Últimas indefectivações

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Pontas goleadoras !!!

Benfica 41 - 20 Ac. São Mamede
(21-12)

Excelente adversário (último classificado do campeonato), após as emoções do último domingo. Jogo tranquilo como se esperava, deu para rodar todo o plantel, e fazer descansar os jogadores a necessitar de mais cuidados...
Nota de destaque para os nossos Pontas, marcaram 23 dos nossos golos!!! O Rakovic é mesmo reforço...

À volta da Luz

"O Benfica voltou a marcar 3 golos, mas desta vez sem sofrer outros tantos. É a 9.ª vitória em 11 jornadas da Liga. Nesta altura na época transacta, sucedia quase o antípoda pontual do que agora: menos 7 pontos do que Sporting e 5 do Porto. Nos últimos 37 jogos para a Liga, o Benfica venceu 34 vezes, com um saldo 102-20. Aproximam-se 4 jornadas pré-natalícias (Marítimo fora, Sporting na Luz, Estoril fora e Rio Ave de novo em casa) que muito podem ditar sobre o futuro desta temporada.
Com o Moreirense, 56.000 espectadores, bem acima do recorde absoluto batido em Alvalade contra o Real Madrid (cerca de 50.000).
Eliseu magoou-se. Creio que é o 20.ª jogador encarnado a lesionar-se esta época. Salvo erro, só me lembro de dois jogadores titulares ou perto disso que ainda não passaram pelo 'Hospital da Luz' (não me refiro ao dos chineses): Nélson Semedo e, hélas, Eduardo Sálvio! Rui Vitória (sem Manéis) não se queixa e vai cerzindo o conjunto com mestria e serenidade. Já o Sporting, praticamente só com um lesionado (Adrien), carpiu lágrimas perante tal fatalidade. É a diferença entre o 'não deixa-andar' e o 'queixa-andar', parafraseando Mia Couto.
Tem-me surpreendido a debilidade do FC Porto. Sobretudo fora do seu reduto, uma equipa sem confiança. Depois da forma de ilustração desenhada em directo, pelo seu correcto treinador, do modo como a equipa deveria estar em campo, cinco empates, um golo marcado e outro sofrido e apenas uma boa exibição contra o Benfica (alguém me dizia, maliciosamente, que o Porto até vem jogando como as equipas pequenas que sempre se agigantam quando defrontam o SLB)."

Bagão Félix, in A Bola

O 'fair play' não é uma treta

"Os acidentes de aviação acontecem, equipas das mais variadas modalidades deslocam-se em grande número e com inusitada frequência pelos ares e o resto explica-se através da estatística e da lei das probabilidades.
Da tragédia que vitimou a equipa brasileira da Chapecoense - um exemplo de que ainda é possível subir a pulso a corda do sucesso - resultaram algumas atitudes que, pela dignidade que encerram, merecem aplauso.
Do ponto de vista formal, será expectável que a Conmebol que superintende o futebol sul-americano, decrete que em 2016 não se atribua o título de campeão da Taça Sul-Americana, a segunda competição continental de clubes. Porém, o Atlético Nacional, o outro finalista, já veio solicitar oficialmente que a Chapecoense seja declarada vencedora. Trata-se de um atitude nobre, que nos reconcilia com o princípio do desportivismo, tão maltratado nos dias que correm.
Depois, e seguindo a filosofia do Marquês de Pombal aplicável ao day after das tragédias, há que «tratar dos vivos e enterrar os mortos». Quer isto dizer que a vida continua e há que criar condições para que, neste caso, o emblema enlutado possa prosseguir a sua actividade. Os clubes brasileiros (e alguns estrangeiros, entre os quais o Benfica) já propuseram ceder jogadores à Chapecoense, custeando os salários. E ainda propõem, à imagem do que foi feito em Itália com o Torino, após a tragédia de Superga, a criação de um tempo de carência de três anos e que a equipa de Chapecó não desceria de divisão, independentemente da classificação que obtivesse.
Afinal, o fair play não é uma treta."

José Manuel Delgado, in A Bola

“O Caio era como meu filho”

"Caio Júnior, treinador da Chapecoense que morreu no acidente aéreo na Colômbia, jogou em Portugal no Vitória de Guimarães, no Estrela da Amadora e no Belenenses, nos anos 90. E houve um denominador comum nestes três clubes: o treinador João Alves. “ Se ele fosse mais explosivo, com maior condição física, teria sido um dos melhores jogadores do mundo”, recorda

Quando é que conheceu o Caio?
Cheguei a Guimarães no final da época [1990/91], já era o terceiro treinador. Quem tinha começado lá era o Paulo Autuori, que depois foi substituído pelo Pedro Rocha, que tinha saído do Sporting, mas o Guimarães continuava numa situação muito aflitiva na tabela. Fui então o terceiro treinador dessa época e quando cheguei a Guimarães só conhecia superficialmente os jogadores, de assistir a jogos. Só quando cheguei lá é que percebi verdadeiramente a equipa que lá estava era uma equipa frágil, com muitos lesionados, ainda por cima. O Caio Júnior era de facto o grande jogador daquela equipa naquele momento. Foi uma peça muito importante para nos safarmos [da despromoção] na penúltima jornada, embora tenhamos ficado em 9º lugar, as equipas ficaram muito próximas umas das outras em termos pontuais e isto foi numa altura em que desciam cinco equipas, porque havia 20 equipas.

E depois o Caio continuou com o João.
A partir daí, o Caio trabalhou sempre comigo. Ele tinha chegado a Portugal há dois anos, vindo do Brasil, porque o Vitória de Guimarães, por tradição, é um clube que sempre teve muitos brasileiros - e continua a ter. Mas o Caio era um rapaz, ainda era um jovem, com muito talento, mas fisicamente frágil e era um jogador que precisava de ser trabalhado. E assim foi. Progrediu, progrediu, progrediu e tornou-se num grande jogador. A partir daí, no ano seguinte, no Vitória de Guimarães, formei uma grande equipa, com o Paulo Bento, com o Pedro Barbosa, com o Frederico, o Ziad, que era um tunisino, e andamos até ao final da primeira volta em primeiro lugar e na segunda caímos um bocado e fomos classificados para a Liga Europa [na altura Taça UEFA], em 5.º lugar. Foi aí que comecei a criar uma relação de amizade muito especial com o Caio e é assim que no final dessa época, com a disputa da Liga Europa em perspectiva, fui convidado pelo Estrela da Amadora para ir para lá, porque acabava contrato com o Vitória de Guimarães. Aceitei o convite e passei de um clube que ia às provas europeias para outro que estava na 2.ª divisão. E o Caio acompanhou-me. Como gostava muito dele, como jogador e como homem, é evidente que fiz uma grande pressão para ele vir. E ele trabalhou em Portugal sempre comigo

Como é que o convenceu a passar para a 2.ª divisão?
[ri-se] Claro que não é fácil para um jogador, mas ele confiava muito em mim e acreditou naquilo que eu lhe transmiti na altura sobre o clube. É muito importante ver que no futebol às vezes há relações entre os treinadores e os jogadores, de uma certa cumplicidade, porque as pessoas confiam umas nas outras e acreditam e pronto, criam uma relação de amizade que até ultrapassa outros interesses. Sinceramente na altura a mim também me tocou bastante que ele tivesse saído do Guimarães, que ia às competições europeias - qualificação na qual ele ajudou e de que maneira -, para entrar num projecto de 2.ª divisão. Mas felizmente fomos logo campeões e subimos à 1.ª divisão - e depois ele continuou a carreira na 1.ª divisão, mais tarde levei-o também para o Belenenses.

Foi mais fácil convencê-lo aí.
Sim, claro que sim. Havia uma cumplicidade muito grande entre nós, eram relações, pronto, como tenho não com todos os jogadores, mas como tive com uma série deles, como o Paulo Bento, o Pedro Barbosa e tantos mais, esses miúdos do Guimarães. O Caio é um desses que faz parte de um naipe de jogadores que são como meus filhos, as carreiras deles estão ligadas à minha. O Paulo Bento, por exemplo, estava na 3.ª divisão.

O Caio chegou a dizer que o João Alves foi o treinador mais marcante na carreira dele. Ouvir isso é como se fosse um título para um treinador?
Evidentemente que é exactamente isso: é um título, é. Posso dizer-lhe mesmo que são títulos que às vezes têm mais valor do que aqueles títulos que têm taças na entrega. Porque um treinador, ao fim ao cabo, é um condutor de homens, é um formador, e aquilo que me dá muito prazer e me dá orgulho é ver ex-jogadores meus como treinadores da 1.ª divisão, por exemplo, como o Lito Vidigal e o Quim Machado, fui eu que os lancei na 1.ª divisão. E tantos outros.

É normal um treinador ter essa relação de amizade com os jogadores? Vão jantar fora juntos, por exemplo?
Quantas e quantas vezes almocei e jantei com o Caio e com outros jogadores, e respectivas famílias. Sem qualquer tipo de problema, bem pelo contrário, isso é muito importante. Os jogadores sentem-se totalmente amparados pelos treinadores quando as coisas funcionam desta forma. Não digo que esta será a forma perfeita, há outras formas também, há treinadores que são distantes dos jogadores, mas o meu caso nunca foi esse. Tive um treinador que me marcou muito, que foi o José Maria Pedroto, o mister Pedroto, e foi ele que me transmitiu isso. Há sempre um treinador que é especial na nossa carreira, naqueles momentos decisivos de um jogador. Quantos e quantos jogadores que nunca chegaram ao patamar de craques exactamente por falta de apoio de alguém? O relacionamento entre treinador e jogadores é muito importante, por muito que o futebol esteja cada vez mais sofisticado e a mexer cada vez mais dinheiro, tornando-se um espectáculo desportivo, a verdade é que há sempre lugar e deverá sempre haver lugar para as questões sentimentais, para a moral e bons costumes.

Viu-se isso após esta tragédia.
Exactamente, todas estas decisões e medidas de apoio ao clube demonstram que realmente ainda há muita gente boa no mundo do futebol. É evidente que também há gente má, que dá cabo do nome do futebol e cria uma má imagem do futebol. Há pessoas que querem ganhar seja como for, nem que seja à custa da queda de um avião, haverá gente assim e é cruel o que estou a dizer, mas há pessoas assim, exagerando um bocadinho, pessoas que querem ganhar a qualquer preço. A grande resposta que realmente o mundo do futebol dá é esse amparo ao clube, é uma lição de dignidade, desportivismo e fair play. Surge no momento certo porque o futebol atravessa uma crise de valores enorme.

Para quem não o conheceu, como era o Caio enquanto jogador?
Tecnicamente era um jogador fabuloso, muito inteligente a jogar. Jogava mais ou menos na minha posição, embora eu fosse mais um médio-avançado e ele um avançado-médio, fazendo a comparação. Era um jogador muito criativo, ainda que não fosse muito rápido. Se ele fosse mais explosivo, com maior condição física, teria sido um dos melhores jogadores do mundo, disso não tenho dúvidas. Tecnicamente era fantástico, inventava futebol.

Podíamos compará-lo com quem, hoje em dia?
Ora deixe-me pensar, pelas características...

Um Jonas?
Ora exactamente, era precisamente isso. Tinha exactamente as mesmas características que tem o Jonas.

E ainda mantinha contacto com ele?
Sim, claro. Enquanto se formou como treinador houve uma ou outra vez em que veio a Portugal e encontrávamo-nos e falámos. Mas isto no mundo do futebol, como é óbvio, cada um segue caminhos diferentes. Estive na Suíça durante seis anos, ele andou na China, pelos países árabes... De maneira que umas vezes dava para nos encontrarmos, outras não. Mas há uma coisa que é verdade: os amigos verdadeiros, independentemente da distância e do tempo em que estamos sem contacto... [emociona-se] Como é que hei-de dizer? Estamos sempre juntos. Pronto. [pausa] Agora tocou-me no sentimento."

'Soft skills' ou 'critical skills'. Como aprendê-las?

"As designações de hard skills ou soft skills encontram-se fortemente dissiminadas na área empresarial e referem-se, em traços gerais, a: conhecimentos específícos, referentes a uma dada área profissional/técnica (ex: programação, finanças, engenharia, psicologia - frequentemente associados à área de especialização de cada pessoa), e competências ou atributos da nossa personalidade, como sejam, inteligência emocional, comunicação, cooperação, entre outros.
Fazendo um paralelismo com a área do desporto, estaríamos a falar, por exemplo, num dado nível de especialização de um treinador, no que respeita às áreas técnico-tácticas (hard skills) ou, a sua capacidade em dinamizar o grupo, fazê-lo evoluir, mantê-lo comprometido com o objetivo da equipa, através de competências específicas de comunicação e liderança (soft skills).
Curiosamente, alguns autores defendem que esta designação se encontra "trocada", na medida que que estas soft skills são, claramente, as mais dífíceis de desenvolver.
De facto, apesar de existir um enormíssimo número de estudos (nomeadamente, longitudinais, ou seja, que acompanharam os sujeitos do estudo desde o ano em que saíram da faculdade até 10 anos depois) que defendem que as ditas soft skills (que, para facilitar a sua compreensão, passaremos a designar, de uma forma mais abrangente, como Inteligência Emocional - ou seja, a minha capacidade em lidar comigo próprio(a), com o outro e com o mundo, de forma eficaz) estão sobejamente associadas ao sucesso que alcançamos (ou não) ao longo da nossa vida, em detrimento das competências "técnicas"...
Onde as podemos aprender?
Já em 1918, quando foi realizado o primeiro grande estudo nesta área (dados da National Soft Skills Foundation, EUA), foi identificado que as competênciais associadas à inteligência emocional, seriam responsáveis por 85% do sucesso alcançado e, quase 100 anos depois, num estudo realizado em 2010, foi identificado que as empresas investiam apenas 27,6% do seu plafond anual de formação, no desenvolvimento deste tipo de competências (dados referentes a empresas de cultura anglo-saxónicas onde, ainda assim, se observa uma maior tendência para apostar neste tipo de formação).
Por cá a realidade não é muito diferente.
Comummente, qualquer que seja a palestra que se assista sobre liderança (por exemplo), quando se questionam os especialistas sobre os fatores críticos de sucesso, muito antes de se verem referidas competências técnicas, encontram-se quase sempre destacadas competências como motivação, paixão, espírito de missão, autenticidade, capacidade de sacrifício, superação, determinação, paixão e, se calhar por isto mesmo, não será tão pouco usual assim assistirmos a processos de liderança atuados por pessoas que, dominando muito pouco o conhecimento científico da área em que operam, possuem um conhecimento exímio em mobilização e compromisso de pessoas.
No contexto de alta competição, por exemplo, recorrentemente se fala da determinação, capacidade de trabalho e superação de um dado atleta com muito mais frequência do que da sua "perícia" - aliás, a um dado nível de excelência, é sem dúvida a sua capacidade de auto-regulação emocional que vai determinar "aquele 1%" a mais na performance que irá determinar a vitória/o sucesso.
Rafael Nadal, Djokovic, Phelps, Simone Biles, Iniesta, entre tantos outros deram igualmente o seu testemunho acerca da importância das competências emocionais para o seu desempenho.
Mesmo no contexto académico, temos inúmeras provas de que o fenómeno é idêntico - alias, a Universidade do Minho realizou um estudo acerca da performance dos nossos alunos, no que respeita à performance nos exames em matemática (supostamente, havia uma preocupação com o facto de estarmos "na cauda" na Europa) e concluiu que, afinal, não somos menos "aptos" (ou seja menos inteligentes) mas sim mais ansiosos (logo, com menor inteligência emocional).
Então, uma vez mais, onde as podemos aprender?
Se são, efetivamente, assim tão determinantes para o sucesso (pessoal, profissional), qual poderá (ou deverá) ser o papel das Escolas? Dos Clubes? Das Empresas?
Será uma questão de "terminologia"? E, se em vez de as designarmos de soft skills, usássemos o termo de critical skills, como alguns autores sugerem?
É porque toda a informação aponta nesse sentido:
são efetivamente críticas para alcançarmos sucesso e níveis superiores de felicidade e bem-estar! 
Atuaríamos de forma diferente? Levaríamos este tema mais a sério? Para quando, a mudança de paradigma?
E, já agora, enquanto esperamos que as instituições assumam o seu papel (ou o papel possível) no reconhecimento de que é urgente e relevante integrar esta área de conhecimento e treino, naquele que é o seu âmbito de intervenção, o que podemos fazer?
É que, o reconhecimento da importância em desenvolver este tipo de competências deve começar em nós próprios, seja pela procura de literatura ou formações especificas na área, ou simplesmente pela procura de modelos que nos inspirem."

Sonhando SLB em Cayo Guillermo - Cuba

Benfiquismo (CCCIII)

A última troca de galhardetes do Il Grande Torino

O vigilante

"Vieira funciona como segunda linha de betão, difícil de transpor. Parece ausente ou distraído, mas quase nada lhe escapa.

Como a memória é curta, e no futebol ainda mais, quando dá jeito, manda a verdade recordar que há um ano, igualmente com onze jornadas disputadas na Liga, o cenário era bem diferente daquele que hoje se regista. O Sporting, inebriado pelo efeito Jesus, que se julgava ser prenúncio de conquistas a perder de vista, liderava com mais dois pontos que o FC Porto. Em patamar abaixo, consideravelmente abaixo, a sete pontos do leão, surgia o Benfica, desconsiderado e a enfrentar ventos e marés no combate a vaga de ataques sem rosto.
De fora e de dentro do clube, o cerco crítico assumiu proporções gigantescas. Adivinharam-se terríveis prejuízos. Conjecturaram-se colapsos traumatizantes no projecto de Vieira. Deu-se como garantido o despedimento do treinador. Sentenciou-se o fim do consulado do presidente.
Enfim, gerou-se uma barulheira sem ponta de credibilidade e de uma excentricidade opinativa mal sustentada, como se alguma vez a sobrevivência de um clube com a dimensão e a história do Benfica pudesse ficar dependente dos caprichos de um treinador, por mais rico que fosse o seu currículo internacional, o que nem sequer era o caso, como é público.
Um ano depois, já sem poeira no ar, verifica-se que o Estádio da Luz continua de pé e mais concorrido do que nunca, sendo na actualidade, como li em A Bola, o oitavo da Europa com mais assistências, apenas superado, convém sublinhar, por Borussia de Dortmund, Barcelona, Manchester United, Bayern, Real Madrid, Schalke e Arsenal, não constando na lista mais algum clube português entre os 20 primeiros deste ranking. Além de, em comparação com a mesma jornada da última época (11.ª), quem lidera agora é o Benfica, cinco pontos à frente do Sporting e sete do FC Porto. As voltas que muitos juravam que isto ia dar e... não deu. Melhor, deu, embora em sentido contrário: Jesus não funcionou como se pretendia em Alvalade, Lopetegui/Peseiro marcaram passo no Dragão e Vitória teve de fazer o favor de ser campeão, permita-se-me a ironia.
As forças demoníacas erraram. Nada do que previram aconteceu. Os factos falam por si e demonstram que tudo se resumiu a uma manobra desestabilizadora de grandes proporções que Luís Filipe Vieira - entretanto reeleito com 90 e tal por cento de votos e ainda assim houve quem tivesse visto nesse resultado sinal de distanciação por parte da família encarnada - destruiu pela discrição, pela firmeza das suas convicções e, principalmente, pela mais poderosa arma que utiliza quando quer proteger de intromissões alheias a instituição a que preside: apelo à união da família benfiquista para um Benfica maior e mais forte, inovador e preparado para vencer os desafios do futuro.

Vieira pode parecer um romântico ao adoptar um estilo de presidência cordato e dialogante, em choque com a truculência partilhada pela maioria. Nem sempre procedeu com o tempero conveniente, sem dúvida, mas teve a virtude de aprender depressa e, mais significativo, de saber estar à altura da grandeza do emblema da águia.
Cedo compreendeu que ser presidente do Benfica o devia inibir de alinhar em algazarras de bairro disfarçadas de rivalidades ou dar troco a reptos futeis de quem, provavelmente, gostaria de ser como ele mas não sabe como.
Proclamou o objectivo do tri quando muito boa gente chorava baba e ranho por causa da saída de Jesus. Reflexo de bem urdida operação de maledicência que gerou embaraços na organização encarnada e interferiu no trabalho de Vitória. Sem dramas, porém. Para quem o conhece minimamente já deve ter verificado que Vieira funciona como segunda linha de betão, difícil de transpor. Parece ausente ou distraído, mas quase nada lhe escapa.

É um vigilante atento, daqueles que se for preciso não dormem. Revela especial intuição para prever as coisas a preparar soluções. De aí que decorriam ainda os festejos do campeonato que Jesus prometeu e Vitória venceu e já Vieira apontava a meta do tetra, indiferente aos outros.
Esse é, aliás, um dos seus trunfos mais valiosos, acreditar na organização que criou, saber com o que conta em termos de disponibilidade/qualidade dos praticantes e ver no seu treinador, além de elevada competência, firmes traços de seriedade e lealdade.
Por outro lado, a boa saúde da águia na fase pós-Jesus permite acreditar que o V de Vieira associado ao V de Vitória traduz uma relação destinada a ser feliz."

Fernando Guerra, in A Bola

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Lucidez

"No pós-Istambul, Rui Vitória impôs alterações comportamentais e deu-se bem. Mudar não é sinónimo de fraqueza

O Benfica cimentou a liderança tranquila que exerce após 11 jornadas. Pode dividir a vantagem entre méritos próprios e oferendas alheias, pois quando projetou atacar o tetra não contaria com tanta colaboração dos principais concorrentes, com nota de especial destaque para o FC Porto. Se o Sporting pode lamentar uns tropeções difíceis de engolir, os portistas precisam de ir ao psicanalista. Entre o que mostram serem capazes de fazer e o que fazem efetivamente, os rapazes de Nuno Espírito Santo não sabem como o explicar. Estão, isso sim, a pôr tudo em causa, começando por eles próprios, sem esquecer a equipa técnica e a tão propalada ideia de jogo.
Depois da semiderrota de Istambul (estar a ganhar por 3-0 fora e ficar 3-3 não é bem um empate...), o Benfica enfrentava-se a si próprio. O Moreirense na Luz nunca seria uma ameaça complicada, mas o Besiktas também não o deveria ter sido. Lúcido, Rui Vitória travou as habituais cavalgadas dos minutos iniciais, impôs organização e controlo, fez ver à equipa o que deveria ter feito e não fez no jogo da Champions.
Mudar não não pode ser visto como sinónimo de fraqueza, estar a correr contra o muro e não procurar uma alternativa é que não faz sentido, por muito boa que seja a ideia que se defende e o modelo a implementar para lhe dar sustento. O futebol de alto rendimento tem um só propósito - ganhar - e concede pouco tempo para consegui-lo.
Para o FC Porto a questão é esta: há pedaços de jogo a provar que a ideia é mesmo boa. Mas para já apenas de modo parcial."

Notável trabalho de Rui Vitória

"O Benfica tinha um goleador de referência. De facto,Jonas foi demolidor na época 2015/2016, marcando 32 golos, tornando-se numa figura absolutamente decisiva para o campeão nacional. Este ano, uma lesão complicada e ainda não totalmente explicada retirou-o da competição.
Sem Jonas, pensava-se que o Benfica perderia a sua principal referência e torna-se-ia, inevitavelmente, uma equipa limitada nos recursos para fazer golos, até porque todos percebiam que era muito difícil encontrar um substituto à altura das capacidades técnicas, do sentido de baliza e da inteligência de jogo que Jonas demonstrara.
É aqui, neste problema real e sem solução à vista, que começa o extraordinário trabalho de Rui Vitória.
O treinador do Benfica percebeu que a solução não estava na substituição directa do seu melhor jogador, mas numa solução diferente, inesperada e inovadora. Depois de um campeonato em que o Benfica viveu de um só goleador, Vitória descobriu que cada jogador é uma solução para o golo.
Exagero? Nem sequer é uma questão de opinião, mas uma questão de factos. Em onze jogos da Liga, o Benfica é, como se sabe, o líder isolado. Tem 26 golos marcados (mais 5 do que o Sporting e mais 7 do que o FC Porto), o que lhe dá uma média superior a dois golos por jogo. E pergunta-se: como é isso possível, se não tem um goleador de referência e se continua à espera da recuperação de Jonas?
Fácil: o melhor marcador do Benfica, Pizzi, tem apenas 5 golos, mas nestes onze jogos o Benfica encontrou soluções de golos em nada menos de doze jogadores! Notável e de muito mais difícil solução para os adversários."

Vítor Serpa, in A Bola

No Bósforo, no estádio do Paxá...

"A primeira vez que o Benfica se deslocou a Istambul foi em Junho de 1962. Tinha acabado de conquistar a sua segunda Taça dos Campeões Europeus e concluiu uma digressão que o levou ao Egipto e ao Chipre. As águias venceram o Fernerbahçe, campeão turco, por 3-1.

Falemos hoje, depois de semana europeia e deslocação a Istambul, da primeira viagem do Benfica à Turquia. Foi na sequência de uma digressão dos recentes bicampeões europeus ao Egipto e ao Chipre. Nesse tempo todo o mundo queria ver a equipa de Eusébio, Coluna, Simões e José Augusto. De todo o lado choviam convites e a águia voava um pouco por toda a parte, da Europa à África e às Américas, mais tarde também à Ásia e Oceânia. Não houve continente no qual não tivesse pousado.
Mas eu trazia aqui à vossa página o mês de Junho de 1962. O Benfica batera o Real Madrid em Amesterdão e era a grande equipa do momento. Viaja para o Cairo, onde perde com o Nacional por 2-3, passa por Nicósia, onde aplica duas goleadas (5-1 e 6-2), aterra em Istambul para defrontar o campeão turco, o Fernerbahçe. Hoje, o Fernerbahçe tem 19 títulos de campeão; na altura acabara de conquistar o segundo. Foi um jogo alegre, com um público atento e participativo. O Benfica venceu por 3-1 e assinou uma exibição de categoria, não tivesse tanta fama na sua esteira. Ao intervalo já estava 2-0 para os lisboetas.
«O Benfica conseguiu ganhar o seu ascendente numa batalha travada em duas frentes: na defesa, mercê da aplicação do seu sector de segurança, com relevo para Germano e até para Costa Pereira; no ataque graças à brigada de assalto constituída especialmente por Águas, Eusébio e Simões, apoiados da retaguarda por Coluna, José Augusto e Cavém», contava a imprensa da época.
Estavam mais de 20 mil pessoas no Estádio Paxá Mah Mitthatt. Um público entusiasta, pleno de fervor. Havia essa vontade máxima de vencer o campeão europeu. Seria único para os turcos. Algo de incrível. Por isso o povo apoiava os seus com a força de gargantas roucas e de uma crença enorme. Debalde. Ao intervalo já o Benfica vencia por 2-0. Golos de Coluna e Eusébio, aos 38 e 40 minutos. Duas rajadas de água gelada sobre o pequeno inferno de Istambul.

Aplausos para os campeões
A verdade é que esse Benfica estava preparado para qualquer ambiente. Não por acaso vencera duas finais da Taça dos Campeões e, no final dessa época, enfrentaria uma terceira consecutiva. Era uma equipa inteira e sem falhas comprometedoras. Desde que mantivesse a atenção e o acerto defensivo, dificilmente não marcaria mais golos do que o adversário. No segundo tempo manteve a toada. Águas fez o 3-0, aos 59 minutos. Depois... Depois, vamos lá ler as palavras de uma testemunha ocular dessa tarde à beira do Bósforo: «Exactamente à entrada do último minuto houve, finalmente, um golo turco, obtido depois de uma jogada confusa em frente à baliza de Costa Pereira. O árbitro ordenou a marcação de uma grande penalidade que proporcionou ao Fernerbahçe o ponto de honra. Poucos segundos antes, num choque que não fora provocado por nenhum incidente, Coluna ficara com uma brecha na cabeça ao embater em voo com um jogador turco».
Vitória tranquila, portanto.
Vitória de uma equipa poderosa que dava cartas por toda a parte e não se deixava intimidar fosse por que ambiente fosse. Assim, o cronista encerra a sua história: «A impressão deixada pelo Benfica foi ilustrada pelo comportamento do próprio público turco: ao terminar o encontro, apesar de se tratar de um público dos mais 'caseiros' de todo o mundo, os espectadores sublinharam a saída dos jogadores portugueses com prolongados aplausos - prémio merecido pela sua melhor exibição».
Pela primeira vez, o Benfica jogava na Turquia e deixava impressa a sua marca de campeão. Haveria de voltar, uma outra e outra vez. Geralmente com resultados agradáveis quando se tratou de eliminatórias para as taças europeias. Na semana em que a águia voltou a voar para Istambul, era altura ideal para recordar essa viagem primordial. E umas das vitórias que ficaram marcadas na memória dos turcos..."

Afonso de Melo, in O Benfica

Uma odisseia natalícia

"Um jovem nadador enfrentou a tormenta e o seu nome seria escrito a letras de prata.

A manhã de Natal de 1930 acordou tempestuosa. No Terreiro do Paço, Luís Naia, nadador do Sport Lisboa e Benfica, parou à beira do rio Tejo, 'somente coberto pela malha leve do calção'. O rio apresentava más condições para uma prova de natação: 'águas mortas, rio agitado, chuva pegada e vento forte de «travessia»'. 'Tiritavam de frio os acompanhantes do atleta. E tiritavam de frio as pombas e as gaivotas nos seus vôos matinas acordadas pela luz da manhã, que rompia', contudo, o nadador não hesitou e saltou para as águas gélidas quando foi dado o sinal de partida, às 7 horas e 40 minutos, entre aplausos do grupo de pessoas presentes.
Luís Naia tinha-se preparado cuidadosa e metodicamente para esta prova, a Pequena Travessia de Lisboa, quase em segredo, tendo ficado preso pelo desejo de cumprir ou de suplantar a proeza realizada pelo atleta Eduardo Vieira Alves, do Sport Algés e Dafundo, exactamente um ano antes.
Numa braçada ritmada, constante, o atleta rasgava as águas, lutando não só contra o vento contrário e a chuva, condições que foram piorando à medida que se aproximava da Torre de Belém. A dado momento, os remos do bote de apoio que o acompanhava não aguentaram tantas adversidades e partiram-se, e a embarcação foi rebocada para terra, ficando só a acompanhar o atleta o '«gasolina» fretado pelo Benfica'. Ainda assim, o ânimo do nadador não fraquejou e continuou a sua odisseia.

Da embarcação partiam incitamentos ao valoroso nadador mas havia também quem achasse que seria hora de parar, que este já tinha provado o seu valor e que estava a colocar a sua vida em risco. Luís Naia, todavia, recusava-se a desistir e 'com grande espírito desportivo e para elevar mais alto o pavilhão do seu clube a sua tentativa não termine a uma centena de metros do «terminus»'. Ao chegar ao fim do percurso, em Pedrouços, o seu tempo foi registado oficialmente pela Associação de Natação de Lisboa: percorreu mais de oito quilómetros em apenas 1 hora, 36 minutos e 7 segundos. Tinha batido o recorde de distância!
Em terra, modesto, o nadador mostrou-se feliz por ter cumprido a prova que se propusera a realizar. Esta seria, ao longo da sua vida, a façanha de que mais se orgulharia. O seu esforço e dedicação em elevar o nome do seu Clube seriam recordados e recompensados ao ser distinguido com a Águia de Prata, que lhe foi entregue na sessão solene de celebração do 27.º aniversário do SL Benfica.

Pode ficar a conhecer mais sobre este e outros sócios que foram distinguidos pelos seus feitos em nome do Clube na área 16. Outros voos do Museu Benfica - Cosme Damião."

Lídia Jorge, in O Benfica

Chapecoense


"Profundamente chocado com a tragédia que afetou a equipa de futebol sénior da Associação Chapecoense de Futebol, em meu nome e do Sport Lisboa e Benfica endereço ao Clube e às famílias dos jogadores e da equipa técnica, as mais sentidas condolências e a solidariedade nesta hora inesperada de dor.
Perante a tragédia que tocou uma vez mais o mundo do futebol, o Sport Lisboa e Benfica, de forma solidária, manifesta a sua disponibilidade para apoiar a Associação Chapecoense de Futebol na criação de condições para minorar o sofrimento e superar a perda desportiva.
A todos a nossa solidariedade e a nossa disponibilidade como clube de valores, de afetos e de paixão pelo fenómeno desportivo"



Benfiquismo (CCCII)

Luciano...

Pizzas ?!!!

Lixívia 11

Tabela Anti-Lixívia
Benfica.......... 29 (-2) = 31
Corruptos...... 22 (-1) = 23
Sporting........ 24 (+4) = 20


Regresso do Campeonato, com dose industrial de lixívia a ser usada por toda a (des)comunicação social desportiva!!! Pessoalmente, até considero o tratamento dado (ou não dado) aos casos polémicos dos jogos com os Corruptos e os Lagartos, mais grave, do que os supostos erros que aconteceram dentro do campo!!!

No pós-jogo imediato aos jogos dos dois estarolas, silêncio total, sobre o penalty descarado do Danilo sobre o Abel Camará; e a bola dentro ou fora da baliza do Patrício. Se por acaso, qualquer um destes lances tivesse supostamente beneficiado o Benfica, teríamos tido um massacre de imagens e gritos, nos pasquins e nas televisões... assim, quase ninguém se lembrou do assunto!!!
E os que falaram destes casos, falaram de forma envergonhada...
Sendo que mais uma vez, a Realização e os comentários feitos em directo pela PorkosTV foram decisivos no condicionamento da opinião publicada. A ausência de repetições, e de outros ângulos, nos respectivos Casos, serviram para 'apagar' da memória colectiva os tais lances... Mais uma vez!!!

Aliás, só na Segunda, com um suposto tratamento geométrico, se voltou a falar da bola dentro ou fora da baliza do Patrício!!! Do penalty do Danilo?! Nada, de nada... Nem aconteceu!!!!!!!!!!
A jornal A Bola, supostamente Benfiquista, ignorou tudo... aliás o grande erro na jornada para o jornal A Bola, foi uma suposta falta do Fejsa, no início da jogada que deu o 2.º golo ao Benfica!!!!

Aceito as dúvidas no lance do Patrício, mas eu acho que a bola entrou... e curiosamente, as imagens que a TVI criou para provar que a bola não entrou, ajudaram-me a criar a convicção que a bola entrou mesmo... Sendo que no campo, seria sempre complicado um fiscal-de-linha marcar golo...
O 2.º amarelo ao Semedo é bom mostrado... As ofensas do Bruno César, são claras... e parece que ninguém se lembra do castigo do Enzo, por ter feito um gesto com a mão, em direcção do banco do Benfica, insinuando que estávamos a ser roubados...!!!

Os Corruptos, apitados por um sócio fanático, lá tiveram mais um jogo repleto de mergulhos, protestos, birras... e zero golos!!! O grande erro foi o tal penalty ignorado do Danilo, ao minuto 39... que com o conflito entre o Filipe e o Camará logo a seguir, foi varrido para baixo do tapete!!!!
Já agora, inacreditável as declarações do comentador da PorkosTV, a pedir Vermelho para o Camará, após a apatetada queda do Filipe simulando uma agressão!!!!

Na Luz, o grande erro foi a agressão ao Salvio. Eu até dou de barato o facto do jogo estar parado (as imagens não são esclarecedoras, porque a agressão é continuada...), mas ao contrário do que muitos escreveram... uma agressão daquelas, sem bola, é Vermelho directo.
E o árbitro estava a olhar para a área... sem ninguém à frente!!!
Minutos antes, o Salvio foi derrubado, no Estádio pedi penalty, mas na televisão, vi que o empurrão do Caue foi fora da área... mas foi falta. Empurrão, com o braço nas costas, no momento em que o Salvio ia rematar... Parecido com o empurrão do Coates, no Bessa, mas neste caso, o jogador do Moreirense, não jogou, nem teve qualquer intenção de jogar a bola, ao contrário do caceteiro do Coates.
No resto do jogo, tivemos um exercício de 'salvar' os jogadores do Moreirense da expulsão...!!! E talvez por isso, quando o Fejsa levou amarelo (por acaso na repetição, até se vê que o Fejsa foi pisado!!!), o Rui Vitória protestou... Porque ao contrário do Moreirense, os jogadores do Benfica nunca foram 'avisados' que para a próxima levariam amarelo... foi logo na 1.ª falta para amarelo!!!!


Anexos:

Benfica
1.ª-Tondela(f), V(0-2), Pinheiro, Nada a assinalar
2.ª-Setúbal(c), E(1-1), Oliveira, Prejudicados, (1-0), (-2 pontos)
3.ª-Nacional(f), V(1-3), Soares Dias, Nada a assinalar
4.ª-Arouca(f), V(1-2), Veríssimo, Prejudicados, (0-3), Sem influência no resultado
5.ª-Braga(c), V(3-1), Sousa, Prejudicados, (4-1), Sem influência no resultado
6.ª-Chaves(f), V(0-2), Martins, Prejudicados, (0-3), Sem influência no resultado
7.ª-Feirense(c), V(4-0), Luís Ferreira, Prejudicados, (5-0), Sem influência no resultado
8.ª-Belenenses(f), V(0-2), Hugo Miguel, Nada a assinalar
9.ª-Paços de Ferreira(c), V(3-0), Esteves, Nada a assinalar
10.ª-Corruptos(f), E(1-1), Soares Dias, Prejudicados, Impossível contabilizar
11.ª-Moreirense(c), V(3-0), Godinho, Prejudicados, Sem influência no resultado

Sporting
1.ª-Marítimo(c), V(2-0), Nuno Pereira, Nada a assinalar
2.ª-Paços de Ferreira(f), V(0-1), Hugo Miguel, Beneficiados, Impossível contabilizar
3.ª-Corruptos(c), V(2-1), Martins, Beneficiados, (0-1), (+3 pontos)
4.ª-Moreirense(c), V(3-0), Almeida, Beneficiados, (2-0), Impossível contabilizar
5.ª-Rio Ave(f), D(3-1), Pinheiro, Nada a assinalar
6.ª-Estoril(c), V(4-2), Capela, Beneficiados, (4-3), Sem influência no resultado
7.ª-Guimarães(f), E(3-3), Soares Dias, Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
8.ª-Tondela(c), E(1-1), Rui Costa, Beneficiados, (0-1), (+1 ponto)
9.ª-Nacional(f), E(0-0), Vasco Santos, Prejudicados, (0-1), (-2 pontos)
10.ª-Arouca(c), V(3-0), Xistra, Beneficiados, Impossível contablizar
11.ª-Boavista(f), V(0-1), Veríssimo, Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)

Corruptos
1.ª-Rio Ave(f), V(1-3), Veríssimo, Nada a assinalar
2.ª-Estoril(c), V(1-0), Luís Ferreira, Prejudicados, Sem influência no resultado
3.ª-Sporting(f), D(2-1), Martins, Prejudicados, (0-1), (-3 pontos)
4.ª-Guimarães(c), V(3-0), Sousa, Nada a assinalar
5.ª-Tondela(f), E(0-0), Hugo Miguel, Beneficiados, (1-0), (+ 1 ponto)
6.ª-Boavista(c), V(3-1), Almeida, Prejudicados, Beneficiados, Impossível contabilizar
7.ª-Nacional(f), V(0-4), Rui Costa, Beneficiados, Sem influência no resultado
8.ª-Arouca(c), V(3-0), Manuel Mota, Nada a assinalar
9.ª-Setúbal(f), E(0-0), Pinheiro, Nada a assinalar
10.ª-Benfica(c), E(1-1), Soares Dias, Beneficiados, Impossível de contabilizar
11.ª-Belenenses(f), E(0-0), Oliveira, Beneficiados, (1-0), (+1 ponto)

Jornadas anteriores:
1.ª jornada
2.ª jornada
3.ª jornada
4.ª jornada
5.ª jornada
6.ª jornada
7.ª jornada
8.ª jornada
9.ª jornada
10.ª jornada

Épocas anteriores:
2015-2016

Cota... e a solução para a seca na Etiópia !!!

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Rui Vitória é nome de grande treinador

"A primeira terça parte do campeonato está cumprida. É alguma coisa, embora insuficiente para se extraírem conclusões. Além de não haver campeões de terços, nem de metades. Só os fins, e esse só será conhecido na segunda quinzena de maio do próximo ano. Até lá entretemo-nos com exercício jornalísticos, uns interessantes, outras sem interesse algum, mas que ajudam a passar o tempo e, de alguma forma, enriquecem o colorido nas conversas entre adeptos.
Vendo as coisas com a necessária distância, pouco discussão deve suscitar o primeiro lugar do Benfica. Por ter mais pontos e por ter resistido com notável firmeza a uma sucessão de problemas, traduzida em número de lesões excessivo e invulgar. Os três avançados titulares chegaram a estar impedidos de alinhar ao mesmo tempo (Jonas, Jiménez e Mitrolgou). Destes, o brasileiro, e vencedor de A Bola de Prata na época transacta (32 golos), continua sem data prevista para voltar a competir. Depois foram os centrais Luisão e Jardel. Seguiram-se, mais ou menos por esta ordem, Rafa, Samaris, André Horta e Grimaldo. Acrescenta-se Eliseu, desde ontem, mais Fejsa, com quadro clínico geralmente instável e que muita falta fez no jogo com o FC Porto.
Frente ao Besiktas, na Luz, Cervi e Gonçalo Guedes formaram a dupla de avançados, com José Gomes como terceira alternativa, tendo o Benfica apresentado nessa jornada a equipa mais jovem de quantas participaram na Champions.
Mesmo assim, Rui Vitória não se queixa. Esquece as ausências, destaca as presenças e vira o primeiro terço na liderança da Liga, com  mais cinco pontos do que o Sporting e mais sete do que o FC Porto.
Quem assim trabalha vê-se logo que não engana. É grande treinador, no tamanho e na competência."

Fernando Guerra, in A Bola

Dupla chapelada

"Talvez porque a marca de ourela das Caxinas não seja tão forte e tão carregada de 'finesse' como as das avenidas das grandes cidades, talvez porque as relações públicas não constituam propriamente a sua especialidade, Fábio Coentrão fica por norma de fora das odes com que se adulam tantos ídolos com pés de barro, gente de escassas virtudes mas de abundantes vaidades.
Vê-se, aliás, o que é dito em entrevistas ou mesmo quando terminam as partidas, em que as vitórias são sempre consequência dos excelsos méritos dos vencedores e as derrotas jamais fabricam derrotados: a culpa é do árbitro, do excesso de jogos, da relva, da chuva ou do azar, nunca é deles.
Ao assumir, no final da partida de Alvalade, não só a responsabilidade pelo penálti de que resultou o empate, como a necessidade de ter de melhorar a sua actual capacidade para merecer continuar a jogar no Real Madrid, Fábio Coentrão fez prova de uma grandeza de carácter que não está ao alcance de muitos peitos cheios de vento que por aí desfilam e demonstrou ser uma pessoa especial, a quem só se pode desejar toda a sorte do Mundo.
(...)"

Regresso às origens

"Apesar de atacar com muitos jogadores, o Benfica é muito forte no momento da perda de bola.

Grande resposta
1. Este jogo marcou o regresso do Benfica às origens, enquanto máquina infernal de futebol vertiginoso. Havia alguma expectativa em relação à forma como a equipa ia reagir à meia hra final do jogo em Istambul, e a resposta foi muito boa, com uma dinâmica que criou sempre muitos problemas ao Moreirense, mesmo que os visitantes tenham mostrado ser uma equipa organizada, sobretudo nos primeiros 30 minutos. Foi sempre muito grande a mobilidade dos jogadores do Benfica, com Salvio e Cervi (claramente a crescer) em destaque. Pizzi foi bem anulado no inicio, mas soltou-se de forma decisiva e foi o cérebro da equipa.

Atacar bem, defender bem
2. Apesar de atacar com muitos jogadores, o Benfica foi sempre uma equipa muito agressiva e organizada no momento da perda de bola, praticamente não consentido que o Moreirense chegasse à frente. Os encarnados têm capacidade de se reorganizarem muito rapidamente, são uma equipa muito bem trabalhada em termos tácticos.

Do posicional às transições
3. Na segunda parte, e depois de chegar ao 2-0, o Benfica mostrou que, além da qualidade no ataque posicional (ontem foi uma verdadeira enciclopédia), também se sente muito confortável quando baixa mais e aposta nas transições. O segundo golo é um compêndio de combinações.

Jiménez fez sentido
4. Na equipa apresentada por Rui Vitória, apenas uma surpresa, a inclusão de Raúl Jiménez em vez de Motroglou, com Guedes mais posicional. Fez sentido. Jiménez dá coisas diferentes à equipa, e o golo foi um justo prémio pela forma como jogou.

PS - Podence teve uma atitude de menino mimado e vedeta no momento da substituição. O talento não é tudo, há que ter humildade e respeito para crescer."

Vítor Manuel, in A Bola

Olhares...

"E vão 30 lesões
Eliseu foi protagonista, ontem, do 30.º caso clínico no Benfica esta época (contando também com recaídas). A natureza das lesões é de tal forma variada que não vale a pena iniciar uma caça às bruxas para encontrar explicações e responsáveis. Convém mesmo ir à bruxa.

Rebocho 'v.s.' Hermes
O jovem lateral esquerdo de 21 anos teve de sair do Benfica, após nove anos, para provar que tem qualidade para voar ao mais alto nível (nunca teve oportunidades na equipa principal das águias). Será que Hermes, 21 anos, contratado ao Grémio, é melhor? O tempo o dirá.

André 'Messi' Almeida
Lançado na primeira parte, por lesão de Eliseu, o lateral levou tanta pancada dos jogadores do Moreirense, até ao intervalo, que mais parecia Messi a ser travado nos jogos do Barça. E no lance do primeiro golo também teve papel decisivo... à Messi. Só lhe faltou o cabelo loiro.

A 'letra' de Jiménez
Ok, o centro de letra de Jiménez (10') não saiu bem, mas, após o jogo, nos cafés, os adeptos falaram dos golos, dos penalties e, não custa adivinhar, do centro de letra do mexicano. E a esta hora há muitos miúdos a tentar imitá-lo. Se tirarem isto do futebol, ele morre.

Ser antes de ser
Não faltam, no futebol português, casos de jogadores que antes de serem já eram e que, por isso, nunca chegaram a ser. Podence pode ter quase tudo o que é preciso para ser um bom jogador, mas a forma como saiu mosra que lhe falta algo fundamental: humildade."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

Injusto

Benfica B 0 - 1 Fafe


Muito injusto... o Benfica foi claramente a melhor equipa, aquela que mais tentou chegar ao golo, aquela que mais ocasiões criou, mas a ineficácia foi fatal!!!
O Fafe em duas oportunidades marcou um golo, a 10 minutos do fim... Com o Benfica a não ter cabeça para recuperar...

Uma nota sobre a arbitragem: tivemos uma demonstração de como 'matar' um jogo com o recurso sistemático da falta ofensiva!!! Qualquer 'sopro' sobre os defesas foi falta... E neste caso, em prejuízo da equipa que mais atacava: o Benfica!!! Quebra de ritmo de jogo, intimidação constante sobre os jogadores, evitando assim a pressão alta... Resumindo: como tornar os jogos mais lentos...!!!

Quando a pós-verdade chega ao futebol

"Tapar o sol com a peneira dizendo que a culpa é dos árbitros desresponsabiliza os jogadores e atrasa a resolução do problema.

Abraham Lincoln, 16.º presidente dos Estados Unidos e homem de grande sagacidade e bom senso, disse um dia que «pode enganar-se todas as pessoas por algum tempo e algumas pessoas durante todo o tempo. Mas não se pode enganar toda a gente por todo o tempo». Esta verdade simples é esquecida, amiúde, pelos criadores de sound bites, mais preocupados com a forma de comunicar do que com a substância da matéria. E aquilo que se comunica, na maior parte dos casos, dificilmente tem a ver com a realidade, encaixando, isso sim,  na palavra do ano de 2016 para os editores dos dicionários Oxford: a pós-verdade. Pós-verdade é um adjectivo que se utiliza quando se pretende sublinhar que a verdade tem menos influência na formação da opinião pública do que os apelos emocionais e as opiniões pessoais, que podem ser mentiras.
Quando se envereda por este caminho, um dos objectivos pode ser ganhar tempo, até que a verdade encontre aquilo que não passa de pós-verdade. Imagine-se uma equipa de futebol que tarda em arrancar e não apresenta resultados consentâneos com as ambições dos adeptos e os objectivos do clube. É possível, durante algum tempo, enganar todas as pessoas, dizendo que a culpa dos desaires é dos árbitros; e é também possível enganar algumas pessoas, durante o tempo todo, com esse mesmo argumento. O que não será possível é enganar todas as pessoas durante todo o tempo. E o futebol, neste particular, é deveras linear, porque a verdade dos resultados não se compadece com nenhuma pós-verdade.
E o que é que acontece quando se escolhe trilhar essa rota de areias movediças? Impede-se que as verdadeiras causas do problema sejam atacadas, ilude-se o diagnóstico e permite-se à doença que se propaga. Em qualquer equipa de futebol onde as coisas não estão a correr bem, é música celestial para os ouvidos dos jogadores ouvir que a culpa é dos árbitros. Essa desresponsabilização causa danos irreparáveis e atrasa a cura, por vezes de forma irreversível.

PS - Um amigo meu benfiquista, quando o clube da Luz marcou o terceiro golo ao Moreirense, enviou-me uma mensagem que dizia: « Agora é que isto ficou perigoso. Com 3-0 nunca se sabe...» A ironia sempre foi uma boa forma de sublimar frustrações.

Pequeno príncipe pronto para dar o salto do Mónaco
«Toque de bola notável e decisões de uma lucidez rara. É a joia da coroa monegasca...».
Apreciação em L'Equipe de Bernardo Silva (Mónaco, 4 - Marselha, 3)
Bernardo Silva terá sido o maior erro de avaliação da carreira de Jorge Jesus. É verdade que então JJ tinha Gaitán e Salvio para as alas, mas um talento assim nunca deveria ser desprezado. Acontece a todos e não é por isso que Jesus percebe menos de futebol. Já em Bernardo, começa a sentir-se que o Principado é pequeno para tanta arte. Voos mais altos, avizinham-se...

ÁS
Juan Martin Del Potro
Pela primeira vez na história a Argentina conquistou a Taça Davis. Fê-lo em condições especialmente adversas: jogou em Zagreb, casa da Croácia, não apresentou nenhum jogador top 20 e foi capaz de virar de 2-1 para 2-3, proeza que desde 1981 ninguém conseguia. Épica, a vitória de Del Potro sobre Cilic, a chave do êxito.

ÁS
Pameiras
A grande espera de 24 anos terminou e o Palmeiras voltou a sagrar-se campeão do Brasil. Ontem, a Allianz Arena de São Paulo foi um mar de lágrimas de felicidade pelo triunfo da equipa liderada por Cuca, que teve em Gabriel Jesus (a caminho do City) a estrela maior e no ex-leiriense Fernando Prass a referência ética.

Duque
Nuno Espírito Santo
O défice de concretização dos dragões tem a ver com a falta de eficácia dos avançados ou com o modelo de jogo implementado por Nuno Espírito Santo? Nos últimos seis jogos o FC Porto fez dois golos; nos últimos três não fez nenhum. O técnico portista deverá continuar à procura da fórmula certa e para isso precisa de estabilidade.

O sortilégio do 34
Com a vitória de Nico Rosberg no Mundial de F1 de 2016, a família Hill (Graham e Damon) passou a ter companhia no quadro de honra da principal competição do desporto motorizado. Keke Roseberg tinha-se sagrado campeão em 1982 e Nico segui-lhe os passos 34 anos depois; e não é que o tempo que mediou entre a conquista de Graham Hill (1962) e o título de Damon Hill (1996) não foi também de 34 anos? O ano de 2016 da F1 foi emocionante e é uma pena que Portugal não tenha podido ver, pela televisão, ao vivo, todas as emoções do circo...

Cuba em mudança, no desporto também...
A morte de Fidel astro fez manchetes em todo o mundo mas o 'Le Monde' terá sido dos poucos jornais a dizer tudo em apenas duas palavras ('Fidel Castro icône et tyran'). A partir de agora Cuba mudará ainda mais rapidamente e essas mudanças terão reflexo também no desporto, visto por Fidel como um instrumento ao serviço do estado."

José Manuel Delgado, in A Bola

A exibição “estrondosa” do Pinedine Zizane

"Ederson
Peixinho grelhado, chá de hipericão e um adversário inofensivo: a fórmula vencedora de mais um jogo em que baliza e aparelho digestivo permaneceram invictos. É Nóis!

Nélson Semedo
Aos 31 minutos lançou-se num sprint após passe de Fejsa em que contornou o defesa, tendo primeiro passado pelo Califa para comer um croquete antes de tirar um cruzamento perfeito para a cabeça de Gonçalo Guedes. Fora isso, passou boa parte do jogo a desenhar triângulos escalenos com Salvio, Guedes e Pizzi, um carrossel que por diversas vezes fez o impossível, movimentar um autocarro apenas com o poder da mente e os pés. É o único Nélson contratualmente ligado ao Benfica que ainda reúne condições para uma carreira no atletismo.

Luisão
Exibiu-se ao nível habitual nos lances com bola, denotando quase sempre vontade de fazer mais do que é exigido a um futebolista com a sua antiguidade. Menos bem nos lances sem bola, tendo revelado melancolia no olhar perante a inapelável passagem do tempo. Há dois anos e 342 dias que não fintava um adversário no meio campo adversário, mas quebrou a malapata aos 62 minutos, num excelente cruzamento pela direita. A continuar assim parece-nos pouco preparado para ser director de relações internacionais ou coisa do género.

Lindelof
Os suecos são um dos povos mais felizes do mundo. Se lhes perguntarem, eles dirão que isso se deve a uma combinação de heavy metal, políticas de apoio à família, uma sociedade bem organizada e liberdade para errar. Poderíamos procurar explicações em outros factores, como a estrutura benfiquista ou aquela namorada, mas é mais provável encontrarmos a origem da boa exibição de hoje num inverno chuvoso com café e bolos passado em Umea, no aconchego de uma mãe em licença de maternidade até 2045. Enquanto não nos tornamos uma sociedade melhor, agradeçamos o facto de este cidadão de primeiro mundo ter escolhido o futebol e o Benfica.

Eliseu
tínhamos saudades de uma lesão aos 15 minutos de jogo. Não se esqueçam, amanhã há treino de ginásio à porta aberta. Todos ao Seixal!

Fejsa
Vamos supor que alguém queria produzir uma estátua de um futebolista ou dar o seu nome a uma rua. De um ponto de vista financeiro-legal, como é que a coisa se processa? Onde nos devemos dirigir? Com quem é que falamos? Alguém aqui já fez um crowdfunding e pode explicar-nos? Enfim. Ljubomir Fejsa é uma das maiores improbabilidades estatísticas do futebol europeu. Há quase 10 anos que é consecutivamente campeão nacional em diferentes equipas e há cerca de 4 meses que não toma uma decisão errada. Segundo melhor em campo.

Pizzi
Exibição estrondosa do nosso Pinedine Zizane, de longe o melhor em campo. Esta época já soma sete golos, cinco assistências e quatro jogos pela selecção nacional, os mesmos, por exemplo, que Ariza Makukula. Tem no entanto menos cinco internacionalizações do que Jorge Ribeiro e menos sete do que Nelo. Pensem nisso.

Salvio
O velho Salvio que se metia numa alhada junto à bandeira de canto e prosseguia inexplicavelmente rumo à baliza deu lugar a um jogador igualmente impetuoso, ainda assim dado a impossibilidades técnico-tácticas, mas adepto de zonas do terreno mais propensas a que outros joguem à bola consigo, nomeadamente Semedo, que tem ganho melhor a linha, e qualquer outro ser humano vestido de encarnado nos últimos 25/30 metros do corredor central. Acerta uma em cada cinco tentativas, por isso não se queixem. Se acertasse todas não teríamos apenas o melhor ataque da liga portuguesa de futebol, mas mais golos marcados que os séniores do andebol. Deixem-nos brilhar.  

Cervi
Completou hoje os seus primeiros 1000 minutos ao serviço do Benfica. A adaptação ao futebol europeu e em especial ao clube que o irá vender por 45 milhões continua a decorrer a bom ritmo e faz-nos perdoar-lhe qualquer erro que cometa. Aos 22 anos, e com aquele físico, é uma das crianças mais disciplinadas que conhecemos. Mais rápido que Salvio a apoiar defensivamente, capaz de partilhar o flanco esquerdo com André Almeida, apesar de nunca terem trocado mais do que duas mensagens no Instagram, sempre disponível para invadir outras zonas do terreno com profundidade e objectividade, Cervi é um valor inseguro deste plantel, porque não deve ficar muito tempo cá. 

Gonçalo Guedes
Estão a ver aquelas pessoas no LinkedIn que trabalham num call-center - “diz-se Sales Assistant, OK?” - e ainda assim conseguem receber recomendações em marketing, social media, logística, agricultura vertical, voluntariado e gastronomia molecular? Agora imaginem uma pessoa que, de facto, justifica todas as recomendações. Anotem: Gonçalo Guedes, de quem muito duvidámos, é o agitador de serviço no ataque benfiquista (marketing cultural), foi um dos que melhor aproveitou as diagonais de Jimenez para criar desequilíbrios (geometria), é um dos mais agressivos a pressionar para recuperar a bola (fitness instruction), parece genuinamente aborrecido quando as coisas lhe correm mal (personal branding) e nunca, mas nunca se esconde do jogo (public speaking). É verdade que nem sempre os pés e o cérebro parecem comunicar, mas o trabalho aparece feito.

Raúl Jiménez
As suas movimentações em zonas menos avançadas do terreno demonstram que compreende os princípios da modalidade e aquilo que o mister solicitou. Pode dizer-se que a equipa perde poder de fogo sem Mitroglou na área, mas em contrapartida ganha dois pés e um cérebro em excelente estado, que por sinal valeram um golo. Por isso, enquanto Jonas não regressa, há gente suficiente naquelas deambulações meio campo adentro para que todos possamos continuar a ignorar alegremente quaisquer ideias previamente concebidas acerca de como deveríamos estar a rumar ao tetracampeonato. O importante é que rumemos.

André Almeida
Muito bem a estorvar ofensivamente no lance do primeiro golo, mais uma qualidade que lhe descobrimos. Teve o seu momento alto na partida, quiçá na carreira, aos 70 e poucos minutos, momento em que Hélder Conduto o definiu como o Mascherano do Benfica.

André Carrillo
O nosso Songoku continua a sua pré-época e vai somando minutos em campo, sinal de que o nosso Tartaruga Genial (Rui Vitória) continua a depositar esperança nele. Isso ou vamos despachá-lo em Janeiro, logo se vê. Desenhou um bom lance em conjunto com Pizzi e aparenta menos cagança em campo, excepto ao nível capilar.

Rafa
Devia ter passado a bola no lance do terceiro golo. Felizmente um defesa do Moreirense concordou e colocou a bola à mercê do Jimenez."

Cadomblé do Vata

"1. A sério malta, que raio tomam Cervi e Jimenez antes dos jogos para correrem tanto? 90 minutos a vê-los em campo dá-me mais tonturas do que fazer as curvas de Vila Velha de Rodão depois de emborcar uma feijoada.
2. Foi com um imenso sorriso nos lábios que vi Pizzi finalizar com sucesso o 2-0 com assistência de Sálvio... foi a melhor forma de premiar a única vez em que o argentino pegou na bola e não rematou à baliza.
3. Eliseu lesionou-se na 1ª parte e fez a lista de lesionados nesta temporada ascender aos setenta e tal casos... só por isto, já me dá vontade de rir quando me vêem com a conversa "ah o Rui Vitória não roda a equipa".
4. Almeida entrou a substituir o lesionado Eliseu, sacou 2 amarelos e fez uma assistência... foi giro e coiso, mas óh André... o Lisandro quando entrou a substituir um lesionado marcou golo... vê se te orientas.
5. Grande movimento de anca do Rafa a escapulir-se ao pontapé que Makaridze lhe apontou no lance do 3-0... fiquei imensamente feliz, porque no sábado já tinha sido atingida a quota máxima de barbudos falecidos por fim de semana."

Benfiquismo (CCCI)

1970/71