) de que não há, hoje, segredo que esteja 100 por cento seguro e que, por via disso, a sua identidade haveria, mais tarde ou mais cedo, por ser revelada. E que sofreria as represálias de quem nunca lhe perdoará a forma como denunciou esquemas que deveriam (no entender de quem os praticou, perceba-se..) ter ficado na obscuridade.
Recuso-me, ainda assim,a colar a Rui Pinto a imagem de Robin dos Bosques que muitos lhe pretendem associar. Em especial porque existe, ainda, muita coisa por esclarecer pela Justiça e só depois disso poderemos tirar conclusões efectivas sobre as motivações do jovem pirata informático, que convém recordar aos mais esquecidos, não está apenas acusado de acesso ilegítimo ou violação de segredo, crimes para muitos desculpáveis - numa teoria que, admito, até percebo - pelos muitos esquemas (uns já assumidamente criminosos outros que, se não são, assim parecem) que com isso ajudou a denunciar. Está, também, acusado de extorsão, que a provar-se faria cair por terra a ideia de tratar-se Rui Pinto de alguém que fez o que fez a pensar apenas no bem comum. Ou no interesse dos mais pobres. O melhor parece-me, portanto, esperar e só depois decidir se Rui Pinto será visto como herói ou vilão. Ou, até, algo entre uma coisa e a outra.
Mas tenho, neste caso, certeza de uma coisa: não podem as autoridades centrar-se apenas no mensageiro. Seria - além de inexplicável - um desperdício não aproveitar aquilo que Rui Pinto divulgou, ou ajudou a divulgar, para fazer uma cada vez mais necessária limpeza num mundo que sempre se achou acima das leis. Não está, tal como acima delas não está Rui Pinto. E se todo este episódio ajudar a tornar o futebol mais transparente, então o hacker luso terá, mesmo que por isso tenha de pagar criminalmente, prestado um enorme serviço à sociedade. E sim, seja qual for o desfecho das acusações a Rui Pinto, não me choca nada que peçam as autoridades a sua colaboração, aproveitando as suas aparentemente extraordinárias capacidades informáticas para combater actos ilícitos. Não era a primeira vez que aconteceria e não seria, certamente, a última.

Não tenho absolutamente respeito algum pelas duas figurinhas que esta semana nos fizeram perceber que o futebol português é, verdadeiramente, um poço sem fundo: quando nos parece que não pode descer mais baixo, há sempre alguém a mostrar-nos que não há, afinal, limites quando a ideia é mostrar o lado mais podre do mundo da bola. É triste perceber o mediatismo que assumem, não só por culpa de quem deveria perceber que não são ninguém, mas também de gente que, com responsabilidades, deles apenas deveria querer distância. Dizem saber todos os podres do futebol, reais ou fictícios, e e normal que saibam, de facto, alguns, porque o futebol português está mergulhado num lamaçal de podridão de que figurinhas destas precisam para sobreviver, social e, até, financeiramente.
Mas mais tristes ainda são, mesmo, as figuras que estão dispostos a fazer em nome não se entende bem do quê. Não percebem que não passam de peões num jogo de xadrez que não têm capacidade intelectual para jogar. E não é preciso ser nenhum Kasparov para saber que os peões são, sempre, os primeiros a ser sacrificados e nunca, mas nunca, poderão transformar-se em torres, cavalos ou bispos. São, e serão sempre, dispensáveis quando deixam de ser úteis. E saem do jogo sem que ninguém se lembre - ou tenha pena - deles.

É difícil ter respeito por quem não se dá ao respeito. O que os clubes estão a fazer na rábula da integração do Gil Vicente na Liga é inqualifivável. Já é maus saber que há um grupo a tentar alterar as regras que os próprios aprovaram há quase dois anos quando faltam menos de dois meses de acabar a época só porque podem, agora, ser despromovidos. Pior ainda é ouvir um presidente vir no final de uma reunião do chamado G15, dizer que os clubes precisam de ser esclarecidos sobre a norma que aprovaram. É incrível, não é? Perceber que nas Assembleias Gerais da Liga os clubes aprovam regulamentos que não sabem o que significam daria vontade de rir, não se tratasse de uma coisa demasiado séria para brincar.
Haver clubes que, perante o abismo da descida, recorram a todos os meios para evitar lá cair até se percebe. O que não se entende mesmo é haver outros que, absolutamente confortáveis, embarquem nesta loucura. Ou, se calhar, até se percebe. Porque aquilo que motiva este inesperado movimento, talvez não na sua origem mas no aproveitamento que deste caso está a fazer, será afinal mais profundo do que o que está à vista. E perceber-se-á em breve. É, como quase tudo no futebol português, um jogo de poder. E é também por isso que é cada vez mais difícil andar para a frente. Por causa disso e da falta de vergonha que por cá continua a cultivar-se como se fosse uma virtude.

Inqualificável é também que alguém que, pelas responsabilidades que tem, teríamos como minimamente inteligente, utilize as redes sociais para ter conversas (como lhe chamaria alguém sempre que a discussão aquece) de tasca. É verdadeiramente incrível aquilo em que a clubite transforma as pessoas."

Ricardo Quaresma, in A Bola

Voltar atrás num cartão vermelho

"No jogo Desportivo de Chaves-Sporting, ao minuto 85, ocorreu uma situação muito interessante sob o ponto de vista da interpretação e aplicação do protocolo do videoárbitro (VAR) que, pelo facto de ter suscitado dúvidas, quer nos jogadores que estavam no terreno de jogo, quer nos diversos comentadores que analisaram o lance, vale a pena abordar aqui.
Vamos à descrição da jogada e à sequência da mesma. Maras comete uma infracção sobre Raphinha, que o árbitro sancionou com livre directo, tendo, disciplinarmente, exibido o cartão vermelho ao jogador flaviense, por este ter anulado uma clara oportunidade de golo (COG). Contudo, após ser “chekado” o lance por parte do VAR, reverteu a sua decisão, quer técnica, quer disciplinar, transformando a falta a favor dos “leões” num livre directo contra o Sporting e mostrando cartão vermelho directo a Ristovski por, no início da jogada, o jogador “leonino” ter cometido uma falta que garantiu a posse de bola e a transição ofensiva da sua equipa. Mais, por ter considerado que essa infracção teria sido por uma falta grosseira com uso excessivo de força, expulsou o defesa leonino.
A questão que eu quero esclarecer não tem a ver com o cartão vermelho mostrado a Ristovski pelo tackle deslizante, pois aí o critério tem a ver com a interpretação que o VAR e o árbitro fizeram e que todos nós podemos fazer no sentido da fronteira entre a falta ter sido negligente (cartão amarelo) - ou seja, o jogador actuou sem ter em conta o perigo e as consequências do seu acto para com o adversário -, ou se foi uma infracção cometida com força excessiva (vermelho) - ou seja, o jogador colocou em perigo a segurança e a integridade física de Nitinho, que foi o jogador com quem Ristovski discutiu o lance. O interessante desta jogada é que as pessoas, de uma forma geral, não sabiam que se poderia reverter um lance de cartão vermelho por, no início da jogada que originou essa infracção, ter ocorrido uma irregularidade, pois quase todos achavam que tal só era possível acontecer nas situações de golo ou de penálti.
Nos cartões vermelhos directos também tal é possível, mas apenas numa situação. A página 141 das leis de jogo esclarece de forma muito transparente que são três as situações onde tal pode acontecer, ou seja “… Para decisões/incidentes relacionados com golos, penálti/não penálti e cartões vermelhos por anular uma clara oportunidade de golo, poderá ser necessário rever a fase de ataque que levou directamente à decisão/incidente; isto poderá incluir a forma como a equipa atacante ganhou a posse de bola na jogada …”
Assim sendo, se o cartão vermelho directo mostrado a Maras não fosse pela (COG) e fosse apenas pela falta, ou melhor dizendo, pelo tipo de entrada sobre Raphinha, o lance só seria verificado pelo VAR no sentido de ser ou não vermelho. Mas ao tratar-se da tal clara oportunidade de golo, para além do cartão propriamente dito, é revista toda a jogada de ataque para ver se alguma irregularidade existiu por parte da equipa atacante que, neste caso, era a do Sporting.
De destacar ainda que o próprio protocolo diz que em virtude do VAR verificar automaticamente todas as situações e incidentes (das quatro previstas) não há necessidade de treinadores ou jogadores ou elementos técnicos que estão no banco solicitarem, por palavras ou gestos, a verificação ou revisão, prevendo inclusivamente a lei 12 (faltas e incorrecções) na página 105, que devem ser advertidos (cartão amarelo) todos aqueles que usem o sinal de revisão de TV de modo excessivo. Ora, aquilo que verificamos semanalmente, é que nenhum dos intervenientes está a respeitar tais indicações, nem os jogadores que continuam a exigir sistematicamente que o VAR intervenha, nem os árbitros que, perante tais comportamentos e, sobretudo, gestos não estão disciplinarmente a agir em conformidade."

Cicloturismo: a arte de viajar de bicicleta

"Conhecemos a utilidade da prática desportiva e do exercício físico para o corpo e para o espírito, mas nós somos todos, ou quase, submetidos, na nossa vida profissional, a um horário quotidiano restritivo e, por vezes, opressivo. Perante este constrangimento, é natural aspirarmos intensamente a períodos de descanso (férias, fins-de-semana, folgas, etc.) e a uma real liberdade.
Como conciliar o desporto e a liberdade? A palavra desporto evoca esforço, método e disciplina. A noção de liberdade está ligada a uma sensação de relaxamento e de independência. Não sendo sinónimos, estas duas palavras parecem difíceis de se associarem. Colocando o corpo num estado de bem-estar, e tornando o espírito livre, a bicicleta é uma das raras práticas que concilia estes dois estados. O ciclismo, pelo menos o utilitário, pode ser praticado desde que saímos da porta de casa, em todas as estações do ano, sem estádios, sem piscina, sem pista, sem terreno e sem parceiro. É preciso somente uma bicicleta.
O ciclismo pode ser dividido em três categorias, segundo uma classificação que remonta aos inícios da prática de forma massiva. A mais conhecida é a do ciclismo utilitário, isto é, a utilização da bicicleta como meio de transporte, num quadro de actividade profissional ou simplesmente ir de um local para outro. A segunda corresponde ao ciclismo de competição. É a categoria das corridas de ciclismo, realizadas pelos ciclistas profissionais, seja em pista, em estrada ou, mais recentemente, os circuitos especializados de ar livre. Por fim, o cicloturismo é a terceira das categorias, que consiste em descobrir as paisagens, os monumentos, os locais ou ir ao encontro das populações.
O que se entende por cicloturismo?
A invenção do conceito é tradicionalmente atribuída ao francês Paul de Vivie (1853-1930), conhecido por “Vélocio”. Na revista “Le Cycliste”, de dezembro de 1889, o “pioneiro do cicloturismo moderno” sublinhava que para o cicloturista (passando este neologismo) andar de bicicleta não era um fim em si mesmo. Era, simplesmente, uma das formas de satisfazer a paixão pelo turismo (Deloge, 1981). Segundo Henry (2005), esta palavra viria a entrar no dicionário francês Larousse, em 1932. No entanto, o historiador D’Hubert (2014) refuta esta hipótese, referindo que ela não se encontra nem no Larousse (1931-1937), nem no Dictionnaire de l’Académie française de 1932. É, somente, em 1937 que ela é adoptada de forma durável num programa (“Le cyclotourisme”) de Rádio-Paris, em 27 de abril de 1937.
La Croix (1977, p. 26) avança uma definição do que se entende por cicloturismo: “Arte de viajar de bicicleta (individualmente, em família ou em grupo) em todos os locais, em todas as idades e com pouco dinheiro, segundo as possibilidades físicas e o tempo de lazer que se dispõe, num percurso indo de alguns quilómetros a várias centenas de quilómetros, numa ou várias etapas, seguindo itinerários estudados previamente ou simplesmente segundo as circunstâncias, em toda a liberdade e independência, para o seu prazer. O cicloturismo permite a todos uma solução equilibrada para o problema da utilização dos tempos de liberdade. Não se trata de se escolher uma elite: o espírito do cicloturismo não tende a designar o(s) melhor(es), mas a permitir que o maior número possível seja capaz de realizar uma determinada performance. A essência do cicloturismo não deve ser a rivalidade, seja ela desportiva ou amical, mas de entreajuda total e permanente. A expressão maior do cicloturismo é a viagem em bicicleta”.
A junção de duas palavras “ciclismo” e “turismo” complica a sua definição. Ninguém colocou a noção de “lazer”, que, segundo Dumazedier (1962), é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais. Prefere-se a de “desporto”, de “turismo” ou de “prática”. Todavia, o cicloturismo é definitivamente um lazer, na medida em que se pratica fora do quadro da actividade profissional, tendo um fim hedonista. Ele pode ser lúdico, através de um jogo de orientações ou de actividades de grupos. O que é certo é que esta actividade está, na sua origem, afastada da prática desportiva e competitiva. Também nos permite afastar a ideia de que a bicicleta é apenas um meio de transporte. O conceito assume um sentido a partir da diversificação das formas de turismo durante os primeiros anos do século XX.
Em Portugal, sabe-se que o cicloturismo surgiu em 1890. Mas não existem muitos dados conhecidos sobre a sua evolução até aos anos 1920. Ele ressurgirá durante os anos de 1940 e 1950, através de António Duarte Laureano. Este cria um grupo, chamado “Os Quinze”, em Lisboa, percorrendo o país e promove as ideias do francês Velócio. Em Setembro de 1987, foi fundada a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB), agregando, segundo os seus números, 1200 associações e clubes, representando cerca de 30 mil pessoas. Arte de viver, mas igualmente prática benéfica para a saúde, o cicloturismo encontra um entusiasmo crescente em todas as faixas etárias da população.
Não é preciso ser membro de um clube de cicloturismo para o praticar. A imensa maioria dos ciclistas de domingo estão neste caso. As inúmeras manifestações organizadas em cada país pelos clubes aderentes oferecem a possibilidade, em se agrupando, de criar laços de amizade entre os praticantes. O seu objectivo não se limita somente à adesão a um clube, mas de provocar no cicloturista solitário, para além de algumas vantagens materiais (conselhos, documentação, revistas, seguros, etc.) a simples alegria de pertencer a uma mesma família."

Uma história... com fantoches!

"Entre o Passado e o Futuro é o nome de um livro de Hannah Arendt. Para além do adejar da asa especulativa da autora, temas há que nela encontrei e onde me ancorei, uma vez mais – como este: “O grande impacto da noção de história sobre a consciência da Idade Moderna deu-se relativamente tarde, não antes do último terço do século XVIII, tendo encontrado com relativa celeridade o seu apogeu, na filosofia de Hegel. O conceito central da filosofia hegeliana é a história” (Relógio D’Água Editores, Lisboa, 2006, p. 82). Mas uma história em sintonia com o conhecido aforismo do mesmo Hegel: “O que é racional é real e o que é real é racional”. A própria negatividade dialéctica, que propicia o movimento, na História, articula os diversos momentos, que o constituem, no vasto campo da racionalidade. Em Marx, ao invés, o concreto constitui-se sobre uma base material. Para ele, a “luta de classes” é o motor da História. Mas, argumentam os principais historiadores da Educação Física e do Desporto: “Não sabeis que a Educação Física (que verdadeiramente se confundia com a ginástica) e o Desporto viveram os seus primeiros anos de vida, sob o império do racionalismo cartesiano, do positivismo comteano e do empirismo inglês? Depois da morte de Hegel (1831) o racionalismo foi substituído, paulatinamente, pelo positivismo e pelo empirismo (como vimos atrás) e o estatuto de cientificidade desta área do conhecimento fugiu, convictamente, à tirania de muitos mitos e à férula de uma retrógrada metafísica. E foi no carácter determinante da base material da existência social e nas leis da fisiologia e nas teorias de Darwin (1809-1882) que, preferentemente, o ser humano entrou de estudar-se. Uma trovoada de aplausos cobria a frase de Nietzsche, que ficou célebre: “Darwin é o maior benfeitor da humanidade contemporânea”. E porquê? Porque foi ele que difundiu a ideia, segundo a qual a diferença entre o animal e o ser humano é uma simples questão de grau.
Em Comte (1798-1857), por sua vez, dois aspectos são primaciais: por um lado, uma certa concepção e valorização da matemática, das ciências empíricas e biológicas e, por outro, um sociocentrismo, que descobre na sociedade o sujeito último do pensamento, da acção e do saber. A sociedade toma o lugar de Deus. Só que um puro servilismo ao capitalismo (e a um certo capitalismo de Estado a que chamaram “comunismo”) deixou o mundo contemporâneo verdadeiramente intoxicado de exploração, de manipulação, de alienação. Tem razão o meu querido Amigo D. José Tolentino Mendonça, quando escreve: “A esfera do sujeito, mesmo aquela privada, é cada vez mais absorvida pelo imperativo de produzir e consumir. E só por esse”. E que, por isso: “cresce uma atmosfera tóxica, onde a tentação da violência civil e o horizonte de um colapso ecológico global parecem cada vez mais próximos e coincidentes” (Expresso, 2019/3/30). Outro querido Amigo, o jornalista Vítor Serpa, no aparente espectáculo feérico do futebol, precisamente naquele onde tremula, no mastro de honra, a bandeira portuguesa, descobre também uma atmosfera tóxica, que não se erradica facilmente, porque são superstruturas da mesma infraestrutura económica, corporizada por fantoches que não passam de “bonecos articulados por fios (…). Hoje, podemos encontrar os fantoches um pouco por todo o lado e a questão mais intrigante é a de que nem todos são imediatamente reconhecidos à vista desarmada (…). Há, no entanto, uma inquietação legítima: os fantoches começam a ser muitos e têm uma particular sedução pelas câmaras televisivas, pelos microfones da rádio, pelos títulos gordos de jornais e, muito especialmente, pelo uso das redes sociais”. E, entretanto, “algum povinho desaprendeu de saber que o fantoche é apenas e só um fantoche” e começou a pensar pelos neurónios, que não existem, das cabeças dos fantoches. Resultado final: cada vez mais o futebol molda as pessoas à fatalidade do que Marcuse designava como “princípio da performance”, para sublinhar que é pela medida, pelo rendimento, pelo recorde, que a sociedade neoliberal se encontra estratificada. As pessoas classificam-se com números, porque se reduz o seu valor tão-só à sua utilidade produtiva.
Gaba-se Portugal de ter aprendido rapidamente a Democracia. Parece que não. Eu sei que (e cito agora o Marx e o Engels da Ideologia Alemã) “Os pensamentos da classe dominante são, em todas as épocas, os pensamentos dominantes, isto é, a classe que é o poder material dominante da sociedade é, ao mesmo tempo, o seu poder espiritual dominante. A classe que tem à sua disposição os meios para a produção espiritual dispõe, por esse facto, ao mesmo tempo, dos meios para a produção espiritual, de tal maneira que, simultaneamente, os pensamentos daqueles que carecem dos meios para a produção espiritual lhe estão, em média, submetidos. Os pensamentos dominantes não são mais do que as relações materiais dominantes apreendidas como pensamento; são portanto a expressão das relações que precisamente tornam uma classe em classe dominante; são portanto os pensamentos da sua dominação”. Em poucas palavras: o fundamento último para a dominação intelectual e espiritual é a propriedade dos meios de produção intelectual e espiritual. Normalmente, na análise desta problemática, não se juntam os factos e os valores. E, no entanto, sem esta junção, os factos e os acontecimentos surgem irremediavelmente mal interpretados e abstractos e sem significado e sentido . Com o fim da 2ª Guerra Mundial, disseram-nos que o nazismo e o fascismo tinham sido rotundamente derrotados e que os regimes democráticos haviam triunfado, por fim. Só que não há democracia, sem democratas. A virtude não se obtém, por decreto. E a cultura de corrupção, o crime organizado, que se apoderaram (principalmente do futebol profissional, se é verdade o que se noticia) não deverão tratar-se unicamente como casos de polícia, mas como casos de política, incluindo aqui a política educativa. São tempos de crise os que se vivem, no futebol português? São tempos, portanto, de ruptura e de utopia (ou de profetismo, de que tanto carece o mundo hodierno, encurralado no materialismo capitalista dominante).
Miguel Poiares Maduro, antigo presidente do Comité de Governação da FIFA, não se arreceou de declarar, publicamente, para responder à questão: “Qual deveria ser o primeiro passo, para uma mudança na FIFA?”. Disse ele: “O mais fácil é começar pelo presidente da FIFA, introduzindo novos participantes, no colégio eleitoral. Se se der direito de voto a representantes de jogadores, treinadores, árbitros e adeptos, o efeito imediato será desestabilizar a actual estrutura de poder. Isso, por si só, alteraria completamente a dinâmica. Não podemos esperar que aqueles que precisam de ser alvo de uma mudança façam eles próprios essa mudança”. E mudança, porquê? Porque, no meu entender, não são pessoas humanas quem se encontra reduzido a números, a coisas, a mercadoria, ou seja, não são pessoas humanas, livres e libertadoras, quem promove e defende um “desporto”(?), como já o tive o ensejo de escrever tantas vezes: que adormece as pessoas à recusa da sociedade injusta estabelecida. E onde já se escutam, por aí, vozes de “pessoas respeitáveis” conclamando contra a hipertrofia dos direitos sociais, que acarretam incomportáveis custos ao erário público. Os estratos mais pobres da população são portanto os culpados, assim o dizem extensos pareceres, das tremendas dificuldades económico-financeiras dos Estados. Não será de admirar que se anuncie, mais tarde ou mais cedo, o fim do social, no Estado-Providência. E o cristão “amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” deixe de ser a principal ideia reguladora da “razão comunicativa”. Por isso, não se pense que foi em defesa dos grandes ideais desportivos que se realizaram os jogos da “cruz gamada” de 1936, ou os jogos de Moscovo de 1980, ou os jogos de Pequim de 2008. O humanismo dos políticos e financeiros, que os promoveram e permitiram, desfaz-se em vãs promessas e falsas certezas. Não esqueço o livro do sul-africano Albert Nolan, God in South Africa: ”Nós não somos chamados unicamente a amar Deus, ou amar o nosso semelhante. Nós somos principalmente chamados a transcendermo-nos” (p. 199). Foi isto o que eu quis dizer, sobre o mais, com a minha tese sobre a “motricidade humana”…"

Cadomblé do Vata (elogios inesperados!!!)

"1. O director de comunicação do clube que foi condenado por corrupção e que só é totalista de participações no campeonato porque conseguiu alargar a prova nas 2 épocas em que falhou o apuramento para a mesma, diz que o FC Porto não é como o SL Benfica... depois de tanto dizer mal do Glorioso, finalmente conseguiu-nos dirigir um elogio.
2. No final do SC Braga - FC Porto, Sérgio Conceição envolveu-se numa discussão com adeptos bracarenses, que só não chegou a agressões porque o treinador portista foi agarrado por colegas do banco... evitou-se assim mais uma cena vergonhosa no futebol português e um castigo de 4 horas de suspensão para o técnico azul e branco.
3. Ao fim de 4 anos de contrato e 10 jogos pela equipa B, aos 29 anos Taarabt estreou-se finalmente pela equipa principal do Glorioso... tornou-se assim, no mais velho produto do Caixa Futebol Campus... a seguir ao Renato Sanches.
4. Mais uma jornada, mais um fim de semana de completo falhanço da panaceia do futebol português... os mesmos dirigentes, os mesmos adeptos, os mesmos árbitros, a mesma imprensa... é de facto estranho como o VAR tarda em afinar.
5. Ao que parece, numa reunião secreta a apenas 7 jornadas do final do campeonato, terá sido aprovado que este ano só vai descer o último classificado em vez dos 3 do fundo, como tinha sido definido no início da temporada, para que seja possível o alargamento da Liga 19/20 para 20 equipas, com play off de apuramento do campeão com 8 equipas... isto só demonstra a falta de coragem dos dirigentes desportivos: tomam este tipo de decisões quase no final da época, quando podiam ter esperado pelo dia anterior à homologação da classificação."

União...

"Ontem iniciámos a recta final da época.. E o que se pede? Façam o vosso normal.. Parece fácil ,é verdade, mas o nosso normal é muito difícil de fazer.. o nosso normal é paixão, intensidade, coragem, fome de vencer, compromisso com a ideia da equipa, entreajuda, golos, pressão, criatividade e muita, muita União.
Uma União bem patente neste festejo e que demonstra o carácter e a fibra desta equipa. Essa é e será a nossa fibra até ao fim e que todos vejam e percebam a intensidade com que vivemos este símbolo. Tentaremos sempre dar tudo em cada jogo e em cada treino, sabendo que com a União de todos, dentro e fora do relvado, somos mesmo mais fortes. Porque, e agora cada vez mais, todos contam!!!"

Benfiquismo (MCXXXVII)

Até ao fim...!!!

5.ª Taça de Portugal

Benfica 2 - 0 Novasemente

Quinta Taça, e Quarta consecutiva!!! Extraordinária a capacidade de 'querer' destas jovens!!! Só a 1.ª destas Taças de Portugal foi ganha com goleada, todas as outras, foi na garra!!!

Jogo muito equilibrado, como se esperava... com a Janice a marcar no início da 2.ª parte, mas com o 1-0, a Novasemente apostou no 5x4, defendemos bem... e quando a Ana Catarina teve oportunidade de fazer um novo golo de baliza a baliza, não falhou!!!

PS: Parabéns à Rochele Nunes, pela Medalha de Bronze, no Gran Prix de Tibilissi, de Judo. Após o Ouro da Barbara, nova medalha para o nosso espólio!!! A adaptação das novas atletas do Benfica, está a ser excelente...

Inaceitável!

"A impunidade e a falta de decoro com que, jornada após jornada, o FC Porto continua a ser beneficiado pelas arbitragens tem de ter um limite! Ontem voltou-se a ultrapassar tudo o que é tolerável. É a verdade e a transparência das nossas competições que estão em causa, porque não há memória de uma época tão marcada por sucessivos erros, sempre – mas mesmo sempre! – em benefício da mesma equipa. É tempo de dizer basta. Ou será que ainda não chega?
Está a ser uma temporada negra para o futebol português, com sucessivos episódios a manchar as nossas competições. A célebre meia-final da Taça da Liga foi um desses casos, com decisões inacreditáveis que puseram a nu a falta de pudor que hoje existe.
Alguém tem dúvidas de qual seria a decisão da equipa de arbitragem caso o lance do primeiro penálti de que o FC Porto beneficiou em Braga tivesse ocorrido na sua própria grande área? Nunca – mas mesmo nunca! – seria penálti. É a história deste campeonato que o diz. E estão os factos para o provar.
Alguém tem dúvidas de qual seria a decisão se o lance que aconteceu dentro da grande área do FC Porto entre Corona e Wilson Eduardo tivesse ocorrido na outra grande área? Claro que o VAR não fingiria não ter visto. Claro que seria penálti!
Alguém percebe por que razão o treinador do Braga é expulso com aquela facilidade e porque continuamos a ver o outro treinador protestar sistematicamente sem que nada lhe aconteça?
Alguém tem dúvidas de qual seria a decisão do árbitro – e também do VAR – na falta clara de ontem na Luz sobre Samaris se fosse um jogador do FC Porto que estivesse em causa? Obviamente, penálti!
O VAR que ontem esteve no Estádio da Luz foi o mesmo que esteve no último jogo que o Benfica tinha feito em casa, contra o Belenenses. É preciso dizer mais?
Os factos provam que chegámos a um ponto em que já nem há a preocupação de disfarçar a diferença de critérios. Em que, jornada a jornada, se sucedem os erros que vão invariavelmente no sentido, repetimos, de beneficiar sempre a mesma equipa. Estamos perante um escândalo. Uma mentira! Um campeonato sujo que envergonha todos aqueles que não aceitam ser cúmplices desta fraude.
A lista dos erros mais flagrantes é enorme. Entre os casos mais graves, destacam-se: penálti sobre Rochinha no Bessa não assinalado; penálti sobre Nakajima no Dragão não assinalado; golo contra o Feirense em fora de jogo (bem anulado pelo árbitro e incrivelmente validado mais tarde pelo VAR); golo em fora de jogo com o Vitória de Guimarães; vermelho por mostrar a Felipe no Bonfim na fase inicial do jogo; penálti perdoado em Moreira de Cónegos por falta de Militão; penálti não assinalado, ontem, em Braga, por falta de Corona sobre Wilson Eduardo. Não estão aqui nem metade das decisões incompreensíveis que, neste campeonato, já valeram pontos ao FC Porto.
E são esses pontos conquistados que estão a permitir que o FC Porto se mantenha a lutar pelo título! 
O erro é humano e admite-se até um certo ponto. A partir daí deixa de ser erro e passa a ser outra coisa.
Por que será que vemos um pequeno grupo em que surgem sempre os mesmos árbitros a tomar decisões diferentes sobre lances idênticos? E por que é que isso acontece sempre em benefício e prejuízo dos mesmos?
Talvez se encontre a justificação na impunidade com que se exibe e enaltece actos de invasão a centro de treinos de árbitros, mas também nas ameaças e na coação exercida sobre tudo e todos, com um óbvio objectivo: garantir uma inqualificável pressão e condicionamento sobre todos os agentes desportivos e equipas de arbitragem em particular!
Mais do que nunca, esta denúncia pública impõe-se. Porque já é impossível calar a revolta face a tudo o que se está a assistir semana após a semana. Existe o direito à indignação! Sentido de responsabilidade é isto: denunciar e apelar para que, de uma vez por todas, se cumpram as regras e se tratem todos por igual. Sem excepção.
Faltam 7 jornadas e, pelo menos a partir daqui, que apareçam a isenção, o rigor, o equilíbrio, a justiça e o respeito que têm faltado. Sobretudo o respeito pela verdade desportiva! Mais do que um título, o que está em causa é toda uma forma de estar na vida e no desporto.

PS: Perante a gravidade do que ontem se passou, excepcionalmente temos uma News Benfica especial este domingo, para dar voz à revolta de todos os benfiquistas – e não apenas os benfiquistas – que não aceitam, de forma alguma, o regresso a um passado de triste memória para o futebol português."

Sem soluços !!!

Benfica 3 - 0 Fonte do Bastardo
25-16, 25-12, 25-15

Qualificação garantida, com um 3-0 no jogo, fazendo 3-0 na Meia-final... contra uma Fonte do Bastardo 'desmotivada'!!!

Vitória na Amoreira...

Estoril 1 - 3 Benfica


Não foi uma exibição deslumbrante, mas fomos eficazes... mas isto de jogar com o Florentino nesta equipa, é 'quase' batota!!! Acabou por ser uma vitória muito saborosa, ainda por cima com dedicatória especial:

Parece que temos que ir mesmo à bruxa!!!!

Sporting 5 (3) - (2) 5 Benfica

Estamos todos fartos de perder títulos nos penalty's!!! Ainda por cima, mais uma vez, de uma forma totalmente injusta... tendo em conta o que se passou durante o jogo!!!

Fomos quase sempre superiores... só quando fomos obrigados a 'baixar' a pressão devido ao número de faltas, é que perdemos o controle do jogo!
(como já li hoje, é curioso que nas modalidades onde existe limite máximo de faltas, as equipas do Benfica, em 95% dos jogos, é sempre a mais penalizada!!!)
E para cúmulo, no prolongamento em vantagem, 'oferecemos' o golo do empate com um auto-golo!!!

Ridículo...

Ovarense 80 - 57 Benfica
24-15, 20-13, 19-19, 17-10

Não me alongar, demasiado mau... Parece que já se 'fartaram' do Lisboa!!!

Juniores - 5.ª jornada - Fase Final

Benfica 3 - 1 Alverca


Não foi fácil, o 1.º golo só surgiu aos 58 minutos... mas depois!

Juvenis - 1.ª jornada - Fase Final

Benfica 2 - 0 Belenenses


Início com 3 pontos, numa Fase Final, que se prevê muito complicada!

Iniciados - 2.ª jornada - Fase Final

Corruptos 0 - 0 Benfica


Acabou por não ser um mau resultado...

Senhor Vitorino

"Por Barcelos escutaremos esta semana, como a história nos ensina, o clamor do seu famoso galo, suplicando - é a palavras exacta - e, uma vez mais, por justiça

1. Ontem jogaram os grandes do futebol português. O primeiro e o segundo estão empatados em pontos, tal como os terceiros e quarto. Vamos ter no topo e nos lugares de descida uma disputa imensa e intensa. Em Braga o Futebol Clube do Porto ganhou num estádio difícil e num jogo disputado, muito renhido e com alguns momentos polémicos. Em Chaves o Sporting venceu numa partida com expulsões e tensões e em que os leões encostaram ao Braga em termos de uma acesa disputa e numa liga que parece que vai ter uma quente discussão para lá dos relvados. Na Luz o Benfica ultrapassou, com uma inesperada dificuldade, o Tondela e manteve a confortante igualdade pontual em relação à equipa liderada, com fervor, por Sérgio Conceição. E, por Barcelos, escutaremos esta semana, como a história nos ensina, o clamor do seu famoso galo, suplicando - é a palavra exacta - e, uma vez mais, por justiça. A justiça dos homens. Que sempre se espera e deseja e que, por vezes, é sujeita a alguns entraves em razão de novas angústias que a não conquista de pontos suficientes provoca. É tudo, afinal, uma consequência de vários milhões de euros. Na liga primeira são muitos. Na segunda liga quase não são nenhuns. E esta diferença é abissal. Como correrá, suspeita-se, se se concretizar a Liga dos Campeões 1 e a Liga dos Campeões 2. Mas isso daqui a poucos anos. Por ora cada jornada é uma final. Para os do topo e para os de baixo. E aqui estão muitos nomes, muitas Sad's, muitos emblemas e... muitos Presidentes que se sentem preocupados. Alguns deles com razão... para a íntima preocupação!

2. Saberemos ao final da noite da próxima quarta-feira quem serão os finalistas da edição deste ano da Taça de Portugal. O Futebol Clube do Porto está já com pé meio na final do Jamor. Em Alvalade o Benfica parte com uma curta vantagem e Bruno Lage tudo fará para conquistar a presença na sua primeira final como treinador principal. Mas o Sporting de Frederico Varandas procurará a sua segunda conquista nesta época desportiva. Teremos muita emoção nestas segundas mãos desta edição da Taça do futebol de todos. Sendo a prova rainha do futebol português é também aquela que não estará sujeita, acredito, às necessárias e urgentes reflexões acerca dos quadro competitivos do futebol português. Importa pensar e decidir acerca das competições que devemos ter. Tendo a consciência que as que temos não servem e devem ser objecto de rápida reformulação. Por questão de sustentação e em razão de uma acrescida competitividade. E esta reflexão tem de ser feita por impulso da Federação, o envolvimento da Liga e das Associações, a participação dos jogadores e dos treinadores - esta semana reunidos no seu Fórum! - e, também, o conhecimento das soluções que outros futebóis desenvolveram e implementaram. E, aqui, permitiam um especial cumprimento à Federação e à sua iniciativa 'Executive Talks', que amanhã trará à Cidade do Futebol o Presidente do Barcelona Josep Maria Bartomeu.

3. (...)"

Fernando Seara, in A Bola

Participação criminal...

"As prestações de alguns árbitros ao longo destas duas épocas têm sido muito contrárias aos seus deveres. Mesmo com o auxílio de tecnologias que deveriam minorar o erro. E têm sido tão convergentes no benefício a um dos candidatos ao título, prejudicando os outros, com actuações tão reincidentes que decidi, em consciência, iniciar a redacção de uma participação criminal contra alguns árbitros pela prática do crime público de "abuso de poder", previsto e punido pelo artigo 382.º do Código Penal.
O árbitro de futebol enquanto titular de um poder/dever que pode conceder benefício ilegítimo, ou causar prejuízo a outra pessoa, parece-me inquestionável no futebol actual. E a intencionalidade transparece em condutas inexplicavelmente dispares.
Será discutível a sua qualificação como "funcionário" para efeitos de lei penal. Mas tentarei lá chegar com a caracterização do seu estatuto perante uma pessoa colectiva de utilidade pública, com expressa devolução de poderes ao nível da disciplina, da arbitragem e da organização das competições.
Não me conformo com competições decididas por quem não as pode decidir. Nem com a impunidade, nem com a irresponsabilidade que caracteriza as figuras de topo deste grupo de agentes desportivos. Esta denúncia não será anónima, será de cabeça levantada, movida por um adepto de futebol, com uma filiação clubística assumida, em prol de um desporto livre do mal que lhe têm feito. 
Acrescento que esta iniciativa é aberta a quem quiser participar e se sentir lesado, mas é completamente independente da direcção do SLB, sendo indiferente o seu posicionamento face ao que acabo de partilhar."

Atolado !!!

"O futebol profissional em Portugal não é actividade que se recomende a pessoas de bem. É uma coutada de arbítrios. As regras não são cumpridas ou são manipuladas sistematicamente. Sente-se um cheiro fétido de medo e malícia cada vez que soa mais um silvo dourado. É tudo para desconfiar. Desde a super motivação dos jogadores em certos jogos, à força desumana daquelas corridas, passando pelas nomeações dos árbitros, ao funcionamento do VAR. Transparência ou ética? Nos pequenos pormenores confirmam-se muitas intenções. Tudo se faz e permite para que o tempo útil de jogo seja o menor possível. Em caso de dúvida, ou mesmo quando ela nem sequer existe, beneficia-se aquele clube que é uma pegada aldrabice. Desde a data da fundação. E prejudica-se o outro, que, alegadamente, tem a cor presumida do inferno, segundo diz o prevaricador confesso, que nos tempos livres também é conselheiro matrimonial de árbitros. O adepto é tratado como um objecto de extorsão e alvo de violência física e moral. É desrespeitado e considerado indigno, desprovido de direitos, só porque veste as cores do clube odiado. Até no preço dos bilhetes existe discriminação negativa se o visitante tem a cor garrida.
Quando pensamos que tudo terminou com o silvo final, regressam as hordas do entretenimento com mentiras, insultos, provocações que duram intermináveis horas, em dias sucessivos, até ao próximo jogo, onde encontrarão mais proteínas para aprimorar a sua condição. Pelo meio, vemos criminosos serem elevados ao estatuto de referências sociais e, inversamente, beneméritos reduzidos à culpa decretada. Quem consegue ver na cabeça de um ouriço esperto a virtude salvífica de um continente, remete-se ao silêncio cúmplice de uma jibóia que engole um saco de notas por engano.
É um caso de polícia permanente arrastado por décadas de impunidade. Um desastre planeado.
Nunca desistirei da tua cor e da tua alegria, Benfica! Ainda que tenha de viver tanto tempo da minha vida atolado nesta... realidade."

Salvou-se o resultado

"A estratégia de Bruno Lage resultou, pois com mais presença na área o Benfica marcou

Expectativa e engano
1. Boa entrada do Benfica no jogo, com os primeiros 15 minutos de boa dinâmica ofensiva e prever uma equipa avassaladora, com diversas oportunidades para marcar. No entanto, o Tondela complicou ao máximo e impediu que o Benfica marcasse, fruto duma organização defensiva eficiente e da energia positiva colocada pelos seus atletas no jogo. A expectativa inicial do Benfica causou engano. As águias tiveram muita bola, paciência no seu processo ofensivo, mas foram previsíveis e sem velocidade - os muitos passes errados iam retirando confiança. O Tondela aproveitava, mantendo a equipa compacta e organizada defensivamente e, com muita personalidade, a sair cada vez com mais critério e perigo em situações de transição ofensiva. A primeira parte acaba com o Benfica a precisar de velocidade para chegar à vantagem e os homens de Pepa a acreditarem que poderia levar da Luz um resultado positivo.

Trocas dum lado critério doutro
2. Após o intervalo, o Benfica continua pouco acutilante mas com mais presença na área, fruto da entrada de Seferovic. O suíço juntou-se a Jonas no ataque e obrigou o Tondela a defender mais atrás e com uma linha defensiva com mais um jogador, pois o ala do lado da bola encaixava e fazia o quinto jogador dessa linha. Do lado do Benfica, João Félix e Rafa saiam dos corredores laterais para o central, libertando esses espaço para André Almeida e Grimaldo e, dessa forma, os encarnados poderem explorar o jogo interior e o passe frontal através destas constantes trocas de posição. No entanto, tal não tinha resultados práticos, pois o Tondela continuava a defender bem e a assustar com saídas rápidas e com muito critério. É então que Xavier obriga Vlachodimos a uma grande defesa e Jonas responde. Mas quem marca é Seferovic, após um grande cruzamento de Grimaldo. A estratégia de Bruno Lage resultou, pois com mais presença na área o Benfica chegou à vantagem, com um excelente cabeceamento do suíço.

Dinâmica e rigor
3. Para o Benfica, melhor o resultado do que a exibição, sem a dinâmica ofensiva doutros jogos, com alguns passes errados com falta de velocidade no processo ofensivo. Defensivamente, também foi perceptível que o jogo não foi muito bem conseguido, pois os encarnados permitiram aos beirões saírem em ataque rápido e contra-ataque. Por outro lado, a equipa de Pepa, foi muito rigorosa a defender e sempre muito perigosa a atacar - depois de estar a perder, ainda dispôs duma clara oportunidade de golo e de conseguir outro resultado."

Rui Duarte, in A Bola

SL Benfica - CD Tondela

"Duas coisas diferentes hoje. Não é a mesma pessoa de sempre a escrever isto e digo já que estive no estádio e ainda não revi o jogo, só o resumo. Posso estar errado em várias coisas porque a situação não foi de todo calma, nem agora está ainda e a minha razão pode ainda não estar no lugar, mas vou tentar o meu melhor. Vamos lá.
O Benfica voltou hoje a fazer uma coisa que me irrita solenemente mas que parece ser característica do clube e não do treinador. Complicamos jogos fáceis e fazemos simples jogos difíceis. Isto parece contra todas as lógicas mas hoje mais uma vez se viu. Recebemos uma equipa desesperada por pontos e em vez de sermos ponderados e ir tentando que o golo ia surgir certamente pois estávamos a fazer tudo certo decidimos ter cabeça quente e deitar tudo a perder.
O Benfica que eu vi entrar em campo na primeira metade da 1ª parte ou pouco menos que isso foi um Benfica organizado, preparado para o autocarro que aí vinha e uma equipa de entrega e com vontade de ganhar.
O Benfica que vi a partir daí foi um mau regresso aos inícios desta época de uma equipa desorientada, sem soluções e a desaprender de jogar.
O Benfica entrou muito forte, criou oportunidades mas a certa altura com a frustração da bola não entrar e da arbitragem, coisa que odeio falar mas acho necessária neste caso, ter tido influência também nessa frustração e não ajudar à causa complicámos um jogo em casa contra uma equipa que está a lutar para se manter. O que interessa no fim são os 3 pontos e as minhas arritmias. Uns destaques.
Ferro – Eu adoro o Rúben Dias. Adoro mesmo. Principalmente desde aquele discurso que teve no balneário quando era capitão da B e foi um orgulho enorme vê-lo estrear o ano passado. Mas o Ferro, para mim neste momento é claramente superior ao Rúben. A entrega, a facilidade como tira algumas bolas e a maturidade com que se faz a certos lances é incrível. A defesa do Benfica neste momento deve muito a ele. Melhor jogador para mim, não fosse o dr. Seferovic ter aparecido de emergência. 
Jonas – Não esteve no seu melhor hoje. Eu vi a gala do Benfica, emocionei me no seu discurso e pareceu me até em tom de despedida. Eu acho que Jonas já teve os seus melhores dias ao serviço do Benfica e que não regressarão novamente. Com muita pena minha acho que não voltaremos a ter o Jonas melhor jogador do Benfica nos últimos 10 anos, vamos ter no máximo o Jonas um avançado decente com uma técnica acima da média. 50% de Jonas ainda é um grande jogador, mas de o Seferovic estiver a 100%, penso que a solução terá sempre de passar por este último.
Seferovic – Eu quando era puto tinha muitas otites e lembro me de várias vezes ter que ir parar de urgência ao hospital e outras vezes irem médicos lá a casa. Desta vez teve de se chamar o Dr. Seferovic ao domicílio da Luz para curar dois males. O dos jogadores do Tondela que passaram de terem lesões incuráveis a toda a hora e a maior calma nas reposições de bola a levantarem se num ápice e de refilarem com jogadores do Benfica a repor a bola em campo. O outro, era a inaptidão e a falta de remates que estávamos a ter na frente. Mais uma vez decisivo, é indiscutível a importância que Seferovic tem neste Benfica. Precisamos dele nesta última fase. Muito.
Taarabt – Se me dissessem há 3 meses que o Taarabt ia entrar e mudar o rumo a um jogo do Benfica eu teria me rido na vossa cara com direito até a perdigotos. Se me tivessem dito a época passada que Seferovic e Taarabt iriam ser decisivos numa jornada eu ter vos ia ido internar pessoalmente porque temia pela vossa sanidade mental. Já tinha uma Adele preferida, agora tenho um Adel. Entrou com o gás todo, mostrou espírito de sacrifício, toque de bola, qualidade de passe e visão de jogo. Foi ele que mudou o ritmo de jogo naquela altura em que pareciam todos apáticos e sem saber bem onde ir. Foi decisivo hoje, já tínhamos dito que até ao fim do campeonato e não vai ser caso único. Até ao fim vai dar muito jeito.
Rafa – O Rafa mede 1,7m. Está na média portuguesa mas para jogador de futebol está abaixo, até o Pizzi lhe chama anão. Os pulmões têm de lhe ocupar mais de 90% do corpo certamente. Só isso explica que Rafa tenha feito o último jogo quase todo da selecção, e mesmo assim hoje voltou com a mesma vontade, a mesma energia e o mesmo fôlego. Por isso não entendi muito bem a sua substituição hoje, a equipa perdeu depois de ter saído. Criou boas oportunidades na 1ª parte.
Samaris – Se a equipa perdeu com a substituição de Rafa, com a de Samaris parece me evidente. Estávamos desesperados para marcar golos, saiu ao intervalo, mas depois disso demos o meio campo de barato, os jogadores do Tondela jogaram o que quiseram com o espaço que quiseram no meio campo e deixámos de conseguir ter bola. Má decisão aqui parece me. Apostámos mais no ataque mas descurámos esta posição que está no centro das transições. Samaris é Benfica com todas as forças que tem, renovem com o homem.
Odysseas – Muito se crucificou Odysseas. E ainda se discute se é GR ou não. Já nos custou pontos, é verdade, mas também já nos valeu bastante. Hoje tem pelo menos uma com a ponta dos dedos que não fosse ele tinha entrado. Tem também uma boa saída onde tira a bola a um jogador do Tondela com os pés. Já nos custou pontos, já nos valeu também. Hoje foi dia deste último, ainda bem. 
Arbitragem – Com a introdução do VAR passámos a ver várias coisas novas. Uma delas é os fiscais em dúvida de fora de jogo deixarem a jogada correr e se for golo vão ao VAR ver se é ou não. Hoje vimos uma coisa inédita. O fiscal não assinala fora de jogo, deixa o jogo correr e 10s depois sem mais nada se passar e já depois dos jogadores terem corrido para a bola assinala o fora de jogo. Uma espécie de lei da vantagem do fora de jogo. Bruno Lage falou disto na conferência dizendo que contribuiu para o aumento da frustração dos jogadores e eu também não entendo. Ou deixa a jogada correr, ou assinala logo quando acha que é fora de jogo. Este intermédio de fora de jogo com lag é estúpido. Teve influência no jogo, e quando isso acontece, é uma má arbitragem.
Nós – Pá, pessoal, isto é uma opinião minha, mas senti o estádio hoje muito apático, pelo menos até à entrada do Taarabt. O inferno da Luz não esteve presente na maior parte do jogo, e num jogo onde era essencial. Não só apático, crítico de maneira prejudicial. Estávamos ainda mais nervosos que os jogadores e isso não pode ser. Bruno Lage pelo menos 3x se levantou do banco para pedir apoio às bancadas de tão morto que aquilo estava, até assobios aos jogadores do Benfica durante o jogo hoje. Até as claques (“não são claques, são goa”, não vou ter essa discussão hoje, tou cansado) que muitas vezes aqui já elogiamos, hoje acrescentaram pouco ou nada, pelo menos deu me essa sensação do meu lugar, posso estar errado, mas penso que não. Temos de confiar que temos bons profissionais que sabem o que estão a fazer e que estão a trabalhar bem e nós podemos fazer a diferença. Hoje podíamos ter feito muito mais. Sou contra todos aqueles que criticam as pessoas no estádio por fazer isto ou aquilo por achar que não há uma maneira certa de ver a bola, mas porra, também não desajudem, assobiar a meio com tudo em aberto não ajuda ninguém. Nós também somos importantes nisto, precisamos de mostrar isso.
Hoje abanámos porque somos muito verdinhos ainda. Temos jogadores muito jovens e um treinador sem grande experiência nestas fases de maior pressão psicológica. Isso não quer dizer que sejam menos capazes de conseguir o que queremos. Já mostraram que sabem jogar futebol, Bruno Lage já mostrou que sabe mais disto que nós todos juntos mas nesta altura tem de haver também uma coisa, talvez a única coisa em que Rui Vitória era bom, que é na gestão da emoções e expectativas dos jogadores e da equipa. Estão a assumir a pressão de estarem na frente e de terem um desejo tremendo de serem campeões, e foi por isso que desesperaram com a frustração de não conseguir marcar, isto tem de ser gerido e os jogadores acalmados e tem de ser feito trabalho a este nível. Só isso explica o jogo de hoje. Bruno Lage tem também de se assumir como estandarte de base desta equipa e ser forte o suficiente para aguentar e fazer aguentar tudo a nível psicológico. A fibra de campeão também tem muito disso. Eu acredito que consegue, isto também faz parte da aprendizagem.
Tivemos um revenge of the 90’s no jogo do norte, festa que parece recorrente nestas última jornadas mas a festa rival que o Benfica continua a organizar, o revenge of the Tetra tem andando mais forte. Esperemos que continue a estar assim. Faltam 7. Nenhum deles vai ser fácil, mentalizem-se disso. Vamos sofrer. Vai haver muita injustiça. Temos de provar que somos melhores que tudo isso já que não conseguimos controlar o resto. Nós também vamos ser precisos nesta última fase.
Foi uma pena Ricardo Costa não ter ido ter com os NN ou com os Diabos para celebrar como fez com os SD no jogo contra o Porto. Uma boa oportunidade perdida, mas fica para a próxima.
Hoje foram mais 3 pontos, um ataque de coração e o início da lenda de Taarabt. Venha o Sporting, temos uma taça de Portugal para ganhar."

Um sábado quente

"Haverá talvez, a tentação de dizer, por há muito as atenções estarem centradas em Benfica e FC Porto, que esta jornada, por muitos vista como decisiva, deixou tudo na mesma. Não é, percebe-se, nem assim. Porque embora o nome do futuro campeão não tenha ficado mais definido, este sábado gordo de emoções deixou a luta pelo título em definitivo reduzida a dois. Águias e dragões - que tiveram de suar muito para vencer, o que, sendo expectável na deslocação do FC Porto à Pedreira, foi bem mais inesperado na recepção do Benfica ao Tondela, podendo isso, ou não, ser um sinal para o que aí vem... - lutarão corpo a corpo até ao final, restando a SC Braga e Sporting competirem pelo terceiro lugar. Há muito que se anunciava, mas não era, até ontem, assim tão certo. Isso, pelo menos, ficou resolvido.
O VAR continua a ser olhado com desconfiança. Nada de anormal, se a tendência revelasse que esse sentimento ia diminuindo à medida que o sistema se consolidava. O problema é que está a acontecer o contrário. Não por culpa da tecnologia, entenda-se, mas por responsabilidade de quem há tanto a reclamava e está, agora, a destruí-la. O que aconteceu ontem é sintomático: em Braga Jorge Sousa acertou quase sempre, mas na única vez em que dela precisou (penálti de Corona sobre Wilson aos 88') não teve do VAR a colaboração que merecia; em Chaves, um videoárbitro tão atento à entrada de Ristovski não deu depois qualquer sinal em penálti de Acuña; e por fim, na Luz, o VAR que tão bem esteve a anular golo a Jonas não vira, antes, falta clara para penálti sobre Samaris, deixando Carlos Xistra (que não tem, de facto, sorte com os VAR que lhe tocam...) desamparado. Pior do que uma questão de falta de competência, que já é grave, começa a parecer caso de falta de coragem. O que é bem mais preocupante."

Ricardo Quaresma, in A Bola

Porque corre, excelência?

"O homem é o único animal que corre sem ter pressa, medo ou fome

Uma definição alternativa
1. Eis uma personagem, o senhor Céptico. E eis o que ele diz: o homem é o único animal que corre sem ter pressa, medo ou fome - eis uma definição possível.
De facto, correr sem um sentido prático, sem um objectivo funcional, parece actividade de crianças, ou de loucos. Ou de animais irracionais dirá o senhor Céptico.

O burguês com sentimentos de culpa
2. Há vários textos irónicos, destrutivos e divertidos que avançam furiosamente contra essa obsessão do jogging.
Duas fúrias em duelo.
Miguel Esteves Cardoso, num texto já clássico, incluído na antologia 'A Causa das Coisas', fala precisamente sobre o acto humano, bem humano, de correr para manter a saúde ou a forma física, de declara, taxativamente «Qualquer avestruz ou leoa recorrer a essa desagradável actividade apenas quando é estritamente necessário».
Segundo a divertida teoria de MEC a obsessão pelas corridas não seria mais do que «uma manifestação de uma vasta e anímica saudade dum passado proletário». O burguês, com sensação de culpa, ali estaria em corridas circulares e sem sentido para não esquecer os «bons velhos tempos do trabalho manual, da pilha a gás no capacete do avô mineiro»; e também num mergulho na memória cultural da espécie que relembra, com esse esforço físico, os «antepassados queridos, a remar lealmente nas galés dos romanos» e o «homem de Neandertal, sentado numa esplanada da altura a britar sílex».
Não suportando a excessiva civilização, os humanos optariam por «suar sem razão nenhuma» como se assim voltassem aos tempos «em que nove em cada dez joggers tinham um pterodáctilo a correr atrás deles».

Um chimpanzé intrigado
3. E sim, o homem é o animal do grande desperdício, diz Céptico. É o animal que gasta imensa energia inutilmente, sem estar a fugir ou perseguir algo.
Porque corre este animal?, poderia perguntar um chimpanzé que, de repente, descesse das árvores e visse aquele ser mais ou menos próximo fisicamente de si, a correr, com calçõezinhos, em círculos ou em linhas rectas sem qualquer prémio ou castigo no destino. O chimpanzé, murmura, divertido, o Céptico, iria coçar a cabeça e perguntar a si próprio, com o seu cérebro possível: será que isto é realmente a evolução?
Em termos animais, de facto, fazer jogging é tão absurdo quanto imaginar um tigre a dar voltas em redor de uma planície para manter a forma e para estar apto, mais tarde, para fugir ou caçar de maneira mais ágil. Claro que o crente no jogging dirá que o homem corre sozinho em parte para manter a saúde; e sim, isso é verdade, mas também e verdade, dirá o Céptico, que o humano faz jogging para manter ou alcançar certas medidas corporais que possam fazer com que o seu corpo, tal qual um objecto, consiga caber numa roupa com certas dimensões médias.
O mais grave de tudo, alerta a grande ironia de MEC, e «o mais triste é que, muitas vezes, estas criaturas possuem meios alternativos de locomoção, tais como BMWs, preferindo mesmo assim calcar terreno como os selvagens ou outrora».
Ver alguém a estacionar o seu carro, veloz e confortável, e a sair de lá equipado a rigor, enfrentando por vezes ventos fortes, e até chuva, é no mínimo estranho. Como salvaremos estes seres, pergunta o céptico.

Dois lemas finais
4. Poderíamos dizer: Excelência, ficámos bípedes, sim, para ter o prazer de nos sentarmos. Ou, parafraseando Pessoa: que bom ter uma corrida para correr e não a fazer."

Gonçalo M. Tavares, in A Bola