"Para que conste em memória futura na História do Atletismo Veterano o seu “nascimento” teve origem no Clube de Veteranos do Atletismo (CVA), fundado em 21 de Novembro de 1969. É um órgão ligado à Federação Portuguesa de Atletismo, com funcionamento autónomo em todos os seus aspectos, nomeadamente os administrativos e orgânicos.
Curiosamente, desde o ano de 2009 que tem a designação de Associação Nacional de Atletismo Veterano (ANAV), segundo a escritura outorgada no cartório no dia 25 de Fevereiro do ano 2010.
Com um início modesto e agrupando alguns ex-atletas federados, a sua criação terá sido uma consequência das jornadas de confraternização efectuadas anteriormente, à data da sua fundação, por elementos ligados à Federação Portuguesa de Atletismo, Associação de Atletismo de Lisboa, Comissão Central de Juízes de Atletismo que efectuavam renhidos encontros de Atletismo fomentando a ideia da competição entre os veteranos, seguindo o exemplo de países desenvolvidos, culminando com a tradicional almoçarada, tendo caminhado e incrementando-se com o movimento "Desporto para Todos", considerando o aspecto das corridas de "Endurance".
O CVA teve a sua primeira reunião no dia 18 de Outubro de 1969 do século passado, na Casa do Alentejo em Lisboa. Estiveram presentes, Alfredo Ferreira, Orlando Silva, Dídio de Aguiar, Moniz Pereira, Eduardo Cunha, Fernando Ferreira, Abel Vieira, Rocha dos Santos, Adriano Gomes e Fernando Marques. Foram estes os fundadores em 1974 no Centro de Estágio da Cruz Quebrada e teve a sua primeira sede na Rua do Sol ao Rato, nº 17, 4º Drtº em Lisboa.
Em face da inexistência de dados sobre a participação portuguesa nos Campeonatos de Veteranos, quer da Europa, quer do Mundo, propus-me à realização de uma investigação com o objectivo unicamente de transmitir ao CVA o laborioso trabalho de pesquisa e compilação, para colmatar tal lacuna, sendo o mesmo de grande utilidade para quantos se interessam e venham a interessar pelos respectivos acontecimentos. O meu intuito foi ajudar; se o consegui, sentirei que o meu esforço valeu a pena.
A 26 de Setembro de 1971, foi realizado no Estádio Nacional o primeiro Campeonato Nacional com a presença de três dezenas de atletas.
Em 1975, foram alterados os Estatutos, permitindo a participação de pessoas com mais de 35 anos, que nunca tivessem praticado Atletismo, para em Dezembro de 1976 na Assembleia Geral para eleição da Comissão Directiva (CD) para o biénio 1976/78, os Veteranos estarem agrupados em duas classes: Classe A, 45 anos em diante e Classe B dos 35 aos 44 anos.
Em Janeiro do ano 1977, foi criado o Departamento Técnico, formado por Fernando Ferreira, Tomaz Paquete e Mário Paiva. No ano de 1978, com a entrada em vigor de novos Estatutos, passaram a vigorar as seguintes categorias: Veteranos A (+ 45 anos). A partir deste ano, esta Categoria passou para B. Veteranos B (35 aos 44 anos), tendo esta categoria passado para A. Pré-Veteranos: Classe A, dos 30 aos 34 anos. Classe B, dos 35 aos 39 anos. Veteranos: Classe 1 A, dos 40 aos 44 anos; Classe 1 B, dos 45/49; Classe 2 A, dos 50/54; Classe 2 B, dos 55/59; Classe 3 A, dos 60/64; Classe 3 B, dos 65/69; Classe 4 A, dos 70/74; Classe 4 B, dos 75/79; Classe 5 A, dos 80 anos em diante.
No ano de 1978 foi a estreia de medalhas para os portugueses no Campeonato Europeu. Péricles Pinto em Viareggio (Itália), trouxe as medalhas de Ouro no Salto em Comprimento e Prata no Salto em Altura em M40. Neste ano a organização entregou medalhas de Bronze aos atletas classificados na 3ª, 4ª e 5ª posição. Assim, receberam medalhas atletas que alcançaram o 4º lugar: Armando Aldegalega, nos 5.000 metros (M40), Dino Capitão nos 200 metros (M45), Eduardo Cunha no Martelo (M50) e António Ruivo na Maratona em M55.
No ano de 1980 deu-se início ao Veterano do Ano, tendo o título sido atribuído a António Ruivo.
Carlos de Oliveira, em 19 de Dezembro de 1981, foi eleito para a CD por impossibilidade de Jaime Cordeiro, um dos seis membros eleitos, para o biénio 1981/82. José Elias entrou na CD no dia 8 de Fevereiro de 1982.
As eleições para o biénio 1983/84 foram realizadas no dia 18 de Dezembro de 1982. Também nesta reunião foram apresentadas sugestões para o emblema do Clube de Veteranos de Atletismo.
Em Maio de 1985, Alfredo Ferreira entrou para a CD e António Ruivo entrou também em Agosto de 1987.
Uma nova CD do CVA foi formada em 16 de Abril de 1988 para a época de 1988/89, com os seguintes elementos: Presidente, Fernando Ferreira; Vice-Presidente, Fernando Boquinhas; Secretário, Carlos Oliveira; Tesoureiro, António Ruivo; Vogal, Péricles Pinto; Vogal, Tomaz Paquete. A partir de 13 de Janeiro de 1990, foram substituídos da CD do CVA, Fernando Boquinhas por Herédio Costa e António Ruivo por Albertino Atalaia.
No ano de 1990, mais precisamente no dia 15 de Dezembro, o Clube de Veteranos de Atletismo de Coimbra (CluVe) dava os primeiros passos com um grupo de 60 elementos fundadores e hoje decorridos quase três décadas, apresenta anualmente uma grande actividade desportiva.
Nova CD do CVA foi empossada em 9 de Janeiro de 1993: Presidente, Fernando Ferreira; Vice-Presidente, Albertino Atalaia; Secretário, Jorge Almeida; Tesoureiro, Péricles Pinto; Vogal, Jaime Cordeiro; Vogal, Luís Filipe Duarte.
Neste ano, teve início o título de Dedicação do Ano, atribuído a Eduardo Almeida.
Na Assembleia Geral Ordinária de 29 de Janeiro de 1994, João Marreiros (M45), considerando que desde 18 de Dezembro de 1982, quando da apresentação de sugestões para o emblema do CVA, o mesmo ainda não existia, apresentou uma proposta para emblema, para que a mesma fosse sujeita a votação, tendo obtido a seguinte votação: 14 votos a favor, com 7 contra e 3 abstenções.
Ficou assim aprovado o emblema, composto de três círculos entrelaçados, com as iniciais do Clube de Veteranos de Atletismo, nas cores de Vermelho (C), Amarelo (V) e Azul (A), constando também no emblema a data da sua fundação.
Curiosamente, João Marreiros entrou para o Clube de Veteranos do Atletismo em 1983 com a licença nº 497, para em 1989 passar ao nº 127, e no ano de 1995 com a revalidação nº 87. No ano de 2010 o seu Cartão de Sócio tinha o número 37, já na Associação Nacional de Atletismo Veterano.
Conforme mencionado anteriormente, ofereci o meu trabalho em Novembro de 1994, quando das Bodas de Prata do CVA, à Federação Portuguesa de Atletismo e ao Clube Nacional de Atletismo (nova designação), com a investigação efectuada desde o primórdios até ao Campeonato do Mundo (1995) que se realizou na cidade de Buffalo nos Estados Unidos da América e Campeonato da Europa (1996) realizado em Malmoe na Suécia.
Sabemos que é importante recordar e é importante fazer história, mas o tempo na sua célere correria, vai apagando da memória dos homens, grande número de factos e eventos que, podendo hoje não ser ou parecer relevantes, podê-lo-ão ser amanhã se ficarem registados.
Neste ano de 2019, o Clube de Veteranos de Atletismo, Clube Nacional de Atletismo e Associação Nacional de Atletismo Veterano, completam 50 anos de idade, atingindo a idade da maturação, a idade do entusiasmo, dos esforços gerais e consentidos, de trabalhos de sacrifício, de todos que contribuíram para este meio de século de existência.
Incentivando uma movimentação dos veteranos que se julga, se não a única, mas a mais organizada entre todas as modalidades desportivas, o Atletismo iniciou em 1975 em Toronto (Canadá) a organização dos Campeonatos Mundiais, com a corrente designação World Masters Athetics-WMA, seguindo-se a criação de uma Associação Europeia (European Masters Athletics-EMA) cujo primeiro campeonato continental teve lugar em Viareggio (Itália) no ano de 1978.
Os veteranos portugueses iniciaram a sua participação nestas competições no Mundial de Gotemburgo (Suécia) no ano de 1977, com as presenças de Moniz Pereira e Eduardo Cunha, tendo o primeiro conquistado duas medalhas de bronze nas provas de Salto em Comprimento e Triplo-Salto, e o segundo alcançou o 4º lugar no Lançamento do Martelo.
Segundo a página da Associação Nacional de Atletismo Veterano, consultada no dia 8 de Dezembro do corrente ano, em 10 competições de Atletismo entre Europeus e Mundiais, constam 429 medalhas de Ouro, 362 de Prata e 288 de Bronze.
Terminamos, dando os parabéns a quem hoje participa em provas de Veteranos, com o sentido reconhecimento de quem participou e já não estão entre nós."