Últimas indefectivações

sábado, 3 de setembro de 2011

Primeiro (Caneco), de muitos...!!!

Benfica 3 - 2 Sporting


Finalmente!!! Após de uma inacreditável série de derrotas com os Submissos, hoje conseguimos 'matar o borrego', e não foi nada fácil... bolas aos postes, dois 'chouriços' gigantes (os dois golos Lagartos) e uma equipa de arbitragem que desconhece as regras (quando se dá a lei da vantagem, na próxima paragem a falta tem que ser contabilizada!!!)...

Grande estreia do Marcão (com ou sem golo!!!), muita garra, e um Diece imparável... não gostei dos ataques demasiados rápidos do Benfica, com pouca paciência, que terminavam em remates de longe (creio que foi estratégia para não perder a bola, e permitir contra-ataques, mas mesmo assim, o Benfica é capaz de melhor)...

O mal-educado treinador Lagarto no final do jogo 'calou' e 'engoliu', mas na antevisão do jogo veio exigir respeito!!! Até parece que o facto do Benfica ambicionar a vitória antes do jogo, é desrespeitoso!!! Hilariante, vindo quem vêm...!!! Obrigado ao Lagarto-mor pela sua presença no Pavilhão, assim sabe melhor!!!


O César Paulo hoje não jogou devido a lesão, o Dentinho também não foi utilizado (ainda em fase de adaptação ou lesão?), e o Joel jogou bastante condicionado. Um dos grande problemas do Benfica o ano passado foi a concretização, o Joel mesmo ao 'pé coxinho' marcou quase metade dos golos da equipa. Por tudo isto, é muito preocupante o arrastar dos problemas fisícos do Joel, creio que a lesão é uma pubalgia, de tratamento muito difícil, pode inclusive impedir por tempo indeterminado o regresso do Joel ao seu nível 'normal'!!! É importante 'definir' este problema rapidamente, o Benfica não pode continuar navegar ao sabor das lesões. No Futsal as grandes decisões acontecem só no final da época, portanto existe tempo, é obrigatório o Benfica ter todos os seus jogadores no máximo das suas capacidades no Play-off...




PS: Aquilo que hoje se passou no Seixal foi escabroso!!! Num jogo de Juniores um aspirante a Olarápio, não marcou 3 penalty's a favor do Benfica, pelo menos dois fora-de-jogos 'criminosos', mas mais importante permitiu actos de violência repetida por parte dos jogadores do Sporting!!! Isto com o 'banco' Lagarto muitas vezes dentro do campo, deviam estar a 'pastar'... Não vi o jogo todo, 'saltei' com o Futsal, mas quando descobri que o 'senhor' Sá Pinto estava no banco Lagarto as coisas começaram a fazer sentido!!! Inacreditável a série de 3 faltas consecutivas, junto da área do Benfica, que deu a vitória às Osgas, parecia que o jogo só terminaria quando a bola entrasse na baliza...!!! Não se esqueçam do nome do animal: Rui Rodrigues!!! Dentro de pouco tempo vai estar na primeira categoria, com o apito na boca!!!

Grande exibição!

"1. Grande exibição na Liga dos Campeões. Só faltaram os golos na 1.ª parte. Ao intervalo, os jogadores não devem ter ido a Jesus (que nada tinha para lhes dizer, tão perfeita estava a ser a exibição), mas foram, certamente, à 'bruxa'. E os golos apareceram, finalmente. Há que continuar assim...

2. Na véspera do jogo com o Barcelona, o presidente do FC Porto veio criticar os elementos do Benfica e do Sporting (curiosamente não citou os do seu clube...) que comparecem nos programas televisivos, apelidando-os de 'incendiários', que criam 'um clima insustentável aos próprios árbitros', que segundo ele, Pinto da Costa, 'têm sido uns heróis'. Não há dúvida: ele não tem ponta de moral para falar em árbitros, mas continua a ser muito amigo de alguns...

3. Há quem tenha ficado muito ofendido com a 'greve' dos árbitros aos jogos do Sporting e tenha vindo a público acusá-los de não terem tomado qualquer posição face às críticas que receberam noutras alturas. E citaram as críticas que o Benfica fez à arbitragem na fase inicial do Campeonato de há um ano (críticas, aliás, justas mas que terão pecado por terem sido mal dirigidas). Acontece que o grave (quanto a mim) não são as críticas pós-jogos (que o Sporting fez, e bem, face à arbitragem de Carlos Xistra) mas as pressões pré-jogos (que o Sporting fez, e mal, relativamente ao árbitro João Ferreira, directamente e/ou através de jornalistas amigos). E foram essa que os clubes, em Assembleia da Liga, pretenderam castigar. E que o Sporting, que votou a favor, rapidamente esqueceu...

4. O presidente da UEFA, Michel Platini, comparou, em entrevista a 'O Jogo', o FC Porto ao Fenerbahce, que acaba de ser afastado da Liga Europa por manipulação de resultados no campeonato turco. Logo se levantou por cá um coro de protestos. Ter-se-ão esquecido do que fizeram os responsáveis do clube ao longo de anos e anos? Esqueceram-se que o FC Porto só não foi afastado das competições europeias porque os regulamentos são posteriores aos actos provados? Platini não o esquece... e bem!

5. Força Ricardo Gomes, inesquecível defesa que luta contra a morte, no Brasil!"


Arons de Carvalho, in O Benfica

O desertor

"A Federação Portuguesa de Futebol não é um quartel. Felizmente. É por isso que o rancho dos jogadores da Selecção Nacional é melhorado, que as casernas têm vista para o mar, a alvorada é tão tardia e a formatura só acontece nos dias de jogos para ouvir e cantar (aqueles que sabem a letra) A Portuguesa.

Se a Federação fosse um quartel, o dr. Madaíl teria de aparecer mais vezes na parada. Ao menos, para receber e retribuir continência, antes de se fazer recolher ao escritório para a contagem de espingardas para as próximas eleições nacionais.

Não sendo a FPF um quartel, apesar do batalhão de gente que carrega, nunca o futebol, de todo, deverá ser uma guerra. É verdade que há muitas minas e armadilhas, golos feitos de tiros à queima roupa, petardos e bombas, conquistas e glórias nacionais e isso, julgo eu, vai confundido muita gente, desde a que de futebol muito fala e nada entende, até, mesmo, a gente que vive no meio e que de tão rodeada de árvores, nem se apercebe da floresta.

Estou em crer que foi o que sucedeu a Paulo Bento, quando não encontrou melhor forma de classificar o acto - reprovável, é certo - de Ricardo Carvalho, considerando-o um desertor.

Bento sempre poderá dizer que as suas palavras levavam aspas, ou películas, como se vai por aí ouvindo dizer no nacional facilitismo, e que não deviam ser entendidas à letra. Não se sabe o que verdadeiramente ia na cabeça do homem que dirige, tecnicamente, a Selecção Nacional de futebol, mas não me custa admitir que tenha assumido, à sua maneira directa e frontal, a natureza de uma relação entre o tempo de guerra do país e o tempo de um jogo de futebol importante para o país. E, se assim foi, há que dizê-lo com toda a naturalidade, Paulo Bento foi excessivo. Além de cruel.

Até porque nos parece muito difícil de entender que Ricardo Carvalho tenha, assim, ensandecido sem aviso prévio. É muito provável que o homem, no crepúsculo da sua vida profissional, tivesse precisado de alguém com mais sensibilidade do que Paulo Bento, com tempo e paciência para lhe ouvir tristezas e amarguras. Nestas ocasiões, é certo e sabido que nem sempre o treinador, que tem de decidir -como dizia o Carlos Pinhão - com um coração cheio de pêlos, é a melhor criatura para percrustar os insondáveis e complexos segredos da alma que se sentem injustiçados.

O comportamento de Ricardo Carvalho não merece desculpa à luz da rigidez de uma disciplina de caserna, a mesma que atribui a um acto de criticável irresponsabilidade a qualificação de deserção. Não me parece menos excessivo do que o próprio acto do prevaricador e é bom que as pessoas, estejam no futebol ou na ONU, se habituem à importância que deve ser dada à porporcionalidade.

O comportamento de Ricardo Carvalho foi, concerteza, inaceitável e merece óbvia punição, mas com todo o respeito que tenho por Paulo Bento, a verdade é que não compete as seleccionador nacional, nem a acusação, nem a sentença. Se a Federação Portuguesa de Futebol não fosse o que, de facto, é, ou não fosse aquilo em que se transformou - uma corporação indigente - já teria, como devia, tomado em mãos as rédeas do cavalo que só o seleccionar fez questão de montar.

É preciso saber mais. Os actos e as consequências são do domínio público, mas não se conhecem as causas. Será pedir de mais que se abra um inquérito, se oiçam quem se deve ouvir e se chegue a conclusões? Admito que sim. Em Portugal, é pedir de mais."


Vítor Serpa, in A Bola