Últimas indefectivações

sexta-feira, 22 de março de 2019

Transferência da Benfica Estádio e da BTV para o Benfica clube

"A assembleia geral da Sport Lisboa e Benfica Futebol SAD aprovou, no pretério dia 15 de Março, a passagem da titularidade das acções que detinha no capital da Benfica Estádio SA e da Benfica TV para o Sport Lisboa e Benfica (clube) via Benfica SGPS.
(...)
Fácil é de verificar que a fixação de todas as sociedades que giravam na órbita da Benfica SAD giram agora na órbita do Benfica clube, sendo certo que, já após 30 de Junho de 2017, a Clínica Benfica e a Benfica Seguros haviam transitado da órbita da Benfica SAD para a órbita do Benfica clube.
Mas, para compreendermos melhor, vejamos qual era a participação do Benfica clube na Sport Lisboa e Benfica Futebol SAD, em 31/12/2018 (...).
Ora, isto tudo significa que fora do controlo total pelo Sport Lisboa e Benfica clube apenas 36,35% da Sport Lisboa e Benfica Futebol SAD, que se encontram nas mãos de privados. Tudo o resto, Clínica, Estádio, Multimédia (esta apenas em 50,05%) Seguros Parque, BTV, é detido em 100% pelo Clube.
Ora, a situação em 2000, quando o Benfica regressou às mãos dos benfiquistas, era uma situação em que mais de metade do capital da Sport Lisboa e Benfica SAD estava fora do controlo do Benfica clube.
Este foi o caminho que se conseguiu fazer nestes 19 anos, partindo do zero! É simplesmente notável.

Um direito de autor
Vamos agora debruçar-nos sobre um direito de autor no que concerne à organização de eventos desportivos.
Estamos na presença do controlo da reprodução e colocação à disposição do público de imagens captadas em eventos desportivos, quer seja mesmo por telemóveis.
No âmbito das negociações tidas entre o Parlamento e o Conselho sobre o texto final da Directiva de Direitos de Autor, o Parlamento Europeu veio propor recentemente uma nova disposição legal, o artigo 12.º-A.
Na proposta, que ainda aguarda aprovação, os Estados-membros deverão providenciar aos organizadores de eventos desportivos o (i) direito exclusivo de autorização ou proibição de reproduções, directas ou indirectas, temporárias ou permanentes, por quaisquer meios e sob qualquer forma, no todo ou em parte, e ainda o (ii) direito de comunicação ao público que se consubstancia no direito exclusivo de autorizar ou proibir qualquer comunicação ao público das suas obras, por fio ou sem fio, incluindo a sua colocação à disposição do público, por forma a torná-las acessíveis a qualquer pessoa a partir do local e no momento por ela escolhido.
Tal significa que ninguém, para além do organizador dos eventos desportivos, tem o direito de reproduzir, seja através de simples publicação na Internet ou partilha nas redes sociais, imagens captadas em tais eventos.
Em termos práticos, se assim entrar em vigor, tal significa que um adepto que vai ao estádio assistir a um jogo de futebol não poderá fotografar nem filmar excertos do jogo e publicá-los na Internet sem autorização dos organizadores dos eventos.
É evidente que se o adepto apenas captar imagens e as reproduzir para efeitos familiares, pode fazê-lo, no entanto, não pode publicitá-las, sob pena de estar a violar direitos autoriais dos organizadores de eventos desportivos.
Embora os jogos ou as exibições desportivas não sejam por si só consideradas 'obras' merecedoras de protecção autoral, os direitos exclusivos de transmissão dos jogos que são negociados entre os organizadores dos eventos e os organismos de radiodifusão (rádio e televisão) já merecem tutela legal através do direito conexo atribuído a estes últimos sobre o direito exclusivo de comunicação ao público.
Um problema que se vai colocar com muita acutilância é a forma como tudo isto vai ser controlado, com tivemos, infelizmente pelas piores razões, o último exemplo da 'chacina' em directo dos tristes acontecimentos terrorista na Nova Zelândia.
A questão que se coloca é se as plataformas serão obrigadas a criar mecanismos de detecção de conteúdos não licenciados e se deverão bloquear tais conteúdos ofensivos de direitos conexos titulados pelos organizadores de eventos desportivos, transmitidos ou não a organismos de radiodifusão.
Para além de tudo isto acresce o facto de as operadoras que detêm em contratos os direitos de transmissão exclusiva dos espectáculos desportivos terem a tarefa acrescida de identificar os seus autores, sabendo nós que muito facilmente se instalam conteúdos num servidor do Cazaquistão!
Até para a semana."

Pragal Colaço, in O Benfica

Cumprido

"Promessa feita, promessa cumprida. Em 2003, Luís Filipe Vieira prometeu devolver o Benfica aos benfiquistas. Na passada sexta-feira, realizou-se a Assembleia Geral da SAD e por unanimidade foi aprovada a alienação das acções da Benfica Estádio e da Benfica TV à Sport Lisboa e Benfica, SGPS. Tudo por 99,2 milhões de euros, valor a pagar nos próximos 25 anos. Esta operação, feita de acordo com a lei, como é apanágio das grandes instituições, merece ser louvada e veio provar a política presidencial desde a primeira hora - devolver o Benfica aos benfiquistas. É caso para dizer 'o Benfica é nosso!' Dois dias após esta histórica decisão, regressamos à conquista de mais um título. Sines voltou a ser inspirador. Desta vez, foi o voleibol. Depois da categórica conquista da Supertaça, frente ao Sporting, Marcel Matz levou-nos a um novo triunfo - a 18.ª Taça de Portugal. Pela frente um adversário de respeito, a AJ Fonte do Bastardo, que bateu, na meia-final, o nosso eterno rival. Superiormente capitaneada por Hugo Gaspar, a nossa equipa deu uma clara demonstração de classe, categoria e benfiquismo. Inspirados pelo apoio incansável dos nossos adeptos, em particular da Casa de Sines, os bicampeões da Taça superaram um adversário de respeito. Para termos a noção do nosso domínio nesta modalidade, nas últimas cinco edições desta prova jogámos as cinco finais e perdemos apenas uma. Ou seja, a triunfante herança de José Jardim está a ser bem continuada. Segue-se o principal objectivo da época - o Campeonato Nacional. A conquista do 8.º título vai obrigar ao melhor Benfica em campo."

Pedro Guerra, in O Benfica

Hat-Trick

"Três golos, três! Um no futebol e dois na vida, conquistando e educação e cultivando valores entranhados na personalidade. É este o lema inspirador do projecto socioeducativo que a Fundação Benfica desenvolve na Escola Profissional Gustave Eiffel pelo seguinte ano consecutivo. É um projecto-piloto em que se experimentam metodologias  de trabalho com os jovens que possam ser avaliadas, melhoradas e testadas novamente através de um processo de experimentação e aprendizagem organizacional de forma a poder vir a ser transferido para outros estabelecimentos de ensino profissional e cursos de aprendizagem com dupla certificação que trabalham em contextos de exclusão e com grupos desfavorecidos.
O ensino profissional é um excelente aposta de futuro para os jovens, sendo isso muito atractivo e procurado, e a Escola Gustave Eiffel é uma escola de referência nacional neste domínio, com pólos em vários pontos do país, razão pela qual se posiciona naturalmente como parceiro estratégico da Fundação. Um desses estabelecimentos, na zona da Venda Nova, na Amadora, tem alunos provenientes de zonas menos favorecidas que se sentem motivados para este desafio mas que, não raras vezes, encontram dificuldades em superá-lo, seja porque a vida familiar não é estável, seja porque a educação é secundarizada face ao biscate imediato ou ao emprego menor que faz entrar algum dinheiro na família, seja pela pressão dos pares que abandonaram a escola, seja porque simplesmente não há paz de espírito que permita a cada um cultivar a sua personalidade, fortificar a sua autoestima e manter-se resiliente face aos desafios da vida.
É aqui que nós entramos, com sucesso, levando pela mão o futebol e fazendo brilhar todos os esforços e conquistas positivas de maneira a que mesmo quem encontre mais dificuldades chegue ao fim da caminhada, em equipa com os colegas, apoiando-os e apoiando-se neles para conquistar o resultado de todos e de cada um. É esse a lição do grande jogo.
Bem bonita por sinal!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Cadomblé do Vata (mini-férias!)

"1. O SLB anunciou na 3ª feira que na 4ª feira iria haver Treino Aberto e compareceram cerca de 1000 adeptos e o Taarabt... os adeptos porque queriam ver os craques do Glorioso; o Taarabt porque percebeu "Bar Aberto".
2. No treino à porta aberta foi possível ver que Seferovic já faz corrida... uma vez mais o suíço a revelar-se fortíssimo no ataque à profundidade... da lesão.
3. Depois do almoço presidencial, SC Braga cedeu mais 3.500 lugares de bancada ao FC Porto do que o estipulado pelos regulamentos, por 100 mil euros... ou comeram a caldeirada mais cara da história, ou beberam vinho do bom.
4. Passados 2 meses sobre a sua detenção, Rui Pinto chegou finalmente a Portugal para ser julgado... apesar da demora, ainda não foi hoje que lhe começaram a chamar "Hacker do Sporting".
5. Diz a A Bola hoje, que o "campeonato mais polémico de sempre" foi há 60 anos... ou não sabem fazer contas, ou então a temporada 03/04 que valeu ao FC Porto a condenação por corrupção, foi despromovida de forma bastante injusta."

Um crescimento com cabeça, tronco e membros

"Com a chegada da Liga Revelação divergem muito as opiniões do sucesso ou não da competição. FC Porto decidiu não se envolver. O Sporting CP terminou com a equipa B e ficou apenas com a de S23. SL Benfica, SC Braga e Vitória SC permanecerem com as B na Segunda Liga e "criaram" mais esta equipa. Focando-nos nos chamados grandes temos 3 casos completamente distintos. FC Porto tem uma equipa A praticamente sem nomes de formação (o 11 base tem Pepe, retornado, como o mais parecido a formação), uma B que mais uma vez está a fazer uma época tranquila na 2ª liga (com nomes como os 3 Diogos, Romário Baró e Madi Queta em evidência ) e uma equipa de Juniores que aponta ao título (nas asas de Fábio Silva). O Sporting CP mesmo com todas as adversidades no fim da época passada com pouca aposta em formação na equipa A (Miguel Luís, Jovane e Thierry aparecem a espaços principalmente com lesões ou castigos, no 11 base não se encontra ninguém, estando perto disso Ilori, retornado) e uma equipa de S23 que é muito daquilo que era a B no ano passado estando por isso como seria de esperar na luta pelo título, tem por base jogadores mais velhos em média cerca de 2/3 anos que nós, o que diz muito. SL Benfica o qual analisamos:
1. Equipa A até Janeiro. Um plantel iniciado com variadas soluções em todas as posições, sendo que no 11 base apenas se afirmavam Ruben Dias e Gedson como da formação, Félix aparecia a espaços muito curtos, Yuri jogava nas taças. Uma base forte, encabeçada por Jardel, André Almeida, Fejsa, Samaris, Pizzi, Salvio e Jonas. Nomes como Grimaldo, Zivkovic, Cervi, Gedson, Krovinovic e Rafa dos quais se aguardava a estabilidade e explosão.
2. Equipa A a partir de Janeiro. Um plantel encurtado (demais lá na frente). No 11 base estão Ferro, Ruben e Félix da formação, os Portugueses Almeida, Pizzi e Rafa. Na segunda linha, Florentino, Jota, Gedson e Yuri. São iniciados jogos com 7 portugueses, algo que podemos considerar estranho para todos os últimos anos.
3. Equipa B até Janeiro. Uma base claramente definida, Zlobin, Alex Pinto, Ferro, Kalaica, Pedro Amaral, Florentino, Willock, Keaton e Jota. Nomes como Benny, Nuno Tavares, Dantas, Saponjic e Nuno Santos a pretenderem afirmar-se. Luta com clubes como Paços (plantel pornográfico para a 2ª), Estoril, Famalicão e Académica pelos lugares de subida, praticando a par do Paços o melhor futebol da 2ª.
4. Equipa B a partir de Janeiro. Numa fase de transição Lage-Paiva, atravessa uma má fase, perde Ferro, Jota, Florentino e Zlobin para a A, Keaton e Pedro Amaral para empréstimo. Recebe Bernardo Martins e Pedro Henriques do Leixões e reforça-se sobretudo nos S23. Volta ao futebol atractivo, este jogo contra o Penafiel foi de grande qualidade (Taarabt e Dantas ajudaram muito a tal). Perdendo também nesta fase alguns nomes para os Juniores para tentar a conquista do título. Mostram muito bons processos. Tal como na A, nota-se felicidade no jogo, e todos se querem mostrar. Das melhores épocas desde que existem a todos os níveis.
5. Equipa de S23 com João Tralhão. Domínio na liga revelação. qualquer comentador apontava como clara favorita mesmo jogando contra equipas mais velhas e experientes. A base era Celton, Frimpong, Miguel Nóbrega, Guga, Vukotic, Rodrigo Conceição e Diogo Pinto. Vários Juniores afim de aumentar a competitividade dos jogos estavam aqui. Muitos começam a ser chamados à Equipa B como prémio de um trabalho bem desenvolvido. Nos jogos mais competitivos reforçou-se com nomes como Pedro Álvaro, Nuno Tavares, Nuno Santos, Daniel dos Anjos ou até Saponjic.
6. Equipa de S23 com Luís Tralhão. Uma miragem. Sim com algumas perdas, pela pirâmide que tem sido o clube e pela fase de apuramento do campeão dos juniores, mas com uma ideia menos consolidada na maioria dos jogos e um futebol mais individual e directo. Na passada semana porém fazendo um bom jogo contra uma equipa mais velha, mais consolidada, muito pelos reforços para esse jogo, Gonçalo Ramos e Diogo Pinto (para muitos o melhor desta liga) encheram o campo. José Gomes acabou por ficar ligado ao resultado de forma negativa desperdiçando uma grande penalidade com 1-1 no marcador.
7. Equipa de Juniores. Tal como no ano passado com reforços como João Félix, também este ano a equipa se transfigura nesta fase final. Conta com nomes como Celton Biai, João Ferreira, Gonçalo Loureiro, Nuno Tavares, Gonçalo Ramos, Henrique Jocu, Umaro Embalo, Araújo e principalmente Tiago Dantas. Titularíssimo na B, a estrutura volta a optar e bem por descer a esta fase. Estamos na luta directa com o FC Porto, tendo eles a vantagem da estabilidade, nós a da qualidade. Salvo enorme surpresa, a luta será a 2, registando-se já um empate no seixal a 2.
Mesmo existindo semanalmente críticas aos resultados, esta aposta é de sucesso claro. O SL Benfica ao contrário dos rivais, já o mostrou em Janeiro, tem tudo para nos próximos anos (sem ser ponta de lança) ter muitos dos seus reforços em casa. Subindo um jogador para a equipa A, automaticamente assume outro ainda que em alguns casos claro que não com a mesma qualidade, mas com potencial para tal ou perto. Claro que estas gerações não serão sempre de domínio nosso, mas o facto da qualidade do Caixa Futebol Campus e este processo consolidado, sem saltar etapas, pesará em muitas das escolhas que os pais farão para os seus filhos. Claro que os temos de conseguir agarrar como fizemos com Dantas, mas imaginar o valor pelo qual sairão, caso o façam, Rúben, Ferro, Florentino, Félix ou Jota, compensa tudo isso. Claro que quem cresce no SL Benfica, cresce com vitórias, mas tal como na B é algo que nem sempre podemos exigir contra equipas com 2 ou 3 juniores, em que 5 ou 6 jogadores já estão pelo menos no seu segundo ou terceiro ano de Seniores. Luquinhas (22 anos) que já passou por nós sem sucesso algum começou na Liga Revelação esta época e é um dos nomes fortes do Aves neste momento. É preferível para muitos dos nossos Juniores encontrarem jogadores assim do que a 50% do seu esforço golearam no seu campeonato na fase inicial."

O outro ‘viveiro’ do Seixal

"A promoção de Bruno Lage veio reforçar a aposta nos jovens formados no Benfica, mas também mostrar que há outro elevador em funcionamento. Se o tempo está a confirmar que o Benfica foi o clube que melhor trabalhou a formação nos últimos anos, o mesmo tempo encarregar-se-á de mostrar que o ‘viveiro’ do Seixal não tem apenas jogadores.
Bem vistas as coisas, esta dedução até deveria ser lógica, na medida em que é impossível formar jogadores de qualidade sem o acompanhamento certo. Para lapidar talento é preciso ter professores competentes, e cedo os responsáveis benfiquistas perceberam que isso era tão importante quanto acertar no recrutamento de potenciais craques.
A construção do centro de treinos do Seixal foi a base fulcral para a definição de uma estrutura sólida, com duas palavras-chave indissociáveis: é tão verdade que a estabilidade vem da identidade como o inverso.
O Benfica definiu uma linha orientada clara e deu tempo a quem trabalha na formação, o que permitiu ir ajustando coerentemente o processo de construção do tal perfil transversal.
Bruno Lage até esteve seis anos fora, mas antes passou oito na formação encarnada. Renato Paiva, que herdou a equipa B, está no Benfica desde 2004. Ainda mais tempo de clube tinha João Tralhão, que saiu em Outubro para ajudar Thierry Henry no Mónaco. A equipa de sub-23 do Benfica ficou com o irmão, Luís, que está no Benfica desde 2017. O irmão de Bruno Lage, Luís Nascimento, agora a comandar os sub-19, soma quase 14 anos seguidos de águia ao peito. O mesmo se aplica a Luís Araújo, líder dos sub-17, e mesmo Filipe Coelho, agora com os sub-15, já soma quase uma década a trabalhar no clube.
É verdade que mais recentemente registaram-se mudanças a um nível hierarquicamente superior – Pedro Mil-Homens assumiu a direcção do centro de treinos do Seixal em 2017, e há um ano Pedro Marques tornou-se director técnico da formação encarnada-, mas para já, sem sinais de um rumo alterado, o Benfica vai tirando dividendos do seu ‘viveiro’.
A promoção de Bruno Lage veio reforçar a aposta nos jovens formados no clube, mas também mostrar que há outro elevador em funcionamento. E se a porta se voltar a abrir será a altura de Renato Paiva, que ainda na passada quarta-feira juntou-se a Lage no treino da equipa principal aberto ao público.
Seria mau sinal para o Benfica se isto acontecesse a curto prazo, mas ao menos Luís Filipe Vieira saberia que o botão de emergência funciona."

Os doze mandamentos do Código de Conduta para Pais

"O flagelo da violência no desporto é, infelizmente, uma realidade cada vez mais evidente em Portugal.
Apesar do número ser ainda estatisticamente diminuto (quando comparado com as dezenas de milhares de jogos, de diferentes modalidades, que se disputam aos fins de semana), a verdade é, nesta matéria, tem que vigorar uma política de "tolerância zero".
No caso concreto do futebol, o mais mediático e aquele que, por cá, espoleta mais emoções e incidentes, os números oficiais de agressões crescem época após época e isso é inequívoco.
Os árbitros são, regra geral, as vítimas preferenciais, mas há também registos de violência física contra treinadores e jogadores.
Paremos para reflectir um pouco.
Quando um dos três agentes directos do jogo - os mais importantes, os únicos que tomam parte activa no espectáculo - são agredidos, algo de muito errado está a acontecer. Algo está a falhar e alguém deve ser responsabilizado por isso.
Árbitros, jogadores e treinadores deviam ser, acima de tudo e de todos, absolutamente intocáveis e protegidos.
A violência contra qualquer um destes agentes desportivos é a perversão completa do sistema. É a pior propaganda para o jogo e um crime grave, que deve ser desincentivado e combatido de forma feroz.
No caso concreto da arbitragem, os dados oficiais são claríssimos e alicerçados em duas evidências: 
1. O número de ocorrências é maior nos escalões mais jovens;
2. As agressões têm, por regra, dois tipos de autores: os adeptos (muitos dos quais, pais de jovens atletas e sempre em jogos sem policiamento) e jogadores ou elementos oficiais das equipas (quando as forças policiais estão presentes).
Quer isto dizer que a presença de agentes de segurança pública dilui drasticamente a agressão por parte de quem está a ver o jogo.
Enquanto esse problema - o da reflexão séria sobre a questão do policiamento - não se resolver em definitivo (a verdade, nua e cura, é que valores mais altos se levantam e esses são superiores ao risco de alguém morrer em campo) e enquanto a estratégia de combate a este flagelo não se tornar uma prioridade da tutela e de todos as instâncias com responsabilidade directa e indirecta nesta matéria, a única coisa a fazer é (tentar) prevenir.
É importante não baixar os braços e criar um conjunto de medidas, estratégias e políticas que levem o adepto comum, o pai ou a mãe, a adoptarem um comportamento ético que deixe os seus filhos orgulhosos e libertos para fazerem o que mais gostam, de forma descontraída, entretida e... feliz. Essencialmente feliz.
Neste contexto, os passos serão sempre pequeninos e demorados, mas um passo é sempre um passo e, por estes dias, é sempre melhor do que não fazer nada.
Uma das ideias a implementar devia passar pela criação de uma espécie de "Código de Conduta para Pais".
Algo que devia ser distribuído pelos clubes - por todos os clubes - e que devia estar colado, em letras garrafais, em cada canto, em cada esquina, em cada parede dos recintos desportivos.
Algo que, mais do que uma mera inspiração, fosse moralmente obrigatório, éticamente vinculativo. Algo cujo incumprimento grave resultasse em consequências criminais para os autores das agressões e desportivas, para os clubes anfitriões.
Porque não algo assim...

Código de Conduta Para Pais
1. Eu, pai e adepto, assumirei a responsabilidade do meu comportamento, bem como de todas as pessoas que me acompanharem.
2. Comprometo-me a passar ao meu filho a mensagem que o desporto está assente em valores positivos e de excelência.
3. Promoverei o espírito desportivo, respeitando jogadores, treinadores e árbitros, mesmo que não concorde com as suas decisões.
4. Em primeiro lugar está o bem estar emocional e físico do meu filho. O seu entretenimento e alegria. A vontade de vencer vem depois.
5. Eu estarei sempre em controlo das minhas emoções.
6. Durante a competição, permanecerei (e nunca ultrapassarei) a área reservada a espectadores.
7. Irei exigir que o meu filho jogue em ambientes seguros e saudáveis, livres de droga, tabaco e álcool.
8. Mostrarei respeito por todos os intervenientes, em todos os momentos (antes, durante e após a competição).
9. Nunca irei pedir ao meu filho que prejudique ou lesione outros participantes, de forma conscientemente.
10. Instruirei o meu filho a tratar todos os intervenientes com respeito, independentemente da sua raça, sexo, credo ou habilidade para a função.
11. Irei abster-me de tecer comentários insultuosos ou ofensivos para jogadores, pais, árbitros ou treinadores das equipas.
12. Exigirei que o treinador do meu filho seja alguém responsável e qualificado para lidar com os mais novos jovens.
O caminho faz-se caminhando e, historicamente, percebemos que as grandes mudanças acontecem da forma mais simples. Com as medidas mais fáceis.
Se cada um fizer a sua quota-parte, todos farão a mudança. Isso é garantido.

Nota - O mundo não se pode ter tornado num lugar tão perverso... ao ponto de chamar "lírico e idealista" a quem acredita que as coisas podem mudar."

Coaching desportivo: a face oculta do treino

"O Desporto constitui um fenómeno social que, a partir da última metade do século passado, sofreu um desenvolvimento notável reivindicando do agente responsável pela sua orientação, o treinador, competências que considerem as prerrogativas dos ambientes onde actua.
Não obstante, a matriz curricular dos cursos de formação de treinadores tem vindo a incidir, quase em exclusivo, nos conteúdos de treino, negligenciando os conteúdos alocados à aprendizagem para ser treinador. Esta missiva tem sido entregue ao acaso e à vontade e capacidade individual, explicando em grande medida a razão de muitos treinadores com formações altamente qualificadas não alcançarem sucesso. E outros, por sua vez, com formações deficitárias obterem algum sucesso. 
Hodiernamente, a capacitação para saber lidar com os atletas e outros intervenientes, aprendendo a influenciá-los, dentro dos limites éticos requeridos, e a saber gerir situações conflituosas, ambíguas e problemáticas, apanágio do quotidiano da actividade do treinador, constitui elemento diferenciador do sucesso profissional.
Todavia, é lugar comum ouvir-se dizer que estas competências constituem um dom ou que se adquirem basicamente com a experiência. Então, assim sendo, iremos continuar a ter, apenas de quando em vez, treinadores com competências excepcionais ao nível relacional e de autoconhecimento. Em boa verdade, grande parte dos treinadores focam-se quase em exclusivo nos conteúdos de treino e, por via disso, são incapazes de compreender e lidar com a paisagem social (i.e., cultura desportiva dominante, boas e más práticas instaladas, actores principais e secundários, poderes formais e informais, etc.). Esta problemática é sobremaneira importante em virtude de, não raramente, certos ambientes desportivos transformarem-se em arenas, onde os poderes informais tomam “o freio nos dentes” e influenciam decisivamente a micropolítica vigente, restando ao treinador ser uma marioneta ao sabor da corrente, alvo fácil a abater.
Isto é Coaching Desportivo. Tudo o que tem a ver com o ser treinador, na estreita simbiose com a natureza dinâmica, complexa e ambígua do contexto onde actua. Constitui, por isso, a face oculta do treino, ou seja, os elementos invisíveis difíceis de aceder, porquanto (i) não são traduzidos directamente pelo que se vê; (ii) alcançam o que está para além do óbvio; (iii) não se conseguem definir e classificar como os conteúdos de treino e (iv) reclamam ao treinador que aja mesmo com pouca informação. Logo, não há receitas que funcionem.
Uma das manifestações de Pep Guardiola (in Guardiola Confidencial, pp, 103) evidencia claramente a importância do Coaching Desportivo quando refere: “O que engrandece um técnico é aquilo que os jogadores dirão dele no final. Se eu conseguir convencer esses atletas a jogar dessa maneira e se puder ajudá-los a crescer e melhorar ainda mais, estarei muito contente e satisfeito. Tentaremos actuar bem e não apenas ganhar títulos”.
Mas, para se conseguir convencer os jogadores a “jogarem dessa maneira” é necessário o treinador ter Poder e Controlo sobre os intervenientes e o contexto onde actua. Até porque, o controlo que o treinador tem é proporcional ao poder que lhe é conferido e ganho por ele próprio. Ou seja, o treinador tem de saber orquestrar, empoderar, influenciar, gerir e liderar.
Para o efeito, urge alterar o paradigma de formação de treinadores e as más práticas por vezes instaladas nos contextos de trabalho, de forma a que a receita, instigadora da replicação (como se fosse remédio para todas as “maleitas”), seja substituída pelo domínio do conceito/princípio, base da criatividade e inovação. Ademais, moldar o treinador a padrões de actuação padronizados e generalistas, independentemente da “pessoa que é” e das especificidades particulares dos contextos onde actua, é incitador do dogma, o qual conduz:
(1) à aceitação de verdades “absolutas”, ao seguidismo e à subordinação;
(2) à prevalência da retórica, onde os chavões e a persuasão encontram terreno fértil, em prejuízo da aprendizagem e conhecimento.
Em suma, a natureza complexa, dinâmica e ambígua do treino tem de ser integrada e não descartada pelo treinador. Até porque, desconsiderar a ambiguidade que habita no ambiente desportivo bem como as dinâmicas relacionais que influenciam os poderes ocultos e os conflitos estratégicos, confere ao treinador uma ilusão de controlo. Não obstante, esta ilusão de controlo é instigadora de respostas lineares e dualistas (i.e., certo/errado), promotoras do seguidismo (i.e., faz porque viu fazer) e, logo, do insucesso.
Para alterar esta realidade, o Coaching Desportivo não pode mais tratado como dom (de alguns) ou que basta a experiência para se aprender a ser treinador. Constitui matéria que tem de ser integrada nos cursos de treinadores para dotar o treinador de ferramentas teóricas e princípios de actuação que o ajudem a ler a paisagem social e a reconhecer-se nela.
Só assim, o treinador será capaz de actuar de forma deliberada e intencional, reconhecendo: (i) que receitas infalíveis conduzem ao insucesso; (ii) controlando o que é possível de ser controlado; (iii) discernindo e aceitando o que não é possível de ser controlado; (iv) o que, por sua vez, aumenta o controlo do imponderável, na medida em que reconhece a sua existência.
Sem ser portador desta visão e conhecimento, o treinador corre o risco de ser um joguete na mão de outros, sendo mais vezes surpreendido do que surpreendendo, sendo mais vezes controlado do que controlando."

Foi bonita a festa!

"A mensagem de confiança de Luís Filipe Vieira, a emoção de Jonas e a infinita gratidão a Mário Dias. Três momentos marcantes numa gala que fez jus à grandeza de Cosme Damião e que assinalou de forma brilhante o 115.º aniversário do Sport Lisboa e Benfica.
Grande noite de fervor e partilha benfiquista que se viveu no Campo Pequeno, numa cerimónia que serviu para voltar a premiar o mérito e a excelência e aqueles que, ao longo da história, têm prestado os mais altos serviços ao nosso Clube.
Todos os nomeados para os Galardões Cosme Damião 2019 eram, seguramente, merecedores da distinção. O troféu seria bem entregue a qualquer um deles, mas alguém teria de ganhar. A lista de vencedores ficou assim definida: João Félix (Revelação Futebol), Equipa Juniores de Futebol (Formação), Fernando Pimenta (Atleta de Alta Competição), Afonso Jesus (Revelação Modalidades), Futsal Feminino (Modalidade), João Tralhão (Treinador do Ano) e Jonas (Futebolista do Ano).
Foram também galardoados, por escolha directamente feita pela Direcção do Sport Lisboa e Benfica, a Casa do Benfica de Abrantes, a Sagres (Parceiro), o Futebol Feminino, o Benfica Digital, Pietra, Fernando Martins e Mário Dias.
Nenhum clube é verdadeiramente grande se não tiver memória e não for capaz de reconhecer e cuidar das suas referências. Foi isso que, uma vez mais, o Benfica fez questão de demonstrar. Agradecendo a quem nos fez chegar até aqui, estimulando os que nos ajudam na actualidade e identificando os talentos do futuro.
A mensagem forte da noite já tinha ficado no discurso inicial do Presidente: “O património do Benfica é 100% dos sócios. Temos resultados desportivos e financeiros que falam por nós. Obrigado aos jogadores, obrigado a Bruno Lage e a toda a sua equipa técnica. Faltam oito finais e deixo aqui o apelo a todos os benfiquistas para continuarmos com esta verdadeira onda vermelha que atravessa o país.” Assim será! Porque, no Benfica, todos contam!

PS: Hoje é dia para a Selecção Nacional iniciar a defesa do nosso título europeu. Que esta noite entremos com o pé direito, no Estádio da Luz, e que estejamos no Euro’2020 para repetir a proeza de Paris. Felicidades!"

Conversas à Benfica - episódio 53

Todos ao Restelo

Benfiquismo (MCXXVII)

Nos grandes palcos...!!!

Gala Cosme Damião 2019




Prémios
Revelação Futebol -  João Félix
Casas do Benfica - Abrantes
Formação - Equipa de Juniores
Projecto do Ano - Futebol Feminino
Inovação - Benfica Digital
Parceiro do Ano - Sagres
Carreira - Minervino Pietra
Atleta de Alta Competição - Fernando Pimenta
Revelação Modalidades - Afonso Jesus
Modalidades - Futsal Feminino
Mérito e Dedicação - Fernando Martins
Treinador do Ano - João Tralhão
Homenagem - Mário Dias
Futebolista do Ano - Jonas

Time Added On #4