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quarta-feira, 16 de abril de 2025

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Benfica 4 - 1 Estoril


Goleada, confirmando as melhorias nesta 2.ª volta... Marcámos dois golos cedo, e aos 21' um jogador do Estoril foi expulso... e o jogo ficou decidido!
Subimos ao 3.º lugar, mas na última jornada temos o confronto com os Campeões de Torres Vedras...
Recordo que ainda falta disputar a Taça Revelação, e a classificação final decidirá o emparelhamento, onde até este Estoril poderá ser o nosso adversário na 1.ª ronda!

Lendários: Micolli...

Fever Pitch - Domingo Desportivo - Ateus!

Falar Benfica #203

Terceiro Anel: Bola ao Centro #128 - Um banho de realidade e de gatunismo!

Com a VARdade nos enganam


"Longe vão os tempos em que o VAR era tido por muitos como uma refrescante novidade, talvez a fundamental mudança necessária a um futebol envolto em desconfiança. Os anos passaram e o VAR — ideia esplendorosa se mantida no campo teórico em que devia ter permanecido — conseguiu o desfecho mais provável: acrescentou uma camada de suspeição a um processo já de si pouco fiável. Tudo somado, o VAR deu-nos mais ângulos de câmara para constatarmos que tudo ficou essencialmente na mesma.
A tecnologia tem destas coisas. Compraram o hardware com pompa e circunstância, mas esqueceram-se de atualizar o software da arbitragem para incluir competência, transparência ou um critério de decisão que desarmasse qualquer dúvida e descansasse a maioria dos adeptos. Se o leitor chega a esta passagem do texto convicto da utilidade do VAR tal como o conhecemos, isso é aquilo a que a arbitragem chama um lance de interpretação, com a diferença de que neste caso não teremos de aguardar 10 minutos enquanto alguém procura forma de justificar uma decisão errada.
Por lance de interpretação entenda-se um recurso linguístico utilizado para explicar aos plebeus (nós) que aquilo que estamos a ver não possui características objetivas. Como tal, o lance pode levar a conclusões diametralmente opostas segundo as quais aquilo que para mim é amarelo poderá ser cinzento aos olhos de outra pessoa. Para alguns é a magia do futebol. Eu vejo nisso uma morte lenta.
Acontece por vezes que alguns lances de interpretação são de tal forma flagrantes que toda a gente concorda que uma coisa amarela não pode mesmo ser cinzenta, ou que várias coisas amarelas não são definitivamente cinzentas, nem mesmo quando alguns dos que ajuizam são cinzentos desde pequeninos. É extraordinário e aconteceu este fim de semana na liga portuguesa, com uma sequência de decisões erradas que poderão determinar o vencedor de um troféu que garante uma premiação direta, por via da Liga dos Campeões, na ordem das dezenas de milhões de euros, e uma valorização dos ativos envolvidos nessa conquista, cujo impacto pode salvar ou destruir uma política desportiva e os seus responsáveis. Coisa pouca.
A successão de decisões inexplicáveis deste fim de semana acontece, por improvável coincidência, depois de uma mão cheia de outras que bafejaram a mesma equipa presa por pontas e contribuíram de forma decisiva para que, à data em que escrevo este texto, a poucas semanas do fim da época, essa equipa continue na Taça de Portugal e permaneça em primeiro lugar no campeonato. O mistério adensa-se quando notamos que tudo isto acontece depois de os responsáveis por essa equipa, nomeadamente o seu treinador e o presidente, terem utilizado os meios de comunicação ao dispor para um choro convulsivo destinado a restaurar a justiça nas decisões arbitrais, assim equilibrando a balança em seu favor.
A estratégia foi bem sucedida, tal é o rol de coincidências infelizes a que vamos assistindo. Surpreendentemente, descobrimos que o principal reforço do Sporting nesta recta final da temporada não passou os últimos meses lesionado. Afinal esteve sempre apto, à espera que o chamassem para ir a jogo.
Aqui chegados, há uma conclusão a tirar: o VAR perdeu toda e qualquer réstia de credibilidade para aquilo que falta deste campeonato ou dos próximos. É um instrumento entregue às mesmas suspeições de sempre, alicerçadas num misto de incompetência e protagonismo que se impõe ao jogo jogado. O problema irá agravar-se de forma profunda se as entidades responsáveis não fizerem um esforço profundo para a reabilitação.
E o momento para começar é agora. Desconheço se esse desígnio guia as novas lideranças da Liga e da FPF, mas aproveito os novos recomeços para sugerir uma coisa simples: instalada a mais que legítima desconfiança no VAR e em árbitros de campo que rejeitam as evidências, tornem as próximas semanais mais reputáveis. Em primeiro lugar, reconheçam em tempo útil os erros clamorosos cometidos pelos árbitros ao longo das últimas semanas. Em segundo lugar, nomeiem equipas de arbitragem estrangeiras, seguramente mais imunes às circunstâncias internas.
Se esta proposta parece extremista e uma desqualificação dos árbitros portugueses, não é porque quem escreve isto seja dado a extremismos. É porque os árbitros portugueses se colocaram nesta situação. E é por isso que as palavras oficiais do clube deveriam ter sido mais duras. É possível reconhecer que o nosso clube já foi beneficiado por decisões de arbitragem sem que nos comportemos como cadastrados que não somos. É importante que se seja mais incisivo e representativo do sentimento dos adeptos, porque são eles que representamos. É fundamental que se exija maior rigor e correção nas decisões quando estas se tornam tão escandalosamente enviesadas, se possível sem parecer que estamos a pedir por favor. Digo isto independentemente de acreditar que a direção, a equipa técnica e os jogadores farão tudo dentro de campo para nos dar a felicidade dos dois títulos em disputa até final da época.
Nisto, há quem gabe a coragem dos árbitros e apouque os atores principais. Munidos de um cinismo assinalável, tentam resumir a contenda a insuficiências do jogo jogado — esse que, já percebemos, poderá não garantir a vantagem num final previsto em photo finish. No entretanto, enquanto alguns nos tratam por tolos, deixou de ser certo para o comum adepto de futebol que as pessoas nomeadas semanalmente para apitar jogos em Portugal saibam traçar linhas paralelas à linha de cabeceira ou que tenham a objetividade e a competência necessárias para medir rigorosamente meia dúzia de centímetros de uma posição irregular que nenhum outro ser humano conseguiria descortinar. Coisa pouca.
O pressuposto do velho novo advento da tecnologia na arbitragem era o mesmo que já tinha falido no futebol português. A relação dos adeptos com uma nova forma de burocracia baseava-se na confiança, num sentido partilhado de que as decisões melhorariam com o VAR. Uma espécie de arco-íris em modo vai ficar tudo bem, só que não. Na verdade, o benefício da dúvida dado pelos adeptos foi desperdiçado de forma grosseira e o último fim de semana tornou evidente quem mais sairá beneficiado pelos erros cometidos, porque infelizmente nada se pode fazer em relação aos pontos já conquistados. Resta aceitar, mas aceitar o quê? Que a vida é mesmo assim e não podemos confiar na arbitragem, acenando resignadamente com a cabeça perante a influência direta na potencial decisão de um campeonato e respetivo acesso direto à Liga dos Campeões? Pergunto isto, porque o inverso — confiar sem reservas — pelo caminho se tornou impossível.
Não espero que a minha recomendação de árbitros estrangeiros seja bem recebida, mas aqui fica um repto cansado. Será da mais elementar prudência que, a partir daqui, com duas equipas no primeiro lugar em igualdade pontual a cinco jornadas do final, os responsáveis pela integridade das competições façam todos os possíveis para que, no final, possamos dar os parabéns à melhor equipa e à que mais tem feito para conquistar o primeiro lugar, e não à que chorou mais oportunamente. Aquilo que fizeram até agora não chega. Em rigor, dispenso ouvir o árbitro falar ao microfone enquanto insulta a minha inteligência. Fazê-lo sob um pretenso manto de coragem é, isso sim, um exercício de maquilhagem. Não nos enganem com essa verdade."

O VAR e a suspeição


"A vitória do Sporting nos Açores e o empate do Benfica na Luz fez com que durasse apenas uma semana a liderança isolada do Benfica no campeonato. Depois do jogo com o FC Porto em que a capacidade de finalização esteve irrepreensível, voltámos a ter uma performance abaixo do que seria de esperar. O Benfica criou volume de jogo ofensivo suficiente para que o resultado pudesse ser mais dilatado.
Lembro-me de Bruno Lage dizer que o campeonato seria decidido pelos resultados de 1-0 e, apesar de concordar, não sei se é pelo mesmo motivo. As vitórias pela margem mínima expõem sempre a equipa em vantagem no marcador à perda de pontos por um qualquer lance fortuito em que sofram um golo do qual depois podem não ter tempo para recuperar.
Importa portanto identificar e corrigir estes défices na finalização. O Benfica tem jogado a toda a largura do terreno, cria volume por dentro e por fora, mas quando o faz por fora, os cruzamentos são quase todos feitos sem critério e a bola acaba quase sempre nos pés ou na cabeça (ou até nas mãos) do adversário. Para além de Kökçü, mais ninguém tem conseguido ameaçar a baliza adversária na meia distância.
Ao mesmo tempo, custa perceber que o Benfica, em casa, a ganhar por 2-1 nos descontos, não consiga segurar a bola e fazer andar o relógio. O Arouca passou a pressionar alto e mais uma vez o Benfica mostrou muita dificuldade em manter a posse de bola, algo, aliás, que esteve presente durante todo o jogo. Apesar de só ter estado em vantagem durante 19 minutos do jogo – ou seja, teria de passar o resto sempre em cima do adversário para procurar a vantagem – apenas teve 56% da posse de bola. Contra o Arouca. Em casa.
Dito isto e com todas as mea culpas devidas, é difícil não falar de um dos principais protagonistas do jogo: António Nobre. Uma das razões pelas quais sempre tive reservas acerca da introdução do VAR foi porque considero que traz mais suspeição ao futebol. Antes, quando um árbitro errava, teríamos sempre de dar o benefício da dúvida. A jogada foi muito rápida, a visão estava obstruída, a decisão tem de ser tomada numa fração de segundo. Mas com VAR, qual a desculpa para os erros grosseiros como vimos esta semana nos Açores e no domingo na Luz? António Nobre conseguiu um raro consenso: o dos 7 analistas de arbitragem dos diários desportivos ao que se juntou Luís Godinho, no VAR, que considerou o erro na marcação do penalty de Otamendi suficientemente claro e grosseiro para merecer a chamada do árbitro para mudar a decisão.
António Nobre viu o que todos nós vimos e decidiu manter o erro. Tal como o VAR nos Açores viu a carga de Quaresma sobre Matheus Pereira também unanimemente considerada faltosa por todos os analistas e decidiu fechar os olhos. Por isso pergunto: com VAR, qual a desculpa para estas decisões? Nenhuma. Erram porque querem. Só falta saber porque querem errar."

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Playoffs e playin à vista: o que esperar da fase decisiva da NBA?

Jogo Pelo Jogo - S02E36 - BENFICA escorrega. SPORTING Campeão?

Zero: Ataque Rápido - S06E37 - Amigo não empata amigo

Pre-Bet Show #129 - A Liga está on Fire 🔥

ESPN - Futebol no Mundo #442 - Empates nos clássicos na Alemanha e na Itália; expulsão de Mbappé

O autocontrolo e os erros não forçados


"Depois de um jogo competente para a Taça, no regresso à Liga e a casa, o Benfica teve uma tarde desastrosa e cujas consequências só saberemos lá mais para o final de maio. Do jogo fica a ideia de dois pontos muito mal perdidos depois de 100 minutos em que mostrou ansiedade a mais e cabeça a menos, com muitos altos e baixos durante um 90 minutos que nunca conseguiu controlar. Começando bem, criando oportunidades suficientes para resolver o jogo na primeira parte, ainda que revelando sempre ansiedade no último passe ou cruzamento que não se justificava, no início da segunda deixou o Arouca acreditar, criar oportunidades de golo que Trubin salvou, e mesmo após inaugurar o marcador, que parecia ser o mais difícil, continuou a dar espaço ao Arouca, consentiu (?!) o empate e, mesmo depois de ter recuperado vantagem, não mostrou o autocontrolo necessário para estar a salvo dos erros não forçados que imperaram neste jogo e, num lance difícil de compreender, aos 95 minutos de um jogo tão importante, tentou fazer o terceiro golo quando o essencial era mesmo evitar o segundo… Este jogo, estes pontos perdidos e esta jornada podem vir a ser marcantes na decisão do campeonato e os erros não forçados poderão ter uma importância decisiva. Percebemos de forma dolorosa que nestas cinco jornadas que faltam temos de evitar esses erros não forçados para impedir que outros possam influenciar o desfecho dos nossos jogos, pelo menos dos nossos jogos, pois já se percebeu que há outros erros, esperemos que também não forçados, que não podemos evitar e que também eles são decisivos."

O 'entretenimento' que ocupa as nossas mentes


"1. Andamos entretidos. Entretidos com a bola e com a política, com a forma como lidamos com as exigências quotidianas, com as peripécias que vão acontecendo por cá e no resto do mundo. Andamos entretidos com tudo e mais alguma coisa, porque de facto estes são tempos estranhos que requerem distância da dura realidade. O entretenimento, esse é o possível.
Discutimos penáltis bem ou mal assinalados, prejuízos ou benefícios, desonestidades ou inclinações. Como sempre, os lances de futebol ocupam parte importante desse distração, porque têm efeito placebo: libertam a raiva acumulada sem recurso a medicação prescrita. São o escape perfeito para extravasar emoções e ignorar a dureza da vida. Neste universo cabe quase tudo. Cabem excessos e ofensas recorrentes, cabem insinuações e acusações constantes, cabem até ameaças privadas muito graves.
Há na bolha do futebol uma espécie de carta branca para a pequena criminalidade, para a delinquência de ocasião. Algumas vezes é potenciada por quem é infeliz nas suas funções, outras — a maioria — por opiniões e comentários enviesados ou publicações incendiárias.
Tudo é desculpado, tudo é normalizado, porque é só bola e na bola a punição ainda é uma exceção. Sem prejuízo das razões técnicas que possam assistir a quem legitimamente reinvidica mais verdade desportiva, é quase sempre na forma que perdem os fundamentos: o argumento pode fazer sentido, mas a exteriorização da mensagem nem sempre é a melhor.
E isso torna-se mais evidente por esta altura, a do aperto das contas. Quando não se consegue atingir objetivos em em dezenas de jogos, torna-se urgente apertar a malha nos poucos que faltam. É cultural, é habitual, é transversal, é mais do mesmo e, como se diz por cá, já ninguém leva a mal.

2. Esta nossa necessidade de entretenimento não é exclusiva da bola. Ultimamente já nos tínhamos entretido com perturbações à governação do país. Já nos tínhamos também entretido ao assistir ao esforço de uns para prejudicar deliberadamente o que seria o melhor para todos. Se o problema é não ter assunto para discutir, que não seja por isso. Nós tratamos.
Lá fora, a coisa tem outro nível em dimensão e malícia: milhares de inocentes (sobretudo jovens, crianças e bebés) continuam a ser assassinados barbaramente, sem que a comunidade internacional consiga fazer mais do que apenas condenar veemente. A esse propósito, não deixa de ser curioso registar a pressa com que alguns condenam ferozmente alguns desses crimes (os que ocorrem em Gaza, por exemplo), mas depois engolem bolas de silêncio quando se espera que apontem o dedo a outros cometidos noutras paragens. Pelos vistos, há inocentes de primeira e inocentes de segunda. É tramado o amarramento ideológico, não é? Retira independência, castra autonomia e anula a coerência, o que deve criar um dilema moral tremendo para quem se permite morar nesse colete de forças. Dica: não tenham medo de estar do lado certo da barricada, sobretudo quando esse é óbvio para todos. A valentia é sempre maior que a covardia.

3. Essa liberdade, a de nos expressarmos sem reservas sobre o que entendemos estar certo ou errado, é a que serve de mote para este último ponto: no passado sábado, um jogo de futsal do escalão de juvenis da AF Porto, terminou como têm terminado tantos esta época: à pancadaria. Um adepto decidiu invadir a quadra e agredir o suspeito do costume (sim, o árbitro), obrigando-o a assistência médica hospitalar.
Depois foi o caos habitual, com violência generalizada dentro e fora do recinto de jogo. Está a circular um vídeo com cerca de dois minutos que vale a pena ver. A partida colocou frente a frente CCD ORDEM e AC Alfenense. Por esta altura, é já redundante repetir os apelos à contenção ou pedir a quem de direito mais firmeza na condenação pública.
É também redundante esperar mais músculo na abordagem direta a este flagelo. Vamos acompanhando a coisa semana a semana, sabendo que a dúvida não é saber se vai acontecer de novo, é só tentar adivinhar onde, sobre quem e com que consequências. Palpites?"

Emirates

DAZN: Partidazo - Simulámos a classificação final da LALIGA

Zero: Afunda - S05E54 - Matchups e lançamento de playoff

Matéria e espírito


"1. As emoções do futebol alimentaram-se de muitas coisas à volta das quatro linhas, e um desses 'alimentos' é, certamente, a inconstância dos estádios de espírito. Ninguém escapa à voracidade dos estados de espírito, que, citando Herman José, são 'como os interruptores, que ou estão para baixo, ou estão para cima'. Para nós, benfiquistas, esta foi semana de interruptores 'para cima' em função dos resultados da última jornada do Campeonato.

2. Ninguém nos pode censurar por termos ficado contentes. E normal, porque a cada jornada que passa vai-se aproximado a linha da meta, a continuar a ganhar é a receita. Mas não devemos permitir a nós mesmo que a sensatez e o bom senso se transmutem em optimismos patetas, em validades, em certezas absolutas.

3. E também não devemos permitir que, de fora, queiram agora atribuir ao Benfica o estatuto de candidato 'principal' de concorrente 'favorito' ao título. Esforcemo-nos para que esses atributos concedidos ao nosso rival ainda antes de arrancar a temporada oficial de 2024/25, não se 'descolem' do atual 2.º classificado da tabela. Recusemos as teorias do Campeonato resolvido a 6 jornadas do fim. Decididamente, não nos alinhemos pelas fanfarronices extemporâneas agregadas noutros territórios que não são os nossos.

4. O Benfica não apregoa nada de nada a pouco mais de um mês do fecho da época, porque o Benfica não vive de pregões nem de pregoeiros. Na realidade - e a história prova-o -, o Benfica só quer ser Benfica e só sabe ser Benfica. O resto é ruído.

5. Tristíssimo comportamento do novel presidente do FC Porto nos dias que antecederam o clássico. Provocações gratuitas ao Benfica, apelos a ambientes bafientos, desconsiderações que se revelariam fatais - 'claro que é o jogo da época para o FC Porto' -, para tudo lhe terminar em amargura mais do que merecida e numa série de atitudes insólitos que, decerto, lhe terão custado sérios danos na sua reputação perante os adeptos do seu clube. Temos pena? Nenhuma.

6. Vangelis Pavlidis e Nicolás Otamendi foram as grandes figuras do Benfica no jogo do último fim de semana. Aliás, não foram grandes, foram superiores a tudo e a todos. Grandes foram os outros todos que estiveram em campo e os outros todos que estiveram nas bancadas a apoiar. Um espectáculo.

7. No domingo, todos à Luz. 'Todos' não caberíamos, é certo, mas este 'todos' é força de expressão. O Benfica precisa do apoio de todos no domingo no jogo com o Arouca, e por isso lá estarão os que estiverem e os que não estiverem. Matéria a espírito. Carrega, Benfica!"

Leonor Pinhão, in O Benfica

O Benfica na Taça Davis


"Portugal participou em 37 edições desta prova de ténis para seleções, contando com cinco benfiquistas em seis ocasiões

Reconhece-se a Taça Davis como a maior prova desportiva internacional realizada anualmente, disputada por seleções nacionais de ténis desde 1900. Portugal estreou-se em 1925, e o Benfica, 30 anos depois, sendo pentacampeãs nacional, teve atletas seleccionadas pela primeira vez.
Carlos Figueira, Pedro de Vasconcelos, António Azevedo Gomes e David Cohen foram os primeiros nomes sugeridos, embora os dois primeiros não tenham sido selecionados. Foi Cohen o primeiro a entrar em campo, em 30 de Abril de 1955, em Monsanto, frente ao checoslovaco olimpicamente medalhado Zabrodsky.
Portugal voltou a participar na Taça da Davis em 1963, com Cohen e Azevedo Gomes na seleção, contra o Luxemburgo (V 3-2), David Cohen seria suplente não utilizado na eliminatória seguinte, frente à Noruega (D 0-5), mas  seria o único benfiquista a representar Portugal em Oslo, no ano seguinte.
Em 1974, apesar de não ter jogado, Azevedo Gomes foi o capitão, em Abril, frente à Irlanda (V(4-1), e contra a França (D 0-5), já depois da Revolução, em Maio.
Com a inauguração dos muito ansiados campos de ténis, a secção cresceu, apesar de só voltar a dar a sua cor à seleção portuguesa na Taça Davis em 1989, frente ao Senegal, com João Cunha e Solva, tricampeão nacional. Sotero Rebelo foi selecionado, mas não alinhou.
o Senegalês Yahiya Doumba, número 1 do ténis africano, desconsiderou os portugueses e profetizou a derrota lusa por 5-0. Portugal venceria por 5-0, com um único set cedido ao Senegal. A eliminatória seguinte decorreu nos Países Baixos (D 1-4), em Best, onde a única partida foi ganha por João Cunha e Silva.
A última edição da Taça Davis que contou com tenista benfiquistas foi em 1990, com Bernardo Mota, que não jogou, e João Cunha e Silva, novamente campeão e considerado o melhor tenista português. Portugal superou o Gana (V 5-0) na 1.ª eliminatória, enfrentando um enorme calor em Acra. Cunha e Silva jogou com uma ferida aberta num pé desde o primeiro dia, mas não deixou de se impor.
A seguir defrontou-se a URSS (D 1-4), em Kiev, onde os problemas persistiram: campo em mau estado, escorregadios e com buracos, e problemas de alimentação, considerada desadequada, e sobretudo a água mineral, gaseificada naquele país.
João Cunha e Silva protagonizou o último jogo, no dia 6 de Maio de 1990, frente a Andrey Cherkasov. O Benfica não voltaria a ter tenistas selecionados para a Taça Davis, e a secção encarnada encerraria atividade em 1993, deixando um rasto histórico que pode ver na área 3 - Orgulho Eclético, do Museu Benfica - Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

O som do silêncio


"É tão bom não ouvi-los. E aqueles e aquelas que não ouvimos nesta semana vêm de tantos quadrantes... Começamos logo pelos rivais do Norte, atropelados por duas vezes nesta época. Depois, continuamos com os rivais da 2.ª Circular, levados ao colo pelos especialistas e que, no momento em que perdem a liderança do Campeonato, mostram bem o que valem. Já o treinador não presta, a direção-maravilha é um flop, e até os jogadores perderam qualidade. Sem penáltis, a coisa fica mais difícil, como mostra a estatística. O silêncio continua com quem queria dispensar o nosso capitão, apressar a saída de Bruno Lage e da sua equipa técnica, e atacar Rui Costa desde o início da temporada. Não deve ter sido um fim de semana fácil para quem duvidou de Pavlidis. Provavelmente passaram estes dias a ouvir Chariots of Fire, de Vangelis, em modo de repetição, porque a realidade realmente os atropelou.
E, no entanto, não ganhámos nada, apenas 3 pontos e a liderança isolada. O 'apenas' terá de levar aspas, porque já tínhamos sido afastados do título nacional pela crítica especializada, sempre tão preocupada em agradar aos amigos do peito.
Temos pena. Ou, melhor, não tenho pena nenhuma. Mantenham-se em silêncio, porque ainda há muito para jogar e para ganhar. Deste lado, nada de euforias, só alegrias, umas atrás das outras, que é o que esperamos. Todos juntos, como celebra o Di Maria, porque, em comunhão, o silêncio dos outros ainda será mais ensurdecedor. E cá estaremos para não os ouvir. De preferência com as mãos a tapar-lhes a cara."

Ricardo Santos, in O Benfica

Da fome ao leve banquete


"Numa altura em que se debatem ideias para melhorar o país, nomeadamente o SNS, não me surpreenderia ver o presidente do Benfica ser convocado para uma audição na Assembleia da República. Afinal, Rui Costa já mostrou que sabe reduzir o tempo de espera melhor do que ninguém. Eu tive de esperar 30 anos, para ver o Benfica marcar 4 golos ao FCP e, depois disso, esperei apenas 147 dias para o ver novamente. A minha geração cresceu e ganhou barba sem ver isto acontecer com os seus próprios olhos e, de repente, há uma nova geração de crianças que já assistiram a uma goleada destas, duas vezes e ainda nem perderam o primeiro dente.
Este agregado total de 8-2 é expressivo, mas, na realidade, sabe a pouco. Tanto na Luz como no Dragão, ambos os resultados foram lisonjeiros para o atual 4.º classificado do Campeonato. Aliás, se em tempos havia uma sensação de impotência para levar a melhor nos confrontos com o FCP, neste último jogo, mesmo com os 3 pontos no bolso, pairava uma sensação de frustração entre os benfiquistas antes de o Otamendi trazer a sobremesa e fechar a conta, colocando alguma justiça no resultado. Digamos que os benfiquistas não ficaram de barriga cheia, mas também não se pode dizer que tenham ficado com fome.
Ainda é cedo para saber se estas duas vitórias categóricas foram casuais ou o início de uma nova era. Mas sei que, agora, os benfiquistas olham para o clássico com outro apetite. Para adoçar o menu desta jornada, o Benfica voltou ao 1.º lugar isolado. Como as coisas mudam, não é? Se não queremos que mudem mais, não podemos abrandar. Soube bem gozar este prato, mas só ficamos plenamente satisfeitos quando garantimos o 39."

Pedro Soares, in O Benfica

No nosso lugar


"Depois da estrepitosa demonstração de força do Benfica no Estádio do Dragão, torna-se difícil não olhar com optimismo para o resto do Campeonato.
Aliás, o optimismo, quando temperado com serenidade, não faz mal a ninguém. A confiança nas capacidades próprias é um factor positivo, que também contribuí para superar obstáculos. E, no caso do futebol, até mesmo a euforia dos adeptos é aceitável, desde que fique à porta do balneário. Contribui para encher estádios e criar um clima de fervoroso apoio em torno da equipa, a chamada 'onda vermelha', que felizmente bem conhecendo, a ajuda a ganhar.
Treinadores e jogadores sabem que há ainda em duro caminho a percorrer. Sabem que só no fim se poderão fazer as contas. Há seis jogos por disputar. Um a um, temos de os vencer.
O que me parece desde já claro é que dispomos do melhor plantel do país, do melhor treinador da Liga, e, consequentemente, somos a melhor equipa. Não dependemos de uma só individualidade. Temos artistas capazes de fazer a diferença, mas sobretudo uma ideia de jogo coletivo, que nos permitiu uma participação ilustre na Liga dos Campeões, vencer a Taça da Liga, estar perto de marcar presença no Jamor e ter recuperado de uma distância considerável até à liderança isolada do Campeonato. Merecemos conquistá-lo.
Aconteça o que acontecer daqui em diante, é justo destacar o trabalho de Bruno Lage. Nem sempre amado pela totalidade dos benfiquistas, demasiadas vezes desconsiderado pela comunicação social, o técnico setubalense, alheio ao ruído, tem feito o seu caminho, e transportado a equipa com ele. Não fez pré-temporada, não escolheu plantel, e chega a meados de Abril com possibilidades de ganhar tudo. Se o Benfica foi campeão, como todos esperamos e desejamos, Bruno Lage será o rosto desse triunfo. Agora, venha o Arouca"!

Luís Fialho, in O Benfica

O que é que o Benfica tem, que faz tão bem?


"Por outras palavras, porque é que o Benfica faz bem? A resposta é fácil para os benfiquistas, que sentem na vida e no dia a dia o bem que o Benfica lhes faz. Mas o Benfica não faz bem apenas aos benfiquistas, tem uma mística e uma força que rasga todas as fronteiras e não se basta nos limites do futebol. Esse, claro está, é fonte de bem.estar, pertença e alegria por si mesmo e é o desporto-rei, que ergueu o Benfica às alturas onde só as águias voam.
Há algo no futebol que, à falta de melhor nome, se convencionou chamar 'poder do jogo' ou, bem mais sonante, como circula nas fundações dos grandes clubes por essa Europa fora, 'power of the game'.
Este poder que existe e que se sente manifesta-se de múltiplas formas. Numa abordagem antropológica, podemos dizer que provém da pertença e da identidade, da integração individual numa entidade coletiva que se afirma a cada partida competindo e medindo forças, perseguindo objetivos, lutando e superando fraqueza. É aqui que entram os clubes e que os maiores de entre os grandes, como o Benfica, ganham uma dimensão emocional gigantesca, tantas vezes verbalizada pelos adeptos como verdadeiro amor. O futebol - e o Benfica, claramente - tem uma história e um património que se legam entre gerações e que se relembram e celebram periodicamente com os seus símbolos, rituais e também com os seus heróis, que são seguidos como ídolos: os jogadores!
Por isso, quando um jogador acarinha uma criança ou dá uma atenção especial alguém, é todo este bem que o Benfica faz que abre sorrisos e aquece corações!"

Jorge Miranda, in O Benfica