"1. Há os que as usam e os que as lambem, sejam as ditas envernizadas ou não. Suponhamos que um daqueles plumitivos que ganha (e bem) a vida na defesa cerrada de uma mentalidade corrupta e tacanha, dentro da qual a esperteza e a inteligência se resumem a enganar o próximo e não ser apanhado (ou a ser absolvido por juízes infames), tendo como prémio gerir um canal de televisão no qual se anunciam serviços de prostitutas e prostitutos resolve dizer, do alto da sua bacoca sapiência, que o Porto é hoje o clube que empunha a bandeira portuguesa além-fronteiras. Como negá-lo se, na recente visita a Málaga, pudemos ver, nas ruas, orgulhosos cartazes que diziam na sua simplicidade: «Porto - clube da fruta!»?
2. A campanha eleitoral para a autarquia do Porto tem-se revelado interessantíssima: de um lado um merceeiro que ganhou protagonismo ao recusar-se a ouvir Escutas vergonhosas que implicavam o seu clube de coração numa fraude de dimensões grotescas, revelando-se assim um defensor público da trafulhice e da desonestidade; do outro, um viajante compulsivo que surgiu aos olhos do povo com os filhos atrás justificando pobremente porque usava o dinheiro dos contribuintes para obsequiar a família com viagens à Disneylândia em vez de estar ao serviço da Assembleia Prostituinte. O futuro da cidade promete...
3. Por falar em Assembleia Prostituinte: não tenho notícias da habitual palhaçada dedicada anualmente ao Madaleno. Fartaram-se de lamber botas à hora das refeições?
4. Desta vez não houve o penálti da ordem. Só um ligeiro empurrãozinho. E chega! Já só faltam 27 jornadas..."
Afonso de Melo, in O Benfica