Últimas indefectivações
sábado, 24 de maio de 2025
Novos Estatutos em vigor nas próximas eleições do SL Benfica
"Os novos Estatutos do Sport Lisboa e Benfica encontram-se registados na Conservatória do Registo Comercial.
Após a aprovação, a realização da escritura e, agora, o seu registo, informamos, para todos os efeitos, que os Estatutos entrarão em vigor com o anúncio da marcação das próximas eleições do Clube.
Salienta-se, nos termos legais, que o processo de revisão poderá, ainda, ser objeto de apreciação sucessiva da legalidade, por parte do Ministério Público, o que não obsta à entrada em vigor dos novos Estatutos, nos termos aqui enunciados.
O Presidente da Mesa
José Pereira da Costa"
Proença também vai apoiar Rui Costa nas eleições do Benfica?
"O insólito, absolutamente inesperado e inédito, aconteceu: o presidente da Federação Portuguesa de Futebol expressou apoio público a um candidato à presidência de um clube
Nota prévia: o título deste artigo tem um ponto de interrogação meramente por uma questão de elegância e de algum decoro com a figura do presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). Mas a verdade é que, perante o insólito ontem ocorrido, a frase poderia surgir perfeitamente na forma afirmativa ou, até, exclamativa e, sublinhe-se, que a escolha de Rui Costa é apenas casual, podendo o nome do presidente do Benfica ser, perfeitamente, substituído por Frederico Varandas, do Sporting, por António Salvador, do SC Braga, ou por qualquer outro líder atual que possa vir a ser concorrente ao lugar que hoje ocupa numa assembleia eleitoral futura — e que tenha apoiado Proença (e Reinaldo Teixeira) nas últimas eleições para as instituições que regem o futebol português.
Mas vamos ao que nos levou a este preâmbulo.
Pedro Proença, eleito líder da FPF há pouco mais de três meses, depois de ter presidido à Liga Portugal entre 2015 e 2025, protagonizou um momento inédito e inesperado, à luz do cargo que atualmente ocupa. E decidiu fazê-lo deixando lastro, por via de um vídeo que rapidamente se tornou viral e no qual o dirigente máximo do futebol português surge a manifestar apoio público a um candidato à presidência de um clube, neste caso a Francisco Carvalho, concorrente à liderança do Grupo Desportivo de Chaves, à qual também é candidato o empresário Octávio Borges — e serve este sublinhado para destacar, precisamente, que o dirigente apoiado por Proença não concorre sozinho ao sufrágio de dia 13 de junho.
No vídeo, publicado na página de campanha da Lista A, denominada «Chaves é paixão», o presidente da Federação Portuguesa de Futebol elogia a «lealdade, o compromisso e a seriedade» de Francisco Carvalho, que tem o estatuto de presidente honorário do Chaves, mas que vai candidatar-se novamente à liderança do clube — recorde-se que, nos últimos anos, a direção dos flavienses esteve entregue a um dos filhos, Bruno Carvalho.
Assim mesmo, sem tirar nem pôr, Pedro Proença optou por dar uma mãozinha a um candidato que (obviamente) fez o mesmo por ele, ajudando-o a ser eleito presidente da FPF a 14 de fevereiro último. Mais: o presidente da Liga, o também recém-eleito Reinaldo Teixeira gravou um vídeo de apoio a Francisco Carvalho, igualmente publicado na página da candidatura — e também Reinaldo Teixeira teve o apoio do Chaves...
Mas que raio lhes passou pela cabeça?"
A depressão no desporto
"A depressão no desporto é um tema cada vez mais discutido, à medida que cresce a consciencialização sobre a saúde mental dos atletas. Apesar da imagem pública de força e sucesso, muitos desportistas de alto rendimento enfrentam problemas emocionais sérios. Aliás, até me atrevo a dizer que sempre que entendem melhor o desporto e a sua relação direta com falta de tempo para questões sociais e pessoais, mais predispostos estarão para esta condição clínica.
Hoje em conversa de café, ouvi dizer: «Se fosse comigo, corriam 20 voltas ao campo todas as manhãs.» Não é aceitável nos dias de hoje fazer (ou até mesmo ouvir, sem posterior reparo) esse tipo de observações. Os atletas e jogadores não são de ferro, muito menos robotizados. Em campeonatos desportivos, só há espaço para um primeiro lugar. Uma coisa é ficar triste por não se ganhar no final, outra é este tipo de síndrome patológico.
Gosto sempre de recordar frases sábias quando se aborda uma área de conhecimento. O doutor Abel Salazar (1889-1946) foi um médico, professor da zona de Guimarães que dava aulas de Histologia, tendo uma faceta muito importante na área da pintura. A determinada altura referiu: «O médico que só sabe de medicina, nem de medicina sabe.» E parece-me que a frase é válida para qualquer área de conhecimento.
A depressão é a maior e mais importante doença em termos de carga emocional, sendo a que dá mais custos diretos e indiretos, associada a doenças físicas. É uma doença clínica comum, duas vezes mais provável em mulheres, que coexiste frequentemente com outros transtornos mentais, nomeadamente transtornos ansiosos. Os profissionais de saúde deixam escapar com frequência sinais iniciais de depressão, como baixa auto-estima, anedonia, transtornos do sono, dificuldade de concentração e dificuldade em tomar decisões. Por outro lado, a nível desportivo existem diversos fatores que contribuem para esta condição clínica, como pressão pelo desempenho individual e coletivo, lesões e consequente período exigente de recuperação. A cultura desportiva valoriza a resiliência e pode encorajar a repressão de emoções.
Muitas pessoas quando pensam na vida de um atleta de alta competição, seja qual for a modalidade, dificilmente associam estados depressivos ou outras patologias. Mas nem tudo é um mar de rosas. Existem múltiplos exemplos e que tiveram muito sucesso desportivo ao longo da carreira.
Simone Biles, a campeã olímpica, falou abertamente sobre a sua saúde mental nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2021, onde optou por se retirar de várias provas para preservar o seu bem-estar psicológico. Regressou em Paris-2024 com o mesmo sucesso dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro-2016, onde se tornou mundialmente conhecida. No seu documentário, recorda que tudo o que fez lhe deu mais confiança, mas também mais medo e receio.
Michael Phelps, o nadador mais medalhado da história, revelou ter sofrido depressão profunda, especialmente após os Jogos Olímpicos. Chegou a ter pensamentos suicidas e hoje é um ativista pela saúde mental. Outro nadador, Ian Thorpe, também passou grande parte da sua vida afetado por uma depressão, segundo relata a sua autobiografia. O pentacampeão olímpico em natação, admitiu no seu livro que planeou o suicídio por diversas vezes e que houve alturas em que bebeu grandes quantidades de álcool para conseguir gerir as mudanças de humor que tinha.
No futebol, Andrés Iniesta revelou ter enfrentado uma depressão grave durante a sua carreira, especialmente após a morte de um amigo e companheiro de equipa, Dani Jarque. Naomi Osaka (tenista) retirou-se de vários torneios para cuidar da sua saúde mental e tem projetos para explicar como se pode lidar com ansiedade e depressão.
Ainda mais grave, Robert Enke, guarda-redes internacional alemão que jogou três temporadas no Benfica e que também atuou pelo Borussia Monchengladbach, Barcelona, Fenerbahçe, Tenerife e Hannover, suicidou-se numa linha de comboio, depois de um longo período associado a depressão.
Vale a pena pensar sobre isto. O desporto envolve muita emoção. Alegria e tristeza estão separados por muito pouco. E mesmo que o ano termine em tristeza desportiva, qualquer desporto permite sempre que no dia seguinte a pessoa se levante outra vez e continue a lutar para ganhar."
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