Últimas indefectivações

sábado, 31 de julho de 2021

Yaremchuk


Esta novela foi rápida... Roman Yaremchuk é jogador do Benfica!
Recordo-me de estar a ver um dos jogos da Ucrânia no último Europeu, e dizer aos meus companheiros que 'este (Roman) encaixava bem no Benfica... e enchíamos a Luz com Ucranianos'!!! Foi uma daquelas larachas meio a brincar, meio a sério... mas acabou 'estranhamente' por se concretizar!
Avançado poderoso, forte, alto, rápido, bom tecnicamente, chuta com os dois pés e sabe jogar de cabeça... sabe jogar de costas para a baliza... Pessoalmente, acho que lhe falta alguma ratice de área, mas com a habitual carga ofensiva do Benfica no Tugão, tem todas as condições para ser um dos melhores marcadores...


Roman Yaremchuk, nascido para matar


"A Portugal, contra a Alemanha, Holanda, Sérvia, na Liga Belga ou no Europeu. Yaremchuk marca a todos de todas as maneiras.
Invulgarmente ágil no momento de finalizar para quem tem 191, no ar, de pé esquerdo ou direito, em momento de finalização o ponta de lança da seleção da Ucrânia é absolutamente temível.
A potência do seu remate com ambos os pés, a destreza do seu cabeceamento, a velocidade com que sai dos movimentos de ruptura que lhe permitem ser mais do que um homem de área, mas também um avançado capaz de jogar em 40 metros, fazem aguçar o apetite para a chegada à Liga BWIN de um jogador que vem experimentando uma ascensão sensacional nas últimas temporadas.
Dêem-lhe bola pelo ar ou pelo chão, e esperem pelo resultado."

A dúvida do benefício


"Leio que os adeptos da Roma estão felizes perante o primeiro impacto de Mourinho e entendo-os, porque há um espírito de grupo que o carisma do português pode reforçar, somado à intenção de estabelecer “cultura de vitória”, historicamente coisa estranha no clube. Um jornal até escreveu que o expoente da alegria dos tifossi giallorossi foi o lance da confusão no Algarve entre Pepe e Mkytharian, visto como sintoma de uma grande união no plantel. Sem desvalorizar os laços emocionais, não acredito que garantam sucesso se o modo como se joga não for o primeiro alicerce. O que vi da Roma diante do F.C. Porto – demasiadas unidades para defender, linhas recuadas, exagero no recurso ao jogo direto para Dzeko – não foi nada entusiasmante, pelo contrário. Claro que Mourinho precisa de mais tempo para melhorar o processo, sobretudo o ofensivo e se for essa a sua intenção, e de reforços que façam verdadeiramente a diferença, mas vale a pena lembrar, sob pena de se repetirem desilusões anteriores, que o benefício da dúvida tem prazo de validade e que a crença coletiva ajuda a colocar um grupo na rota certa mas também se esvai depressa se os primeiros resultados fizerem com que os homens desconfiem do caminho escolhido.
No futebol português há tradicionalmente uma grande dificuldade em falar da qualidade, seja de jogo ou jogadores, como se ideias e atletas fossem apenas diferentes e não, necessariamente, uns melhores que outros, como em todas as atividades e funções. Nestes dias de mercado aberto, com transferências dissecadas em longas horas televisivas, o que mais há é teoria sobre “características” ou “ perfis” que “encaixam” melhor ou pior. O problema é que não há só perfis, há mesmo uns jogadores melhores que os outros, que dão mais às equipas e as fazem diferentes. O Real Madrid bem pode procurar alguém de perfil diverso, que encontrar melhor que Benzema ou Modric é tarefa hercúlea até para o mais tarimbado scout. O problema de Jorginho com Lampard no Chelsea também era bem mais que de perfil ou adequação a uma ideia, era não perceber que colocava demasiadas vezes o melhor a suplente. E como diz um amigo meu do futebol, experiente e sabedor, um treinador já é muito bom se conseguir sempre colocar os melhores em campo. Sérgio Conceição bem pode procurar laterias sempre rápidos, incansáveis maratonistas de corredor, mas quando aparece este João Mário, com a qualidade que acrescenta desde já, duas conclusões devem tirar-se: que o treinador fisgou bem a alternativa que estava em casa mas também que nunca Manafá ou Nanu terão qualidade idêntica, por úteis que sejam. Com o mesmo nome de batismo surge o homem que, de repente, todos anunciam como novo profeta do meio campo do Benfica. Curiosamente quando quase todos reclamavam antes outras “características” de futebolista para o setor, com mais músculo e andamento (ou intensidade), que é precisamente João Mário está mais longe de garantir. Já qualidade sim, acrescenta sempre, seja onde for, e só o tempo deixará perceber a falta que fará ao campeão Sporting. Vejo nele uma capacidade de dar critério e de acrescentar a pausa de racionalidade ao jogo corrido dos leões que Matheus Nunes não tem (nem Tabata, por maioria de razões) e que Ugarte também não garante, pelo menos no imediato. Para Rúben Amorim, aparentemente, não fará tanta falta assim e o treinador leonino tem um duplo argumento a seu favor: o ter ganho, e ganho com mérito, logo no primeiro ano e quando poucos esperavam e de poucas vezes ter falhado nas escolhas dos jogadores e na adequação ao seu modelo. Obviamente, o benefício da dúvida é todo dele. Eu mantenho, todavia, a dúvida do benefício. Não me parece que o Sporting vá ser melhor sem o craque que agora é rival.
Sérgio Conceição bem pode procurar laterias sempre rápidos, incansáveis maratonistas de corredor, mas quando aparece este João Mário, com a qualidade que acrescenta desde já, duas conclusões devem tirar-se: que o treinador fisgou bem a alternativa que estava em casa mas também que nunca Manafá ou Nanu terão qualidade idêntica, por úteis que sejam. Com o mesmo nome de batismo surge o homem que, de repente, todos anunciam como novo profeta do meio campo do Benfica. Curiosamente quando quase todos reclamavam antes outras “características” de futebolista para o setor, com mais músculo e andamento (ou intensidade), que é precisamente João Mário está mais longe de garantir. Já qualidade sim, acrescenta sempre, seja onde for, e só o tempo deixará perceber a falta que fará ao campeão Sporting. Vejo nele uma capacidade de dar critério e de acrescentar a pausa de racionalidade ao jogo corrido dos leões que Matheus Nunes não tem (nem Tabata, por maioria de razões) e que Ugarte também não garante, pelo menos no imediato. Para Rúben Amorim, aparentemente, não fará tanta falta assim e o treinador leonino tem um duplo argumento a seu favor: o ter ganho, e ganho com mérito, logo no primeiro ano e quando poucos esperavam e de poucas vezes ter falhado nas escolhas dos jogadores e na adequação ao seu modelo. Obviamente, o benefício da dúvida é todo dele. Eu mantenho, todavia, a dúvida do benefício. Não me parece que o Sporting vá ser melhor sem o craqueque agora é rival."

Telma e os luíses


"Quando entrei para a escola primária, em 2000, o Nuno Delgado tinha acabado de se tornar no primeiro português a vencer uma medalha olímpica de judo e eu tinha acabado de me tornar no primeiro aluno a fraturar a tíbia no ano lectivo. Delgado foi à minha escola para que os miúdos tivessem a oportunidade de o vitoriar e eu, porque tinha de estar imobilizado e não tinha capacidades para ir para o recreio, fiquei atrás dele sentado num banco, de muletas, enquanto o atleta exibia a medalha de bronze conquistada em Sydney.
O triunfo do judoca fez com que muitos miúdos da minha escola começassem a interessar-se pela arte marcial, que a escola oferecia como actividade extracurricular. Eu próprio me inscrevi nas aulas, mas nunca tive jeitinho nenhum, apesar do professor ser nada mais nada menos do que o antigo seleccionador nacional e treinador de Telma Monteiro, Rui Rosa. Fui a um único "torneio", organizado numa outra escola, em que perdi na primeira ronda contra um adversário que, recorda acintosamente o meu pai, tinha metade do meu tamanho. Foi, para mim, o fim da utilização de kimonos e de cintos que não sirvam para sustentar calças.
Poucos anos mais tarde, fui convencido a ter aulas de natação. O ensino em casa (ou na praia) dessa competência essencial à sobrevivência num país com mil quilómetros de costa não estava a resultar em mais do que numa boa imitação de um golden retriever a chapinhar, pelo que não barafustei no momento da inscrição. Ainda hoje, recordo com nenhuma saudade o cheiro a cloro, a humidade permanente, o chiar dos chinelos, os gritos dos instrutores, os espirros ao sair do pavilhão. O professor de natação chamava-me Luís, o que, uma vez que eu prefiro que me tratem por Manuel, desinteressava-me ainda da atividade. Assim que obtive os conhecimentos suficientes para poder evitar ser uma pessoa que tem de dizer, numa qualquer festa de piscina, "não sei nadar", fiz birra até que me deixassem sair.
A partir daí, não tive aulas de mais nenhum desporto. Como muitos portugueses, a minha formação desportiva passou sobretudo por jogar à bola no recreio, ir às aulas de educação física, onde se jogava sobretudo à bola, e ir para a sala de jogos jogar matraquilhos (sala essa que tinha sempre os três jornais desportivos, que falavam, imagine-se, de jogos de futebol).
Nesse sentido, a minha cultura desportiva é muito fraca e não me sinto legitimado a tecer considerações derrotistas sobre prestações de atletas olímpicos. Suspeito que muitos dos que criticam Telma Monteiro pela eliminação precoce nos Jogos também fazem parte desta cultura desportivamente monotemática, irritam-se quando as televisões transmitem notícias do hóquei em vez de um debate de uma hora sobre um rumor de uma transferência e terão sido também luíses na sua infância, sem qualquer interesse por aquilo que se passa em complexos desportivos, excluindo o edifício do bar.
Vinte anos depois de Sydney, ainda nos falta muito que não seja indispensável ganhar medalhas para se conseguir convencer um miúdo da primária a inscrever-se nas aulas de judo. Mesmo que seja para perder com um puto de metade do tamanho dele."

A valentia de Simone Biles: ela, acima dos interesses do COI


"Esperava-se que Simone Biles marcasse estes Jogos em Tóquio. Está de facto a fazê-lo, ainda que sem ser na competição, mas pela atitude.

São cerca de 11 mil os atletas em Tóquio para os Jogos Olímpicos. Todos com aspiração de superarem o melhor de que são capazes. Todos, pelo menos por alguns momentos, sob os focos do entretenimento global do espetáculo olímpico. Apenas alguns com capacidade para atingirem o pódio.
Simone Biles, aos 24 anos, a mais brilhante ginasta do nosso tempo, chegou a estes Jogos precedida pela fama de estar destinada a ser a deusa de todas as competições da capital do Japão.
Ela representa o ideal de atleta. Junta a perfeição no trabalho físico com a capacidade para ir sempre mais longe nas piruetas e acrobacias da ginástica moderna. O percurso dela, incluído o desempenho nos campeonatos dos EUA, há dois meses em Indianapolis, apontava-a para o recorde de seis medalhas olímpicas nestes Jogos. Porque o seu tempo é precioso.
A rede americana de televisão NBC pagou milhões pelos direitos de transmissão dos Jogos. Com Simone Biles como cabeça de cartaz.
A pressão sobre Biles tornou-se altíssima. O Comité Olímpico Internacional e várias marcas parceiras entraram em euforia com a expectativa de estar ativada uma máquina de fazer dinheiro. Acreditavam que a ginasta se lançaria às medalhas de ouro, custasse o que custasse. As medalhas como prioridade absoluta.
Todos sabiam que Simone Biles é uma supercampeã que sabe sempre definir novas fronteiras. Sempre valente, sempre grande, incluindo quando teve de ter força interior para se expor ao peso da denúncia de ter sido alvo de tentativas de abusos sexuais por parte do médico que acompanha os ginastas na federação desta modalidade nos EUA.
Como ela sabe definir os limites, quando se esperava que ela chegasse ao Olimpo, ela decidiu parar.
Em vez de se lançar às seis medalhas de ouro escolheu, no momento de máxima expectativa, retirar-se.
Simone Biles deixa uma lição que é também uma herança para os atletas do futuro: mais importante do que o Comité Olímpico Internacional e as marcas parceiras, é a pessoa que está envolvida como atleta.
De facto, por mais engenhosa que seja a organização do COI, o talento que toda a gente quer apreciar é o dos atletas.
Biles preparou-se para estes Jogos mas não estava satisfeita. Retirou-se, para já das primeiras provas a que correspondiam duas medalhas. Não sabemos ainda se vai aparecer em alguma das quatro especialidades em competição nos próximos dias.
Ela mostrou valentia de campeã ao decidir parar antes de rebentar. Teve a coragem de assumir que estava em sobrecarga física.
Ela é uma supercampeã e também um ser humano que sabe que essa condição tem limites. Há quem esteja a acusá-la de fraquejar. Mas o que ela está a mostrar é a força para escolher parar, independentemente das pressões. Mostrou que sabe recusar ficar escrava da engrenagem.
Esperava-se que Simone Biles marcasse estes Jogos em Tóquio. Está de facto a fazê-lo, ainda que sem ser na competição, mas pela atitude."

Campeões olímpicos e campeões da gelatina


"Um dos passatempos que me dão mais gozo no verão, e que normalmente coincide com o período de férias, é, de quatro em quatro anos (ou cinco, desta vez) assistir aos Jogos Olímpicos (JO).

Dentro das modalidades olímpicas, gosto particularmente dos saltos para a água e da ginástica, mas acompanho de perto todos os atletas portugueses. Nos últimos cem anos, nunca os JO interromperam a sua frequência quadrienal, à exceção do período das duas guerras mundiais. Com um ano de atraso, por força da pandemia, os JO voltam finalmente a animar o verão, num cenário ainda atípico, sem o entusiasmo e o calor do público que habitualmente dão alma ao ambiente desportivo e de união dos povos, tão característico desta competição.
Para os atletas, a participação nos JO representa a consagração da excelência, do trabalho, da dedicação e do sacrifício que investem, todos os dias, na preparação, para depois brilharem com a sua técnica num espírito de contínua superação. Só os melhores chegam ao palco maior do desporto. Muitas vezes, o sacrifício que a excelência impõe não é gratuito para os atletas. E também não é possível ganhar sempre. No entanto, em Portugal, gostamos de cobrar sempre o máximo aos nossos atletas, esquecendo muitas vezes todo os constrangimentos que cada um deles enfrenta. Achamos quase sempre que os nossos atletas nunca fazem o suficiente, nunca são suficientemente bons. Uma exigência que, infelizmente, não colocamos sempre e nas diversas áreas de atuação.
Na verdade, parece que colocamos uma exigência quase divinal sobre os nossos atletas, mas depois ficamos numa apatia face às lideranças políticas e sociais do país. Gostamos de nos queixar, mas não promovemos de facto a mudança.
Queremos medalhas, mas não nos indignamos com sermos um país pobre; temos uma escola pública cada vez mais depauperada; 60% dos portugueses vivem, com menos de 800 euros por mês; em matéria de pobreza energética, Portugal é dos piores países da UE; temos os combustíveis mais caros da Europa; o investimento das empresas portuguesas em inovação não chega sequer a metade da média europeia; o Governo anuncia sucessivamente falsos investimentos na ferrovia, quando nem comboios nem maquinistas há para os poucos e maltratados comboios que temos; o país vive num pântano económico há 20 anos. Queremos medalhas e excelência, mas o ministro Cabrita - baluarte de reconhecida incompetência! - ainda é ministro. Queremos tudo mas adiamos reformas. Gastamos dinheiro, mas não investimos no futuro.
E o grave de tudo isto é o país aceitar placidamente a sua circunstância. Preferimos a queixa, à mudança. Não se confia nos políticos, mas também não se lhes exige mais. O queixume generalizado acaba com o povo a votar em massa no PS que promove (e vive) deste Estado gelatinoso, parece que mexe, mas não sai do sítio.
Termino este texto com um agradecimento aos atletas portugueses por todo o trabalho e empenho, e pelo orgulho imenso que nos dão representando sempre o país ao mais alto nível. Obrigada."

A extrema exigência emocional dos Jogos de Tóquio 2020



"Cerca de 1800 dias se passaram desde o último evento, mais 365 dias do que o expectável, o imaginado... e o desejável.
Os 92 atletas que se encontram a representar Portugal terão, muito possivelmente, vivenciado mais de 10 000 horas de treino, centenas de sessões de fisioterapia, dezenas de consultas das mais variadas especialidades, muitas alegrias e também frustrações (por vezes demasiadas), muitas lesões que precisaram ser recuperadas e objetivos renegociados (desportivos e pessoais – um casamento, o projeto de um filho ou um curso que se adiam).
Esta é não só a realidade individual de cada um dos atletas que representa Portugal, mas de tantos outros que acabaram por não ver os seus esforços recompensados e que, possivelmente ao dia de hoje, preparam-se já para Paris 2024 – afinal, há pouco tempo a perder, até porque o próximo ciclo terá somente 3 anos.

Conjuntura Emocional
Nunca antes se terá experimentado uma conjuntura semelhante, talvez alguma proximidade com a vivida nos jogos pós-guerra, dada a extrema exigência emocional que as duas últimas épocas desportivas trouxeram.
Mas os desafios não se esgotam por aí, senão vejamos:
· Atletas que se estreiam (mais de metade) e anseiam pela sua primeira experiência olímpica, carregados de sonhos e expectativas que planeiam fazer cumprir nos próximos dias;
· Atletas que, antagonicamente, imaginaram poderem ser estes os Jogos que selariam a sua carreira e que, inesperadamente, tiveram que estender os seus esforços (a resiliência de um corpo já muito “castigado”) por mais 12 meses, relegando para segundo plano os projetos pessoais que ansiavam iniciar no Verão de 2020 (como, por exemplo, o sonho muitas vezes adiado de iniciar uma família);
· A clara noção de que a experiência vivenciada pelos seus predecessores, no que respeita ao maior festival multidisciplinar do desporto (onde nos mesmos espaços se cruzaram os melhores de todas as nações e de diferentes modalidades), agora mais se assemelha a uma espécie de “gaiola dourada”, onde todos os passos são monitorizados e a disciplina é a competência mais solicitada no cumprimento estrito de todas as recomendações especificamente criadas para o controlo do Covid 19;
· E, entre muitas outras que poderiam destacar, a incerteza de como o País (e o povo) e a organização anfitriã conseguirá, de facto, fazer com que a sensação de segurança e de acolhimento, supere (e perdure perante) o medo e receio instalados pela contínua constatação de novos casos, muito frequentemente assinalados em equipas com quem dividem o mesmo edifício residencial. 

Superação e Resiliência
Mas estão a ser, sem dúvida, também os Jogos que validam, acima de tudo, a (quase infinita) capacidade de superação e resiliência do ser humano.
Do plano mais micro (a vivência do próprio atleta), ao papel de treinadores, clubes, federações e do próprio Comité Olímpico de Portugal, todos (sem exceção – sendo claramente de destacar o papel das famílias de todos aqueles que integram a Missão de Portugal, enorme pilar de suporte emocional) foram “desafiados” a romper com o anteriormente estabelecido e encontrar formas de manter o propósito de representar Portugal naquele que ainda é o evento mais desejado e esperado por todos.
As barreiras e dificuldades foram avaliadas e novos planos (novas formas!) se traçaram – esta é, de resto, a “história” e desafio do desporto ao mais alto nível e, por essa mesma razão, um enorme exemplo para toda a sociedade:
“Como posso hoje, independentemente da adversidade que me rodeia, evoluir um pouco mais em relação ao dia de ontem? Onde devo colocar a minha atenção, os meus esforços e a minha ação?”
Indubitavelmente, na única coisa que controlamos, que são as nossas escolhas que se traduzem no comportamento que exibimos a cada momento – e este é o principal foco de toda a Missão:
“Como podemos, a cada momento, reinventar o nosso esforço, o nosso foco, dotando as nossas ações com uma cada vez maior força e determinação?”
Os 92 atletas que escolheram durante mais de 1800 dias (uma vida, na verdade...) representar Portugal, dedicando a sua existência a uma busca incessante de excelência (e todos aqueles que, fazendo-o, precisaram redirecionar os seus esforços para Paris 2024), merecem por isso o maior destaque e respeito de uma nação que, independentemente dos resultados que alcançarem, os deve parabenizar não só pelo esforço, mas acima de tudo pelo exemplo que transportam para o quotidiano de todos os portugueses."

Muito bem, Benfica!


"Foi com enorme satisfação que soube da notícia do sucesso do empréstimo obrigacionista emitido pela Benfica, SAD. Era referido no prospecto que a finalidade da oferta passava pela 'diversificação das fontes de financiamento, reforço da liquidez e desenvolvimento da actividade corrente', pelo que está justificada a minha satisfação com o sucesso verificado. Mas há mais.
Num plano sério, o sucesso é sinal de confiança dos mercados na Benfica, SAD numa altura em que, devido à pandemia, predomina a incerteza no negócio do futebol e se  verifica abrandamento da actividade económica em geral. Acresceu, enquanto vigorava a oferta pública de subscrição, o abalo institucional com a detenção de Luís Filipe Vieira e subsequente pedido de demissão. Nada disto impediu que a procura superasse a oferta. E é justo que assim seja: a Benfica SAD, no passado, cumpriu atempadamente todos os reembolsos e pagamentos a que se comprometeu neste tipo de operações e goza de uma saúde económica e financeira invejável, não obstante os efeitos da pandemia e a ausência da fase de grupos da Liga dos Campeões na época passada.
Houve certamente benfiquismo a influir na decisão de investimento, mas os investidores não são mecenas ou patrocinadores de uma obra de caridade. Querem o retorno do seu investimento nos prazos programados. Aliás, como a Benfica, SAD sempre os habituou.
E, num plano menos sério, serviu também para ler e ouvir alguns sportinguistas e portistas regozijarem-se com o facto de a procura pouco ter superado a oferta. Isto da parte de adeptos de clubes cujas SAD, tecnicamente falidas, já adiaram pagamentos e não conseguiram captar os valores pretendidos em empréstimos obrigacionistas. Caricato!"

João Tomaz, in O Benfica

Querem medalhas? Paguem por elas


"Sempre que chegam os Jogos Olímpicos, lá vem a conversa das medalhas. Como se fosse obrigação dos atletas portugueses voltar a casa sempre banhados a ouro, prata ou bronze. Podemos apontar a falta de cultura desportiva como mãe de todos os males, mas não só.
É certo que a comunicação social tem tendência a acompanhar os feitos das modalidades apenas no momento das vitórias, mas mesmo aí continuam a existir demasiadas falhas que importa corrigir. No dia em que se iniciavam os Jogos de Tóquio, o tema principal da capa dos três jornais desportivos portugueses foi o autor de um golo num jogo particular do SL Benfica. Até entendo que o Glorioso é quem vende jornais, mas o princípio reinante é que esta errado.
Não basta, de quatro em quatro anos (mais um em 2021), lembrarmo-nos dos atletas olímpicos. È preciso um Estado forte que os apoie, com estratégia a longo prazo, garantia de estabilidade financeira e de uma carreira na alta competição. Os clubes não podem fazer tudo sozinhos. E mais nenhum se compara ao SL Benfica neste apoio. Nem as federações, mas essa é outra conversa.
Não me venham falar de que somos um país pequeno. Podemos sê-lo em termos geográficos, mas não em qualidade. E não somos os únicos. Temos cerca de 10,2 milhões de habitantes e 24  medalhas olímpicas conquistadas (4 de ouro, 8 de prata, 12 de bronze). Sabem quantos habitantes tem a Suécia? Praticamente os mesmos que Portugal e 652 medalhas olímpicas, sendo que 202 são de ouro. Sim, os Jogos de Inverno também entram nestas constas, mas há mais números para nos fazer pensar: Suíça, 8,7 milhões de habitantes e 345 medalhas; Cuba, 11,3 milhões de pessoas para 226 medalhas. E o que dizer da Letónia? Com uma população de 1,8 milhões de 28 medalhas nos Jogos Olímpicos, 4 de ouro, como Portugal. Vamos lá ver se desempatamos isto. E se apoiamos os olímpicos como eles merecem."

Ricardo Santos, in O Benfica

Tóquio 2020, venha daí uma medalhinha


"Os Jogos Olímpicos são um dos eventos que mais me apaixonam desde sempre. A prata de Obikwelu em Atenas 2004, quando descobrimos que nem todas as recordações gregas seriam sinónimo de infelicidade naquele ano. O ouro de Nélson Évora em Pequim 2008, numa altura em que o monstro do triplo salto ainda tinha um gosto para os equipamentos que vestia durante o ano muito aprumado. A prata de Emanuel Silva e Fernando Pimenta em Londres 2012, quando o orgulho em ser português se alargou ao orgulho em ser de Braga. O bronze de Telma Monteiro no Rio 2016, onde a judoca provou ao mundo que a Padeira de Aljubarrota não era a única mulher portuguesa a saber lutar.
Tóquio 2020 tem sido muito interessante, sobretudo porque às 3h da manhã habitualmente estou a dormir profundamente. No entanto, se estamos a falar dos Jogos Olímpicos, então eu quero assistir às provas de atletismo, à ginástica artística e ao jogo do sério. É possível que durante o dia entre em modo zombie, mas pelo menos não corro o risco de perder momentos históricos em directo. Por enquanto, as histórias portuguesas lá pelo Japão não têm sido muito animadoras, o que significa que o carinho pelos nipónicos que o Doraemon despertou em mim ao longo da minha infância está neste momento em cheque. Estamos todos a torcer por medalhas até porque o Governo bem precisa de que alguém traga ouro para Portugal a ver se isto dá para baixar o imposto dos combustíveis. Apesar das excelentes prestações portuguesas até agora, ainda não foi possível chegar ao pódio. Não conheço o plano de nutrição dos atletas, mas pareceu-me que está na altura de incluir Dorayakis."

Pedro Soares, in O Benfica

sexta-feira, 30 de julho de 2021

Agora é a sério


"Acabou o tempo para experiências, para assimilação de processos, e para recuperação de índices físicos. Agora, há que ganhar.
É já na próxima quarta-feira que a nossa equipa entra em campo para defrontar o Spartak de Moscovo, naquele que é, desde logo, um dos mais importantes compromissos de toda a temporada. Integrar a fase de grupos da Liga dos Campeões é determinante, quer sob o ponto de vista desportivo, quer sob o ponto de vista financeiro. Mais importante ainda depois de uma época de ausência, com custos a todos os níveis. Nas últimas 16 temporadas, apenas cinco equipas estiveram mais vezes presentes na fase de grupos do que o Benfica. Aquele é, decididamente, o nosso lugar. Falhámos há um ano. Não podemos voltar a fazê-lo.
O plantel não está ainda fechado, mas tem já soluções mais do que suficientes para levar de vencida a equipa russa. Não se esperam facilidades, espera-se, sim, um Benfica determinado e bastante mais solto do que aquilo que se viu diante do Marselha, no último jogo de preparação.
Jorge Jesus saberá certamente como montar o puzzle de forma a não se deixar surpreender por um adversário que pode revelar-se traiçoeiro. E saberá também como tentar surpreender um treinador que nos conhece por dentro e fora, depois de ter sido bicampeão na Luz.
Mesmo tratando-se do primeiro jogo da temporada, é já uma final. Jogando-se a duas mãos, terá de ser encarada também com frieza e inteligência. Há que não cometer erros, e aproveitar as oportunidades. Se possível, trazer desde já uma vitória. Se não, um resultado que permita olhar para a 2.ª mão com optimismo."

Luís Fialho, in O Benfica

Encaixe de 35 milhões


"A oferta pública de subscrição de obrigações da Benfica SAD 2021-2024 foi mais uma grande vitória. As minhas primeiras palavras são de gratidão para com os 1887 investidores que subscreveram as obrigações, num claro sinal de que acreditam no Sport Lisboa e Benfica, nos seus gestores, dirigentes, funcionários e colaboradores. Aliás, os obrigacionistas são a principal fonte de financiamento da Benfica SAD. As declarações de Rui Costa dizem tudo e devem ser motivo de reflexão, pois o resultado desta operação 'demonstra a confiança nos obrigacionistas num projecto sólido e sustentado, na forma como sempre cumprimos os nossos compromissos ao longo destes anos'. É impressionante a forma como a nossa instituição tem conseguido resistir a tudo! Todos temos consciência do momento que estamos a viver. O sucesso de mais uma oferta pública de subscrição é uma resposta a todos aqueles que, sistematicamente, põem em causa o bom-nome e a reputação do maior clube português. A Benfica SAD existe há 21 anos e leva já, no seu historial, 14 anos na bolsa. Esta emissão tem uma maturidade de 3 anos e uma taxa de juro nominal bruta de 4%, esta oferta foi iniciada em 5 de Julho e seduziu 1887 investidores: 609 que subscreveram obrigações entre 2000 e 5000 euros, 473 que investiram valores entre 5005 e 10000 euros, 717 que deram ordens de subscrição entre 10005 e 50000 euros, e 88 deles com um investimento superior a 50000. Por tudo isto, a data de 26 de Julho de 2021, ficará na história do SL Benfica. Que todos saibamos olhar para este momento como mais um sinal da nossa raça, crer e ambição. Parabéns à Benfica SAD por mais um sucesso financeiro nesta colocação de obrigações, uma prática regular iniciada em 2003. São já 355 milhões de euros, incluindo esta."

Pedro Guerra, in O Benfica

Um dia de sonho


"A tribuna presidencial do Estádio da Luz estava plena de cor e alegria com os jovens das selecções de futsal do projecto Para ti Se não faltares!, que se sentavam incrédulos nas mesas VIP que os aguardavam. O ambiente negro e metal da tribuna reforçava o carácter exclusivo e requinte do evento da recepção destes jovens de eleição. Lá fora, o vermelho explodia sob o sol na imensidão das bancadas, realçando as papoilas saltitantes que enchiam as mesas postas de gala em sua honra. Um vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica juntava-se ao grupo na mesa central e fazia as honras da casa enaltecendo os resultados escolares e desportivos destes jovens e o valor que os benfiquistas atribuem aos valores do trabalho, da superação e da conquista.
Em tempo de pandemia não se pôde prolongar pela semana o estágio de futsal, mas e equipa técnica da modalidade esteve representada ao melhor nível e proporcionou aos jovens dois treinos de alta qualidade e intensidade, daqueles de encher a alma e fazer sonhar.
Não se pôde, é certo, fazer tudo como tradicionalmente até há dois anos, mas reinventou-se o modelo, e o resultado foi uma jornada memorável, um dia inesquecível que perdurará para a vida na memória destes jovens extraordinários. Parabéns pelo vosso trabalho e pelo prémio tão bem merecido!"

Jorge Miranda, in O Benfica

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"2
Telma Monteiro foi eliminado dos Jogos Olímpicos ao 2.º combate. Não estamos habituados à ausência da Telma nas fases derradeiras das provas, e, por isso, surpreendeu-nos e desiludiu-nos. Mérito para a extraordinária judoca, cuja carreira ímpar, recheada de sucesso, é justamente admirada e elogiada. Regressará mais forte!

4
... de Agosto será o dia do pontapé de saída, para o Benfica, das competições oficiais na presente temporada e logo com um embate em Moscovo a contar para as eliminatórias de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões. Ao longo da pré-época a equipa foi dando sinais de que estará pronta para o desafio, parecendo-me que apresenta já índices de organização defensiva assinaláveis, uma das pechas em parte da época transacta;

8
Está de parabéns o Museu Benfica - Cosme Damião pelo 8.º aniversário no passado dia 26. Nunca é de mais relembrar a qualidade excepcional do nosso museu, recorrentemente premiado.

98
Pizzi voltou a marcar um golo, desta feita ao Marselha, e ficou apenas a um de Magnusson (27.º) e Jorge Tavares (28.º) no ranking dos goleadores, benfiquistas em todos os jogos. É o 33.º com mais jogos (361);

204
Rafa passou a ser o 90.º com mais jogos, incluindo particulares, pela equipa de honra do Benfica. Superou Jonas e está a 1 de César Brito;

1887
Investidores no empréstimo obrigacionista emitido pela Benfica SAD, cuja conclusão ficou marcada pelo sucesso, com o montante pedido a ser plenamente satisfeito. Mesmo no actual contexto, quer económico (do país), quer institucional (do clube), quer institucional (do clube), a Benfica, SAD voltou a merecer a confiança plena do mercado, algo que FC Porto e Sporting não conseguiram em tempos recentes. Vale mesmo a pena cumprir sempre as obrigações assumidas!"

João Tomaz, in O Benfica

Editorial


"1 - Objectivo cumprido.
O sucesso da emissão do empréstimo obrigacionista da Benfica, SAD expressa a enorme convicção dos investidores na solidez do Sport Lisboa e Benfica e nos predicados da sua gestão.
Quase 2000 investidores depositaram a sua confiança, e o seu dinheiro, 35 milhões de euros, num trajecto que tem primado por ser de referência no que toca ao cumprimento das responsabilidades da SAD. Assim tem sido no que toca à obtenção de resultados e ao reembolso de empréstimos anteriores, ao contrário do que já aconteceu em casos rivais.

2 - O contexto era indubitavelmente desafiante: em plena pandemia, com uma visível contratação do volume de receitas no setor do futebol, a par de um momento de transição na condução dos destinos do próprio Clube - com eleições previstas até ao final do ano - e uma taxa de juro mais baixa face aos concorrentes. A adesão correspondeu às expectativas e ultrapassou o volume oferecido, obrigando a rateio. Confiança, solidez, estabilidade.

3 - Cumprido o primeiro objectivo, importa ressaltar, tal como foi definido pelos órgãos sociais, que outros estão também em marcha e seguindo o curso traçado. A preparação da nova época, quer no futebol, quer nas modalidades, prossegue com o rigor e ambição que nos fazem acreditar numa época de títulos, como os benfiquistas tanto anseiam. Depois de João Mário, Meite. Nas modalidades, depois de Diogo Gameiro, agora Pablo Álvarez. Chema dá nesta edição do jornal O Benfica expressão ao que queremos para o que aí vem. Venham os jogos!"

Pedro Pinto, in O Benfica

Análise à pré-época de Rui Vitória | SL Benfica


"Rui Vitória prometera voltar à ação aos microfones do Canal 11, já depois de ser protagonista de um ‘Sagrado Balneário’ e de cumprir as vezes de outros enquanto comentador no ‘Futebol Total’.
Depois da aventura nas Arábias e do ano sabático, a Europa reabriu portas para o Professor: da Rússia veio chamativo interesse do Spartak Moscovo, segundo classificado da última edição da Premier League local.
A 14 de Junho era apresentado perante 42 jornalistas, um recorde em termos de apresentações de treinador na Rússia. À semelhança do SL Benfica, o clube do povo – ou Narodnaya komanda – a devida alcunha na língua dominante para lá dos Cárpatos.
Um desafio à medida do técnico português, primeiramente um gestor de homens antes de um competente tacticista, alguém apropriado para lidar com a pressão de grandes multidões e gerir recorrentes carrosséis emocionais, como tão bem soube fazer na Luz. Pelo menos enquanto o deixaram.
Numa pré-época que não começou bem, com a primeira vitória a surgir apenas ao terceiro jogo, os destaques centram-se na aposta continuada no 4-2-3-1, já imagem de marca das suas ideias. Fruto do início precoce de temporada – o Spartak já se estreou na Liga, no passado dia 25 -, os treinos começaram muito mais cedo do que é habitual no Sul da Europa, onde os campeonatos não têm a pausa invernal.
Ainda antes de entrar julho, já Rui Vitória seguia com um plantel de 24 jogadores para a Áustria, num estágio onde foi possível atestar capacidades contra três equipas: Neftci, habitual campeão do Azerbaijão; NK Bravo, quinto classificado da Liga Eslovena anterior e Sibenik, sexto classificado da última Liga Croata.
Sem poder ainda contar com sete importante elementos do plantel principal por força dos compromissos de seleções (Dzhikiya, Zobnin e Sobolev integraram a comitiva russa, Alex Král a checa, Quincy Promes foi selecionado para os Países Baixos, Jordan Lársson foi escolhido pelos suecos e Ezequiel Ponce permanece ainda com os olímpicos argentinos), foram entregues importantes minutos a elementos mais novos da equipa, que assimilaram conceitos e deram provas de real valia futebolística.
Entre os mais destacados estão Gaponov, central de 23 anos que aproveitou a ausência do capitão Dzhikyia para acumular minutos (seis jogos a titular), ou Umyarov, o trinco nascido em 2000 que parte na “pole position” para a titularidade na parelha de meio-campo.
No regresso à pátria mãe, o rendimento do conjunto aumentou significativamente, sendo as goleadas em catadupa sinal claro das boas dinâmicas imprimidas pela equipa técnica: no Torneio de Moscovo, três jogos, 14 golos marcados e um sofrido.
Quatro bolas sem resposta a Sochi e Rubin Kazan, cinco ao Khimki – tudo opositores na Premier League, que deixavam antever inicio prometedor, numa primeira jornada que seria jogada frente aos segundos mencionados: que acabou em derrota pela margem mínima (0-1), injusta para a maioria das avaliações.
Há muito futebol neste Spartak de Rui Vitória, uma equipa que aposta muito da sua época no duplo confronto frente ao SL Benfica de Jorge Jesus, numa competição na qual não atinge a fase de grupos desde… 2017-18.

FK Spartak Moscovo 1-2 Neftchi (29 de junho) – Derrota inesperada num jogo de muitas mexidas, como é habitual nesta fase.
O primeiro onze de Rui Vitória ao leme do FK Spartak Moscovo: Maksimenko; Eschenko, Gigot, Kutepov e Ayrton; Timofeev e Hendrix; Glushenkov, Ignatov e Mirzov; Melkadze.

FK Spartak Moscovo 2-2 NK Bravo (2 de julho) – Frente aos eslovenos, Moses e Bakaev emendaram prontamente a desvantagem trazida do intervalo e o segundo golo adversário surge já numa fase de descompressão (84’).
O onze titular: Rebrov; Rasskazov, Gigot, Gaponov e Ayrton; Umyarov e Hendrix; Moses, Bakaev e Mirzov; Melkadze.

FK Spartak Moscovo 4-2 Sibenik (5 de julho) – A despedida do estágio austríaco marcou-se por uma vitória confortável frente aos croatas. A reter o golaço de Ignatov, jovem de 21 anos que já havia finalizado frente ao Neftchi. Além dele marcaram Victor Moses, Hendrix e Glushenkov.
O onze: Selikhov; Rasskazov, Gigot, Gaponov, Ayrton; Umyarov e Hendrix; Moses, Bakaev e Mirzov; Melkadze.

FK Spartak Moscovo 4-0 Sochi (11 de julho) – Foi à lei da bomba que Bakaev, Sobolev e Moses construíram a goleada. O 2-0 registado ao intervalo, autoria do primeiro e de Mirzov, consolidou o natural domínio moscovita.
Os eleitos para iniciar a partida: Maksimenko; Rassakazov, Gigot, Gaponov e Ayrton; Umyarov e Hendrix; Bakaev, Ignatov e Mirzov; Melkadze.

FK Spartak Moscovo 4-0 Rubin Kazan (14 de julho) – Sobolev a justificar estatuto no seio do conjunto e a explicar o porquê dos 4,5M€ pagos ao Krylia Sovetov – o ponta-de-lança russo, presente no Euro 2020 e principal alternativa a Dzyuba, será uma das principais ameaças à baliza encarnada. O onze: Selikhov; Rasskazov, Gigot, Gaponov e Ayrton; Umyarov, Hendrix; Moses, Bakaev e Mirzov; Melkadze.

FK Spartak Moscovo 5-1 Khimki (18 de julho) – Num onze já muito próximo daquele que iria estrear a equipa na Premier League, na derrota em casa do Rubin (1-0), a goleada gerou-se pelos tentos de Gigot, Sobolev, Larsson, Kutepov e Melkadze.
Foram a jogo os regressados dos compromissos internacionais, numa tentativa de aprimorar os últimos detalhes da preparação: Maksimenko; Rasskazov, Gigot, Dzhikiya e Ayrton; Umyarov e Zobnin; Moses, Larsson e Quincy Promes; Sobolev.

Será este, em princípio, o onze mais forte às ordens de Rui Vitória e algo muito próximo a isto que esperará o SL Benfica na Otkritie Arena no próximo dia três de agosto. Moses, com quatro golos, e Sobolev, com três, foram os homens em maior destaque na pré-temporada russa.
Gigot, central francês, foi o titularíssimo, iniciando todos os encontros, assim como o lateral esquerdo brasileiro Ayrton; Umyarov e Hendrix, com cinco jogos, aproveitaram as ausências de Alex Král e Zobnin; Bakaev, Mirzov e Melkadze foram acumulando minutos enquanto os prováveis titulares Jordan Larsson, Quincy e Sobolev ganhavam ritmo.
Antes do reencontro com o seu SL Benfica, Rui Vitória terá oportunidade de somar os primeiros pontos na Liga num confronto frente ao Krylia Sovetov, hoje (30 de julho), em Samara."

Estabilidade e ambição


"Vinte dias após Rui Costa ter assumido a liderança do Sport Lisboa e Benfica, o agora Presidente concedeu uma importante e esclarecedora entrevista em que foram abordados os mais relevantes temas da atualidade benfiquista.
Ficou evidente o elevado sentido de responsabilidade na base da decisão da Direção do Clube que levou Rui Costa a assumir o cargo de Presidente na sequência da detenção e demissão de Luís Filipe Vieira. A garantia da estabilidade institucional era fulcral naquele momento. Rui Costa considera mesmo que "o mais fácil era não ter assumido a responsabilidade naquele dia". "Se não o fizesse, era a maior cobardia que fazia aos Benfiquistas e a mim próprio", vincou.
Decorria então a emissão do empréstimo obrigacionista, cuja realização plena era considerada essencial e foi posteriormente concretizada, estavam também em curso diversas negociações com futebolistas e atletas de outras modalidades no âmbito da ultimação dos vários plantéis para a nova temporada, e era necessário assegurar a gestão corrente do Clube.
Acrescia ainda a proximidade do início da nova temporada futebolística, com a disputa da 3.ª eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões.
Rui Costa considera que "um clube com esta dimensão não pode estar fora desta competição" e explicou que "em termos financeiros é importantíssimo estar na Liga dos Campeões, mas, acima de tudo, é importantíssimo em termos desportivos", acrescentando que a dimensão europeia do Benfica resulta na convicção de que "não podemos pôr a parte financeira à frente da parte desportiva".
Assim, neste momento, importa sobretudo manter o foco na estabilidade e na perseguição das vitórias desportivas, agora e ao longo da época.
Outra das questões abordadas teve a ver com o objetivo de transparência que norteia o trabalho desta Direção e o seu pedido de realização de uma auditoria.
Rui Costa confessou que se sentiu "perplexo" no dia da notícia da detenção de Luís Filipe Vieira e esperançoso de que, "quer para ele e para o Benfica, o processo não passe disto", ressalvando que, não obstante toda a obra feita e as relações pessoais, "ninguém está acima do Benfica". Para Rui Costa, "tudo o que seja feito no Benfica deve ser com a máxima transparência para os sócios e adeptos", acrescentando que é a sua "primeira premissa enquanto Presidente do Benfica". 
Estas são as prioridades imediatas, sendo que logo chegará o tempo de se promover o debate interno e perspetivar o futuro a médio/longo prazo, sabendo-se que a Direção já anunciou publicamente, e Rui Costa reiterou-o ontem na entrevista, que até final do ano haverá eleições.
Agora, o tempo é de vencer no campo."

Transição Defensiva – SL Benfica vs Marseille


"O momento da perda é seguramente aquele que obrigará a maior esforço físico ao longo de todo um jogo. Seja para reagir de forma rápida – sendo por isso obrigatório, mudar o chip (começa no cérebro) e a velocidade de deslocamento para tentar defender o lance antes do adversário assumir posicionamentos ofensivos – É mais fácil recuperar a posse enquanto opositores ainda estão juntos (porque estavam a defender), seja para assegurar uma recuperação defensiva eficaz. O propósito da recuperação é trazer ajuda para os elementos que ficaram atrás da linha da bola e que enfrentam a dificuldade de defender um espaço largo com poucos jogadores.
No Benfica vs Marseille, uma perda de Weigl por pressão – Quando é por pressão, o jogador fica eliminado! obrigou a esforço redobrado de toda a equipa. Também por estarem decorridos apenas 10 minutos, a resposta foi muito positiva."

Competências !!!


"6/03 - TAD anula cartão amarelo a jogador do Sporting;
29/07 - TAD: "não tem competência para decidir sobre a resolução de questões emergentes da aplicação das normas técnicas e disciplinares diretamente respeitantes à prática da própria competição desportiva"

E é isto de quem prometeu juízes.
O "todos temos de ajudar o Sporting Clube de Portugal", continua a ditar lei em Portugal."

quinta-feira, 29 de julho de 2021

As sete partidas


"Os jogos que consolidaram um futsal benfiquista internacional, na UEFA Futsal Cup de 2003/04

Com sete partidas começou a viagem europeia do futsal do Benfica no início do século XXI. O triplete conquistado na época de 2002/03 colocou o Benfica na 3.ª edição da UEFA Futsal Cup, a Liga dos Campeões do futsal. Na primeira fase de qualificação, a equipa foi jogar a São João da Madeira, entre 15 e 18 de Outubro de 2003. Venceu os bósnios, gregos e montenegrinos e apurou-se para a 2.ª fase.
'A confiança é o mote', dizia o treinador Alípio de Matos, afirmando não temer nenhuma equipa 'mas respeitamos todas'. André Lima disse que 'pensaram que éramos loucos', ao dizer que podiam ir longe na competição mais importante da Europa.
Com uma equipa avassaladora, o Benfica passou italianos, croatas e belgas no pavilhão da Luz, em Março de 2004. Houve 'excelentes notícias para os amantes da modalidade', pois a RTP1 anunciou a transmissão dos jogos.
No jogo de 20 de Março, frente ao Action 21, apareceram os primeiros obstáculos. Foi impróprio para cardíacos, pois decidia-se quem ia à final. A pressão era altíssima, desestabilizado a finalização de ambas as equipas. Com golos de Lukaian e dos melhores marcados 'encarnados' na competição, Arnaldo e André Lima, o Benfica estava na final!
Com a Agência Tui Viagens, disponibilizaram-se viagens de avião ou de autocarro, com estada e bilhete incluídos! No final de Abril de 2004, o pavilhão do Parque Corredor, em Madrid, engalanou-se para receber as duas melhores equipa de futsal da Europa: o Benfica e o Boomerang Interviú.
O jogo não correu bem para os lusos, e os espanhóis ganharam por 3-1 na 1.ª mão da final. Faltava a 2.ª mão, como reagiu André Lima no final do jogo: 'São 3 golos de diferença, que não é muito no futsal'. Nada estava decidido!
Mas foram 3 os golos que o Interviú marcou no jogo final, na Luz, contra os 4 do Benfica. Mesmo com a exibição espectacular do guardião Zé Carlos e o jogo de sonho de André Lima, a sétima vitória do Benfica de nada valeu, legando o título aos espanhóis.
Mas estava feita história! O Benfica, com uma equipa formada havia duas épocas, foi a primeira equipa portuguesa a vencer uma espanhola, e a primeira a sagrar-se vice-campeão da UEFA Futsal Cup, com 49 golos (curiosamente, 7x7) nessa edição. Anos depois, seriam os primeiros lusitanos a conquistá-la.
Conheça mais histórias do desempenho do futsal 'encarnado' na Europa na área 2 - Joias do Ecletismo, no Museu Benfica - Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

Jornal...

SL Benfica | Os 3 comandados de Rui Vitória a ter em conta


"O SL Benfica conheceu o adversário que vai enfrentar na terceira pré-eliminatória de acesso à UEFA Champions League, no passado dia 19 de julho (data do sorteio realizado em Nyon – Suíça).
O Futbolniy Klub Spartak Moskva, mais conhecido como Spartak Moscovo, é o “alvo a abater”. A equipa orientada pelo conhecido treinador Rui Vitória vai receber as águias no dia quatro de agosto para jogar a primeira mão do duelo.
Apesar de este ser o primeiro jogo oficial do SL Benfica na temporada de 2021/22, os russos já iniciaram o campeonato no passado dia 24 do presente mês. A equipa orientada por Rui Vitória entrou com o pé esquerdo, uma vez que foi derrotada no terreno do FC Rubin Kazan, por 1-0.
No entanto, apesar da derrota, o Spartak Moscovo é uma equipa com muita qualidade, tendo ficado em segundo lugar na Liga Russa, na temporada passada. Posto isto, decidi eleger o top 3 de jogadores que o SL Benfica deve ter em atenção.

1. Aleksandr Sobolev Se ter um “artilheiro” de serviço é bom, ter dois é ainda melhor. O ponta de lança russo é uma das figuras de destaque do Spartak de Moscovo. Foi o quarto melhor marcador da Liga Russa, na última época, tendo marcado 14 golos em 22 jogos.
Apesar de no EURO 2020, realizado este ano, apenas ter jogado 34 minutos ao serviço da seleção Russa, no que diz respeito à pré-época, o internacional já se destacou: foi o melhor marcador e o melhor jogador do torneio de preparação.
Sobolev faturou nos três jogos, ou goleadas, por assim dizer, frente ao PFC Sochi, FC Rubin Kazan e BC Khimki. Se vai continuar de pé quente ou não, é uma incógnita, mas face a estas prestações é, sem dúvida, um jogador ao qual se deve ter especial atenção.

2. Jordan LarssonComo se costuma dizer “quem sai aos seus não degenera” e este é, provavelmente, um bom exemplo disso. Jordan Larsson é filho de Henrik Larsson, uma das maiores figuras de sempre do futebol sueco e da modalidade no geral. Jordan está a cumprir a terceira época ao serviço do Spartak de Moscovo e não passou despercebido na temporada transata.
O avançado, de 24 anos, que também pode atuar como extremo direito ou médio ofensivo (posição que ocupou no primeiro jogo do campeonato de 2021/22), foi o melhor marcador da equipa em 2020/21, com 15 golos em 29 jogos, ocupando o terceiro lugar no ranking de melhores marcadores da Liga Russa.
No torneio da pré-época, já mostrou serviço: marcou frente ao PFC Sochi e ao BC Khimki. Este é um jogador de relevância, que pode trazer muitas dores de cabeça aos encarnados.

3. Victor Moses O médio nigeriano é um dos principais jogadores que Rui Vitória tem à disposição. O jogador esteve emprestado ao clube russo pelo Chelsea FC desde 2020, mas esta época foi contratado em definitivo. Na época de 2020/21, vestiu a camisola do Spartak Moscovo 19 vezes, tendo marcado quatro golos e feito outras quatro assistências."

As olímpicas virgens


"Luís Filipe Vieira (LFV), o presidente do Sport Lisboa e Benfica (Benfica) foi detido no dia 7 de julho. De acordo com o comunicado emitido pelo DCIAP, em causa estão a suspeita de crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento.
E, perante a estupefação do País os deuses do nacional olimpismo não perderam tempo em lançar a sua ira sobre LFV que, tal qual treinador de futebol, de um dia para o outro, numa espécie de bacanal romano em honra de Baco deus do vinho, passou de bestial a besta e arredado de todos os cargos que exercia no Clube e na SAD.
Em mais de cinquenta anos ligado profissionalmente ao mundo do desporto português nunca vi despachar um homem com tanta eficiência, tanta eficácia e tanta falta de ética. Foi obra que, certamente, ficará na história do desporto nacional.
O que aconteceu foi de tal maneira vergonhoso que, ao cabo de pouco mais de duas semanas, já é possível identificar as principais motivações que animaram aqueles que, sem qualquer vergonha na cara, se encarregaram de se antecipar aos Tribunais e crucificar LFV na praça pública. Uns optaram pelo mal da amnésia hipócrita, outros pelo mal da vingança selvagem.
Os atingidos pela amnésia hipócrita, estão entre aqueles que, independentemente da nacionalidade, da cor da pele, da conta bancária, da exposição mediática, da religião, do sexo e tendências ou do partido político em que no momento militavam, frequentavam reverencialmente o camarote presidencial do Estádio da Luz. Estes hipócritas e mal-agradecidos, de um momento para o outro, deixaram de conhecer o presidente do Benfica. E até houve quem teve o descaramento de dizer que conhecia muito bem o ambiente vip que se vivia no camarote presidencial do Estádio da Luz mas só lá tinha ido uma vez. E, também foi degradante, ver nas televisões alguns comentadores ao serviço do regime, tal qual Judas, negarem conhecer o presidente do Benfica não uma, nem duas, nem três, mas as vezes que foram necessárias. E triste foi, ainda, constatar que, quando uns pândegos da bola, quiseram fazer uma manifestação em apoio a LFV, compareceram às portas do Estádio da Luz, não aqueles que os portugueses se habituaram, através da comunicação social, a ver no camarote presidencial do Estádio da Luz a “lamberem” o presidente do clube mas, uma dúzia de gatos pingados que ainda não percebeu que, devido a muitos anos de políticas públicas absolutamente miseráveis, no estado em que o futebol se encontra, só serve para lhes explorar a doença clubística de que padecem.
E, os atingidos pela vingança selvagem apressaram-se a ir às catacumbas mais profundas e mórbidas das suas memórias para, como já lhes é habitual, trazer para o desporto os mais baixos sentimentos da condição humana. Para eles, chegara o tempo de ajustar contas. E, numa reles covardia, apontaram as baterias do veneno que lhes ia na alma para aquele que secretamente odiavam. E, sobre alguém que não se podia defender e, menos ainda, contra-atacar, despejaram rajadas de ódio, de raiva e de desprezo, como se o homem, antes de ser julgado e condenado, fosse o responsável pela degradação ético-moral em que o desporto nacional se encontra.
Entretanto, tanto uns como outros, na maior das hipocrisias e disfarçados de novas virgens, num país assoberbado pela corrupção da ética desportiva, resolveram começar a produzir altos discursos e prosas moralistas porque, dizem eles, independentemente daquilo que a justiça possa vir a apurar, as suspeitas que envolvem LFV não são positivas para o desporto. E afirmam-no, sem qualquer vergonha, como se eles não fossem também suspeitos de muitas das misérias de um desporto que, nos tempos que correm, tresanda a vigarices.
Há muito que, nos mais diversos países do mundo, o Movimento Olímpico moderno tem sido um terreno privilegiado, para a prática de crimes de toda a ordem como há muito foi denunciado pelo dirigente do Comité Olímpico Internacional (COI) de seu nome Marck Hodler (1918-2006) quando, em finais dos anos noventa, afirmou que “de cinco a sete por cento dos membros do COI eram compráveis”. E acusou as votações para a atribuição dos Jogos Olímpicos de Atlanta (1996), Sydney (2000), Nagano (1998) e Salt Lake City (2002) terem sido compradas, e como Barak Obama teve a oportunidade de constatar em 2009, as candidaturas continuaram a processar-se debaixo de um véu de corrupção.
As grandes organizações do mundo do desporto respeitam cada vez menos uma cultura democrática de transparência que deve prevalecer em qualquer instituição que, por delegação pública, administra dinheiros públicos. Organizações como a FIFA e o COI são Estados dentro do próprio Estado. Contra tudo e todos, o Campeonato do Mundo de Futebol (2022) da FIFA será realizado no Catar debaixo de enormes suspeitas de corrupção. Tal como os Jogos Olímpicos de Tóquio (2020) cujos organizadores distribuíram milhões de dólares em presentes a fim de Tóquio receber o apoio dos membros do COI (Record, 2020-04-01). Ora, a bem ver, em termos comparativos, as acusações que recaem sobre Luís Filipe Vieira, não sendo de admitir, não passam de traquinices de menino de coro pelo que, causa um profundo asco, ver por aí umas certas novas virgens a pregarem moralidade.
Por isso, há que colocar um ponto final sobre os olímpicos discursos covardes, hipócritas, oportunistas e moralmente corruptos e, calmamente, esperar que a justiça funcione com a celeridade necessária para que a própria justiça possa ser consumada com justiça."

O peso da Telma


"O que nos pesa realmente não é o peso que temos, mas o peso que somos - e pesamos o peso das palavras que se nos vão integrando. Quando dizemos de alguém que é um tipo de peso, estamos a avaliá-lo muito para lá do número de quilos que constam do seu cartão de identidade - que, apesar dos seus 57 quilos, é grande a influência que exerce sobre os demais. Como é o caso da judoca de Almada, a Telma Monteiro, que soçobrou como uma árvore arrancada por um daqueles tufões que costumam assolar o Japão. E por que arreou assim tão rendidamente a nossa amada atleta?
Por isso mesmo: peso a mais! Ela já tinha trabalho bastante a lidar com os seus 57 quilos regulamentares. E, como se não bastasse ter que aguentar com outro tanto da adversária, abateu-se sobre os seus ombros o descomunal peso das insensatas e desmesuradas expectativas de dez milhões que lhe exigiam a vitória, mesmo tendo em conta a histórica abulia da menina de Almada em palcos olímpicos.
O peso das expectativas afoga e paralisa - como acontecera com Fernando Mamede, nos jogos olímpicos de Los Angeles, em 1984: sabendo que, àquela hora, três da madrugada, o país espantava o sono com gritos e cerveja, na certeza antecipada da categórica vitória do recordista mundial do 10.000 metros, o elegante fundista de Beja, sob o olhar ansioso do Prof. Moniz Pereira, afundava-se clamorosamente, desaparecendo, a meio da prova, da pista, ante o olhar atónito dos seus compatriotas. Tremuras e vómitos: eis no que deu a euforia esperançosa dos portugueses - e o pobre do Mamede não aguentou tão grande peso e arreou.
Este insuportável peso das expectativas é-o na exacta medida em que o/a atleta se aceita permeável ao que dele/dela a sociedade cobra e reclama. É nessa incorporação patológica dos anseios vindos de fora, que se desenvolve o drama dentro.
A propósito, Aldous Huxley: escreveu que “ a experiência não é aquilo que nos acontece mas o que fazemos com aquilo que nos acontece “. Quando, no palreio dos serões televisivos, se diz que fulano ou sicrano não sabe lidar com a pressão é desta fragilidade ôntica do atleta que estamos a falar. É que não é apenas o peso psicológico das expectativas depositadas na performance do nosso atleta, mas é essa sua condição de “nosso” que faz dele uma aposta social infalível - e não há modo mais seguro de insucesso do que o medo de falhar e, assim, desapontarmos tantos (todos) que confiaram em nós: ao peso psicológico das naturais expectativas há que juntar o elemento épico da dimensão simbólica da representação.
E, nesse plano, todos temos bem presente a tragédia grega em 2004, no estádio da Luz, como os franceses recordarão a tragédia à portuguesa, em 2016, no estádio de France.
Ceder ao peso das expectativas é ceder à centrifugicidade ôntica do tempo: é deixar-se capturar pelo engodo fátuo do amanhã, em vez de instalar-se na densidade ontológica do agora: a única instância onde tudo acontece: “ Quem de vós pode crescer um só centímetro à custa de se preocupar com isso? (...) não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá as suas preocupações. Basta a cada dia a própria dificuldade “ (Mt 6,27,34).
A magia do sucesso radica no culto sereno de uma doce presença - aí a âncora a que vale a pena agarrarmo-nos.
E tu, Telma, não permitas que o peso excessivo das nossas expectativas te atirem ao tapete.
Por favor, continua a confiar em ti mesma!"

A dopagem como comportamento desviante


"“Escrever sobre doping é correr o risco de pisar terrenos lamacentos, nos quais os pés se afundam a cada passo” e “é mergulhar num mar de questões que ficam, muitas delas, sem resposta”, advertem Melo e Azevedo (2004, pp. 11 e 137). A dopagem (doping, em inglês) é um fenómeno social de grande escala. O dicionário on-line da Cambridge refere que é “o ato de dar a uma pessoa ou animal medicamentos para que tenham um melhor ou pior desempenho numa competição”. Prejudicial para a saúde e infração à regra, é considerada um “mal” do século XXI. Atualmente, a dopagem tem um significado bastante mais abrangente do que há alguns anos.
Como prática “desviante”, diria Becker (1995), a questão da dopagem coloca às ciências sociais dificuldades acrescidas. Basta, para isso, recensear a fraqueza dos métodos habituais mobilizados pelo sociólogo para apreender as práticas sociais (entrevistas, inquérito por questionário, observação direta e participante). No caso do atleta, a apreensão da dopagem passa, essencialmente, pelo corpo (produto injetado, absorvido, consumido, etc.). O corpo passa a ser o “testemunho”.
As estatísticas sobre a dopagem apresentam forças e fraquezas, simultaneamente, pois funcionam pela totalização ou pela redução da realidade. Se aceitarmos que possa haver “interesse no desinteresse”, como sublinhava Bourdieu (1997, p. 148), para se analisar a dopagem convém partir dos interesses e das posições dos diferentes atores sociais. O contexto da dopagem nos atletas desenvolve-se no contexto de uma sociedade dopada, acostumada ao consumo generalizado de medicamentos, suplementos alimentares, vitaminas e outras substâncias, estimulando a performance quotidiana. E é preciso não esquecer que a competição desportiva, exprime a possibilidade de uma harmonia entre o corpo e o espírito, entre o jogo e o rigor moral, entre a competição e a solidariedade, entre a cultura e o povo. O desporto de alto rendimento é apenas uma faceta; a mais mediática. Inserida no comportamento desviante, a dopagem solicita uma reflexão ética. O termo “desviante” possui um sentido mais abrangente do que o de delinquência. São qualificados de “desviantes” os comportamentos que transgridem as normas aceites por um determinado grupo social ou por uma determinada instituição. Esta categoria inclui os atos sancionados pelo sistema jurídico-policial. É preciso ter sempre em atenção à questão: quem dita as regras? Sabemos que as normas sociais são influenciadas pelas divisões de classe e de poder.
Segundo Durkheim (1984 [1893]) e Giddens (2004), o desvio é necessário para a sociedade. Ele tem uma função adaptativa, isto é, é uma força inovadora, que impulsiona a mudança através de novas ideias e desafios na sociedade, e promove a manutenção de limites entre comportamentos “maus” e “bons” na sociedade.
Muitos textos apoiam-se sobre o pressuposto que é preciso erradicar a dopagem. Para isso, muitos projetos oscilam entre a educação e a repressão. A repressão assenta como ação amplamente representada, dado que a dopagem constitui uma infração, um ato delituoso, mas também uma falta de ética desportiva. Assim, os dopados são explicita e sistematicamente considerados como os batoteiros e que sanções exemplares devem ser tomadas.
A dopagem é apresentada como uma prática capaz de destruir o desporto, o que permite explicar a razão de se afirmar nos textos que os atletas arriscam a sua vida, recorrendo aos produtos proibidos. A mensagem implícita do “desporto puro”, o das “origens”, trufado de valores paradisíacos e idealizados do olimpismo, não pode contemplar tais práticas. A dopagem não é uma ação puramente pessoal. Existem fatores sociais externos que exercem uma influência fundamental no comportamento dos atletas. Por outro lado, a atitude dopante traduz-se numa relação liberal relativamente ao corpo. O recurso aos produtos dopantes pode ser considerado como um uso social de drogas. Neste caso, em particular, o indivíduo não procura escapar à realidade do mundo social, mas, sim, integrar-se numa sociedade considerada concorrencial, constituída de provas a ultrapassar."

Ambição renovada


"Vencer todas as provas nacionais e melhorar o desempenho na Europa é o enorme desafio que se coloca à nossa equipa feminina de futebol para a nova temporada.
Só um Benfica mais capaz do que os adversários, certamente competentes e muito motivados, e permanentemente focado na missão de vencer conseguirá atingir este desiderato, mas é assente no brilhantismo patenteado na época passada, bem como na mentalidade ganhadora evidenciada desde o início deste projeto, que se justificam as elevadas expetativas de todos os benfiquistas.
Assim, na sequência de um ano triunfante para o Benfica, um dos grandes trunfos será mesmo a estabilidade conseguida na transição para 2021/22.
A equipa técnica mantém-se e o núcleo do plantel campeão continua a representar o Clube. Foram várias as renovações de contrato com atletas anunciadas no defeso, entre as quais: Cloé Lacasse, Sílvia Rebelo, Catarina Amado, Lúcia Alves, Matilde Fidalgo, Carolina Vilão, Ana Seiça, Amélia Silva, Pauleta e Ana Vitória.
Juntam-se ao plantel os reforços Maria Negrão, uma jovem de apenas 17 anos, oriunda do Famalicão, que se trata de uma das esperanças nacionais, já chamada à Seleção, mas ainda sem se ter estreado pela equipa das Quinas, e Valéria, internacional brasileira, ex-Madrid CFF da liga espanhola.
Registam-se ainda os regressos de cinco jovens que estiveram emprestadas ao Damaiense: Adriana Rocha, Carolina Correia, Daniela Santos, Madalina Tatar e Lara Pintassilgo. Bem como de Carlota Cristo, que esteve cedida no Valadares.
Continua assim o plantel a ser caraterizado por uma mescla de experiência e juventude, com uma média de idades relativamente baixa e muitas jovens formadas ou com percurso no Benfica, e sobretudo enorme vontade de muitas conquistas.
Após duas semanas de treino intensas, prosseguem os trabalhos de preparação para a nova temporada, a partir de hoje, no Luso, num estágio que terá a duração de seis dias. Seguir-se-á a KAIF Cup, na Áustria, de 5 a 8 agosto. Este é um prestigiado torneio internacional, onde também estarão Real Madrid, Turbine Potsdam, Sparta de Praga, Celtic Glasgow e Áustria Viena.
O planeamento da pré-época foi pensado de acordo com o alto nível de exigência da temporada e a sempre elevada ambição inerente a um clube como o Benfica. E, logo no início, há objetivos a cumprir.
Assim, em 18 de agosto, em Sarajevo, começa o apuramento para a Liga dos Campeões em formato minitorneio, frente ao Kyriat Gat. Vencendo, haverá final frente ao vencedor do SFK 2000 Sarajevo e o Union Luxemburgo. Apenas o finalista vitorioso seguirá em frente.
E, no calendário nacional, está já definida a Supertaça de Portugal. Não tendo existido Taça de Portugal referente à última época, a Federação Portuguesa de Futebol definiu que o adversário do campeão Benfica será o segundo classificado da Liga BPI; será um dérbi, portanto, com o Sporting, a 28 de agosto, no Estádio do Restelo.
Por certo que não será tarefa fácil concretizar todos os objetivos a que a equipa se propõe, mas estamos certos de que tudo fará por atingi-los e que nunca deixará de contar com o forte apoio dos Benfiquistas. Boa sorte!

P.S.: O Sport Lisboa e Benfica expressa o seu mais profundo pesar pelo falecimento de Bento Leitão, médico que esteve ligado ao Futebol Profissional durante mais de uma década, contribuindo, com profissionalismo e dedicação inexcedíveis, para os sucessos alcançados. Nestes últimos anos exercia funções transversais na área clínica do Clube. Neste momento de grande tristeza pela perda de um dos nossos, o Sport Lisboa e Benfica, em nome de toda a Família Benfiquista, endereça sentidas condolências aos familiares e amigos de Bento Leitão."

Benfica News, in SL Benfica

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Sentidas condolências por Bento Leitão


"O Sport Lisboa e Benfica expressa o seu mais profundo pesar pelo falecimento de Bento Leitão (69 anos), médico que esteve ligado ao Futebol Profissional durante mais de uma década, contribuindo, com profissionalismo e dedicação inexcedíveis, para os sucessos alcançados. Nestes últimos anos exercia funções transversais na área clínica do Clube.
Neste momento de grande tristeza pela perda de um dos nossos, o Sport Lisboa e Benfica, em nome de toda a Família Benfiquista, endereça sentidas condolências aos familiares e amigos de Bento Leitão."