Últimas indefectivações
segunda-feira, 12 de julho de 2021
Manual de instruções para uma transição
"E onde havia fumo surgiu, enfim, o fogo.
Durante demasiado tempo, ouvimos insinuações e suspeitas em torno de Luís Filipe Vieira; agora, temos factos e acusações – e se de insinuações fomos educados a não falar, aos factos não podemos fechar os olhos. A justiça fará o seu caminho e Vieira procurará provar a sua inocência como melhor entender, mas, independentemente disso, não mais poderá voltar a ser Presidente do Benfica. Não é compatível; não é aceitável.
Agora, ao abrigo dos estatutos e com total legitimidade e naturalidade, a direção do Benfica continua em funções e o seu vice-Presidente ascende a Presidente, mas se o Rui Costa e esta direção querem verdadeiramente o melhor para o Benfica, há um conjunto de ações que têm absolutamente de fazer nesta etapa de transição:
1. Convocar eleições num prazo máximo de seis meses. O Benfica tem de estar unido; neste momento, não está unido e nunca estará sem eleições que sufraguem um novo programa.
2. Preparar a próxima época e mantê-la totalmente estanque, impermeável à menor hipótese de contaminação pela situação diretiva do clube. Isto significa: criar condições para entrar no campeonato a liderar, garantir o acesso à Liga dos Campeões, colocar as modalidades na esteira do regresso ao êxito e concluir, com sucesso, o empréstimo obrigacionista, já que dele depende a estabilidade financeira do Benfica. Há muito trabalho a fazer neste defeso e início de temporada e é por isso que não se pode (ou não deve) querer convocar mais cedo eleições e, com elas, correr o mais que provável risco de paralisar tudo o que de urgente há a fazer.
3. Solicitar uma auditoria externa para que todos nós, família benfiquista, percebamos onde falhou a instituição Benfica, se é que houve alguma falha na instituição Benfica. E convidar a integrar a comissão que dirija esta auditoria os candidatos às últimas eleições, isto é: Rui Gomes da Silva e Noronha Lopes.
4. Apresentar um regulamento eleitoral no prazo máximo de 90 dias. O Benfica não o tem e não pode continuar a não o ter. Assim que termine a preparação da época desportiva, esta terá de ser a primeira prioridade de Rui Costa.
5. Assumir o compromisso – não só esta direção, mas quem quer se que se candidate às próximas eleições – de fazer obrigatoriamente uma revisão dos estatutos do clube nos 100 primeiros dias de mandato.
Uns já vão aos telejornais da noite aproveitar a detenção de Vieira para atacar Rui Costa e lançarem-se em campanha eleitoral. E pior: para criticar a equipa técnica, sem pensar que podem ter de vir a conviver com ela e sem que lhes preocupe, por um momento, se estão a desestabilizar a equipa e a divorciar dela os adeptos numa fase tão embrionária da época.
Outros vão-se deixar ficar na cínica posição de quem espera para ver no que isto vai dar e logo decidir o que fazer.
Da minha parte, quero deixar bem claro o meu apoio a Rui Costa. O Rui foi e é uma enorme figura do clube, mas nunca teve pela frente um desafio com a responsabilidade daquele que agora se lhe coloca. Torço por ele agora como torcia quando perfumava os relvados com a magia dos seus passes e a inteligência da sua visão de jogo. Quem me dera, quem nos dera, que ele seja também um 10 da liderança.
Porém, mais do que o Rui isoladamente, defendo uma solução conjunta com José Eduardo Moniz. A arte e a ciência; o homem do futebol e o gestor. São estes os vetores estruturantes para uma transição que coloque depressa o Benfica, de novo, no caminho do sucesso.
Mas que não fiquem dúvidas: esta direção não pode por um momento pensar que lhe basta o formalismo legal para se legitimar. Não pode esconder-se atrás dela. Rui Costa está onde deve estar como número 2 de um bilhete eleitoral votado há menos de um ano, mas tem de convocar eleições assim que esta temporada esteja preparada e lançada.
Ser líder não é uma herança que se recebe; é um direito que se conquista quando se ganha. E estou certo de que ninguém sabe disso melhor do que um campeão português, italiano, europeu e mundial.
Vamos, Rui. O povo benfiquista está de novo todo aos teus ombros."
Uns Jogos Olímpicos bem diferentes
"Os Jogos Olímpicos constituem a competição desportiva de maior prestígio mundial. Nela participam mais de 200 países.
Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, depois de adiados por um ano, vão mesmo em frente. Como é sabido, enfrentaram sérias complicações devido à pandemia. Tal facto não impedirá a ocorrência de uma realidade inequívoca consubstanciada no facto de, durante duas semanas, cerca de 11.000 atletas poderem exibir, em condições de segurança, a excelência atlética do planeta.
De facto, a situação pandémica no Japão não se constituiu como obstáculo intransponível. Os Jogos iniciar-se-ão no dia 23 de julho e terminarão a 8 de agosto, mesmo que a cidade esteja sob estado de emergência. O mesmo se verifica para os Jogos Paralímpicos, que decorrerão entre 24 de agosto e 5 de setembro.
Qual a situação Covid 19 no Japão?
Sabe-se que o número de casos é relativamente baixo, mas uma nova onda de infecções teve início em abril passado e algumas áreas enfrentaram fortes restrições.
O Japão só começou a vacinar as pessoas em fevereiro, relativamente tarde. Até agora, apenas cerca de 5% da população japonesa está totalmente vacinada.
Neste contexto, que medidas estão em vigor para estes Jogos Olímpicos?
Atletas internacionais e equipas de apoio serão submetidos a protocolos de testagem rigorosos, antes da partida e na chegada ao Japão, e também durante o evento. Não se vislumbra que tenham necessariamente que ficar em quarentena, mas deverão permanecer em bolhas e evitar contactos com os locais e é claro que não existirão exceções para os atletas e equipas de apoio. Algumas destas decisões poderão ser alvo de reconsideração.
Apesar da vacinação não ser obrigatória, o Comité Olímpico Internacional (COI) espera que cerca de 80% dos participantes sejam portadores da vacinação concluída.
Uma pesquisa recente de um dos principais jornais do Japão estima que cerca de 80% da população se manifestou a favor do adiamento ou cancelamento dos Jogos Olímpicos. Esta situação também foi suportada pelas instituições representantes da comunidade médica japonesa.
No entanto, nenhum país com representatividade através de delegações numerosas se manifestou contra os Jogos, apesar de se terem emitido alguns alertas, caso dos EUA.
Será que a hipótese de cancelamento consubstanciava alguma viabilidade?
Sim, no plano meramente hipotético. De acordo com a história dos Jogos Olímpicos, só em circunstâncias limite e excecionais, como ocorreu no período das guerras mundiais, o cancelamento teve lugar. Por outro lado, sabe-se que o regime contratual entre o COI e a cidade-sede de Tóquio deixa claro que apenas o COI pode cancelar o evento.
O COI não poupou esforços no sentido de se criarem as condições para uns Jogos em segurança. Tal facto está bem patente nos conteúdos das três edições dos playbooks, já do conhecimento publico.
Serão uns Jogos Olímpicos como os outros?
Não, serão bem diferentes.
Os atletas terão condições para atingir as suas melhores prestações?
Estamos em crer que sim, desde que se consciencializem do que vão encontrar neste Jogos e saibam lidar com as condições particulares decorrentes dos procedimentos a adoptar.
Serão espetaculares?
Seguramente menos do que outras edições anteriores.
O verdadeiro atleta é aquele que vence as adversidades e vale o que a situação exige. Este Jogos ficarão indubitavelmente na História, pelos motivos que conhecemos, mas seria desejável que o ficassem também pelo brilho que os atletas, mercê das suas prestações, lhes poderão emprestar."
Dobradinha...
Parabéns às nossas hoquistas, que conquistaram hoje a Taça de Portugal, confirmando a dobradinha e o domínio da nossa secção na modalidade...
Hoje com o Infante de Sagres, o jogo até foi fácil, mas ontem na Meia-final com o Sporting, foi novamente desnecessariamente difícil...
PS: Excelente participação dos nossos jovens atletas nos Europeus de Atletismo de sub-23, com duas medalhas de Prata: Etson Barros nos 3000m, Leandro Ramos no Dardo; e o Bronze do Isaac Nader nos 1500m...
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