Últimas indefectivações

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Fever Pitch - Domingo Desportivo - Haverá 3ª Ressureição de Lage?

Derrota em Itália...

GEAS 92 - 58 Benfica
33-15, 16-18, 22-12, 21-13


A diferença é grande, as Italianas (e as Turcas) são muito melhores...

Águia: AGE Estatutos...

Falar Benfica: AGE Revisão Estatutária...

Terceiro Anel: Bola ao Centro #70 - E ao Sétimo Dia descansaram...!!

O Cantinho Benfiquista #187 - Resultado Inesperado

O Benfica Somos Nós - S04E15 - Feyenoord...

Vinte e Um - Como eu vi - Feyenoord...

Tanto FC Porto

5 minutos: Diário...

Zero: Tema do Dia - As razões da primeira derrota do SL Benfica de Bruno Lage

Zero: Saudade - S03E07 - Vikings: os nórdicos que tomaram de assalto a I Liga

Observador: E o Campeão é... - "Benfica ficou com fissura na lage"

Observador: Três Toques...

Rabona: Champions...

EuroFut: Champions, ronda 3

Zero: Afunda - S05E10 - Com Ricardo Brito Reis, respondemos às vossas perguntas

ESPN: Futebol no Mundo #392 - Vini Jr e Raphinha brilham pela Champions na semana de El Clásico

Desaire na Champions


"À 3.ª jornada da fase de liga da Liga dos Campeões, e após dois triunfos, o Benfica sofreu o primeiro desaire (1-3, frente ao Feyenoord, na Luz). Este é o tema em destaque na BNews.

1. Falhas penalizadoras
O treinador do Benfica, Bruno Lage, reconhece que "é uma derrota difícil para nós" e explica: "Fundamentalmente, pela forma como sofremos os golos. Senti que a equipa percebeu perfeitamente nos 10 minutos iniciais o jogo que tínhamos pela frente, mas, infelizmente, numa saída de bola nossa, pelo ar, acabámos depois por sofrer o golo. A equipa teve uma boa reação, tivemos uma boa oportunidade do Bah para chegar ao empate, infelizmente não aconteceu, e depois voltámos a sofrer um golo que pesa muito."
Bruno Lage já pensa na próxima partida: "Perceber muito bem o que aconteceu, analisar com a equipa e continuar com a determinação de sempre e com energia renovada para, no domingo, dar uma imagem à Benfica."

2. Olhar em frente
Otamendi afirma que "eles foram mais eficazes, lamentavelmente" e sublinha: "Temos de continuar com a mesma mentalidade e fazer melhor na próxima partida."
Di María refere: "Já sabíamos o que poderia acontecer na partida, mas não os conseguimos controlar e acabámos por perder." E lança já o próximo desafio: "Temos de procurar ganhar, que é o mais importante. Dar uma alegria aos adeptos. Hoje tivemos mais de 60 mil pessoas a apoiarem-nos. Esperamos que no domingo seja igual."
Na opinião de Carreras: "Faltaram os golos, o que para ganhar é importantíssimo. Tínhamos a partida muito bem planeada, mas não correu como esperávamos. Há que pensar no futuro."
Florentino vinca: "Tentámos dar o nosso máximo, fizemos aquilo que o míster pretendia, mas, às vezes, um rasgo individual deles pode desmontar a nossa pressão, e foi o que aconteceu."

3. Taça de Portugal no masculino
O sorteio ditou que, na 4.ª eliminatória, Benfica e Estrela da Amadora se encontrem na Luz. O vencedor jogará, nos oitavos de final, na condição de visitante, com Arouca ou Farense.

4. Taça de Portugal no feminino
O Benfica, vencedor da última edição, visita o Amora na 3.ª eliminatória da Taça de Portugal.

5. Vitória na UEFA Youth League
Após o triunfo, por 2-0, frente ao Feyenoord, Vítor Vinha sublinha: "Ficámos a dever muitos golos a nós próprios. Estivemos muitíssimo bem. Acho que foi um jogo fantástico, peca por escasso."

6. Jogo do dia
A equipa feminina de basquetebol do Benfica tem embate europeu em Itália, hoje, às 19h30, frente ao GEAS Basket. Eugénio Rodrigues considera o adversário "intenso e competitivo": "Vamos ter de lidar bem com esse lado mais físico do jogo.""

O Benfica no coração: A paixão que definiu um pequeno benfiquista


"Acordei de manhã com vontade de escrever este texto, a pensar nas notícias recentes e como isso poderia prejudicar o meu Benfica. O Benfica, que, dependendo dos resultados, muda o meu ânimo para os dias seguintes. O Benfica que, quando goleou o Atlético de Madrid, me fez sorrir de orelha a orelha durante uma semana sem parar.
Neste fio de raciocínio, quis escrever este texto porque o meu coração assim mandou. Sou uma pessoa romântica, tal como o nosso Sérgio Engrácia. Dito isto, quero contar um pouco da minha história. Sou um rapaz de 19 anos, apaixonado pelo nosso Glorioso. Desde pequeno que vou ver os jogos ao estádio. Tenho memórias de Cardozo, de Pablo Aimar. Mas, nessa altura, a única coisa que eu queria fazer era ir à zona das crianças, no intervalo, para que me pintassem uma águia na cara ou para participar em jogos e ganhar adereços do Benfica. Não me importava muito com o futebol.
Com o tempo, as coisas mudaram. E um dia, chegou a pandemia da COVID-19. Eu, sendo um adolescente na altura, achei muito difícil ficar tanto tempo em casa. Estava no início da aventura de descobrir quem eu era e quem queria ser, mas um vírus interrompeu isso. Passei por fases muito complicadas, com muita ansiedade, a olhar ao espelho e a perguntar se reconhecia a pessoa que via refletida. Até que um dia, numa dessas noites de pensamentos tardios, fui para a cama e vagueei pelo YouTube. Nos vídeos recomendados, apareceu-me um vídeo de highlights do Pablo Aimar no Benfica. Com curiosidade, fui ver e nunca mais parei. Foram vídeos atrás de vídeos, jogos atrás de jogos, e a paixão que há muito estava escondida no meu coração acordou.
Essa paixão fez-me tornar-me sócio do Sport Lisboa e Benfica. Essa paixão levou-me a ter o Red Pass que tenho hoje. E essa paixão deu-me muito mais motivação, uma motivação que dura até hoje. No entanto, continuo a ser novo, tenho apenas 19 anos, ainda tenho muito para viver, mas não esperava que estaríamos nesta situação. Fico preocupado, até ansioso, sobre o futuro. Mas encontro segurança num pensamento: o Benfica somos nós, as pessoas. Não interessa onde estivermos ou como estivermos, a responsabilidade é nossa de fazer o que é certo e de defender o que é nosso.
Nós somos o Sport Lisboa e Benfica. Nunca se esqueçam disso. Defendam o símbolo que vos formou, tal como eu defenderei o símbolo que me definiu como pessoa.
Viva o Sport Lisboa e Benfica!"

Pedrinho chorou. E eu também...


"Nas lágrimas do capitão do Pevidém vejo um homem que descobriu onde está a felicidade. Admiro-o por isso.

Nas lágrimas de Pedrinho eu vejo muito do melhor que o futebol tem. O capitão do Pevidém, na flash interview do final do jogo da Taça, com o Benfica, mal conseguia articular as palavras, em choro emocionado, mas foi de uma clarividência absoluta para transmitir o que lhe ia na alma: o profundo orgulho por ter jogado aquele jogo. Não por um qualquer fascínio especial pelo Benfica numa atitude reverencial; não por admiração especial por qualquer jogador das águias; mas por um profundo orgulho de ser jogador do Pevidém, pelas suas gentes, por uma vila que foi tão grande quanto Lisboa. Depois das festas em honra de São Jorge, com Missa solene a 27 de abril, o jogo da Taça foi um segundo ponto alto de 2024, de uma certa maneira uma nova romaria identitária. A Taça de Portugal é uma prova linda, autêntico serviço público que põe os portugueses a descobrir… Portugal. E é uma prova absolutamente democrática, não porque dá a todos as mesmas oportunidades – os mais fortes e ricos continuam a ser mais fortes e ricos – mas porque permite que todos se possam sentar à mesma mesa. Também por isso se chama prova rainha. E, à imagem de D. Isabel, tornando os jogos não numa luta de David contra Golias mas num permanente milagre das rosas.
A Taça de Portugal dá também a soberana oportunidade a jogadores que militam nessas divisões mediaticamente escondidas de, por uma vez que seja, sentirem o cheiro e o sabor dos grandes jogos e dos maiores palcos. Por uma vez que seja, o sapo pode transformar-se num formoso príncipe.
Pelo impacto social que estes jogos se podem revestir, em especial quando a relação de forças é desproporcional, os clubes grandes deveriam ser obrigados a usar sempre a melhor equipa. Uma forma de agradecerem aos adeptos a paixão com que alimentam a modalidade e de prestarem homenagem a todos os jogadores que sonham, ao iceberg da qual os clubes grandes são apenas a ponta. No fundo, até por responsabilidade social. Sabendo que esse respeito só se completa dando tudo em campo, sem qualquer ponta de condescendência que acabaria por ofender os jogadores adversários.
Talvez o menino Pedrinho, na formação do Vitória, em Guimarães, tenha sonhado com os maiores palcos do Mundo. Aos 33 anos, o capitão do Pevidém – depois da declaração de amor ao clube e um sentido e bonito agradecimento a outros capitães e jogadores que o antecederam e que mereciam ter jogado este jogo – desabafou: «Tive uma carreira que muitos apelidam de fracassada. Podia ter ido a outros patamares, mas fui feliz. Estou feliz e isso ninguém me tira».
Meu caro Pedrinho, como jogador podes não ter ido aos tais patamares que sonhaste e que o teu talento justificariam. Mas como homem atingiste um patamar que me faz admirar-te profundamente. Percebeste que a felicidade não está nos lugares onde nunca estiveste e gostarias de ter ido. Descobriste que a realização profissional depende apenas do que deste de ti em cada momento e em cada local. Depende da marca que continuas a deixar e de uma consciência plena de que, ao dares o melhor, com amor pelo que fazes e vontade de partilha com os outros, encontras dentro de ti o que muitos procuram noutros locais numa insana busca em lugares nenhuns. E aprendeste que o teu sucesso no Pevidém não se pode explicar sem a herança de todos quantos, no passado, contribuíram para o crescimento do clube que representas.
A 24 de outubro de 1857 nascia o mais antigo clube de futebol do mundo, o Sheffield Football Club, de Dronvield, Inglaterra. Clube desde sempre amador e que festeja hoje 167 anos em atividade, competindo nas divisões regionais de Inglaterra. Em 2004 recebeu da FIFA a Ordem de Mérito, galardão atribuído a apenas mais um clube: Real Madrid, o melhor clube do Século XX. No universo imenso que separa os dois clubes encontramos a essência do futebol.
Separados por 167 anos, o que têm em comum os jogadores Nathaniel Creswick e William Prest, fundadores do Sheffield FC, e Pedrinho, capitão do Pevidém? A paixão pelo futebol. Pura paixão.
Relendo o texto, decido agora que quero mudar o início: nas lágrimas de Pedrinho eu vejo muito do melhor que a vida tem."

Profissionalizar o futebol feminino!


"A palavra de ordem é PROFISSIONALIZAR. Não me canso dela. Vou repeti-la até que a voz de me doa independentemente de alguém que me mande calar. Não me levem a mal. Sei que tenho insistido várias vezes neste assunto, se calhar até já há quem me ache chata… mas é esse (também) o papel de uma mulher: ser persistente, não desistir de lutar pelas suas ideias, e, se necessário, repetir, fazer o disco girar até ele riscar. Sou assim tanto na vida como no futebol.
A Liga portuguesa de futebol feminino tem de ser profissional. É uma inevitabilidade. Os clubes e os seus dirigentes têm de entender isso e lutar para que isso aconteça. Os responsáveis federativos têm de dar os passos necessários para concretizar-se. Como aconteceu em Espanha em 2021 ou em Itália em 2022 e como já tinha acontecido em vários outros campeonatos até de países com rankings inferiores ao de Portugal.
Foi precisamente esta uma das discussões em debate na Conferência de Licenciamento de Clubes e Sustentabilidade Financeira da UEFA de 2024, que decorreu no início do mês em Belgrado, na Sérvia, onde se falou sobre a necessidade de desenvolvimento de clubes e ligas femininas, destacando o papel dos órgãos dirigentes na implementação de medidas regulamentares para melhorar ainda mais a profissionalização do jogo. Tudo isto de acordo com a nova estratégia de futebol feminino da UEFA para o período de 2024 a 2030, que se concentrará na profissionalização de mais ligas em toda a Europa e em tornar o jogo mais sustentável financeiramente.
Pugnar para que as jogadoras tenham acesso às mesmas condições do futebol masculino e a melhores condições salariais é o mínimo exigível. Porque, embora alguns passos que já têm sido dados, ainda há muitos exemplos de jogadoras que têm de conciliar trabalhos remunerados com o futebol para conseguirem pagar as contas, não têm acesso a médicos ou fisioterapeutas ou jogam em campos com condições inadequadas, em balneários indignos de uma competição nacional.
Não podemos perder a oportunidade. A FPF já anunciou que vai apresentar a candidatura do nosso País à organização do Europeu Feminino em 2029, mas até lá há muito a fazer para dotar a nossa Liga Feminina com condições suficientes para se posicionar entre as melhores da Europa. Porque temos condições para isso. Falta dar o passo."

Um pequeno tropeção antes de levantar voo


"Desconcentração. Subestimação. Excesso de confiança. Ou acidente de percurso, uma designação que até julgo ser mais justa. Não nos escondamos atrás dos factos: o jogo contra Pevidém, esse clube que todos nós conhecíamos — ou não, mas a Taça tem este poder fantástico de esticar o mapa —, foi tudo menos brilhante.
Quem costuma jogar e jogou, não esteve bem. Quem não costuma jogar e teve agora uma oportunidade, não a aproveitou. Decidiram brindar-nos com um jogo de abrir a boca… de sono. Não foi apenas um dia mau no escritório; foi antes como se tivessem decidido todos tirar férias e o escritório tivesse ficado às moscas.
Não façamos de conta de que nunca vimos algo do género. Na Taça de Portugal, uma equipa tipicamente acessível que entra com um crédito imenso e a se agarra ao jogo com unhas e dentes. E uma equipa “grande” que dá uma aula sobre o que não se deve fazer em campo. Não, não é um espetáculo que goste de ver, mas é um tanto recorrente. Não quer tampouco dizer que já não sabemos jogar à bola. Calma, amigos, o mundo não acabou — nem sequer estremeceu.
É hoje, quarta-feira. Mas há já alguns dias que o foco virou para a Champions League. Que a conversa, a atenção e o entusiasmo são outros. Todos com a cabeça na competição-rainha, num mundo onde não há margem para desatenções, para erros ou para prevaricações. Onde não há segundas oportunidades. Onde se joga pela honra e se corre pela paixão. Onde se brilha em frente ao Mundo. Onde se colecionam momentos para a vida. E onde, neste momento, lutamos seriamente por um lugar nas oito melhores equipas da Europa.
Em vez de lamentos, de pessimismos e de receios, peço aos benfiquistas que transformem este pequeno percalço em motivação extra para o jogo que se avizinha. Que acreditem que este tropeçãozinho serviu de alerta, qual beep matinal que, todas as segundas-feiras, à hora do costume, nos tira do sono - nada agradável, mas hiper necessário. E que tenham em mente esta ideia: os grandes só caem quando ninguém está a ver. E não há competição mais vista do que a Champions League."

Tantos números oito na memória do Craque Saloio


"Diz o calendário que Toni fez esta semana 78 anos. Que importa para alguém que é infinito?

Estádio Monumental Antonio Vespucio Liberti. Antonio foi o maior presidente do River Plate. Também lhe chamam Estádio Monumental de Núñez embora não fique no bairro de Núñez, zona fina de Buenos Aires, mas no vizinho bairro de Belgrano, também ele de gente finíssima. Para a memória fica o ano de 1978, 85 mil pessoas na Final de Los Papelitos, entre a Argentina e a Holanda, primeiro título mundial para os argentinos. Para a memória de Toni, o nosso António de Mogofores, a memória maior teve lugar dez anos antes. Era um rapazinho de 22 anos, chegado ao Benfica, vindo da Académica, ali à mistura com os monstros todos, de Coluna e Eusébio, a Simões e Torres. 1968. «Tinha acabado de assinar pelo Benfica e fui logo numa digressão ao Brasil e à Argentina. E correu-me bem. Neste estádio marquei um golo ao Santos do Pelé. E um bom golo!». Isto contou-me ele numa noite no Koweit, em sua casa, no bairro de Salmiya, não muito longe do Estádio Paz e Fraternidade, onde dirigia, então, os treinos do Kazma Sport Club. E o Benfica-Santos jogou-se no Monumental. Uma personagem acima de todas as outras: nem Eusébio nem Pelé; Toninho: quatro-golos-quatro, como nas touradas. 7, 32, 47 e 65 minutos. Foi de apavorar uma matilha de samoiedos. Os golos do Benfica foram aos 49 e 87 minutos. O segundo foi de Calado. O primeiro foi de Toni! Com ponto de exclamação. Tinha entrado a substituir José Augusto. «Rematei de longe. Com muita força! Foi uma verdadeira pedrada!». Gilmar nada pôde fazer. O tal Toninho era Toninho Guerreiro. Já morreu. O Toni está bem vivo, vai fazendo anos. Entrou esta semana nos 78. Como é que é possível? Tinha razão aquele que disse: os dias passam devagar, os anos é que passam a correr.
Depois do Santos, Toni voltou a jogar no Monumental, desta vez a titular, no Benfica-River Plate. Jogo de encher o olho guloso: 3-3. Na baliza do River, o internacional argentino Carrizo. «Voltei a fazer o mesmo que tinha feito ao Gilmar. Um pontapé de fora da área e bola no canto». Na véspera, os tanques soviéticos tinham entrado em Praga. «Tenho boas recordações daquele estádio», suspirava o Toni… Era noite cerrada no Koweit. Chovia. Ele espreitava pelo vidro da varanda do décimo segundo andar, disperso nas memórias espalhadas pelas margens do Chat-El-Arab…
Fernando Assis Pacheco foi, para mim, não apenas um amigo: foi um mestre! Fez o favor de me ensinar uma ou duas coisas sobre jornalismo. Fez-nos a todos o favor de deixar escritas algumas das páginas mais brilhantes da imprensa portuguesa. Era insuspeito de ser do Benfica: era da Académica e do Atlético. Mas algumas das suas entrevistas a jogadores do Benfica tornaram-se inesquecíveis. Hoje recordo uma, ao Toni, no desaparecido O Jornal. Em 1988. Vinte anos após o primeiro golo de Toni pelos encarnados. Dez anos depois da final do Campeonato do Mundo. As palavras são do Fernando: «Ele era um rapazinho provinciano quando a Académica o foi desencantar, ainda júnior, e misturava a habilidade com a ingenuidade. Chamaram-lhe, por isso, Craque Saloio, alcunha que torneou ao enveredar pelo profissionalismo de alta competição. Hoje, quase um quarto de século depois, Toni prepara como treinador a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, onde o seu Benfica tem um osso holandês   (PSV Eindhoven) para roer no próximo dia 25. Ganhe ou perca, o bairradino pede aos deuses dos estádios que seja com a máxima dignidade. Mas lá no fundo está ansioso pela grande e quente lágrima de júbilo».
O Craque Saloio foi epíteto usado pelo enorme Mário Wilson, outro mestre, e que mestre! O Toni encolhia os ombros e desabafava ao Fernando: «Isso tem a ver com Coimbra, com o rapazinho que chega de Mogofores, despretensioso, vindo de uma aldeia, e que encontra a sua primeira barreira – uma pequena cidade. Há lá jogadores que já tinham o cu mais calejado do que o de um macaco, com uma vivência coimbrã muito grande. Veja o que era um menininho recém-chegado no meio de homens com grande traquejo e naquele ambiente de gozo ao caloiro. Não foi só o Capitão [Mário Wilson], foram outros. Estou a lembrar-me do Maló, que ficava chateado e realmente chamava-me Craque Saloio porque levava com os cortes e então eu ia lá buscá-las dentro da rede. É que eu continuava a chutar no fim dos treinos e dava-lhe umas em curva e ele ficava assim um bocado…».
Ah! Eu gosto do Toni! Gosto tanto do Toni. É daqueles companheiros fraternos de muitos anos, de muitos lugares, de muitas aventuras e desventuras. Fez 78 anos, dizem. Ou diz o calendário. Que importa? O Toni, meu conterrâneo da Bairrada, não soma anos porque é infinito!"

Cadomblé do Vata

Um sul-coreano, um neerlandês e um japonês entram na Luz e destroem o estado de graça do Benfica


"Numa má noite das águias, a equipa de Bruno Lage, depois de seis vitórias com o técnico, foi derrotada (3-1) pelo Feyenoord. Na primeira vitória de uma equipa neerlandesa em casa do Benfica desde 1974/75, a qualidade individual e coletiva do adversário trocou as voltas aos encarnados

Hwang In-beom, Quinten Timber e Ayase Ueda nasceram em partes muito distantes do globo. O primeiro na Coreia do Sul, o segundo nos Países Baixos, o terceiro no Japão. Terão tido infâncias diferentes, experiências variadas, vivências com pouco em comum. Ou com muito, quem sabe.
Sabemos é que, por 90 minutos em Lisboa, estes homens uniram-se para atormentar a noite do Benfica. Podemos juntar aqui Antoni Milambo, outro neerlandês para a anedota que para as águias não fará rir.
Depois de seis vitórias em seis jogos com Bruno Lage, adeus pleno de triunfos, adeus a viver só com sorrisos. O 3-1 deixa avisos e sinais de alerta, sobretudo quando só agora chegam os grandes desafios na Liga dos Campeões: seguem-se visitas a Bayern Munique e ao Mónaco.
O Feyenoord de Brian Priske, o homem que substituiu Arne Slot quando o técnico foi para o Liverpool, rapidamente mostrou ao que vinha. Circular a partir de trás, ligando o jogo com critério e paciência, montando teias que confundiam e desmontavam a desorganizada pressão do Benfica. Bola nos centrais, segura na paciência de Trauner.
Bola na lateral, agitada na irreverência de Lotomba. Esperar pela pressão, passar depois da espera, progredir. O Benfica cedo começou a cair na artimanha dos neerlandeses, mas não foi por ser repetida que a fórmula foi rapidamente contrariada. Quando a teia chegava ao meio-campo, Hwang In-beom dominava todo o relvado, todo o estádio, toda Lisboa. Assim se cozinhou a primeira vitória neerlandesa na Luz desde 1974/75.
O 3-1 de Antoni Milambo, assinado aos 92', não foi mais que a confirmação de um duelo que para o Benfica começou desorganizado, prosseguiu descrente, continuou impaciente e acabou, simplesmente, triste. Sem soluções.
Os vice-campeões da Eredivisie juntaram o bom futebol ao golo logo aos 12'. Lançado em velocidade, Igor Paixão levantou a cabeça e Ueda, perante a orfandade do matador mexicano Giménez, atirou para o 1-0. Como se marcar não fosse confirmação suficiente do bom início, logo a seguir nova boa saída de pressão deu espaço a Igor Paixão, que atirou forte a escassos centímetros do poste direito de Trubin.
Perante o cenário de dificuldades, Bruno Lage era um homem agitado no banco. Na verdade, o treinador espelhava a postura da equipa, com dúvidas, sem saber se estar sentado ou de pé, se refilar com a equipa ou com o árbitro. Aos 20', chegou a primeira grande oportunidade do Benfica, num canto à Di María que Bah atirou ao poste.
No entanto, a superioridade visitante prosseguia. A pressão das águias ia abrindo brechas para que as trocas de bola do Feyenoord galgassem metros, convidando a que o jogo chegasse ao metrónomo que há em Hwang e ao veneno que vive em Timber.
Se o sul-coreano — que chegou a Roterdão há menos de dois meses mas parece ter nascido no porto da cidade — manda no meio-campo, o capitão acrescenta o perigo às jogadas. Já depois de ter forçado Trubin a boa defesa e de Ueda ter visto o seu bis ser anulado por falta sobre Otamendi, Timber assistiu mesmo Milambo para o 2-0. O médio fez um túnel a Otamendi e dobrou a vantagem do emblema campeão europeu em 1970.
Em cima do intervalo, Di María atirou um livre para defesa atenta de Timon Wellenreuther, mas não foi uma noite inspirada para o craque argentino. O campeão do mundo viria a ser substituído aos 65', numa dupla troca que também envolveu Florentino do lado dos que saíram, entrando Amdouni e Beste. Era Lage à procura de uma resposta.
A reação do Benfica assentou tanto nas mudanças de Lage como nas de Priske. Quando o Feyenoord nem sofria muito com o ataque da equipa da casa — até colocou a bola no fundo da baliza, num 3-0 anulado por fora de jogo de Trauner —, o técnico dos neerlandeses tirou o rapidíssimo Osman e colocou Beelen, passando a fechar com linha de cinco. Era o convite para o domínio das águias, circunstância que ainda não sucedera na noite da Luz.
Para se juntar às mexidas de ambos os bancos, o público agitou-se, criando uma tempestade perfeita. Aos 66', Beste, lançado em contra-ataque, rematou para defesa incompleta de Wellenreuther. O ressalto foi atraído pelo magnetismo de Muhammed Kerem Aktürkoğlu, viciado em recolher estes ressaltos. 2-1 e a partida relançada.
A entrada de Renato Sanches contribuiu para dobrar a aposta do entusiasmo, mas rapidamente a excitação se tornou falta de cabeça, de discernimento. O Benfica viciou-se no esticar do jogo, partiu a equipa, foi demasiado com o coração e pouco com a cabeça. Com estes pecados, raras vezes esteve verdadeiramente perto do empate.
No epílogo da partida, o Feyenoord foi gerindo a posse, ganhando cantos e faltas. E foi de um livre trabalhado que a oportunidade de remate chegou a Milambo, que selou o 3-1 final. Um sul-coreano, um neerlandês e um japonês, produtos do futebol multicultural, decidiram este embate de campeões europeus, este confronto entre símbolos de outros tempos na grande montra europeia."

A Léguas Do Necessário Para a Champions


"Benfica 1 - 3 Feyenoord

ANTES DO JOGO
O Feyenoord não é um tubarão do futebol europeu, mas também não é uma qualquer pera doce, muito longe disso. Nada de contarmos com a equipa que foi aqui goleada na Eusébio Cup, um simples jogo de pré-época, nada mais.
O meu otimismo para hoje assenta na capacidade de Lage para estudar os adversários e, em função disso, montar e trabalhar boas estratégias e nuances táticas. Assim surpreendeu e goleou o Atlético de Madrid.

DURANTE O JOGO (em direto, sem filtro)
00' Onze sem novidades. Faz sentido. A única dúvida era Tomás ou António, Lage optou por Tomás. Carrega, BENFICA!!!
04' Dizem que o Kökcü não gosta de defender? Puxem a box atrás e vejam o trabalho dele nesta transição do Feyenoord.
12' Lá estamos nós a dar um de avanço. Bem sabemos que o Lage é especialista em remontadas, mas isto era necessário?
20' Como é que a trave tira este golo olímpico ao Di María??? Pkp!
24' O Trubin a defender e eles mesmo assim a marcar. Ainda não nos encontrámos e já estamos a levar dois. Peráí que mete VAR e... golo anulado! Uf...
27' O 30 e o 38 deles podiam ir para o atletismo, provas de velocidade, o que eles correm, vão de mota e os nossos de trotinete.
31' Então, isto não é penálti sobre o Di María, derrubado pelo guarda redes, como marca falta contra o Benfica?
32' Agora não há VAR que nos valha: 0-2. Não há meio de atinarmos. Temos uma hora para dar a volta a isto.
38' Ó Otamendi, essa era lá para dentro. Que canto bem marcado. O meio campo deles passa o nosso como faca em manteiga.
41' Primeira jogada de jeito vai lá para dentro. Que fora de jogo mais inoportuno.
45+3' Os piores 45 min de Lage no regresso. Não pegámos no jogo, não os encostámos lá trás, não criámos perigo, não nada.
46' Os mesmos. Para jogar diferente? 45 min para mostrarmos o que valemos.
50' Outra atitude, mais velocidade, mais pressão.
57' 0-3, agora já fomos. Não há volta a dar-lhe. Alô VAR? Não validado...
60' Acorda Di María!!!
66' Beste acabado de entrar já forçou e o Aktur não perdoou. 1-2, a Catedral acredita.
72' Eles já parecem as equipas pequenas que vêm aqui e os jogadores passam a vida no chão a queimar tempo e a cortar o ritmo ao Benfica.
75' O perigo está todo na área deles. Estão encostados às cordas. Tivéssemos jogado assim na primeira parte. 61.687 a torcer pelo Benfica. Mais uma casa cheia.
82' Já saíram lá de trás. Estão a controlar o jogo e não estamos a construir nada de jeito.
90' 6 minutos com tanta paragem? Não vamos lá, eles passam a vida no chão, não se joga...
90+2' E agora o 1-3. O Trubin ficou a ver? Não percebi. Acabou.
90+6' Este já era. Cair na real. A folga da vitória com o Atlético de Madrid já se esfumou. Próxima jornada da Champions vamos a Munique. Ganhar para a liga interna é o que se exige."

Benfica Podcast #538 - Defensive Butter

Terceiro Anel: Feyenoord...

Royale: Feyenoord...

Esteves: Feyenoord...

Visão: Feyenoord...

BI: Feyenoord...

Terceiro Anel: Live - Feyenoord...

5 minutos: Feyenoord...