"De há muitos anos a esta parte, o Benfica tem - salvo períodos limitados - um problema que até já parece mais próprio da genética do clube. Refiro-me ao lugar de defesa-esquerdo. Um mistério que, melhor ou pior, outros resolvem (o FCP com assinalável êxito desportivo e financeiro), mas que, no Benfica, parece insondável. No meio disto tudo, o curioso é que o titular encarnado (Eliseu) até é o escolhido na Selecção, bem sei que por lesão de Coentrão.
Depois da saída do magnífico sueco Stefan Schwarz (1994}, já passaram por esta posição dezenas de atletas. Não pretendendo ser exaustivo (nem o conseguiria), recordo aqui alguns dos fiascos pós-Schwarz (por ordem alfabética e com níveis diferentes de decepção): Bruno Basto, Caneira, Capdevila, Carole, Cristiano, Diogo Luís, Dos Santos, El Hadrioui, Emerson, Escalona, Jorge Ribeiro, Luís Martins, Luisinho, Miguelito, Nelo, Pedro Henriques, Pesaresi, Rojas, Schafer, Scott Minto, Sepsi, Simanic. Houve também jogadores-cometa que, uma vez contratados, logo ou pouco depois foram cedidos: Benito, Bryan, Bruno Cortez, Djavan, Marçal.
No meio desta pletora, não deslumbraram mas cumpriram os mínimos o grego Fyssas e o adaptado Melgarejo. Por falar em adaptados, não podemos esquecer David Luiz, André Almeida e César Peixoto, mas sobretudo o notável êxito alcançado com Coentrão.
Li, sem poder confirmar, que só nos 6 anos de J. Jesus, houve 18 laterais. Uma média de 3 por época!
Em suma: de tantos jogadores só três estiveram ao nível da exigência de um clube como o Benfica: Fábio Coentrão, Léo (injustificadamente dispensado por Quique Flores) e talvez Siqueira."
Bagão Félix, in A Bola