Últimas indefectivações

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Editorial


"1 - Renhido, intenso, frenético. E uma enorme explosão de alegria no final! Há desafios em que é fundamental ter fôlego para acreditar que a montanha pode mesmo ser escalada. E foi! Os nossos jogadores de voleibol fizeram na República Checa uma imensa prova de benfiquismo, de raça, querer e ambição. Uma portentosa exibição capaz de virar o resultado negativo da primeira mão e até um primeiro set que não começou bem. Está garantido o apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões, com o prestígio que o Benfica merece. Parabéns a todos os jogadores, staff e equipa técnica liderada por Marcel Matz.

2 - Nesta edição do jornal O Benfica fazemos uma exaustiva radiografia do andamento do ecletismo e à expressão competitiva das modalidades neste primeiro terço da época. Fica um trabalho de fundo que proteja uma certeza: irredutível vontade de lutar até ao último segundo pelos títulos que queremos conquistar e oferecer aos nossos adeptos.

3 - No futebol, esta paragem para as selecções é também tempo para um ponto de ordem: por mais que nos tentem desunir, deslaçar, desmotivar e tornarem-nos descrentes, responderemos com abnegações, exibições de qualidade e vitórias. Estamos em todas as frentes, todas, cientes de que só com muito compromisso chegaremos aos nossos objectivos. Unidos, focados, lado a lado com o apoio dos adeptos e rumo às conquistas que lhes queremos oferecer. Por mais que insistam no contrário."

Pedro Pinto, in O Benfica

As 5 alternativas a Vlachodimos | SL Benfica


"5 alternativas a Vlachodimos. Haverá mudança em janeiro?

Não é novidade para ninguém que Jorge Jesus está a procura de um guarda-redes que possa substituir Vlachodimos. É certo que já na época passada, quando Luís Filipe Vieira ainda era presidente do SL Benfica, o treinador das águias tinha feito esse pedido, embora este tivesse sido recusado ou adiado (quem sabe).
Também não é motivo de espanto dizer que o grego está a atravessar uma das melhores fases ao serviço dos encarnados. Se na temporada transata foi posta em causa a sua titularidade, na presente época não há dúvida de que Vlachodimos é o merecido dono e senhor da baliza do SL Benfica.
A segurança e a confiança que dá à equipa têm sido notórias e há quem diga que o grego merece atuar em palcos de maior nível, como é o caso do ex-treinador Marinos Ouzounidis. Para o antigo treinador de Vlachodimos, o jogador evoluiu imenso e está preparado para jogar noutros campeonatos, com maior competitividade.
Posto isto, caso o grego saia em janeiro, decidi eleger o top-5 de alternativas que considero ser as melhores para o substituir, ainda que, algumas possam parecer menos acessíveis.

5. Lukas Hradecky
O atual guardião do Bayer 04 Leverkusen, pode ser uma opção para substituir Vlachodimos. O guarda-redes já conta 72 internacionalizações pela Finlândia e o seu valor de mercado está avaliado em seis milhões de euros.
A associação de Hradecky ao SL Benfica já tem história. Em 2017, quando ainda representava o Eintracht Frankfurt foi apontado como o possível sucessor de Ederson e em 2018, depois das águias terem garantido a contratação de Vlachodimos, foi novamente associado aos encarnados.
Apesar de o panorama na liga alemã não ser o melhor, o guarda-redes destaca-se pela forte qualidade entre os postes, pela consistência, por manter o ritmo de jogo e por não se deixar condicionar no que toca à pressão do jogo.
Estas são apenas algumas das características que apresenta e que podem colocá-lo novamente na rota da Luz, enquanto substituto do grego.

4. Gerónimo Rulli
Se recuarmos uns meses, mais concretamente até maio, recordámos um guarda-redes que foi responsável por marcar um penálti decisivo e defender outro igualmente determinante, na final da Liga Europa, frente ao poderoso Manchester United FC.
O autor dessa proeza é Gerónimo Rulli. Atualmente, o argentino representa o Villarreal CF. Na época passada era suplente de Sergio Asenjo, sendo que só atuava nas competições europeias, mas hoje em dia é o guarda-redes titular do clube espanhol.
Até ao momento, na liga espanhola realizou 10 jogos, tendo sofrido oito golos. De notar que esteve seis partidas com a baliza intacta. No que diz respeito à Liga dos Campeões o cenário é um pouco diferente: quatro jogos, cinco golos sofridos e apenas um jogo sem sofrer nenhum golo. Ainda assim, importa referir que o Villarreal CF está em segundo lugar num grupo que conta com equipas como o Manchester United FC, Atalanta BC e BSC Young Boys.
Gerónimo Rulli é o 116º guarda-redes mais valioso, mas esta contratação não era algo impossível, uma vez que, o preço pelo qual Gerónimo Rulli foi vendido ao Villarreal CF foi de oito milhões de euros. Este valor ou outro perto deste poderia muito bem ser suportado pelo clube encarnado, se este vendesse Vlachodimos por um valor justificável.

3. Mattia Perin
O atual substituto de Wojciech Szczesny, que representa a Juventus FC, já esteve associado ao SL Benfica no verão de 2019.
De notar que o guarda-redes chegou a estar em Lisboa, mas não assinou contrato com os encarnados, porque chumbou nos exames médicos. Neste momento assume a responsabilidade de defender a baliza dos italianos, visto que, Szczesny está lesionado.
Com 28 anos é considerado o 92º melhor guardião a nível global. Quando esteve perto de assinar, falava-se numa contratação que rondava os 12 e os 15 milhões de euros.
É certo que era um enorme investimento, e que estes valores muito provavelmente iam subir, apesar de a Juventus FC não estar a ter uma prestação tão positiva como era esperado, no que ao campeonato diz respeito. No entanto, para substituir Vlachodimos não se pode escolher um guarda-redes qualquer.

2. Yann Sommer
Yann Sommer, o principal autor de um feito inédito alcançado pela Suíça. No EURO 2020, no jogo frente à França, Sommer defendeu o penálti decisivo de Mbappé e permitiu que a seleção helvética chegasse pela primeira vez aos quartos-de-final de um Europeu.
A frieza que apresenta em campo em situações de grande pressão, a agilidade, a rapidez e o bom jogo de pés são alguns dos pontos fortes do suíço.
Atualmente defende as cores do Borussia Mönchengladbach, nono classificado da liga alemã, mas pode muito bem representar um clube com maior ambição, como é o caso do SL Benfica.
O facto de os encarnados estarem sempre presentes em alguma das competições europeias pode ser um motivo forte para a vinda de Sommer. Qualquer guarda-redes sonha e ambiciona jogar na Liga dos Campeões, ou na Liga Europa.
Qualidade não lhe falta, por isso, resta agora saber se as águias podem sonhar com esta contratação que tinha grande potencial, quer para o jogador, quer para o clube português.

1. Mile Svilar
Se calhar, neste momento, muitos estão a perguntar como é possível que tenha escolhido Svilar para integrar este top e, ainda por cima, tendo-o colocado em primeiro lugar. A resposta é simples: quando não estava preparado teve a oportunidade de representar as águias, agora que está não a tem.
Depois de um enorme investimento na época passada, o SL Benfica tem de gerir muito bem a parte financeira. Para quê contratar um guarda-redes caríssimo, quando se tem uma boa opção no banco – Svilar.
Em 2017, o belga foi o guardião mais novo a estrear-se na Liga dos Campeões, tendo ultrapassado Iker Casillas. É verdade que a estreia não podia ter corrido pior, mas não se pode crucificar o jovem para sempre-
Os jogos que realizou na equipa B demonstram isso mesmo. Svilar ganhou maturidade, experiência e aperfeiçoou a técnica. Não é novidade para ninguém que o belga tinha qualidade, só não estava preparado. Agora, pode muito bem ser a hora de conseguir representar a equipa principal, se bem que para isso, é preciso que Jorge Jesus aposte nele, pelo menos nas competições nacionais.
Talvez a verdadeira solução para resolver o problema da possível saída de Vlachodimos esteja em Svilar. Afinal, não é comum um guarda-redes ser considerado o Homem do Jogo e, na temporada anterior, o belga conseguiu esse feito mais do que uma vez. Por alguma razão há-de ser."

Esclarecimento


"O Sport Lisboa e Benfica esclarece relativamente ao dérbi de andebol marcado para amanhã que colocou à disposição dos adeptos do Sporting Clube de Portugal os bilhetes que pelo regulamento devem ser entregues ao clube adversário.
Mais informa que estes acessos foram disponibilizados exatamente nas mesmas condições oferecidas a todos os adversários que esta época vieram jogar à Luz. A saber, a identificação do adepto que adquire esse mesmo ingresso.
Uma prática e um procedimento que o Clube aplica aos próprios adeptos do Sport Lisboa e Benfica, quer quando joga em casa, quer quando joga fora, não havendo por isso, e como bem se atesta, qualquer espaço para discriminação, seja de que natureza for.
O Sport Lisboa e Benfica sublinha total disponibilidade para enviar imediatamente os bilhetes que se encontram reservados aos adeptos da equipa adversária logo que o Sporting Clube de Portugal entenda enviar os dados solicitados, os quais serão tratados no estrito cumprimento da legislação, cujo espírito visa garantir a total segurança dos adeptos do Benfica e daqueles que nos visitam."

O desporto ou a libertação controlada das emoções


"O livro de Norbert Elias e Eric Dunning, Quest for Excitement, foi publicado em 1986, mas a sua história começa muitos anos mais cedo. Em 1954, Elias tem 57 anos. Foge de uma Alemanha nazi em 1933. Depois de ter passado uns meses em Paris, vai se instalar em Londres. Em termos profissionais, vai ter posições precárias. Foi assistente de investigação na London School of Economics, vive de cursos para adultos que dá na Universidade de Londres e de sessões de terapia de grupo, que dirige no quadro do Group Analytic Society, formada por alguns psiquiatras.
Depois de uns anos difíceis, vai receber duas propostas para leitor em sociologia, de Leicester e de Leeds. Optou por Leicester. Em 1962, com a sua reforma, vai trocar Inglaterra pelo Gana, onde durante dois anos será professor de sociologia, na Universidade de Acra. Os seus pares consideravam que o seu pensamento centrado nos processos sociais de longa duração era marginal. Isso não estava na moda na época. Um dos seus alunos, Eric Dunning, vai propor a Elias para se trabalhar sobre o desporto e o lazer. Este objeto de estudo também não era fácil nos anos 1950, dado não ter legitimidade sociológica. Elias refere “quando nós começámos a refletir sobre a questão que nos interessava, a sociologia do desporto ainda estava nos seus inícios. Eu lembro-me que nos perguntámos se o desporto, entre outros o futebol, poderia ser considerado um objeto de pesquisa digno das ciências sociais, e em particular uma tese no âmbito das Artes”.
Só depois de alguns anos de ter regressado do Gana, é que Elias começou a publicar sozinho ou, a maior parte das vezes, em colaboração com Eric Dunning, textos sobre o desporto. Os textos que integram Quest for Excitement colocam em perspetiva o que constitui o desporto moderno e quais são as suas especificidades: a diminuição da violência, a existência de regras escritas e uniformes, codificando as práticas desportivas, a autonomia do jogo, relativamente aos confrontos guerreiros ou rituais.
Elias e Dunning vão romper três perspetivas que fundavam os estudos consagrados aos jogos e aos desportos:
1) colocar todos os desportos contemporâneos numa genealogia de longa duração, que encontram os seus antepassados mais ou menos diretos;
2) supor que todas as sociedades desenvolveram, de forma semelhante, as suas atividades e o tempo das práticas desportivas;
3) relacionar as razões das condutas, tidas como comparáveis através do espaço e do tempo, com as disposições psicológicas universais.
Estes dois autores sublinham as diferenças que separam os desportos dos jogos tradicionais, mesmo se eles têm em comum certos gestos. O desporto moderno criou espaços e tempos que lhe são próprios. Os estádios, os ginásios, os velódromos, etc. São locais específicos que cantonam o exercício e o espetáculo desportivo. Para Elias, o conceito chave que permite dar conta da aparição do desporto, pensado na descontinuidade dos confrontos antigos, é o da libertação do controle das emoções. Existe também uma pacificação do espaço social. Ao colocarem o desporto nas mutações das formas de competição pelo poder político, os controles exercidos sobre a violência e a estrutura da personalidade, estes dois autores tornaram o desporto um observatório privilegiado das evoluções de longa duração nas sociedades ocidentais. E, como diz Elias, “o conhecimento do desporto é a chave do conhecimento da sociedade”. O desporto, como instituição é o produto de corte histórico. Ele surge na Inglaterra, local clássico do modo de produção capitalista, e da era industrial moderna. Assume uma significação diferente segundo as classes sociais. O desporto é o produto da diminuição do tempo de trabalho, da urbanização e da modernização dos transportes."

Viagem interior ao mundo do futebol


"Quando me foi solicitado pelos meus colegas editores para escrever cinco páginas para integrar um livro sobre futebol no item Futebol e Ciência, comecei logo a equacionar a dimensão científica da abordagem – fisiológica, metodológica, sociológica, psicológica, biomecânica, traumatológica, etc.
O reduzido espaço disponível não permite grandes veleidades pelo que optei por uma abordagem científica “humanológica”, ou seja, uma tentativa de tentar desvendar as conexões múltiplas que o futebol provocou em mim enquanto ser humano medianamente desperto e consciente duma realidade que viveu e vive ainda.
Quando no início dos anos oitenta fui convidado par integrar o staff técnico de uma equipa de futebol profissional militando no mais elevado patamar competitivo do futebol português, fui descobrir um mundo novo com regras e rituais próprios que definem um espaço social e existencial peculiar e sem paralelo noutras modalidades desportivas.
Ao contrário do que gente pouco avisada poderá pensar, esse mundo quase esotérico não é o mar de rosas que muitos entrevêem nas imagens e relatos dos mass media. As regras mais importantes que gerem esse mundo de contrastes não são escritas, estão implícitas nas relações humanas e definem uma esfera noológica ímpar que regula de forma autoritária o funcionamento do futebol.
O futebol deixou de ser jogo, perdeu inclusive a sua dimensão de desporto (entendido este na sua acepção antropológica) para passar a ser uma mercadoria subordinada às regras do mercado – oferta e procura. Assim, a dimensão lúdica do futebol está remetida para quem o compra, da mesma forma que compram teatro, cinema ou outra forma de arte.
O futebol só é prazer e espectáculo para quem o observa e vive como espectador. Neste papel todos os desvarios e sonhos são possíveis. Momentos de festa e convívio, espírito de corpo que pode abrir caminho a comportamentos desviantes quando a cultura cede à ânsia doentia de afirmação o que recorrentemente determina a emergência de preconceitos xenófobos. Usualmente, estes sentimentos são mais fortes em relação aos grupos rivais endógenos que virados para o exterior. Existe uma excepção, os hooligans ingleses, que privilegiam a violência gratuita como comportamento “normal”, seja em relação aos grupos endógenos seja em relação às equipas exógenas. Nesse particular da violência até são bem democráticos. Hoje a coisa está melhor pelo controle apertado das autoridades policiais.
O futebol na actualidade nada tem a ver com o futebol dos primórdios. O futebol nos dias de hoje não é uma simples modalidade desportiva. É um mundo complexo que interage em múltiplas realidades. O futebol passou de jogo a indústria. Ainda mantém o sortilégio, a magia, o encanto, o chamamento, mas só para quem o vê de fora. Quem o vive por dentro, vê-o como profissão, como alavanca de promoção política, como indústria a rentabilizar, como palco de vaidades, como estratégia financeira, como meio de lavagem de dinheiro sujo, como meio de dissuasão de tensões sociais, etc., mas nunca o sente na sua essência lúdica, porque isso é desejo de nefelibatas alheios à realidade intrínseca do futebol. O futebol é um espaço de vida e de medo. O carácter humano do jogador (podemos com igual pertinência colocar aqui a palavra treinador) é posto à prova a cada momento. No futebol não existem amortecedores ou paliativos para a incompetência que pode ser passageira, fruto de flutuações de forma ou de problemas de saúde física ou mental, mas que é questionada dia-a-dia por juízes inclementes que propugnam com ligeireza sempre novas soluções. O jogador, ou seja, o homem com personalidade e carácter, aceita as regras do jogo e luta pelo seu lugar ao sol que é muitas das vezes fugidio como a areia entre os dedos; o ser pusilânime vinga ou numa lógica de sabujice ou numa atitude de demissão, tentando explorar ao máximo a lógica mercantil do sistema. Várias vezes ouvi da boca de muitos jogadores, em tom sério e denunciador, que no futebol só existem dois momentos bons – o fim do mês e os banhos e massagens.
Embora, esporadicamente se manifeste como um espaço de humanismo e solidariedade, usualmente o futebol caracteriza-se por um ambiente de luta, com predadores e presas e uma lógica de superação alicerçada em pressupostos darwinistas.
O futebol, tal como o trabalho na fábrica ou empresa, é subsidiário da repetição e rotina. Desenvolve-se em ciclos pré-estabelecidos, monótonos, que determinam rotinas diárias quase sempre repetitivas o que origina por vezes situações de saturação e comportamentos senão desviantes pelo menos deslocados ou desregrados. Desenvolvem-se automatismos de acção que privilegiam o adestramento tout court em detrimento da acção consciente. A rotina dificulta a reflexão inteligente, ou seja, a procura do domínio do envolvimento em estratégias de acção e movimento dirigidas a objectivos claros. Repete-se metronomicamente o que cria bloqueios à criatividade. Como existe um perigo latente na criatividade não conseguida, o futebol, cada vez mais, se resume a estereótipos motores que relevam pouco da liberdade de acção e pensamento. Depois, existe a acção do treinador que se constitui muitas vezes como factor condicionador da liberdade de ação do jogador. O futebol atual desenvolve autómatos diligentes que muitas vezes agem, não em função da alteridade do envolvimento, mas em reflexos condicionados ao estímulo constante do treinador. O berro ensurdecedor exterior substitui muitas vezes a análise pessoal do jogador, coarctando-lhe a liberdade e consciência de acção.
Jogo como dimensão e vivência de liberdade não existe mais no futebol mercantil. Ainda subsiste em momentos de espontaneidade juvenil ou em nichos despreocupados de jogadores de ocasião, mas não no futebol-instituição regido pelas federações em todo o mundo.
A importância social do futebol é inquestionável. Seja como profissão séria, seja como momento lúdico e de liberdade, o futebol é o fenómeno multitudinário mais importante da actualidade. Seja como indústria seja como momento de evasão e sonho o futebol assumiu um papel único que chega a ultrapassar a dinâmica das próprias religiões.
O futebol transformou-se numa religião com os seus “santos” e “pecadores”.
O céu e o inferno recriados no seio do futebol. Igreja ou arena? Religião ou ópio do povo? Um pouco de tudo isso, pois, numa época terminal para as ideologias e num momento em que a fé nos dogmas religisosos vai perdendo força catártica e mobilizadora, o futebol para muitos, e um pouco por todo o mundo, alimenta o espírito das emoções que dão um pouco de sal e sentido à vida. É uma suave alienação assumida na sua devida dimensão sociológica. Simples mundo de arte construindo momentos de sonho e evasão.
Rejeitamos a perspectiva que muitos ideólogos ou pensadores marxistas serôdios propugnam. O futebol é um fenómeno alienante, e ainda bem que o é. Só os pensadores ingénuos pensam que o essencial da luta de classes é alienado pela coisa futebolística. O homem actual está desperto para o essencial da sua vida. O futebol é assumido como evasão. Hoje, como sempre, nunca a luta na fábrica ou empresa foi anulada pela fruição lúdica do futebol.
O futebol não aliena o espectador da sua luta social. Talvez até contribua para o reforço do empenhamento do homem explorado na sua luta pela dignidade profissional e social. O futebol vive assim com a força do paradoxo que o consubstancia. Momento de ócio libertador/alienador para quem o aprecia externamente, negócio sério e exclusivo para que o vive como profissional.
Qualquer agente integrado no mundo imenso do futebol relega a dimensão lúdica e espectacular para segundo plano. O que interessa é ganhar. Por vezes a qualquer custo, mesmo por sobre as regras da conduta normal e pondo muitas vezes em jogo acções sub-reptícias concretizadas em pressões e influências que podem desvirtuar a denominada e eufemística “verdade desportiva”. Para esses o futebol não é desporto – é guerra com espiões, traidores, heróis e eunucos.
O mundo do futebol vive repleto de excessos. Excesso na importância antecipada do resultado, excesso na tentativa frustre de minimizar esse mesmo resultado quando é negativo. Quando tal acontece, tenta-se encontrar sempre uma justificação exterior às responsabilidades internas ou pessoais. Todos tentam aligeirar a carga da derrota, e são raríssimos os que assumem a sua quota parte de responsabilidade. Treinei e orientei mal a equipa, preparei-a mal fisicamente, não dei o suporte psicológico necessário aos jogadores, não paguei a tempo o que se reflectiu em stresse acrescentado nos jogadores, e outras frases da mesma dimensão nunca foram ouvidas no futebol. A culpa é de todos menos minha. E ouvem-se desculpas tão esfarrapadas como a relva estava demasiado crescida e prendia a bola, a relva estava muito curta e acelerava a bola, a bola estava muito cheia ou vazia, a comida caiu-me mal ou puseram qualquer coisa na sopa que me deu sonolência, os jogadores são maus profissionais e não cuidam do “treino invisível”, os dirigentes não souberam “falar” ao árbitro, etc, enfim uma série de subterfúgios que tentam esconder a inoperância global ou pessoal nos resultados negativos.
A análise fria e racional dos comportamentos e resultados pressupõe uma formação sólida que ultrapasse o imediatismo das situações. Necessita-se de uma atitude científica que erradique certezas e privilegie sempre soluções inovadoras e adaptadas a cada momento e situação. Inteligência em acção é a solução e o futuro do futebol. Mas isso, que se começa a vislumbrar aqui e ali, pressupõe a coragem do treinador em se apagar em detrimento do jogador lúcido e autónomo. Meter a ciência na arte para ser mais arte ainda.
A ciência foi entrando paulatinamente no seio do futebol. Entrada difícil, pois, muita ciência deixa pouco espaço de manobra para os charlatães da arte. Num mundo que eleva o irracional ao estatuto de metodologia é difícil a razão e a ciência entrar de forma radicalmente transformadora. Quando cheguei ao futebol português a metodologia científica de treino era assunto esotérico que se estudava na universidade, mas sem aplicação prática no terreno. Com a entrada dos denominados “preparadores físicos” tentou-se dar um cunho de profundidade científica ao trabalho no futebol, mas a intervenção reduzida desses profissionais entroncava na sua incapacidade de alterar mentalidades, estando-lhes adjudicada uma parte importante, mas não fundamental, do treino – a preparação inespecífica e o aquecimento.
Este delimitar de espaços de intervenção prendeu-se com a necessidade corporativa de defender a classe de treinadores da intervenção metodologicamente mais apurada dos agentes com formação superior no campo do treino desportivo.
Tentou-se assim encontrar um ponto de equilíbrio entre a ciência do “preparador físico” e a arte do treinador. A dicotomia funcionou e funciona ainda, penso, como patamar intermédio até à emergência do treinador com formação científica completa que se constituirá como administrador de um corpo plural operativo formado pelas equipas técnicas, médicas e administrativa. Aí o treino será um todo integrado e não o somatório de partes avulsas que relevam da especificidade técnica de cada agente interventor.
A dimensão aleatória do futebol é imensa. Daí resulta uma carga de incerteza que inviabiliza a penetração natural da lógica científica. Faz-se tudo correcto respeitando os ditames da dinâmica (interna e externa, biológica e psicológica) da carga e perde-se o jogo, e logo se abre espaço para a reflexão transcendental e cabalística. O resultado é o carrasco da ciência. Se o médico não salva o doente entra o curandeiro com a suas mezinhas e fumigações. Sai o doutor entra o místico. Sai a ciência entra a cabala. É fácil passar do campo das leis físicas e bioquímicas para os dogmas do imprescrutável. Quando as coisas falham no plano das estruturações metodológicas, rápido se assume a dependência do obscuro, seja no ritual cabalístico seja na recorrência à potenciação anómala. O futebol, tal como outras actividades humanas, é permeável às manobras de potenciação química. Ninguém pense que o futebol, imerso numa sociedade que se droga, poderia ser um espaço quimicamente asséptico e eticamente puro. A droga sempre campeou no futebol e somente as práticas persecutórias desmobilizam a sua utilização. Tem sido uma luta de gato-rato entre a tendência usual para a dopagem e os esforços de controlo. Luta difícil, pois os organismos estatais foram (serão ainda?) permeáveis à corrupção. Antigamente os jogos que eram sorteados para o controlo sabiam-se com antecedência por fugas de informação bem pagas.
Para mim foi difícil conviver com a droga e os jogos de bastiador. Muitas vezes me senti perdido no esforço de me localizar em função dos meus valores. Não saí e continuei. Hoje penso que fiz bem, pois o meu esforço quotidiano de persuasão bem como a eficácia da minha intervenção na melhoria da condição física dos jogadores permitiram, pelo menos a muitos jogadores jovens, passar ao lado desse flagelo do desporto. Nunca assumi critérios éticos para condenar a utilização de drogas, mas única e simplesmente critérios de saúde e de rendimento futuro. Estive e estou sempre ao lado dos jogadores porque eles são a razão de ser do futebol. Um dia inquirindo um jogador com a melhor condição física de todo o plantel da razão porque tomava anfetaminas, retorquiu: “Eu sei professor que não preciso disto para correr, mas sim porque me faz perder o medo”.
O futebol é um meio privilegiado para criar valores, e cria-os em catadupas, mas poucos se aproveitam em termos de relevância social humanística. Embora teoricamente se afirme como meio de educação o futebol deseduca e faz, de forma recorrente, apelo aos sentimentos humanos mais hipotalâmicos, ou seja, aos instintos básicos da espécie não tocados pela capa efémera da cultura. A análise fria e racional no futebol só existe na mente de alguns comentadores sérios que fazem disso profissão. O usual são as análises inflamadas ou pelo fogo catártico das paixões dos apaniguados ou com a força de alguns interesses corporativos que estão sempre à procura da agulha no palheiro (se, de vez em quando, não se incendeia o futebol com as chamas de um qualquer processo disjuntor a indústria fenece). A dissensão é a alma do futebol. É privilegiada, de tempos a tempos, pelos corifeus da indústria, como ritual purificador que permite alimentar quer a força apelativa do grupo quer a manutenção e sobrevivência de alguns mass media.
Isto pressupõe que o mundo idílico que transpira para a sociedade está longe de corresponder à realidade. A pressão sobre os jogadores e principalmente sobre os treinadores é terrível. Cada semana a espada de Dâmocles balança ameaçadora sobre a cabeça dos treinadores. Num meio que considera o futebol não um jogo com a sua dimensão aleatória, mas uma indústria ou actividade comercial e financeira, o êxito é sacralizado e imposto como imperativo funcional. Tudo gira à volta do êxito. Mesmo os sócios mais cultos e cientes da aleatoriedade do desporto exigem reparação para o insulto do inêxito, e sem cuidar de análises mais profundas que poderiam fazer emergir a génese da insuficiência, afinam pelo diapasão dos apaniguados mais fanatizados e toca a fazer purgas punitivas sobre os principais responsáveis da desgraça – os treinadores. Estes também contribuem para a perpetuação duma atitude de subordinação à roda da sorte. Prometem, ab initio, mundos e fundos, sem sentido das responsabilidades e somente exprimindo o que a turba multa deseja ouvir. Depois, bem ... é o desânimo estampado na face, a assunção de papeis ridículos na procura de uma tábua de salvação e, em última instância, a procura dum palco providencial para afirmar a sua inocência – os mass media. São poucos os que têm coragem de afirmar que a derrota é nem mais nem menos que um dos resultados possíveis das contendas desportivas e que assumem, como princípio regulador do sistema, o seu papel de vítimas principais.
Cada campeonato começa com um capital de confiança a gerir por cada treinador. Cada derrota reduz esse capital até ao ponto da bancarrota. Uns clubes dão mais capital inicial aos treinadores que outros, o que muitas vezes não tem a ver com a dimensão da confiança que se vai paulatinamente perdendo, mas com a dimensão dos contratos estabelecidos que inviabilizam novas soluções por impossibilidades financeiras. Tirando raras excepções que nos vêm da Grã-Bretanha, e o caso particular do F. C. Infesta (onde o treinador Mata permaneceu incólume durante muitos anos), todo o treinador, mais tarde ou mais cedo, tem o espectro do despedimento a manchar-lhe o currículo. E isso, por mais êxitos que tenha tido, pois no futebol o instante é vivido com intensidade, mas rapidamente perde força e procura-se novos instantes que deem sentido aos anteriores. O futebol é o mundo da impaciência, e, da mesma forma que se não chora sobre leite derramado também não se valorizam os êxitos para além dum tempo normal de fruição que muitas vezes não ultrapassa um par de meses.
A minha vida no futebol ficou sempre tocada pela dicotomia que o caracteriza. Muitas vezes me encontrei a perguntar: Qual a dimensão real do futebol?
Talvez aquela que é visada promocionalmente pelas grandes multinacionais de artigos desportivos, talvez aquela que é perseguida tenazmente por todos os mass media sempre na brecha para desvendar segredos e acicatar dissensão, talvez aquela que promete contratos milionários aos artistas do jogo e depois não lhe paga (onerando recorrentemente os responsáveis vindouros), talvez aquela da batota química que faz ir mais longe o pulmão, mais rápida a perna, mais célere o raciocínio, talvez aquela dos empresários que umas vezes funcionam como sanguessugas impiedosas outras como juízes reguladores do poder antes discricionário dos clubes, talvez aquela de multidões alienadas em paroxismos de violência, talvez aquela que é guardada por cães raivosos espreitando os cães raivosos que assistem ao jogo com a bile a escorrer-lhes dos maus fígados, talvez aquela que promove catarses alienadas para vidas alienadas, talvez aquela dos seres pusilânimes e videirinhos, entre os quais muitos políticos, que gravitam o espectáculo à espera que a entrada nessa órbitra os catapulte para os céus do poder ou lhes dê mais poder, etc.
Mas existe uma dimensão outra, a que vale. A que dá migalhas de sonho e alegria mesmo quando o céu está manchado de sangue e ódio. Esse é o futebol genésico, futebol-libertador, futebol-festa, futebol-convivialidade, futebol-gratuito, futebol-desporto, futebol-alegria, futebol-vida. Aí, o homem, qualquer que seja a sua condição, encontra-se a si próprio encontrando o outro. Descobre-se, descobrindo o outro. Potencia a sua auto-estima, respeitando o outro. Aí, o sortilégio deste inigualável fenómeno multitudinário assume a sua mais profunda expressão lúdica, criando não um mundo virtual, mas um mundo real, tangível, de elevação interior – o mundo do sonho que permite esquecer tudo, morte, fome e desespero. O futebol substitui-se então à religião porque é ele próprio uma religião. Não uma religião de dogmas e fanatismos, de guerras e sectarismos, mas uma religião de encontro e elevação numa suprema expressão transcendental.
De um artigo de Jefffrey Fleishman no Los Angeles Times retirei e acrescentei a seguinte reflexão.
Baghdad. Ano de 2003 no calendário cristão. Nawar Jawad que ganha 1 dólar por dia numa fábrica de lanifícios, em fintas rápidas de corpo que levantam uma nuvem de pó do campo em terra semeado de pequenas pedras, isola-se frente à baliza e marca um golo. Os seus colegas correm a abraçá-lo enquanto os rapazes que assistem batem palmas e as raparigas dançam. Por momentos toda a violência, toda a incerteza, esfumam-se como por milagre e o gesto perfeito transforma-o num homem novo.
Nesta nação dilacerada, em cada canto do país, os campos de futebol ganham de novo vida. Muitas balizas não têm redes, muitas equipas não têm equipamentos, alguns jogam em sandálias ou descalços, os lances misturam risos e sangue (este, sangue desportivo das quedas e choques), e no final, com o escurecer, todos regressam a casa iluminando de novo os medos das noites de terror.
Isto é o futebol e vida no Iraque. Medo e alegria. Novas perspectivas ensombradas em novos medos. Mas hoje o futebol está vivo e dá nova vida ao Iraque. Sadam Hussein regia o país de forma ditatorial, controlando todas as facetas da vida social, forçando o alistamento compulsivo dos jovens nas forças armadas ou noutras funções estatais. Hoje, malgrado as dificuldades, os jovens têm mais tempo livre para si e ocupam-no fazendo aquilo que mais gostam – jogar futebol.
Uday Hussein, filho do ditador, dominava de forma brutal o desporto iraquiano. Os jogadores da equipa olímpica iraquiana de futebol chegaram a ser presos e torturados por causa dos maus resultados, e os melhores jogadores, porque lhes faltava convicção ou ligações políticas, era-lhes sonegada a possibilidade de participação ao mais elevado nível.
Sem Uday, o futebol ganhou novo alento, mais organizado ou menos organizado, os campeonatos começaram mexendo o país de norte a sul. Alguns campos ainda apresentam sinais da guerra, mas nada impede os jovens depois dos exercícios de strechting, beberem um pouco de água e dar início ao jogo. Os veículos militares passam na estrada, ouve-se ao longe os barulhos de um casamento, mas o jogo Youth of Independence-Abas Union começa, não sem antes os mais jovens limparem o campo de lixo, plásticos, papeis, pedras e excrementos de ovelhas. Mais tarde, do minarete ouve-se a chamada para a oração, mas o jogo não pára. Sinais dos tempos e do direito inalienável de cada um a si e ao seu tempo. Talvez o futebol seja uma factor importantíssimo para a secularização duma sociedade aferrada a tradições que ligam o poder político ao poder religioso. Talvez o futebol contribua para a democratização da sociedade iraquiana pois sobrevoa credos, raças e condições sociais. O futebol é um extraordinário nivelador social, pois todos nele encontram o seu espaço de afirmação. A lógica hierárquica assenta na valorização da excelência performativa, daí nada mais democrático que o futebol. Se no tempo de Sadam Hussein a selecção dos melhores era feita tendo em conta a coloração política hoje o caminho está aberto para o futebol funcionar na sua essência, ou seja, procurar sempre os melhores intérpretes do jogo.
O jogo entre o Youth e o Abas terminou. Ganhou a juventude. Bom presságio. Sinal que o futuro espera este país. O sol põe-se no horizonte e um jogador sobraça a bola toda arranhada com um carinho especial por esse brinquedo que lhe permitiu o sonho e a evasão. Por sobre as ruínas da guerra o futebol é mais um motivo de esperança.
Seoul, 4 de novembro de 2003"

Vitória inédita, apuramento garantido


"Pela primeira vez, vencemos uma partida de basquetebol na Rússia (89-92), um feito que fica na nossa história na modalidade e assegurou, à penúltima jornada, a liderança do grupo C da FIBA Europe Cup e o subsequente apuramento para a fase de grupos seguinte.
Como nos Países Baixos, frente ao Heroes Den Bosch no jogo anterior, a nossa equipa soube, desta vez com o Parma Parimatch, resistir à entrada mais forte do adversário, nunca esmorecendo e sempre persistindo na busca de um resultado positivo. Ambas as partidas terminaram empatadas, exigindo a realização de prolongamento, e nesses momentos decisivos, na condição de visitante, fomos mais fortes e imunes ao ambiente e à pressão.
O técnico Norberto Alves manifestou orgulho pelo trabalho desenvolvido pela equipa e toda a estrutura e considerou que "foi um jogo que reflete o espírito da nossa equipa, que num ambiente difícil e depois de uma longa viagem, conseguiu bater uma equipa de um dos melhores campeonatos da Europa, que é o campeonato russo. O Benfica nunca baixou os braços, conseguiu, e agora é seguir em frente".
Seguir em frente nesta competição europeia é perspetivar já, apesar de haver ainda uma jornada por disputar no grupo C, a fase seguinte. Fruto do primeiro lugar alcançado, já sabemos que integraremos o grupo K, em que mediremos forças com o primeiro classificado do grupo F (Sporting) e os segundos classificados dos grupos B (Hapoel Eilat, de Israel, Kyiv-Basket, Trefl Sopot, da Polónia, ou Rilski Sportist, da Bulgária) e H (FC Porto, Oradea, da Roménia ou Szolnok, da Hungria).
Arrumado este jogo, importa agora perscrutar a agenda desportiva benfiquista e perceber onde e quando poderemos apoiar o nosso Benfica.
No andebol há dérbi na Luz com o Sporting, sábado às 16h00. Ambos estão invictos e ocupam, com o FC Porto, a liderança do Campeonato. Vencer é o objetivo e cabe-nos a nós, Benfiquistas, marcarmos presença no pavilhão e ajudarmos a nossa equipa a conquistar os três pontos.
No basquetebol teremos a deslocação à Póvoa de Varzim para defrontar o CD Póvoa (domingo, 16h00). No futsal seremos anfitriões do CR Candoso (sábado, 18h00). E, no voleibol, temos jornada dupla: Esmoriz-Benfica (sábado, 16h00) e AA São Mamede-Benfica (domingo, 15h00).
Quanto às equipas femininas, no futebol haverá jogo no Estoril (sábado, 11h00). No andebol, às 17h00 do mesmo dia, partida em Porto Salvo. No futsal, receção ao Feijó (sábado, 14h00). No hóquei, dérbi em Alvalade (domingo, 18h00). E, no voleibol, visita à Luz do Castêlo da Maia (domingo, 16h00).
Temos assim muito Benfica para apoiar, fazendo votos para que vençamos todos os jogos.
Vamos, Benfica!"

Talento, finalmente à solta

Benfica Podcast #424 - Curling past Braga

Grandes...!!!

Parma 89 - 92 Benfica
24-15, 18-22, 17-21, 19-20, 11-14

Mais uma vitória na raça! Uma quase cópia do jogo na República Chega, desta vez, contra um adversário ainda mais forte! Um adversário que joga numa das melhores Ligas Europeias, com jogadores que provavelmente ganham tanto, como o plantel inteiro do Benfica!!! E se na Luz, a 'desculpa' terá sido a longa viagem até Lisboa, agora, fomos nós a viajar... com três ligações aéreas para chegar ao destino!!!!
Estamos na 2.ª fase da Europe Cup, nos 16 melhores... e mesmo perdendo na última jornada, ficamos em 1.º lugar!
Não foi um jogo perfeito, longe disso, forçamos demasiadas vezes os Triplos, voltámos a ter uma miserável percentagem nos Lances Livres (54% - 13/24)... mas na recta final, voltámos a ser letais, com destaque para o Broussard e o Barbosa, que não falharam nos momentos mais importantes... e o Hallman que fez o que parecia impossível: marcou os Lances Livres no final!!!
Duas notas mais:
- contra uma equipa mais alta e mais pesada, ganhámos a luta nos ressaltos (32-42)!
- mais uma arbitragem inacreditável, várias decisões ridículas, em momentos importantes! Hoje, jogámos o prolongamento sem o Betinho e o Munnings e o Makram também foi excluído!

Muito sinceramente, com o regresso do Clifford e com o Farr a jogar a este nível, acredito nas nossas potencialidades... e com o Broussard a jogar como 1.º base! Analisando à distância, os outros grupos, não haverá muitos adversários deste nível, portanto... 

Extraordinário!


"O Benfica volta a ser protagonista de mais um feito do voleibol português!
A qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões, na qual figuram os 20 clubes do topo da modalidade na Europa, significa o cumprimento de um dos objetivos a que a nossa equipa se propôs no início da temporada e o estabelecimento de novo propósito que passa pela melhor prestação possível na alta roda do voleibol europeu.
O cenário não era o mais favorável. Na primeira mão perdêramos, na Luz, por 2-3, obrigando a um triunfo na deslocação à República Checa frente ao Cez Karlovarsko, uma equipa recheada de internacionais de países com tradição na modalidade e experiente na prova.
A raça indómita, o querer inquebrantável e a ambição insuperável da nossa equipa de voleibol levaram-nos a acreditar que a árdua tarefa de regressar à fase de grupos da Liga dos Campeões, embora muito exigente, seria transponível, e ela, com essas características mais a competência e a perseverança habituais, entrou na quadra determinada a carimbar uma passagem rara por parte de um clube português (o Benfica conseguiu-o em 2019/20, antes há que recuar a 2008/09 para encontrar uma participação portuguesa, então a primeira, do Vitória de Guimarães).
Nem sequer a derrota no primeiro set perturbou e desviou a nossa equipa de um caminho que todos nós, imbuídos de fé benfiquista, lhe augurávamos estar traçado. Fomos brilhantes, vencemos, por 1-3, e o desafio é, agora, persistirmos em honrar a nossa camisola e o nosso emblema ante os melhores adversários possíveis na Europa.
O técnico Marcel Matz manifestou toda a sua alegria pelo apuramento e lançou já os desafios vindouros na prova: "Foi uma eliminatória extremamente difícil, como se previa, frente a um adversário muito bom. Estou extremamente satisfeito, a equipa é incrível e rende muito. Estamos neste processo ambicioso, sabemos que a Champions é uma competição dura, vamos continuar a evoluir com toda a certeza, enfrentar os melhores e colher os frutos disso. Obrigado a todos os que nos apoiam."
O emparelhamento para a fase de grupos já está definido e teremos os seguintes adversários: Berlin Recycling Volleys (presente nos quartos-de-final da prova na temporada passada), Vojvodina NS Seme NOVI SAD (que nos derrotou na final da CEV Challenge Cup em 2014/15) e Zenit Saint Petersburg (vencedor da CEV Cup em 2020/21).
Uma palavra também para a nossa equipa feminina de futebol, que ontem disputou, no Benfica Campus, com o BK Häcken, a partida referente à 3.ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões.
O resultado, 0-1, foi aquém das nossas pretensões, mas há que valorizar o adversário, proveniente de um país com forte tradição no futebol feminino, a Suécia, e habituado a embates desta envergadura.
E há, também, que reconhecer, sem qualquer favor, que as incidências do jogo foram madrastas para a nossa equipa. A toada equilibrada ao longo dos 90 minutos poderia fazer a balança pender para qualquer dos lados. Com um pouco de sorte, a bola rematada ao poste por Kika Nazareth ter-nos-ia colocado em vantagem, além de que o golo da equipa sueca surgiu, depois, num lance de grande penalidade que, no mínimo dos mínimos, suscita muitas dúvidas.
O Benfica é o primeiro clube português a fazer-se representar entre os 16 melhores da Europa. Está ainda, no entanto, a dar passos iniciais num projeto que, indubitavelmente, veio para ficar, no qual se nota o crescente entusiasmo e interesse dos benfiquistas em particular e dos amantes de futebol e desporto em geral. Com mais experiência e adaptação à intensidade de jogos deste calibre, os resultados surgirão naturalmente.
Nota final para o desempenho das restantes equipas benfiquistas em ação, ontem: no futsal, Torreense-Benfica, 0-3; e, no hóquei em patins (feminino), Benfica-APAC Tojal, 20-1."

O Cantinho Benfiquista #72 - Eficácia ao Máximo