Últimas indefectivações

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Uma questão de coerência

"Resistiu, até esta segunda-feira, o Sport Lisboa e Benfica a entrar numa discussão que entendeu ser natural num primeiro momento, mas que no tempo e no tom em que a mesma se está a prolongar é completamente absurda e merece repúdio.
Sejamos sérios. Há lances de dúvida no jogo? Claro que há, como há em todos os jogos com a intensidade em que decorreu o jogo do passado sábado. Os lances duvidosos repartiram-se, mas os reparos e acusações limitaram-se a apontar, de forma parcial, prejuízos apenas para o Sporting Clube de Portugal.
É claro que a omissão, por parte do operador televisivo, da linha virtual em alguns casos e da má colocação da mesma em outros também contribuiu para desvirtuar a análise de alguns lances.
A discussão faz parte do Futebol e por isso é legítimo que o Sporting peça os relatórios que entender sobre o jogo, e que disso dê publicidade nos jornais que entende, mas seria coerente que pedissem, com a mesma indignação que publicamente têm exibido, os relatórios do jogo com o Benfica em Alvalade, com a Académica em Coimbra, com o Olhanense no Algarve e com o Marítimo, também em Alvalade.
Não podemos reclamar apenas de algumas cenas do filme, temos de ser coerentes e ter memória do filme todo. Quando assim não acontece perdemos credibilidade e ficamos reféns da demagogia e do mais primário populismo.
Quantas vezes já vimos alguns directores, editores ou articulistas de jornais escreverem e condenarem o excesso de protagonismo que os dirigentes assumem em detrimento dos jogadores? E do absurdo de discutir as arbitragens da forma como se discutem em detrimento do jogo?
Pois bem, os jornais e os seus directores têm toda a legitimidade de definir a linha editorial, os editores e opinadores têm todo o direito em assumir o que bem entenderem, mas uma vez percorrido este caminho não podem, no futuro, estes mesmos responsáveis voltar a cair na tentação hipócrita de criticar este tipo de comportamento por parte dos dirigentes desportivos, dada a forma como estão a dar eco de algumas declarações irresponsáveis.
Registe-se, ainda, que não houve da parte de nenhum dirigente do Benfica qualquer palavra desrespeitosa em relação a algum profissional do Sporting. Não é admissível, por isso, que o presidente do Sporting, pela segunda vez, se dirija da forma que se dirigiu ao treinador do Sport Lisboa e Benfica. A liberdade de expressão tem fronteiras que devem ser respeitadas. Não é por gritar mais alto nem por insultar mais vezes que se ganha a razão."


PS: Apesar de numa primeira leitura ter ficado agradado com este comunicado, penso que ele está incompleto. Com o mesmo tom, seria perfeitamente possível, no meio dos parágrafos direccionar a discussão por exemplo: para o fora-de-jogo do Capel, para o fora-de-jogo do Sílvio, para a entrada de pitons do Montero, para os amarelos perdoados especialmente ao Mauricio.. etc...!!!
Admito, isso não devia ter 'trabalho' do Benfica. Os Benfiquistas que têm tempo de antena nas TV's nas rádios e nos jornais tinham essa obrigação, mas como os poucos que dão a cara, são mansos, ficamos só com uma versão da história...
E assim, ficará tudo em cima dos ombros do Rui Gomes da Silva, que entre os berros do Alguidar, e os copos de Jameson, terá uma tarefa muito complicada... duvido mesmo que consiga terminar uma frase!!!

Os erros e os homens

"Por muito esforço que alguns tenham feito e vão continuar a fazer no jogo das palavras, o último dérbi terá um lugar na história e não será por causa dos erros de arbitragem, por mais graves que tenham sido. Será para sempre o dérbi de Rui Patrício, por causa de um lance invulgar, altamente penalizador, a partir de uma falha de concentração, depois de quase duas horas de extrema intensidade e pressão.
Parafraseando o presidente do Sporting, é realmente uma enorme palermice tentar desfocar a ordem de importância dos factores decisivos deste jogo inesquecível, a saber: primeiro, o erro de Patrício, depois, os três golos de Cardozo e, finalmente, o imbróglio em torno da verdade desportiva. É assim que a história reserva um espaço para este embate, digno de uma final, mas disputado numa fase tão precoce da Taça de Portugal. Nenhum penálti por assinalar tem o valor simbólico de um golo sofrido por entre as pernas de um guarda-redes e esta imagem colar-se-lhe-á à pele e ao currículo para sempre. E daí?
Quem conhece minimamente a história do futebol nacional saberá o valor e a influência que, Costa Pereira teve na grandeza do Benfica (e da Selecção Nacional) dos anos 60. Foi um grande, mas sempre num patamar abaixo dos Damas e dos Bentos, por causa de um golo sofrido assim, numa bola pífia, por baixo das pernas, na final de Milão. A história é o homem e a sua circunstância, não há escapatória.
Muitos sportinguistas insurgiram-se ontem contra o relevo dado pelo Record ao momento do jogo, uma extraordinária foto de Paulo Calado, chegando alguns a alegar a falta de patriotismo dos editores, tendo em atenção o próximo jogo da Selecção. Muitos benfiquistas, pelo contrário, consideraram muito frouxa a opção de deixar de fora do léxico garrafal o "frango" e o "peru" que estiveram nas mesas de tantas conversas de domingo.
Rui Patrício ainda vai a meio de uma carreira que teve um início fulgurante, mas tem vindo a estagnar pela dificuldade em conquistar títulos, mantendo-se no topo da confiança do seleccionador, mas ultrapassado sistematicamente nas escolhas dos grandes clubes europeus.
O moral da história do dérbi, à face desta incontornável situação, é que os erros dos guarda-redes, que são muito raros e, por isso, iconográficos, têm custos pessoais incomparavelmente mais graves que os dos árbitros, que são banais."

Ò sr. Guarda não se prenda!

"1. No tempo do Fascismo reprimia-se (além de muitas outras coisas) o direito à reunião. Temia o velho Estado Novo que os agrupamentos fizessem nascer ideias subversivas pondo em causa o normal funcionamento do bafiento Portugal que, felizmente, já não existe. Diligente, a sinistra PIDE procurava saber com antecedência os locais e os participantes nos conclaves e estes, quando sucediam, eram clandestinos e secretos.
2. O presidente do Sporting, no intervalo de dar uns pontapés na bola com os jogadores e de tentar fazer-se ouvir, decidiu reunir-se com adeptos do seu clube num local do norte (ou seja, a Oeste de Pecos) na véspera do jogo no estádio das Antas. O direito de o fazer é uma das virtudes daquilo a que chamamos, se calhar exageradamente, de Democracia.
3. As autoritárias autoridades decidiram aconselhá-lo vivamente a não levar avante essa subversiva ideia de reunião. Garantir a sua segurança e a daqueles que com ele queriam conviver não terá passado pela cabeça dos responsáveis de tão diligentes corporações. «Proibir» pareceu-lhes, certamente, mais conveniente. A despeito de, como é óbvio, tal decisão atentar contra a ideia de um Estado de Direito no qual pensamos todos viver. Um erro, como se vê.
4. Diligentes, as autoridades, nos arredores das Antas, em vez de cumprirem os serviços básicos de segurança impedindo confrontos entre bandos de marginais disfarçados de adeptos, assistiram a tudo no conforto dos seus coletes fluorescentes e desencaram os incautos que lhes passaram ao alcance dos bastões. Dá vontade de dizer, como nos tempos do inesquecível «Pão Com Manteiga»: Ò sr. Guarda, não se prenda!"

Afonso de Melo, in O Benfica

Sobre rodas

"O Benfica somou ao título de Campeão Europeu a vitória na Taça Continental de Hóquei em Patins, batendo o detentor da Taça CERS e alcançado assim o 46.º título da história do Clube na modalidade no escalão de seniores, oitavo título nos últimos quatro anos. É um feito notável que equipara a actual geração de hoquistas do Benfica, os seus dirigentes e equipa técnica, aos que em décadas do século passado brilharam ao melhor nível na modalidade. O Benfica, desde a época de 2009/2010, alcançou os maiores títulos do Hóquei em Patins europeu: Liga Europeia, Taça CERS e Taça Continental, esta pela segunda vez.
A vitória do Benfica segue-se a alterações na equipa técnica e no plantel, em relação à época anterior, mas a contribuição para esta onda vitoriosa do treinador e de jogadores que entretanto deixaram o Clube não foi esquecida no momento da vitória e da justíssima consagração dos técnicos e do plantel actuais. A vitória agora alcançada, e por marca tão expressiva, é um grande êxito do Benfica, do espírito do Clube, da sua estrutura dirigente e da organização que que tornam possíveis os sucessos dentro do rinque. A par das conquistas da equipa sénior, o Benfica tem somado sucessos no Hóquei feminino e em escalões da Formação: o Clube tem quatro Campeões do Mundo na casa dos Sub-20.
E a vitória na Taça Continental, decidida em casa e com a casa cheia, ficou a ser também uma conquista dos adeptos. Nem por um segundo do tempo do jogo na Luz os adeptos deixaram de apoiar vibrantemente a equipa. O sucesso do Hóquei em Patins do Benfica rola sobre rodas e esta conquista vai trazer mais e novos adeptos aos pavilhões, que é onde melhor se vê e aprecia esta modalidade de alta velocidade, grande beleza, enorme emoção e com uma história gloriosa na memória do Clube e do País."

João Paulo Guerra, in O Benfica

Épico

"A tradição dos fantásticos dérbis da Taça ainda é o que era. O Benfica - Sporting foi, com toda a certeza, o melhor jogo de futebol realizado esta temporada em Portugal. E, mais do que isso, confirmando-se como um duelo emotivo até ao extremo e imprevisível até ao cair do pano. Como um verdadeiro dérbi deve ser. Treinadores e jogadores mostraram que, afinal , é viável haver grandes espectáculos quando os artistas fazem por isso. Só é pena que tivesse sido a eliminar. Nenhum dos lados merecia ficar pelo caminho.
1 - Comecemos pelos verdadeiros protagonistas e pelos dois pólos. À cabeça, Óscar Cardozo. Vindo de uma lesão, demonstrou - se dúvidas houvesse - que o Benfica com e sem ele não é exactamente a mesma coisa. Fazer um hat-trick num clássico já é obra, mas obtê-lo em meia parte marca ainda mais. Esta temporada o paraguaio já resolveu vários jogos e, desta feita, contribuir com três golos em quatro tem um peso decisivo. E só não foi mais longe porque Rui Patrício não lho permitiu. E por duas vezes.
Passemos então a Patrício. Fica como a antítese de Cardozo : um "frango", uma derrota. Demasiado duro para quem, como refiro acima, teve um papel importante no adiar do desaire. Mas é a vida. Patrício vai saber lidar com isto e só se espera que quando voltar à Luz, na próxima semana, tenha varrido da cabeça um daqueles momentos que dão direito a insónia.
2 - O Benfica tem neste 4x3x3 a real escapatória. Vira-se em Atenas, voltou a constatar-se na Luz. Ter Rúben com Enzo (uma exibição absolutamente notável), deixando espaço a Matic (que neutralizou André Martins), leva a uma consistência no meio campo que ditou leis durante grande parte do jogo. Foi mais do que coincidência a quebra de rendimento da zona nevrálgica depois da saída, por lesão, de Amorim, que teve reflexo no "aparecimento" de Adrien. Ao descer de um lado correspondeu o subir do outro, como num sistema de vasos comunicantes.
O problema continuam a ser os lances de bola parada. Jesus odeia que se fale do assunto, mas contra factos não adianta argumentar. Maurício saltou mais alto que Luisão e Garay ficou a ver Slimani passar. Num canto e num livre. Nada que não tenhamos já visto noutras alturas, mas que se pensava estar devidamente acautelado. A consequência é que, desta forma, os encarnados passaram de um confortável 3-1 para um perigoso 3-3.
3 - O modo como o Sporting não desistiu - perante uma desvantagem de dois golos - é um aspecto revelador de uma força anímica pouco comum. Mais ainda quando suportara uma pressão maior do adversário e vira a batalha do meio campo globalmente ganha pelo Benfica nos 45 minutos iniciais. Adrien voltou a ser a chave para muitas soluções e Capel agiu até se esgotar.
Contudo, a tal imaturidade também apresenta a factura. E voltaria ao quarto golo do Benfica para sublinhar que a história não se resume a Patrício. Alguém consegue explicar como é que um lançamento de linha lateral bate no relvado, salta por toda a gente e acaba na cabeça de Luisão empurrado por Rojo?
4 - Jesus e Jardim jogaram para ganhar. Cada um com os seus recursos, mas jogaram. O técnico encarnado, confrontado com a lesão de Amorim, apostou em Ivan Cavaleiro e deslocou Gaitan para a zona central. A caminho dos 90 minutos, quando ainda estava a vencer, retirou um Markovic cansado e pouco inspirado para dar lugar a André Gomes e, por via das dúvidas, reservou uma substituição para o prolongamento. Lima entrou para provocar roturas na "saudável anarquia" que vigorou nos 30 minutos suplementares.
O treinador leonino agiu mais cedo. Tinha de ser, estava a perder, e Carrillo poderia ser uma alternativa credível a Wilson Eduardo. Depois, consumado o 3-2, "vira" a agulha para um 4x4x2 de tudo ou nada, com a troca de André Martins por Slimani. E, quase de caminho, abdica de Capel para optar por Carlos Mané. Se bem que no prolongamento o refrescamento quase total da frente de ataque levasse a um 4x2x4 (que também ajudaria a "partir" o jogo). Jesus e Jardim, cada um à sua maneira, não permitiram que se apagasse a caldeira da emoção.
5 - A arbitragem voltou a ser o elo mais fraco do desafio. Outra vez por culpa própria (o penálti de André Almeida é o caso mais incompreensível). Já esta época, no jogo de Alvalade, o Benfica falou de prejuízo. Com razão. Agora, no jogo da Luz, o Sporting falou de prejuízo. Com razão. É mais um clássico dentro do clássico. Mas houve algo que se alterou. Agora, os responsáveis dos clubes - profissionais - se quiseram apresentar os seus lamentos devem fazê-los junto da entidade patronal dos árbitros. É que estamos a falar de árbitros tão profissionais quanto os jogadores e treinadores, lembram-se?"

Duarte Gomes e os atrasados mentais

"Duarte Gomes não fez uma arbitragem perfeita no Estádio da Luz, O Sporting queixa-se de dois penáltis que ficaram por marcar num jogo que foi a melhor propaganda para o futebol também devido ao trabalho do árbitro.
Um grande jogo já estragado pelos atrasados mentais, fanáticos e otários do costume. Aqueles que estão cego pela clubite e que, infelizmente, têm direito a palanque numa televisão qualquer.
Foi esse o caminho que sobretudo as televisões quiseram seguir em nome, digamos, da polémica e do espectáculo: dar antena a trauliteiros de vistas curtas que numa qualquer tasca deste país seriam corridos a pontapé.
Por isso, ninguém fala da fantástica decisão de Duarte Gomes e da sua equipa no lance do frango de Rui Patrícia e na forma ridícula como o guarda-redes da selecção nacional (ups) tentou demonstrar que a bola não tinha entrado. Sem chip na bola, o árbitro decidiu bem, o que é chato para a tal petição...
Vimos todos um grande jogo e uma arbitragem que não lhe ficou muito atrás. Com erros, sim, mas no geral boa.
Mas o que interessa por ora é atirar esterco para o que há de mais puro no desporto-rei. O que seria no mínimo uma infâmia num mundo de gente inteligente e lúcida mas que é algo de perfeitamente normal nesta nave dos loucos.
(...)"

O Benfica e o fora-de-jogo de centrímetros

"O dérbi da Luz foi um daqueles jogos que daqui por muitos anos ainda nos vamos lembrar. Pela espectacularidade do jogo - apesar da primeira meia-hora menos excitante - e pelos muitos golos, o último do mais caricato que já vi. Vi eu e quem estava a ver na tv porque dos jogadores do Benfica só Luisão e Lima viram pois os restantes estavam todos de costas para a bola a pedir um penálti.
Esse foi um dos erros de Duarte Gomes, o não assinalar penálti no lance, porque nos penáltis não se dá a lei da vantagem. O problema é que, pareceu-me, o árbitro não deu a lei da vantagem, simplesmente não considerou falta sobre Luisão.
Na ressaca, os sportinguistas queixam-se do árbitro. Queixam-se de dois penáltis por assinalar e têm razão, embora no segundo se veja nas imagens que Duarte Gomes não podia ver o braço de André Almeida a tocar na bola (está tapado pelo corpo do jogador - isto é já a resposta aos sportinguistas e portistas que vão contestar esta tese). Queixam-se, também com razão, do fora-de-jogo de Cardozo no 3-1 mas são os mesmos que no dérbi da Liga consideraram que Montero estava só ligeiramente adiantado (no lance do 1-0).
Já os benfiquistas desculpam Duarte Gomes pois o fora-de-jogo de Cardozo era só de uns centímetros, muito difícil de apanhar. E esta é a ironia suprema: os benfiquistas odeiam Pedro Proença pelo fora-de-jogo de há dois anos, o que deu o título ao FC Porto. Esse já não era de centímetros, era obrigatório ver.
Só mais uns curtos apontamentos sobre o dérbi:
Jesus devia ser proibido de falar das arbitragens.
Rui Patrício, depois de uma defesa fantástica quando Cardozo se isolou, não merecia aquele frango. 
Cardozo confirma-se como o matador menos simpático (nunca se ri) do futebol português mas parece já não ser o mal amado da Luz - talvez pela cena do Jamor.
Bruno de Carvalho, que elogiei aqui uma vez - já tinha perdido todo o crédito para mim quando se referiu à idade de Pinto da Costa - voltou a acusar um árbitro após uma derrota, insinuando a perseguição ao Sporting, e foi bastante deselegante para o treinador adversário, esta parte sem necessidade.
Nos outros jogos da Taça, destaque para a vitória do FC Porto em Guimarães, com um golo espectacular de Fernando. Um jogo no qual o defesa vimaranense Abdoulaye (cedido pelos dragões) não participou por se ressentir de uma lesão, tal como aconteceu no jogo da Liga. Um azarado este Abdoulaye."


PS: Esta é daquelas opiniões 'quase' justas, mas lá no meio, não se conteve, e esbarrou-se contra a parede...!!!
Comparar o fora-de-jogo do Cardozo, com o do Montero em Alvalade é justo. Apesar de um ser de milímetros e outro de centímetros!!!Agora comparar qualquer um destes foras-de-jogo com o do Maicon, é pura má vontade. Estes dois lances, são bolas corridas, não são bolas paradas, e o do Maicon foi pelo menos 1 metro, e eram dois jogadores... que estavam fora-de-jogo, quando antes do livre ser marcado, estavam fora-de-jogo quando o livre foi marcado, e estavam ainda fora-de-jogo depois do livre ter sido marcado, em nenhum momento os defesas do Benfica lhes passaram para a frente...!!!
Outro curiosidade, é que a discussão dá de barato que existe mesmo fora-de-jogo do Cardozo, e nem sequer questiona se o passe do Amorim foi para trás, para o Nico, e que a bola só vai para o Tacuara depois do Rojo tocar na bola... E nem sequer se fala do fora-de-jogo do Capel!!!

Na paz do julgador

"Todas as épocas recebemos imagens que ilustram consequências terríveis – potenciais ou efectivas – para a integridade física dos jogadores de futebol em resultado de cotovelos a despropósito, cabeças mal direccionadas ou virilidades inadmissíveis. A mais recente ocorreu no campeonato francês: arrepia ver a “tesoura” de Zouma, do Saint Étienne, sobre Guerbert, do Sochaux. O esgar de dor e aflição do jogador prenunciava o pior: fractura da tíbia e paragem mínima de seis meses. A Comissão de Disciplina da Liga Francesa não hesitou na dureza: 10 jogos de suspensão para Zouma.
O Regulamento Disciplinar (RD) da Liga tem um regime próprio para estas situações – ainda que só para as agressões físicas “dolosas”. Sempre que delas resulte a lesão do atleta atingido, a suspensão “será mantida até que o lesionado retome ou esteja em condições de retomar a sua actividade”, desde que o castigo não exceda o prazo de um ano. Já se sabe que a pedra de toque destes processos será averiguar a “intenção do jogador”, pois uma atitude descuidada ou negligente não merecerá tal pena. É uma consequência que, de todo o modo, deveria ser alargada para as “entradas” ilegítimas na disputa da bola, como foi o caso de Zouma; como tal, a não ser que se qualificasse a conduta como “agressão”, caso idêntico ao de Zouma, ocorrido entre nós, não poderia levar a essa suspensão até ao regresso do jogador lesionado.
Também para evitar situações de “risco grave para a integridade física” continua a estar no RD o “processo sumaríssimo”, para agressões e indignidades que não são vistas e sancionadas pela equipa de arbitragem. Porém, desde a entrada nos órgãos disciplinares da equipa escolhida por Fernando Gomes (na Liga, primeiro; depois, em parte, na FPF), o “sumaríssimo” é letra morta do RD. Logo, não foi com base em “sumaríssimo” que, esta semana, foram sancionadas as agressões sem expulsão de Douglas, V. Guimarães (na foto) e Rúben Ferreira, Marítimo. Antes partiu da iniciativa da Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga (o “Ministério Público” do futebol profissional) a elaboração do “auto por infracção verificada em flagrante delito”, baseada em imagens televisivas, que “obrigou” o Conselho de Disciplina da FPF a decidir e, portanto, a exercer os “poderes públicos desportivos” de que é titular. Ainda que só com 1 jogo de castigo, numa moldura que vai até 10 jogos, no critério “minimalista” que, em oposição à jurisprudência estrangeira, satisfaz o infractor e atira o descrédito para o julgador da FPF. Mas é assim que se constrói a “paz gloriosa” de Napoleão, certo?"


PS: O que passou despercebido ao Ricardo Costa, é que este aparente regresso aos Sumaríssimos, deveu-se exclusivamente à necessidade/vício de beneficiar os Corruptos. Com a suspensão do Douglas. Nada mais...
Por acaso vi alguns minutos do jogo em questão, e vi duas agressões duras, uma para cada lado... aliás a segunda pareceu-me retaliação, já que atingiu o jogador do Gil que tinha agredido o Olímpio no 1.ª parte. Em ambos os momentos o Rui Costa mostrou amarelo, e devia ter sido vermelho. No lance do Douglas, muito sinceramente não vi nada de especial... mas nós sabemos como as coisas se passam...