Últimas indefectivações
terça-feira, 24 de dezembro de 2019
A alegria vermelha de Moscovo
"O primeiro confronto do Benfica então União Soviética teve lugar em Setembro de 1977. Bento foi a figura da noite ao defender uma grande penalidade e ao converter o pontapé decisivo da eliminatória da Taça dos Campeões contra o Torpedo
No dia 28 de Setembro de 1977, o Benfica estava pela primeira vez em Moscovo. Era uma equipa muito jovem, essa, orientada por John Mortimore. Volta e meio pagava os custos de uma inevitável inexperiência.
Depois do empate a zero em Lisboa, não restava aos encarnados mais do que irem em busca de um golo em casa alheia. Mas as coisas complicaram-se. Um frio bruto, um terreno seco, a habitual tendência do técnico inglês para nunca correr muitos riscos. E o que se viu foi um Benfica à defesa, tentando aqui e ali um contracolpe que pusesse em perigo a baliza do seu adversário, o Torpedo.
Conhecidos como 'Os Automobilistas', pela sua ligação às fábricas de automóveis AMO e ZIS, os jogadores do Torpedo eram, na altura, orgulhosos campeões da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, terceiro título da sua história, depois dos de 1960 e 1965. Hoje estão mergulhados nos confins da II Divisão.
Contavam, à época, com dois avançados concretizadores: Iurin e Sakharov. Eram eles o maior perigo para as redes de Bento, o herói da noite moscovita. Mortimore fez marcação individual aos dois primeiros, com Eurico e Pietra, respectivamente, e deixou-os aos papéis por falta de proximidade com os companheiros. Começou aí a ganhar a eliminatória.
As serpentinas de Chalana
O futebol acabou por ser maltratado. Ah! Mas havia Chalana e o seu futebol mágico de serpentinas. De súbito, sem que fosse esperado, saltava da sua caixa com um demónio sorridente e partia na aventura de dobrar adversários como se fossem esquinas. Aqui e ali, dava um toque de supina qualidade ao jogo que dela precisava.
Desde os minutos iniciais que o nulo era previsível.
Foi-se congelando sobre o relvado, foi-se interiorizando na cabeça dos poucos mais de 15 mil espectadores presentes no estádio emprestado pelo Dínamo.
Uma hora, uma hora e meia, mais meia hora de prolongamento. O tempo passava, e o resultado, não.
Seriam as grandes penalidades a decidir a contenda e a manter aceso para o Benfica o sonho de voltar a Wembley para jogar uma final da Taça dos Campeões Europeus. Apesar dos avisos de Toni: 'Não temos equipa para grandes voos'.
As defender o penálti de Iurin, Bento proporcionou a José Luís a vantagem por 2-0. Em seguida, Nikonov rematou para fora. Chalana: 3-0. Balenkov: 3-1. Pontapé definitivo. Ou não. Bento chamou a si a bola e foi com ela debaixo do braço até à marca redonda que fica no centro da grande área. Chutou forte, e Zarapin nada pôde fazer. Era o sexto pontapé de grande penalidade que convertia. Bento e a sua figura de cavaleiro andante, cabelos longos, bigode descaído nas pontas. Vi-o marcar um penálti na Luz numa daquelas tardes de 120 mil pessoas. Vi como os adeptos o adoravam. Como os companheiros lhe dedicavam um respeito infinito. Vi-o com os olhos da amizade.
Durante a tarde, antes do jogo, Vítor Baptista resolveu que não estava em condições de entrar em campo. Desmentindo o médico, considero-se inapto. Além disso, tinha nessa semana um jogo da selecção, contra Dinamarca. Era assim, o Vítor. Ele no centro do mundo. 'O maior!', dizia de si mesmo. Ferreira Queimado foi aos arames. Garantiu-lhe uma suspensão por longo tempo. Não foi bem assim. O Benfica precisava de Vítor Baptista. Só Nené não chegava para as encomendas e Mário Wilson (filho) não encontrava os caminhos do golo.
Em Moscovo, a noite entrava numa escuridão profunda enquanto os benfiquistas comemoravam a eliminação dos soviéticos. Os jogadores do Torpedo é que não estiveram para aturar festejos: desapareceram nas cabinas mal soou o apito final do sueco Erik Fredriksson. Um vento frio penetrava a pele até aos ossos, mas não podia nada contra o calor da alegria vermelha."
Afonso de Melo, in O Benfica
Um dia no Lar do Jogador
"Aviso: qualquer semelhança com uma ceia de Natal tipicamente portuguesa é mera coincidência
O Lar do Jogador, 'uma casa alegre' onde 'reina a boa disposição', foi inaugurado em 1954 com o objectivo de proporcionar aos futebolistas do Benfica 'o ambiente indispensável para uma vida limpa e sádia (sic), feita de ordem, de disciplina, de conforto e de carinho'. Na edição de Abril de 1959 da revista O Benfica Ilustrado, somos convidados a olhar mais de perto para as rotinas dos jogadores, e com a quadra natalícia ao virar da esquina, é-nos impossível não encontrar semelhanças entre um dia normal no Lar do Jogador e o Natal lá de casa.
O dia começava cedo, com um exigente treino no Estádio da Luz, mas no regresso ao Lar já só se pensava numa coisa: comida! Como em qualquer família, também ali havia os dois clássicos que são 'tornados de ponta' às refeições: o comilão e o 'pisco', também conhecidos por Serra e Palmeiro. Para o primeiro as batatas nunca eram de mais, já ao segundo 'qualquer sumo de laranja lhe chega'. Do outro lado da mesa é-nos relatado uma espécie de 100 metros barreiras, para ver quem chega primeiro ao fim da refeição. 'Ainda o Santana vai na sopa, já o Hilário está na fruta'. O Hilário não só era o que comia mais depressa, como era o primeiro a sair do refeitório, 'dizem que com medo de engordar...'
No Lar, as horas entre as refeições eram livres. Uns jogavam sueca, outros aproveitavam para fazer uma merecida sesta, momento bastante apreciado pelo sr. Coluna. Havia ainda quem ficasse, simplesmente, para sala de estar a passar os olhos pelo jornal.
Semelhanças com o Natal lá de casa? Muitas! Que bem entendemos o Hilário, que saía a correr do refeitório com medo de engordar. Quem nunca se sentiu inchado até ao fim do ano por causa das filhós que comeu na noite de Natal que atire a primeira pedra. E as horas de intervalo entre o almoço e o jantar? No próximo dia 25 serão passadas com igual lentidão. Troque-se a sueca pelo Trivial Pursuit e o jornal pelas aventuras da família Von Trapp e temos o serão feito.
No Lar não se esperava pela meia-noite, às 23h tinha de estar tudo na cama. O dia seguinte começava cedo e havia multas para os mandriões. Talvez resida, aqui, a principal diferença entre o dia a dia no Lar do Jogador e o dia de Natal.
O Lar do Jogador foi apenas uma das instalações que o Benfica ocupou, conheça outras na área 17 - Chão Sagrado, no Museu Benfica - Cosme Damião."
Marisa Furtado, O Benfica
Cadomblé do Vata (Natal...)
"Prendas de Natal d'A Mão de Vata para os titulares do SL Benfica:
Vlachodimos - uma transferência bancária de 7 milhões de euros para o Panathinaikos... será a única forma de lhe reconhecerem o valor em Portugal.
Tomás Tavares - armadura integral em kevlar... o André Almeida está quase recuperado e vai querer retomar a titularidade.
Rúben Dias - uma braçadeira de capitão... é como o par de peúgas "da tia", mais cedo ou mas tarde vai tê-la no sapatinho.
Ferro - um cruzeiro romântico com a namorada... para amenizar os problemas conjugais que a relação com Rúben Dias já lhe está a provocar.
Grimaldo - o livro "Livres Directos Para Totós"... tenho receio que aquelas "coisas" que ele anda a fazer à entrada das áreas adversárias, lhe custem a dispensa no final da época.
Gabriel - uma banda gástrica... se é assim todo roliço, imaginem com menos 15kg.
Pizzi - um casamento arranjado com uma jovem moçambicana chamada Flora... não vejo mesmo outra forma de ser idolatrado pelo Terceiro Anel.
Taarabt - sendo muçulmano não comemora o Natal... ofereço-lhe um cartão de sócio do Benfica e a religião deixa de ser problema nesta quadra.
Cervi - almofadinha pró cú, almofadinha pró cú... vai-lhe ser muito util quando o Rafa recuperar.
Chiquinho - um pacote de 3 jogos contra o Sporting CP... para lhe acabar com a seca de golos.
Vinícius - um rapto... só assim evitarei que seja vendido em Junho."
Os 5 presentes para o sapatinho dos grandes
"Chegado o Natal, este top reúne cinco jogadores que seriam capazes de dar o salto para um clube “grande” em Portugal já no mercado de inverno e assumir um papel preponderante até ao final da temporada. A ordem responde apenas à forma actual de cada um e é será por demais evidente que poderiam ser contratados por SL Benfica, FC Porto ou Sporting CP. Seriam compras dentro de portas e verdadeiros presentes no sapatinho.
1. Marcus Edwards (Vitória SC) – Perdido entre empréstimos em Inglaterra e na Holanda, o avançado formado no Tottenham HFC encontrou em Guimarães o palco perfeito para as suas qualidades. Já igualou o seu maior número de golos numa época de futebol sénior (quatro) e ainda a temporada não chegou a meio. Dono de uma qualidade técnica acima da média, esteve em cinco dos seis jogos da fase de grupos, tendo marcado ao Arsenal FC, em Londres, e em Frankfurt. Com um valor de mercado pouco acima do milhão de euros, seria uma contratação empolgante, no mínimo, para as alas do Dragão ou de Alvalade.
2. Francisco Trincão (SC Braga) – Pérola arsenalista de 19 anos, campeão europeu sub-19 e melhor marcador dessa prova, com cinco golos. A apresentação podia ficar por aqui e seria suficiente para ficar com água na boca, mas o melhor é olhar para a exibição na Eslováquia para a Liga Europa. Nos 80 minutos que esteve em campo, Trincão assistiu Rui Fonte e construiu o seu próprio golo – e que golo – na vitória por 2-4. Numa altura em que a bandeira da aposta na formação está hasteada lá no alto, seria tão interessante quanto seguro ver Trincão numa das alas da Luz. Ter Rafa de um lado e Trincão do outro…
3. Edmond Tapsoba (Vitória SC) – O defesa de 20 anos do Burkina Faso é um produto finalizado na academia vimaranense e está em destaque nesta altura da época. Correm já rumores de que o Arsenal FC estaria interessado na sua contratação. Para isso contribuíram, de certeza, as exibições de grande qualidade na Liga Europa, em contraste com os resultados. Com um metro e noventa e um valor de mercado de dois milhões de euros, seria uma contratação segura e acertada para render, por exemplo, Coates ou Mathieu no reino do leão. Para isso, o Sporting CP teria de se mover rápido e bater os ingleses de Londres na mesa de negociações.
4. Gustavo Assunção (FC Famalicão) – O médio brasileiro de 19 anos alinhou a titular em 13 dos 14 jogos para a Liga da equipa sensação deste campeonato; o FC Famalicão. Falhou apenas um devido a acumulação de cartões amarelos. É, assim, uma das peças chave do meio campo famalicense. Apesar da tenra idade, o seu valor de mercado está fixado no milhão e meio de euros e seria interessante vê-lo seguir as pisadas do pai, Paulo Assunção, a jogar na frente da defesa do Dragão.
5. Bozhidar Kraev (FC Midtjylland) – O búlgaro de 22 anos chegou despercebido a Barcelos, emprestado pelos dinamarqueses do FC Midtjylland, mas cedo reclamou os holofotes da imprensa nacional e apaixonados pelo futebol. A lição que aplicou aos dragões na jornada de abertura da presente temporada embalou-o para exibições de encher o olho e voltou a subir o seu valor de mercado, situado agora pouco abaixo do milhão de euros (800 mil). Com aparições mais regulares na seleção da Bulgária, Kraev seria um acrescento de grande qualidade ao meio campo leonino, por exemplo, numa altura em que se vê a saída de Bruno Fernandes como inevitável."
Pai Natal, tudo o que quero é futebol, apenas futebol
"Querido Pai Natal,
Este ano quero pedir-te algumas coisas, que aposto que nunca te pediram. Pedidos bem mais sérios e difíceis de concretizar, do que as bolas ou os carrinhos telecomandados que queria há uns bons anos atrás. Sonhos? Utopias? Deixa-me sonhar.
Antes de mais, começo pelo que tem acontecido no último terço deste ano 2019, nos estádios em Itália: o racismo. Um problema social e político, que de uma ou outra forma toca a todos. Já que é praticamente impossível acabar com um problema como este em qualquer sociedade, é possível erradicar o racismo no futebol.
A personalidade que tem sofrido mais com este tipo de discriminação é Mario Balotell, o senhor “Why always me?”. Para além dele, muitos outros também já terão sentido na pele, esta barbaridade. Vinda de adeptos (adversários e até da própria equipa), de treinadores, membros da direcção do clube ou mesmo de colegas, não importa. Estamos às portas de 2020 e isto continua a acontecer?
A minha sugestão é seguir aquilo que de bom se faz em “Terras de Sua Majestade”. No Reino Unido extinguiram as claques, os famosos “hooligans”, que causavam estragos por onde quer que passavam. Hoje em dia, qualquer ato relacionado ao racismo, é completamente condenado. Não só pelos órgãos de segurança, como pelos próprios clubes, proibindo para sempre, a entrada do “adepto” nos estádios em Inglaterra e obrigando-o a pagar elevadas multas. Talvez seja preciso olhar para o bolso, antes de “racismizar” … Este é o meu primeiro desejo de Natal e Ano Novo, ouve-me, e não dês prendas aos italianos que se têm portado mal.
O meu segundo pedido está relacionado com o reconhecimento da qualidade do treinador português no estrangeiro. Depois de tantos nomes lusos que chegam ao estrelato e que lá se mantêm por vários anos, ainda há quem duvide do valor dos nossos. Como foi o famoso caso de Marco Vargas (jornalista da Fox Sports Brasil), que minimizou as conquistas e os feitos de Jorge Jesus, aquando da sua ida para o país do samba.
Como é que é possível alguém que não conhece, colocar em causa a qualidade, em geral, do técnico português? O “mister” levou para o Brasil “apenas” três títulos de campeão português, seis Taças da Liga, duas Taças de Portugal, e a sua valia foi posta em causa por ter perdido duas finais da Liga Europa. Aos 65 anos, do outro lado do Atlântico, abafou os críticos ao vencer o Brasileirão e a Libertadores. Não podemos generalizar, mas por norma, o que é nacional é bom! Reconhecimento, é o segundo ponto da lista.
Por último e não menos importante, quero futebol. Não um futebol qualquer. Quero bom futebol. Táctico, técnico, físico. Sem outras coisas à mistura. Sem discussões sobre arbitragens, castigos sem nexo como o que foi aplicado ao Bernardo Silva, sem racismos e corrupção. Só quero ver a bola a rolar nos maiores palcos. Uma Liga dos Campeões e uma Liga Europa com sucesso para os representantes nacionais. Mais à frente, espero um Europeu digno da nossa nação, apesar do grupo forte e das altas expectativas.
Penso que não estou a pedir muito, e até me tenho comportado dentro dos limites, daquilo que deve ser um bom adepto de futebol. A todos vós, um bom Natal e o feliz Ano Novo."
Taça de Portugal: Rio Ave... e 'provavelmente' Famalicão!!!
Mais um sorteio da Taça de Portugal, com umas bolinhas de encomenda!!!
Das três equipas da I Liga que restavam (excluindo o Benfica e os Corruptos), calharam todas no nosso caminho para o Jamor!!! Enquanto os Corruptos, 'levam' com as três equipas dos escalões inferiores!!!
Isto pode parecer 'indiferente', mas o calendário das Meias-finais, em Fevereiro (recordo que serão em duas mãos), vai encaixar numa fase muito complicado do calendário, com um Corruptos - Benfica e um Benfica - Braga, com os jogos da Taça a meio da semana... portanto, poder ou não, 'rodar' o plantel, será fundamental para os resultados finais!!!
Benfica - Rio Ave
Paços de Ferreira - Famalicão
Corruptos - Varzim
Académico Viseu - Canelas
Há coisas que são difíceis de explicar
"Anda incompetência à solta na arbitragem e o caso da dupla Luís Ferreira/Fábio Veríssimo no FC Porto-Santa Clara é exemplo disso mesmo
Apesar da boa vontade que deve presidir à quadra natalícia que vivemos, é impossível não olhar com preocupação redobrada a fase negra que a arbitragem atravessa, no futebol português. Devo dizer, desde já, que não acredito que os males que se vivem nos dias de hoje tenham raízes semelhantes àqueles que minaram o nosso futebol nos idos dos quinhentinhos e do apito dourado. Ou seja, não é a honorabilidade dos árbitros que está em causa, mas uma flagrante incompetência, que nos flagela, sem que pareça haver solução à vista.
O que aconteceu no golo que deu a vitória ao FC Porto frente ao Santa Clara, não encontrou, até agora, explicação, embaraçando a arbitragem e quem nela manda. E, se o árbitro Fábio Veríssimo tinha obrigação de ter feito muito melhor, que dizer do VAR, Luís Ferreira, esse sem desculpa, restando-lhe apenas, por incompetência absoluta, largar as lides do futebol?
Está à vista que os instrumentos tecnológicos colocados à disposição da arbitragem são bons (embora possam ser melhorados, sendo que a ideia do presidente da UEFA sobre uma linha de fora de jogo mais larga, não seja destituída de senso). O problema tem estado na incompetência de quem maneja esses instrumentos, como se a possibilidade de decidir com mais meios tivesse aberto a caixa de Pandora de todas as limitações dos videoárbitros.
José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, tem à disposição um plantel de escassa qualidade e, nessa medida, percebem-se as dificuldades por que passa. Mas, em muitas situações, faltou-lhe bom sendo nas nomeações. E há casos que são causas perdidas, que já não se resolvem com a terapia da jarra. Quem não vê, pela TV, que Tecadito Corona fez falta sobre Mamadu Candé, não pode ter lugar na arbitragem, só serve para atrapalhar.
Uma trapalhada foi o que fez a Federação de Andebol de Portugal ao nomear, para a Gala da Confederação, o Sporting como equipa do ano, num contexto em que o FC Porto ganhou tudo e mais alguma coisa. É verdade que os leões possuem uma equipa sensacional e ombreiam com os dragões pela hegemonia nacional. Mas, como explicar que se prefira o segundo da hierarquia ao primeiro incontestado, no espaço temporal a que se refere a distinção? Será só vontade de complicar?
Ás
Ricardo Sá Pinto
A final four em Braga não seria a mesma sem os arsenalistas e Paços de Ferreira viu a equipa de Sá Pinto confirmar a boa prestação, apesar da eliminação na Taça de Portugal, na Luz. Talvez estes dois jogos sirvam de ponto de partida para um 2020 com maior estabilidade de uma equipa que tem dado cartas na Liga Europa.
Ás
Jorge Silas
A possibilidade do Sporting estar na final four da Taça da Liga era remota, mas uma boa reviravolta em Portimão (e ainda o que aconteceu em Vila do Conde...) transformou a luzinha ao fundo do túnel numa bela iluminação de Natal. E a verdade é que, com os poucos ovos que tem à disposição, Silas tem feito trabalho meritório.
Duque
Maurizio Sarri
A Juventus perdeu, em Riade, a final da Supertaça italiana (1-3 com a Lazio) e confirmou uma tremenda aversão à intensidade e à velocidade. Aliás, esta Vecchia Signora está a anos luz em qualidade de futebol do Nápoles de Maurizio Sarri, um treinador que ainda não deu com a tecla certa para aproveitar o plantel que possui.
Os tiros nos pés do futebol português...
«Sou uma pessoa séria e coerente, vou pedir uma reunião com o presidente e vou pedir à minha demissão. Isto não é o meu futebol»
Carlos Carvalhal, treinador do Rio Ave
Depois de várias experiências muito bem sucedidas no estrangeiro, nomeadamente em Inglaterra, onde o futebol não é tratado com os pés, Carlos Carvalhal decidiu regressar a Portugal e abraçar o projecto do Rio Ave. Meia dúzia de meses depois, e apesar da atitude sempre positiva que manteve, o desencanto do técnico é evidente. É difícil remar contra marés tão fortes...
O Flamengo saiu da cena pela porta grande...
O Flamengo esteve à altura das circunstâncias, encarou o Liverpool olhos nos olhos, e acabou por cair apenas no prolongamento, numa das melhores finais da história do Mundial de Clubes. Jorge Jesus, herói da nação flamenguista, está de parabéns pela caminhada épica que protagonizou.
O trono é de Klopp
No século XXI, o título oficioso de melhor treinador do mundo andou a maior parte do tempo nas mãos de José Mourinho, Pep Guardiola e Carlo Ancelotti, três monstros-sagrados do desporto rei. Hoje, ninguém duvidará que quem merece detê-lo é Jurgen Klopp, o carismático alemão que transformou o Liverpool na melhor equipa da actualidade, campeão da Europa e do Mundo e a caminho de conquistar, finalmente, a Premier League. Quem quiser perceber hoje o futebol que vai ser jogado amanhã, deve pôr os olhos na equipa de Anfield."
José Manuel Delgado, in A Bola
Os 'globetrotters' do novo futebol
"Neste fim de semana, vimos a final do Mundial de clubes entre o Flamengo e o Liverpool, no Catar, e a Supertaça italiana, entre a Juventus e a Lazio, na Arábia Saudita. Há quem fique confuso com a forma como o futebol moderno acaba, sem dor aparente, com as velhas tradições; há, também, quem sinta que o futebol romântico morreu de velho e já só é, mesmo, uma saudade; mas também há quem se sinta especialmente entusiasmado com a universalidade do jogo, com a sua relação íntima com os novos modelos económicos do desporto e, enfim, com a natureza da competição sem fronteiras, pronta a servir a quem mais a desejar e a quem mais a puder pagar.
Certamente que não passou despercebido ao telespectador que assistiu à final italiana, o facto dos jogadores da Juventus terem, todos, o seu nome inscrito em árabe, nas camisolas. Não terá sido, apenas, para indicar quem eles eram, aos adeptos locais, mas para poderem comercializar, a preços dignos de serem pagos em petrodólares, as camisolas de um clube que, hoje em dia, só por ironia lhe poderão chamar de vecchia signora.
Os futebolistas dos tempos modernos aproximaram-se, pois, cada vez mais, de globetrotters. E se vierem, no futuro, a confundirem-se com a famosa equipa americana de basquetebol, acabarão por aliar a comédia à arte do jogo. Até que isso aconteça, valem os generosos proveitos que os clubes e os organizadores auferem.
E Portugal? Bom, já se realizou uma supertaça em Paris e a hipótese de uma supertaça em Nova Iorque já foi falada. Luanda ou Maputo seriam sucesso garantido. Um passo pequeno, mas a internacionalização é inevitável."
Vítor Serpa, in A Bola
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