Últimas indefectivações

terça-feira, 12 de setembro de 2023

Bem-vindos aos anos 90


"1. Bem-vindos aos anos 90 do século passado. E bem-vindos também aos anos 80 do século passado. E continuem a sentir-se bem-vindos aos 10 e aos anos 20 deste novo século. Há um regime de quatro décadas a apodrecer. Os estertores dos regimes são, por norma, nauseabundos.

2. O comunicado de segunda-feira (dia 4 de Setembro) do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol não podia ser mais claro. Ora apreciem o detalhe: 'Ao analisarem o incidente, os técnicos concluíram que a única tomada elétrica disponível na área de revisão do estádio não tinha corrente elétrica e que ao longo do jogo o sistema de energia de reserva, também conhecido como UPS, esgotou-se. Esta tomada elétrica não possui energia socorrida ou assistida, de acordo com informação técnica'.

3. A tomada elétrica a que o comunicado do CA da FPF se refere não é a tomada elétrica da máquina de café de um bar no Estádio do Dragão. Se fosse, paciência. Não bebessem café, que sobrexcita as emoções, ou, se fizessem muita questão na dose, fossem beber ao bar do lado na esperança de encontrar uma máquina ligada a uma tomada elétrica que possuísse 'energia socorrida ou assistida' de modo a satisfazer os clientes da área da restauração.

4. Não, a tal tomada elétrica - 'única disponível na área de revisão do estádio e não tinha eletricidade' - também não era da máquina de sumos do camarote presidencial do Estádio do Dragão. Se fosse, paciência. Bebessem capilé. A tomada elétrica que era única e não tinha nem corrente elétrica nem energia socorrida era a tomada elétrica da ligação com a Cidade do Futebol onde residente, à hora dos jogos, os videoárbitros.

5. Não é a primeira vez que acontece no mesmo estádio. Já em Agosto de 2017, num jogo da Liga, não houve ligação ao VAR entre os 15 e os 45 minutos do jogo FC Porto - Vitória de Guimarães. E fez falta porque a 5 minutos do intervalo os donos da casa marcaram um golo em claríssima posição de fora de jogo que foi validado por falta de 'corrente elétrica' no VAR. O Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol terminou o seu comunicado se segunda-feira com um balanço: 'O VAR foi instituído em 2017, e o tempo de funcionamento sem quebras de serviço é de 99,8%'

6. E 99,8% sem quebras de serviço é, sem margem para dúvidas, uma excelente performance do VAR em Portugal. São uma pena aqueles 0,2% de quebras de serviço.

7. Parabéns a todos os que estiveram em campo e nas bancadas da Luz no último sábado. Foi uma bela noite de futebol. Carrega, Benfica! Parabéns ao nosso futsal pela conquista da Supertaça. Foi muito bonito."

Leonor Pinhão, in O Benfica

A estreia do Sport Lisboa e Saudade


a"O sonho dos antigos jogadores, de voltarem a jogar no seu clube, realizou-se em Outubro de 1943.

Em 3 de Junho de 1943, num jantar de confraternização que se realizou depois do jogo dos campeões de 1938 contra os de 1943, surgiu a ideia da criação de uma equipa de ex-jogadores do Benfica. O Sport Lisboa e Saudade pretendia ser uma continuação do Sport Lisboa e Benfica e, por isso, como garantia Vítor Silva, 'as condições para serem admitidos são duas: Acertar na borracha, tanto quanto possível, e ser do Benfica'. Assim, 'o Sport Lisboa e Saudade não é mais do que um aglomerado de benfiquistas que, em tempos idos, foram gloriosos representantes do Sport Lisboa e Benfica e querem, dentro dum campo relativo, reviver as áureas tardes - jogar a bola e divertirem-se'.
Em 5 de Outubro de 1943, a secção de ciclismo organizou um 'grandioso festival', no campo atlético do Benfica, para encerramento da época. Nessa tarde, registou-se uma apreciável assistência, na sua grande maioria constituída por sócios e adeptos do Benfica.
O festival iniciou com uma gincana ciclista, na qual participaram 40 concorrentes, e que foi ganha por uma senhora, a D. Maria do Céu, que alcançou 6 pontos em 1 minuto e 12 segundos. Seguiram-se as 'provas infantis para sócios ou filhos de sócios, dos 8 aos 12 anos de idade', que consistiam em corridas de 60 e 50 metros, para rapazes e meninas, respectivamente. As crianças com menos de 8 anos também participaram no festival, na corrida de 30 metros, sem distinção de sexos. De seguida, foi prestada uma homenagem ao mais velho cicloturista do país, o sr. Ernesto Nascimento, e cerca das 16:30 entraram em campo as equipas do Sport Lisboa e Saudade - que se apresentava pela primeira vez - e uma equipa constituída por elementos da secção de ciclismo. À entrada em campo, a equipa do Saudade, constituída por antigos jogadores do Clube, foi 'recebida com uma prolongada salva de palmas e demonstrar que o público benfiquista não esqueceu ainda os seus ídolos de outras épocas'. O jogo proporcionou fases muito interessantes, e alguns elementos arrancaram aplausos e demonstraram que ainda possuíam o seu talento. O encontro terminou com a vitória do Saudade, por 12-0 e a conquista do troféu em disputa, a Taça Artur Dias Maia. A última prova do festival foi uma corrida de costas.
Saiba mais sobre esta e outras atividades associativas do Benfica na área 16 - Outros Voos, do Museu Benfica - Cosme Damião."

Marisa Manana, in O Benfica

Tudo isto é triste, tudo isto é futebol português


"Esta é a minha 414ª crónica no jornal O Benfica, sinto que devo inovar. Portanto, desta vez, por estranho que possa parecer à primeira vista, escrevo-a à moda do Porto.
Para não dar azo a confusões, esclareço que não se trata de uma homenagem aos grandes escritores portuenses ou a uma tentativa de trocadilho do género “cada um escreve a sua”. Refiro-me mesmo ao clube fundado, em 1906, por José Monteiro da Costa, aquele do animal imaginário como símbolo, tratando-se este, porventura, ao invés de uma referência a um antigo brasão da cidade, antes a um apelo à nossa criatividade e persistência para encontrarmos razões, além do amor ao Benfica, que nos façam levar a sério o futebol português tão maltratado pelo FC Porto.
Sei que é arriscado, não só por escrever para a publicação oficial do Glorioso, mas também por haver uma elevada probabilidade de enganar os leitores. E há a questão substantiva: ao longo do tempo esperado para que esta crónica seja lida, o caro leitor não descortinará argumentos válidos, figuras de estilo memoráveis ou ideias originais merecedoras de citação ou reflexão.
Salva-se o editor. Deixarei cair a caneta tantas vezes quanto as necessárias para que a pegue do chão e, mesmo que à vista de toda a gente, desencante a ideia ou a frase que fará com que a minha crónica valha a pena. Independentemente disso, criticá-lo-ei, está-me na massa do sangue e sei que, quanto mais centrado no alvo da minha pretensa ira tornada pública, mais propenso a safar-me crónicas vindouras ele estará.
Não julguem que sou tanso. Nada disto é assumido e se interpretam o que aqui lêem como uma confissão, desenganem-se. Negarei tudo! Esbracejarei e espernearei para lá dos limites do potencial humano. Gritarei até que vos doam os ouvidos. Ameaçarei subversões e revoltas. E os meus apaniguados e amigos de conveniência acreditarão, ou fingirão que acreditam, em tudo o que escrevo. Não tenho opiniões, emito sentenças. E, se insistirem muito, falem com uns mitras no meu bairro, as minhas marionetas de persuasão, sempre solícitos em fazer valer os meus pontos de vista.
A suposta irrelevância dos meus escritos faz parte de uma cabala concebida para me tentar mandar abaixo. Não roubo ideias, as minhas melhores frases não me são sugeridas, os trocadilhos mais engraçados são todos da minha verve. Sei bem quem são os meus inimigos. Escrevem noutros jornais, falam em televisões, dominam os meandros do comentário e impedem-me, porque me invejam, cobiçam a minha originalidade e, obviamente, odeiam-me, de ser sempre o melhor cronista. É tempo de acabar com o centralismo literário e opinativo!
Estimo, porém, que o tempo reservado para a leitura desta crónica se esfumou. Todos, detractores de sempre e para sempre, acham que nada de jeito foi lido, mas acabei de saber pelo editor que posso escrever mais uns parágrafos. Quantos, pergunto. Até que escrevas algo que valha a pena, responde-me. E acrescenta que me dará uma mãozinha se necessário for.(…)
Aproveito o tempo adicional para perguntar à Liga se os constantes mergulhos proveitosos de Taremi tornam o produto “futebol português” mais apetecível no estrangeiro. E também para fazer notar, segundo comunicado do Conselho de Arbitragem, que “o VAR foi introduzido em Portugal em maio de 2017 e o tempo de funcionamento sem quebras do serviço é de 99,8 por cento”. Coincidência das coincidências, se bem percebi, não funcionou na plenitude quando foi necessário avaliar um penálti inexistente, mas assinalado a favor do FC Porto, devido a falta de electricidade numa tomada no estádio do Dragão. E termino com isto: como diz um conhecido meu, o FC Porto protestar o jogo com o Arouca lembra o parricida que pede ao juiz uma atenuante da pena por ser órfão."

João Tomaz, in O Benfica

Qual é coisa, qual é ela?


"Mentiras, desconfianças, arranjinhos, simulações, agressões, corrupção, negócios escuros, favores de magistrados, complacência das autoridades locais, agressões a jogadores, treinadores, jornalistas e adeptos de clubes rivais.
Café com leite, salada de fruta, viagens ao Brasil, bares de alterne, esquemas de bilhética, rendimentos mínimos fraudulentos, mudança da data de fundação, fomentar o ódio, coagir agentes desportivos e fazer negócios duvidosos com clubes amigos para branquear as contas.
Entradas para vermelho perdoadas uma e outra vez, treinador expulso 24 vezes, constante simulação de lesões e agressões, foras de jogo históricos com e sem VAR, perseguições a árbitros nos relvados, recorde mundial de grande penalidade a seu favor, 90 minutos de descontos em apenas quatro jornadas do campeonato nacional. Agressões à stickada no hóquei em patins, acabar com secções das modalidades quando não se ganha (e ganha-se muito pouco), manchar o nome no ciclismo e assobiar para o lado, acusações de dopagem não apenas nas duas rodas, trabalhos de bruxaria para ganhar jogos ou fazer nevar, pensar que, gritando mais alto e esperneando, se tem razão.
Aliar-se a piratas informáticos, tomadas de eletricidade que deixam de funcionar, truncar e-mails privadas e apresentá-los na televisão e na Net, mentir no número de espectadores presentes no estádio. Mentir. Esconder. Viver da coação, do medo, do ódio regional e bafiento. Fazer da falta de fair play, respeito, honra e verdade uma bandeira.
Qual é coisa, qual é ela? Cai no chão e foge para Vigo..."

Ricardo Santos, in O Benfica

Compensação? Pensem cá comigo


"Sinto-me bastante afastado dos benfiquistas e adeptos de futebol em geral. Ao contrário da larga maioria, não fico nada insatisfeito com os longos tempos de compensação dos jogos do FCP, nosso adversário direto na luta pelo título. Muito menos com os 21 minutos do FCP - Arouca. Ao contrário do árbitro, coitado, que até teve de pegar no telemóvel para avisar a esposa de que ia chegar mais tarde, esta questão não me causa qualquer inconveniente. Bem sei que, de um total de 10 pontos somados, 5 foram conseguidos para lá da hora, mas a corrida pelo título é uma maratona, e não um sprint. A este ritmo, não tenho dúvidas de que o plantel de Sérgio Conceição vai quebrar mesmo que contratem a Rosa Mota para preparadora física. Quando o Benfica e as outras equipas estiverem a começar a segunda volta, os jogadores portistas vão sentir que estão a jogar há quatro épocas sem parar. O Pepe e o Marcano são dois experientes veteranos que ainda conseguem aguentar 90 minutos, mas serão capazes de suportar um prolongamento todos os fim-de-semana? Tenho dúvidas. O próprio presidente já não tem idade para se manter concentrado durante tanto tempo sem adormecer, ainda por cima a assistir a um futebol com tendência a dar sono.
Cabe agora à nossa equipa técnica saber preparar ainda melhor os nossos atletas para os confrontos diretos com os dragões. Com a largura do plantel à disposição de Roger Schmidt, confio em qualquer jogador que possa saltar do banco por volta do minuto 90 para estar fresquinho à entrada para os últimos 30 minutos da partida. Se for necessário, treinemos até às grandes penalidades, não vá o diabo tecê-las."

Pedro Soares, in O Benfica

O Casino dos Descontos


"Na fase de grupos do último Mundial, a FIFA decidiu brincar aos tempos de compensação, passando-os dos tradicionais 3 ou 4 minutos (mais ou menos simbólicos e raramente contestados) para 8 ou 10. Ter-se-á arrependido, e na fase a eliminar tudo voltou ao normal.
Dir-se-á que ficou a meio da ponte, pois, se em vez de compensar algumas paragens se pretende transpor para depois dos 90 minutos, segundo a segundo, todo o tempos que não se jogou antes, mais vale cronometrar as partidas como no futsal, reduzindo cada parte dos históricos 45 minutos corridos para os 30 precisos.
A verdade é que desde então se abriu uma caixa de Pandora, que rapidamente deu lugar à arbitrariedade, em todos os sentidos da palavra. E no futebol português, quando se fala da arbitrariedade em todos os sentidos da palavra, já sabemos quem ganha com ela. Em apenas 4 jornadas, o FC Porto beneficiou de um total de 78 (!!) minutos de tempo de compensação. E digo que beneficiou porque só numa dessas partidas chegara ao 90.º minuto em vantagem. Nas restantes, obteve 4 golos nos descontos, que lhe valeram 6 pontos na classificação. Acrescente-se, de passagem, que a única derrota do Benfica se deveu a um golo sofrido ao minuto 90+13', e que também o Sporting já venceu o seu joguinho aos 90+8´.
Em todos estes casos, o tempo extra facultado pelos árbitros terá sido excessivo, mas no último FC Porto-Arouca passou das marcas.
A menos que aconteça algo como a Christian Eriksen, uma invasão de campo, ou uma bárbara intempérie, nada justifica 23 minutos de descontos apenas numa 2.ª parte - que, recordemos tem 45 minutos. O que aconteceu foi um autêntico 'prolongamento', que parecia ir terminar apenas quando o FC Porto marcasse. Não fosse o penálti falhado, e eram mais 2 pontos naquilo que se está a tornar um casino viciado."

Luís Fialho, in O Benfica

Sonhar com o Benfica


"O sonho comanda a vida, e se há que sonhar, que seja com o Benfica! Parece impossível, mas é verdade: a quantidade de pessoas que sonham fazer alguma coisa exclusiva com o Benfica e com os seus símbolos, plantel à cabeça, é uma verdadeira multidão. É assim em todas as idades, como assim é também ao longo da vida, mesmo nas fases mais difíceis.
O Benfica é, antes de mais, um lugar e pertença e um laço emocional fortíssimo para os benfiquistas, que se orgulham e verbalizam isso. 'Se nós sentimos assim', dizia alguém um dia. Esta frase é talvez a melhor síntese da ligação entre benfiquistas e destes com o Glorioso. É de tal forma intenso esse laço, que muitos benfiquistas, colocados perante situações-limite, nomeadamente de saúde, que ninguém deveria viver, vivem com o Benfica um dia mais eve, encontrando momentos de paz e reconciliação, até de alguma alegria, na realização dos seus sonhos pela Fundação Benfica.
Não foi feito para isto o Benfica, mas é tão grande e tão forte, que até disto é capaz! Obrigado aos benfiquistas pela energia coletiva que nos liga e que desinteressadamente toca tantos de nós pela positiva em momentos difíceis do seu percurso."

Jorge Miranda, in O Benfica

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"2
Mais 2 medalhas de ouro para Fernando Pimenta, desta feita no Campeonato do Mundo de Maratona de canoagem. O canoísta do Benfica foi o mais forte em K1 Short Race e em K2;

6
O duo Rafa e Di María continua a notabilizar-se na participação direta da finalização de golos em 2023/24. Rafa soma 6 (3 golos + 3 assistências), Di María 5 (4+1).

29
Rafa passou a ser o 3º com mais assistências para golo em jogo oficiais no estádio da Luz (29);

60
Roger Schmidt completou 60 jogos oficiais à frente da primeira equipa do Benfica. Nos primeiros 60 jogos, só Cosme Damião conseguiu uma percentagem de vitórias superior. São 47 vitórias e é, a par de Guttmann e Riera, o 2º com melhor desempenho neste domínio na história do clube;

100
João Mário chegou aos 100 jogos em competições oficiais de águia ao peito, nos quais marcou 27 golos e fez 20 assistências;

311
Rafa passou a ser um dos 50 futebolistas com mais jogos pela equipa de honra do Benfica, incluindo particulares. Soma 311, tantos quanto Adolfo e Malta da Silva;

500
500 jogos oficiais no atual estádio da Luz. Venceu 372 (74,4%), empatou 76 (15,2%) e perdeu 52 (10,4%). Marcou 1141 golos e sofreu 370. Luisão é o líder nos rankings dos jogos (264) e do tempo de jogo (24612 minutos – inclui tempos adicionais). Cardozo é o máximo goleador, com 105 golos. Gaitán lidera nas assistências, com 56. Roger Schmidt é o treinador com maior percentagem de triunfos (85,19%);

523
Ao fim de 5 partidas oficiais, resta um totalista absoluto: Aursnes, com 523 minutos de utilização (inclui tempo adicionais). Há mais 7 jogadores participantes em todas os jogos: António Silva (514); Otamendi (508); Rafa (495); Bah (490); Di María (465); Kokcu (437); João Neves (336)."

João Tomaz, in O Benfica

Nova era


"O Benfica Ativo já está em funcionamento na primeira Casa Benfica 2.0, localizada em Santarém. Este projeto é estruturante para o Sport Lisboa e Benfica, através da inserção ainda mais profunda das embaixadas do benfiquismo nas comunidades locais.

1. Um dia especial
Arrancou o Benfica Ativo em Santarém, com uma semana de apresentação gratuita das principais atividades à disposição da comunidade escalabitana. O programa é intenso e diversificado e conta com a participação de figuras do Benfica de várias modalidades. Mais de três dezenas de crianças já se inscreveram.

2. Focadas no triunfo
A equipa feminina de futebol do Benfica tem, amanhã (19h45, em Aveiro), a oportunidade de conquistar o primeiro troféu da temporada. Frente ao Sporting, as Inspiradoras estão focadas em ganhar a Supertaça.
Filipa Patão não esconde a ambição de conquista: "Partimos para este jogo confiantes e motivadas. Queremos ganhar mais uma taça e queremos fazer o melhor possível para premiarmos os adeptos com bom futebol, como temos tentado nos últimos anos."
Para Andreia Faria, a segunda futebolista a atingir a marca de 150 jogo oficiais de águia ao peito, vencer com uma boa exibição é o objetivo: "Encaramos todos os jogos da mesma forma. São todos para vencer e para mostrarmos o quão bom é o Benfica e o nosso futebol. Queremos demonstrar a nossa qualidade e impor o nosso jogo para trazer a taça para casa."

3. Sorteio da Taça da Liga
Já são conhecidos os adversários do Benfica na fase de grupos da Taça da Liga: Arouca e AVS. Luisão é taxativo quanto às pretensões benfiquistas na prova: "Queremos estar na final four e vencer."

4. Vários troféus para ganhar
Marque já na agenda e apoie as equipas do Benfica. Além da Supertaça de futebol no feminino na quarta-feira, há outros troféus para ganhar no fim de semana.
A Supertaça de basquetebol, frente ao Imortal, joga-se sábado, às 19h00, em Odivelas. No hóquei em patins luta-se, em Tomar, pela Elite Cup, onde o Benfica defronta o HC Braga nos quartos de final (sexta-feira, às 10h00). A Supertaça de futsal no feminino, ante o Nun’Álvares, é domingo, às 11h00, em Castelo Branco. Na mesma cidade, mas às 16h00, há a Supertaça de andebol no feminino (com o Madeira SAD). E a equipa feminina de basquetebol tenta conquistar a Taça Vítor Hugo no pavilhão do Clube dos Galitos (na 1.ª eliminatória, sexta-feira às 20h45, enfrenta o CDEFF).

5. Bicampeões nacionais querem mais
Por ocasião da sessão fotográfica da equipa de basquetebol benfiquista, Diogo Gameiro e Makram Ben Romdhane apontam à vitória na Supertaça.

6. Campeões europeus
Já regressaram a Portugal os campeões europeus Sub-19 de futsal, entre os quais contam-se cinco atletas do Benfica.

7. Recordista nacional
Caiu um recorde que durava desde 1985. Samuel Barata é o novo recordista nacional dos 10 quilómetros em estrada."

Não houve crimes sem castigo


"Ou encontramos um modelo fiável, ou teremos um grande futuro atrás de nós...

A Justiça, que já tinha condenado os divulgadores de informação roubada, e ainda por cima truncada, trazida a público, decidiu agora punir quem roubou informação, dela se quis aproveitar, e por fim passou-a a terceiros. Tudo isto aconteceu no universo do futebol português, elevando a um patamar nunca antes visto a filosofia de ganhar a qualquer preço, numa lógica de os fins justificam os meios. Não é este o espaço - e A BOLA tem entre os seus colunistas especialistas em matéria jurídica - para discutir se a pena aplicada ao hacker e ao seu advogado foi severa ou suave. É, isso sim, o momento de saudar que não tenha havido crime sem castigo, e fazer votos - apesar de saber-se que de boas intenções anda o Inferno cheio - de que, a partir de agora, algo possa mudar, por razões não éticas e de higiene moral.
Em Portugal, de há muitas décadas a esta parte, tem havido bons presidentes de clube, que esgotam a sua atividade na defesa dos interesses do seu emblema, alheios ao mundo que os rodeia, e que se organizou de forma diferente, baseando a sua forma de estar não na saúde de cada árvore, mas na viabilidade da floresta. Há inclusivamente - veja-se o caso recente de Pinto da Costa - quem não perceba vagamente a razão da ausência de Portugal na Liga Conferência, razão principal para a nossa queda do ranking da UEFA! Dizia Javier Tebas, presidente da Liga espanhola, no último fim de semana, no Thinking Football organizado pela Liga Portugal na cidade do Porto, que quando a venda centralizada dos direitos televisivos chegar ao nosso futebol (previsivelmente em 2028), já será tarde demais. Na verdade, nos últimos 30 anos, o principal obstáculo ao desenvolvimento da indústria no futebol residiu na manutenção de um modelo que tornava quem andava à volta dos clubes cada vez mais rico, e estes cada vez mais pobres. Há, pois, necessidade de ir completando a mudança geracional, mas mais importante ainda a mentalidade de quem dirige e o escrutínio sobre os seus atos.
Independentemente de cores ou emblemas, os batoteiros, os oportunistas e os desonestos devem ser rejeitados pelos clubes que dizem defender, mas onde não estão para servir, mas sim para se servirem. Ou conseguimos engrenar num modelo de governação fiável, ou teremos um grande futuro atrás de nós."

Sonhei com a tua despedida, Cristiano


"A cidade não terá ruas suficientes para todos os golos, mas o homenageado e os seus fãs viverão bem com essa mitologia

Este não será só mais um dia. Hoje, os portugueses amanhecerão tristes com a despedida, mas vão sorrir porque aconteceu. Por toda a parte, miúdos e graúdos, homens e mulheres, todos vão encher as ruas para ver passar o cortejo que mais tarde percorrerá a capital. Faz sentido. Lisboa foi a cidade em que o miúdo se fez sénior e mostrou pela primeira vez a sua qualidade de predestinado, mas esse foi só o sítio onde tudo começou. Faz sentido que este capítulo termine aqui, mas na verdade podia ser em qualquer outro local do país, eventualmente até do mundo, e as ruas e os estádios estariam cheios para lhe dizer adeus.
Este dia vai terminar com uma despedida que muitos, incluindo ele próprio, queriam que nunca chegasse, mas a ocasião acabou por tornar-se perfeita. 5 de fevereiro de 2024. É o dia em que Cristiano Ronaldo celebra 39 anos. Dificilmente alguém imaginou, naquela noite em Alvalade há mais de 20 anos, tudo o que ele viria a atingir e a longevidade que quase ninguém teve, mas as pernas de Ronaldo finalmente cederam, por muito que o seu coração, a competitividade inata e o amor próprio ainda o fizessem querer mais. Custou um pouco vê-lo perder as faculdades que o tornaram gigante entre meros mortais, mas aqueles últimos meses entre uma ida pouco feliz à seleção e a continuação de uma liga saudita que pouco fez para o merecer, foram o crepúsculo de que a sua carreira precisava.
Este dia irá terminar com um ponto final na carreira de Cristiano Ronaldo, mas só depois de muito se celebrar, no mesmo ritmo frenético com que Cristiano bateu recordes e somou feitos históricos: de golos marcados, pelos clubes e pela seleção; de troféus conquistados, pelos clubes e pela seleção; de minutos de trabalho, pelos clubes, pela seleção, e fundamentalmente por si; de seguidores angariados onde quer que fosse possível testemunhar o seu talento; e de motivos para orgulhar um país.
A festa não fará por menos. Se é para nos despedirmos de um dos maiores de sempre, que se lhe faça justiça. É por isso que, aos 38 minutos de cada hora que passar no dia 5 de fevereiro de 2024, no fuso horário de Manchester, Madrid, Turim Riade e, claro, Lisboa, milhões serão convidados a ir à janela, à varanda ou ao terraço para rodopiarem sobre si mesmos e gritarem a plenos pulmões: SIIIIIIU.
Nas televisões, a ocasião será tratada com a natureza protocolar e largura de tempo de antena só reservada a acontecimentos que definem uma época. Em diferentes canais, ao longo de todo o dia, veremos emissões em direto a partir dos locais que formam a biografia de Ronaldo, do Hospital Dr. Nélio Mendonça ao Estádio Prince Faisal bin Fahd. Ouviremos com alguma comoção amigos, familiares, colegas, treinadores, adeptos, comentadores, e quem mais tiver testemunhado a sua carreira, todos eles comovidos, contarem histórias do miúdo que veio sozinho da Madeira e conquistou o mundo, de como ele foi sempre o primeiro a chegar ao treinos e o último a sair, histórias de como nunca perdeu o apetite de bater recordes mas sempre jogou em equipa, de como tornou tantos jogadores melhores do que alguma vez foram simplesmente por poderem fazer parte do mundo em que Ronaldo viveu a cada jogo disputado, de como competições inteiras foram decididas por ele, histórias de como foi passar duas décadas preso a uma rivalidade que nenhum outro par de futebolistas teve ao longo da história da modalidade.
Chegará então a hora de o mundo convergir para o Estádio de Alvalade. O cortejo que leva Ronaldo até à sua casa vai atrasar-se, mas não faz mal. Adia-se a despedida mais um pouco. Parece até poético. Adeptos de todos os clubes enchem as ruas. Um arco-íris não planeado de camisolas de futebol conta a história de um jogador que despertou sempre mais paixões do que ódios. Pessoas que amam o futebol vão chorar com o sentimento partilhado naquele momento. Pessoas que odeiam o futebol vão questionar a sua importância na sociedade, perguntando porque é que não há ajuntamentos destes para ir ao teatro. Ninguém lhes vai explicar que a comparação é estúpida, porque temos todos mais que fazer, e, convenhamos, porque não existe nenhum Cristiano Ronaldo no teatro. O cortejo prosseguirá indiferente ao rótulo de baixa cultura.
Colunas de som espalhadas pela cidade emitirão relatos de golos seus e ecrãs gigantes acompanharão com as imagens repetidas de todos os ângulos imagináveis. Todos memorizámos os golos, mas ninguém se cansará de os rever. Em cada esquina da cidade, avizinha-se mais um de Cristiano. Cada rua ganhará o nome de um dos seus golos: Avenida do Pontapé de Bicicleta à Juventus, Travessa Daquele Golo Em Camp Nou, Miradouro da Cabeçada à Sampdoria, Beco do Golo à Espanha Anulado Por Causa do Nani, e assim por diante. A cidade não terá ruas suficientes para todos os golos, mas o homenageado e os seus fãs viverão bem com essa mitologia.
Já em Alvalade, perante um estádio feito santuário coberto de camisolas verdes e brancas mescladas com pretas e douradas, veremos cada um dos treinadores de Cristiano entrar no relvado para homenagear o melhor jogador que alguma vez tiveram oportunidade de treinar. Todos trarão palavras escritas em casa para explicar exatamente como foi, mas nenhum lhe fará exata justiça. Depois os colegas, a seguir a família. O relvado será pequeno para tanta gente, mais ainda porque sobre o mesmo tapete de Alvalade serão dispostos todos os troféus individuais e coletivos conquistados por Ronaldo, e veremos apresentados, por ordem cronológica, todos os recordes batidos.
Cristiano tentará explicar o que foi afinal tudo isto. A comoção falará mais alto, mas ele tentará prosseguir. Falará da sua ambição, da ética de trabalho, do talento que tentou sempre aperfeiçoar, e no final ninguém, nem mesmo ele, saberá explicar exatamente o que isto foi. Só sabemos que foi único, um enorme privilégio. Os portugueses anoitecerão tristes, mas sorrirão porque aconteceu. E talvez assim, finalmente, possamos todos seguir em frente."

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Um dia chamaram-lhes Los Camboyanos


"Estamos solos y no damos nada como perdido!’, berrou Luis, o uruguaio. Não, não estavam sós - estavam juntos como irmãos.

Nos finais dos anos 80 as coisas andavam feias para os lados do bairro de Bajo Flores, um dos mais centrais da grande Buenos Aires. Quando falta o dinheiro, raramente o horizonte é brilhante. E faltava dinheiro ao San Lorenzo de Almagro, de tal forma que fora obrigado a abandonar o seu local de nascença, em Boedo, Barrio de Almagro, e transferir-se para o Estádio de Nuevo Gasómetro. O San Lorenzo, que em 1946 fez uma digressão à Península Ibérica de tal forma espetacular que se entreteve a esmagar adversários como se fossem caroços de azeitonas. Começou por destruir o Atlético Aviación (mais tarde Atlético de Madrid), atropelando em seguida a seleção espanhola por 7-5. A imprensa do país vizinho não fazia por menos: «Estes argentinos são de uma classe única, utilizam um estilo de futebol harmonioso e compacto, cada peça funciona matematicamente e no momento oportuno e jogam a bola com tanta habilidade e destreza como nunca vimos até hoje. Futebol arte!». Um bocado assustador para os portugueses que iriam recebê-los na fase final da viagem. O FC Porto foi trucidado por 9-4 e o velho BSB (junção de jogadores do Benfica, Sporting e Belenenses) por 10-4. Foi assim que que o San Lorenzo começou a ganhar fama na Europa e no mundo. Jogando algo que, para os europeus, ainda não era verdadeiramente futebol.
Adiantei-me e já recuo. Falava dos anos 80 e não dos anos 40. Ou seja, quarenta anos mais tarde. O San Lorenzo já não era o San Lorenzo. Era uma amostra triste de um antiga opulência. Estavam sem poder utilizar o estádio, o campo de treinos era ervado e cheio de buracos, não havia água para os duches. É triste a miséria. Mas também é nos momentos da desgraça que há alguém que consegue ir ao fundo da alma e tirar de lá uma mão-cheia de coragem positiva. Esse alguém foi o lateral-direito uruguaio, Luis Malvárez, de nome completo Luis Enrique Malvárez Portillo, nascido em Montevidéu no dia 21 de julho de 1961, e que viera do Danúbio (clube e não rio, como está bem de ver). Certa manhã, ao chegar ao treino, juntou os companheiros e largou um berro próprio de líder: «Somos como los camboyanos, estamos solos y no damos nada por perdido!».
A frase poderia ferir o orgulho dos cambodjanos, mas a verdade é que no Cambodja viviam-se tempos tão complicados com o crescimento do poder dos khmers vermelhos de Pol Pot que não deve ter havido um único habitante do país a escutar as palavras de Luis Henrique. Mas dentro da equipa do San Lorenzo a frase tornou-se uma declaração de guerra à desgraça. Não havia tempo a perder para agarrar o futuro e a atitude dos jogadores mudou radicalmente nos meses que se seguiram. 1981 foi um horror – pela primeira vez o San Lorenzo baixou à segunda divisão. Depois, um grupo de valentes, seguiu o trilho deixado em aberto por Malvárez. Gente desvalorizada pelos desaires agarrou-se ao resto de orgulho que os mantinha firmes como equipa. Hernán Sosa, Jorge Higuaín, Osvaldo Biaín, Enrique Hrabina, Armando Quinteros, Rubén Darío Insúa, Jorge Rinaldi, Heber Bueno, José Raúl Iglesias, Mario Husillos, Ruben Navarro foram nomes rapidamente decorados por adeptos e adversários. Os Camboyanos, como passaram a ser chamados, regressaram na época seguinte à divisão principal e, logo a seguir, foram segundos tendo-se batido bravamente na luta pelo título. Não tinham nada mas desejavam ter tudo – os dirigentes viam-se obrigados a alugar estádios onde pudessem jogar em casa, os equipamentos tinham de durar o maior número de partidas que fosse possível e as camisolas e os calções estavam no fio, os ordenados em atraso acumulavam-se de forma vertiginosa. Mas os cambojanos não viravam a cara à luta.
Em setembro de 1986, sucedeu o impossível. O San Lorenzo deslocou-se ao campo do líder, o Independiente. Ninguém conseguiria apostar um peso furado no triunfo dos Camboyanos. Sobre a relva houve mais combate do que jogo. Luis Malvárez, o uruguaio, soltou novo grito de revolta: «Hoje jogaremos pelo sangue!». A vitória por 1-0 fez nascer a lenda dos que tinham resolvido usar o povo cambojano como exemplo do sofrimento.
Mas as tempestades não passam como se se desenrolassem em copos de água. Nem todos os jogadores do San Lorenzo tinham alma de Camboyanos, nem todos estavam dispostos a ir até às vascas da agonia ao mesmo tempo que não recebiam salários. Muitos foram os que saíram. Não havia forma de criticá-los porque era a sua própria existência que estava em jogo. Os que ficaram foram mais Camboyanos do que nunca. A pele ficava-lhes em campo. A alma enchia-se a cada vitória. «Estamos solos y no damos nada por perdido!». Não, não estavam sós - estavam juntos como irmãos!"

3x4x3, excerto...

Total, excerto...

O essencial...

Rui Pinto, Francisco J.Marques, Diogo Faria e Aníbal Pinto


 
 



"Quatro personagens que tentaram vender ao mundo, a história de que o Benfica era um clube desonesto.
Hoje estão todos condenados e com penas de prisão suspensas!
E o melhor ainda está para vir..."

"Ah e tal os processos do Benfica!!"


O crime compensa

O desplante


"Como defender a Liga portuguesa defendendo a «cultura da simulação»?

Na Liga inglesa, o defesa do Liverpool Virgil van Dijk viu-se castigado com dois jogos de suspensão (1+1) e multado em mais de cem mil euros, imagine-se a ousadia, apenas por ter tido o desplante de usar «linguagem abusiva e insultuosa» com o árbitro, após ter sido expulso.
Por cá, o presidente de um clube diz que é preciso defender a indústria do futebol, mas ao mesmo tempo não vê qualquer problema nas simulações de Taremi, por entender que Taremi «faz o papel dele», aludindo a que o árbitro e o vídeo árbitro «façam os seus». Difícil acreditar-se no que se ouve. Ou lê. Terá o presidente do Boavista, autor da expressão, dito exatamente o que pensa ou pensou muito bem no que disse?
Para Vítor Murta, pelo que se concluiu do que disse, os jogadores estão no jogo também para simular. Não importa se querem enganar o árbitro, os adversários, enganar o jogo e os adeptos. Fazem o papel deles, defendeu o líder do Boavista na intervenção que fez no fórum organizado pela própria Liga. Fiquei na dúvida se quis ser engraçado ou apenas cair em graça.
Quando o defesa do Liverpool, no jogo em Newcastle, derrubou duramente um adversário e foi justamente expulso, dirigiu-se ao árbitro e teve «linguagem imprópria» com o juiz John Brooks (nomeado, aliás, para dirigir o Portugal-Luxemburgo desta segunda-feira). Podia Virgil van Dijk ter sido castigado apenas com um jogo de suspensão (falhou, por isso, o encontro seguinte com o Aston Villa) pelo cartão vermelho direto com que foi sancionado pela dura e perigosa entrada sobre o avançado do Newcastle, Alexander Isak. Mas na Liga inglesa não se brinca às competições. Pela linguagem imprópria, e sem razão para contestar a decisão do árbitro, van Dijk é castigado com mais um jogo de suspensão e mais de cem mil euros de multa!
Creio que deveríamos todos sentir, aliás, um pingo de vergonha que fosse ao ouvirmos o novo avançado do Sporting, Gyokeres, definir a nossa Liga como uma competição onde há «muito mais interrupções, mais faltas e muito mais simulações». Ouvimos bem. «Muito mais simulações». Para o presidente do histórico Boavista (campeão nacional uma vez em Portugal), a simulação é, simplesmente, «o papel do jogador», com o descaramento de o afirmar no fórum principal do futebol profissional no nosso País, perante os que supostamente devem debater a melhoria do campeonato, a verdade desportiva e a ética da competição. A cultura do engano não incomoda, pelos vistos, Vítor Murta, nem o líder do Boavista se sente enganado pelas simulações de Taremi ou seja de quem for. Está certo. É também por isso que a Liga portuguesa tem a imagem que tem lá fora e é, não há como escondê-lo, uma competição com tão mínimo impacto nos media internacionais.
Ainda recentemente, no Benfica-V.Guimarães, Jota Silva, extremo dos minhotos, fez, para o líder do rival Boavista, o papel que lhe cabe ao simular ter sofrido uma cotovelada do lateral encarnado Alexander Bah. Simulou e ganhou, porque enganou o árbitro, enganou o jogo e fez com que fosse mostrado cartão amarelo ao jogador das águias. É apenas um exemplo recente de um jogador a quem devia exigir-se, não o ato de simular, mas a competitividade que ajudasse a evitar que um grande clube como o Vitória se visse, como viu, afastado esta épocas das competições europeias aos pés do Celje, um modesto adversário da Eslovénia.
Não será certamente com afirmações como as do presidente do Boavista que a Liga portuguesa pode melhorar-se como «produto», para usar a linguagem pouco afetiva de alguns dirigentes, e muito menos conseguir «vender-se» melhor através da tão prometida centralização dos direitos televisivos, de cujo resultado final me parece ninguém ter qualquer visão definida. Talvez por falta de uma boa simulação!"

Um pós-Ronaldo ainda com Ronaldo


"Capitão da Seleção ganhou a guerra política e mediática, mas dificilmente ganhará a desportiva

Ronaldo vai jogar sempre. Esse é o nome que se mantém indelével, de jogo para jogo, no quadro tático de Roberto Martínez, a não ser que, como acontece diante do Luxemburgo, não esteja disponível. É a maior premissa do espanhol e, se lhe foi imposta, passou a ser sua porque a aceitou. Sempre que vejo, sem surpresa, Cristiano no onze da Seleção pergunto-me para quando se está a trabalhar. E o mesmo se passa com Pepe, outro exemplo. Nunca estará em causa o que um e outro já deram à Seleção e, sobretudo, ao país, ainda mais se tivermos em conta aquilo que o capitão, sobretudo ele, representa fora das quatro linhas.
Não o sabemos ainda, porém, muito provavelmente estaremos a sacrificar algo – consistência, coesão, enraizamento das ideias, resposta imediata de outras opções? – a médio ou mesmo curto prazo, porque o Europeu é no final da temporada que agora começou e o Mundial dentro de dois anos. Um período em que, fundamentalmente, se estará a tentar recuperar o tempo perdido. É muito tempo? Nim! Olhem para a Alemanha.
Atenção: não estou a fazer do capitão o bode expiatório das más exibições. Nada disso, é um problema coletivo, todavia temos de reconhecer que se assemelha, em muitas ocasiões a um corpo estranho na equipa.
Cristiano ganhou a guerra política, ao recuperar o estatuto perdido nas últimas decisões de Fernando Santos – e para isso muito contou com a contratação de um selecionador que respeita egos e estatutos adquiridos, tal como alertei na altura quando analisado o seu passado na Bélgica – e mais recentemente também a mediática, uma vez que foi na realidade ele quem abriu as portas da Arábia Saudita.
‘Se ele vai, por que razão nós não podemos ir também ?’, terão pensado Benzema, Mané e tantos outros que se mudaram para o deserto no verão.
Ao ganhar essa guerra mediática, livrou Martínez do peso de ser constantemente questionado por convocar além de uma liga menor. Contudo, por muito que o queira, e teremos sempre de respeitar a fome que o move, nada intrínseca ao ‘ser português’, dificilmente vencerá a batalha desportiva. Nota-se há muito tempo. Claro que num grupo tão acessível ainda funciona, ainda prolongará a lenda, mas mais uma vez pergunto: estamos a trabalhar para quando? E para jogar contra quem?
É inevitável que ao longo deste texto, e talvez a cada parágrafo, se tenham perguntado com um ‘e o Messi?’ Tal como eles próprios se questionaram um ao outro ao longo da carreira e reforçaram a dialética hegeliana de que é o confronto entre tese e antítese que nos dá o melhor dos mundos, a síntese. Os momentos extraordinários que vivemos de um e de outro nas últimas décadas provam-no com uma certeza quase inabalável.
A minha resposta é simples. O argentino sempre contornou a questão física com um talento inato, enquanto o português se apoiava na dimensão física e na repetição para ser gigante e se prolongar como tal. Além disso, Messi sente-se feliz com a vida, preenchido depois da conquista do título mundial – um menir que carregava às costas desde que o começaram a comparar a Maradona –, e diverte-se nos Estados Unidos, em campo e nas festas com a família Beckham. A Argentina entende-o, protege-o com uma redoma à sua volta e todos beneficiam com isso. Já Ronaldo continua a querer provar ao mundo que consegue ser eterno, mesmo que o faça numa Arábia tonificada. Porque não há forma de combater a idade e também, pela zona do terreno que mais vezes pisa, não há forma de protegê-lo.
O Bicho está muito mais exposto, obrigado a dar resposta continuamente. Está a caminho dos 39 anos, a Pulga fez em junho 36. Por muito que ainda queiramos contar com a máquina que Cristiano Ronaldo foi, tal já não é possível. E se ele não o compreende, alguém tem de lho dizer. E de decidir por ele. Essa terá sido a melhor decisão de Fernando Santos desde o Euro-2016 e acabou penalizado internamente por ela, mesmo que os resultados há muitos anos mostrassem que o ciclo estava no fim. Já a equipa, se não houver Cristiano, terá de se assumir coletivamente em campo. Como já o fez antes.
Entretanto, o melhor jogador da história do futebol português reconheceu o que todos sabem. Pedro Proença acha que não. Ou não quer acreditar. E enquanto isso acontecer, enquanto acreditar ele próprio na propaganda que a sua equipa espalha pelos media e não deixar de ser mera testa de ferro do interesse dos clubes (em nome de um interesse maior), continuaremos a viver diariamente o circo. Mesmo que nos tenham empurrado portas dentro sem bilhete comprado, a fim de preencher as cadeiras vazias e de projetar uma melhor imagem para o exterior."

Ases!!!


"Os portistas andam todos ciumentos com a gralha d’A Bola porque quando rebentaram os escândalos da W52-FC Porto eles não tiveram direito a um Ás de fruta acompanhado de uma foto de seringas no verso da carta."

Taça da Liga


Realizou-se hoje o sorteio da fase de grupos da Taça da Liga 2023/24, e como não podia deixar de ser, dos potenciais adversários, ao Benfica calhou em 'sorte' os mais complicados de cada Pote!!!
O Arouca, que começou a época mais cedo, e até devido ao recente empate no Dragay, está neste momento num melhor momento do que o Casa Pia, o Farense ou o Estoril...; e o AVS, que tem tido um bom início de época na Liga 2 (co-líderes com o Santa Clara), que os faz serem considerados candidatos à subida (até a arbitragem na recente deslocação a Leiria, indicia muito 'investimento'')!!!
Ainda por cima vamos a Arouca (deslocação logisticamente complicada) e recebemos o AVS na Luz...
Estes jogos deverão ser marcados imediatamente antes do Natal, após o fim da fase de grupos da Champions!

Grupo A:
1.ª jornada: Casa Pia-Nacional
2ª  jornada: SC Braga-Casa Pia
3.ª jornada: Nacional- SC Braga

Grupo B:
1.ª jornada: Aves SAD-Arouca
2.ª jornada: Arouca-Benfica
3.ª jornada: Benfica-Aves SAD

Grupo C:
1.º jornada: Farense-Tondela
2.ª jornada: Sporting-Farense
3.ª jornada: Tondela-Sporting

Grupo D:
1.ª jornada: Leixões-Estoril
2.ª jornada: Estoril-FC Porto
3.ª jornada: FC Porto-Leixões

Samuel Soares vs. Anatoliy Trubin


"A indefinição na equipa do Benfica é uma constante neste iníco de temporada. O fecho de mercado viu Odysseas sair da equipa e agora Roger Schmidt procura descobrir o seu titular

A saída de Odysseas Vlachodimos do onze do SL Benfica, depois da derrota frente ao Boavista FC, por 3-2, na jornada inaugural da Primeira Liga, viu Roger Schmidt optar por Samuel Soares em relação ao guardião grego nas restantes partidas até ao fecho do mercado. Odysseas transferiu-se para o Nottingham Forest FC, após alegadas discussões com o técnico germânico, e abriu-se uma vaga nas malhas encarnadas. O Bola na Rede compara Samuel Soares e Anatoliy Trubin com o objetivo de entender o titular do Benfica.
Se tivermos que definir um titular, apontamos a Samuel Soares, apenas pelas escolhas recentes de Schmidt. Ainda assim, está longe de fechada a escolha para a baliza encarnada. Comecemos pelo aspeto físico. Samu, como lhe apelidam os colegas, tem 1,90cm de altura e 94 kilos, apenas com 21 anos, um simples monstro entre os postes, que parece ocupar toda a área do retângulo da baliza. No caso do ucraniano, vemos um guarda-redes com 22 anos, 1,99cm e 87 kilos, não tem a envergadura de ombros do seu concorrente, mas a sua altura é claramente superior. Ambos utilizam o pé direito.
Continuando no tema da utilização dos pés, ambos são superiores a Odysseas Vlachodimos. Tendo em conta a pressão alta que Schmidt gosta de aplicar nas suas equipas e que tantas vezes vimos o Benfica utilizar na época transata, um guarda-redes que funcione como um 12.º homem é fundamental. O grego não dava essas garantias, mas as duas novas opções dão e com qualidade. Dentro dos postes, ambos possuem bons reflexos e posicionamento, mas longe dos que Odysseas apresentava. É preciso recordar que, ambos estão no começo das suas carreiras.
A falta de experiência é um fator a ter em conta na baliza do Estádio da Luz, apesar de Trubin ser o titular da baliza do FK Shakhtar Donetsk desde a temporada 2020/2021, quando tinha apenas 19 anos. Trubin ultrapassa claramente Samuel Soares neste requisito, inclusive já disputou 14 partidas na UEFA Liga dos Campeões (três jogos sem golos sofridos) e três na fase de qualificação (um jogo sem golos sofridos). Além de experiência no futebol europeu, Anatoliy Trubin já assumiu a titularidade da seleção ucraniana, tendo sido titular em todas as partidas que disputaram em 2023, ultrapassando Andriy Lunin, do Real Madrid CF, na hierarquia.
O estatuto que Trubin já alcançou também pode influenciar a escolha do alemão. Rui Costa pagou 10 milhões de euros (mais um em objetivos) pelo jogador, sendo que o Shakhtar tem direito a 40% de futuras mais-valias. Um claro investimento do Benfica, naquele que é o guarda-redes mais caro do clube. Samuel Soares, por sua vez, pertence aos quadros encarnados desde 2012/2014, subindo nos escalões de formação do Caixa Futebol Campus. O internacional sub-21 tem sido bastante paciente pela sua oportunidade, mas a chegada de Trubin pode comprometer tudo.
A titularidade do jovem português na baliza do SL Benfica, muito provavelmente, será breve. Com o desenrolar da temporada, Anatoliy Trubin tem todas as condições necessárias para agarrar o lugar. Ainda assim, é injusto dizer que Samuel Soares está totalmente apagado e a luta entre os dois prevê-se renhida. Quem se exibir ao mais alto nível, mostrando a sua qualidade (que ambos têm) convencerá Roger Schmidt."

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

A Verdade do Tadeia - S02E06 - Para todos os gostos

A Verdade do Tadeia #2024/26 - A seleção e o sportswashing

Terceiro Anel: Seleção... Eslováquia...

El Mítico #56 - Los desafíos del fútbol femenino: el caso del SL Benfica

Mata-Mata #6 - A vida de um árbitro...

Fora de jogo - 90+3: Nuno Luz...

Eleven: Segundo Poste...