Últimas indefectivações

sábado, 30 de junho de 2012

Notícias de Helsínquia...


No 4º dia do Europeu não tivemos muitas provas com Benfiquistas em acção.
O Rasul Dabó nos 110m barreiras conseguiu, à justa, a qualificação para as Meias-Finais. O Rasul também teve alguns problemas fisícos nos últimos meses, nesta época não tem conseguido obter as marcas desejadas (o João Almeida atleta do Sporting, que nas últimas épocas a nível nacional perdeu quase sempre para o Rasul, tem hipóteses reais de qualificação para a Final, além de estar muito perto de conseguir os mínimos Olímpicos...), os mínimos para os Jogos Olímpicos para o Rasul, parecem longe, as condições climatéricas em Helsínquia também não ajudam... hoje, qualificou-se com o 'pior' tempo para as Meias, portanto não podemos esperar muito para a prova de amanhã...
Na estafeta dos 4x100m a marca também não foi boa, mas conseguimos a qualificação para a Final. Com 3 Benfiquistas o Ricardo Monteiro, o Arnaldo Abrantes e o Yazaldes Nascimento (o 'não Benfiquista' foi o Dany Gonçalves), sendo que o Yazaldes - fresquinho, com poucas provas nas pernas - no último percurso, 'salvou' a equipa, com uma recuperação espectacular... Na Final, com melhores condições climatéricas, espera-se os mínimos Olímpicos, seria um excelente final para o Europeu!!!

Amanhã temos a Final do Salto em Comprimento, onde um Marcos Chuva ao nível do ano passado, estaria na luta pelas Medalhas!!!

O Gaseificado

"Corre por dentro do Gaseificado uma corrente de ar fétido. E, infelizmente para a Humanidade, o Gaseificado não consegue manter a boca fechada. Todos sabem que as palavras, como outros sons, são feitas de ar. Por isso, as palavras do Gaseificado cheiram mal. É um tolo com excesso de gás a incomodar quem preferia cumprir a vida longe de ódios, de violências gratuitas, de tiradas obscenas. Atrás do Gaseificado, com isqueiros acesos como se estivessem num concerto de Peter, Paul & Mary; os sabujos correm a disfarçar-lhe os odores. Debalde. O Gaseificado está podre por dentro, as suas ventosidades são sujas. Ele ignora-o: ri-se e multiplica-se em parvoeiras como se estivesse são. Essa ignorância toma-se deprimente.
O Gaseificado só ouve o que lhe dizem os sabujos e os sabujos só lhe dizem o que ele quer ouvir. Neste círculo vicioso permanente o tempo corre e o Gaseificado vai soltando cada vez mais ar e cada vez menos paIavras. Isto é, o Gaseificado esvazia-se. Está cada vez mais velho e cada vez mais murcho. Não vale a pena alertá-lo: ele não acredita. Julga-se eterno. Talvez surja alguém com uma piedade infinita que resolva engarrafá-lo...

P.S.:
«Os soldados sentavam-se ao redor da lenha.
Como falar-lhes? De repente eu disse:
camaradas a pátria somos nós. (...)
José quantos almudes lá na tua aldeia?
Na minha aldeia o meu patrão faz mil almudes.
José a pátria somos nós entendes?»
Manuel Alegre, A Praça da Canção.
Ignorante, mal-educado, intelectual de pacotilha que nada sabe sobre a obra dos poetas portugueses, um opinador de meia-tijela teima há anos que titular um livro de «A Pátria Fomos Nós» é uma exibição de fascismo. Enfim, não vale a pena perder tempo com gente que, como dizia Torga, não tem horizontes para além da borda do prato da sopa."

Afonso de Melo, in O Benfica

Portugal na Europa do futebol

"Das quatro selecções que sobreviveram até às meias-finais do Euro 2012, três eram de países latinos (Portugal, Espanha e Itália) e a outra era a inevitável Alemanha. É uma Europa do futebol às avessas de uma Europa política e económica.
De entre estas selecções, três são o espelho de um conceito de futebol praticado nos respectivos campeonatos. De comum entre a selecção alemã, espanhola e italiana está a predominância de futebolistas que jogam nos campeonatos dos respectivos países, o que traz implicações que são bem visíveis em campo. A Mannschaft junta ao rigor e objectividade uma disciplina táctica espartana, mas também extremamente dinâmica. A Azurra joga agora um sucedâneo do ‘catenaccio’, bastante mais atractivo, defendendo com uma segurança e um rigor ímpares e em zonas do terreno bem mais avançadas, o que lhe dá um pendor perigosamente ofensivo. A Roja é uma reinterpretação feliz do célebre ‘tiki-taka’ de Guardiola, sem Messi, mas ainda com Iniesta, Xavi e uma organização exasperante. Resta Portugal, sem cognome, com poucos futebolistas oriundos do campeonato português na selecção e com um conceito de jogo que não espelha, felizmente, o futebol luso. Espelha o trabalho de um treinador, o talento individual de dois ou três futebolistas, os rasgos de inconformismo que vão surgindo e uma grande dose de improvisação (até a união dos futebolistas pareceu improvisada e como forma de responder às críticas).
Assim, os êxitos dos outros são reflexo do conceito que têm do futebol (pensado estruturalmente desde as bases e lutando contra a corrupção). No caso português, os sucessos da selecção – e dos próprios clubes – acontecem apesar da desorganização reinante e dos dirigentes federativos / associativos, ou seja, acontecem apesar do futebol português."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica