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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Juniores - 1.ª jornada - Fase Final

Bernardo Silva

Nacional 1 - 5 Benfica

Cabazada na 1ª jornada, da Fase Final do Campeonato Nacional de Juniores. Com o 'reforço' de alguns jogadores que têm sido opção na equipa B (Varela, João Nunes, Teixeira...), o Benfica não teve problemas em vencer num terreno habitualmente difícil, começando assim na melhor forma, a procura por um título que nos últimos anos nos tem fugido, ingloriamente...

Benfica.........3
Braga............3
Sporting.........1
Guimarães......1
Rio Ave.........1
Corruptos......0
Nacional........0

Dura lex sed lex

"Segundo as boas práticas e as mais saudáveis técnicas de interpretação das normas jurídicas, o intérprete da lei não pode dizer mais do que aquilo que o legislador quis dizer ou pensou. Os elementos de interpretação da lei são os elementos literal, sistemático, racional ou teleológico e o elemento histórico.
A interpretação não deve cingir-se à letra da lei, devendo ter em conta a unidade do sistema jurídico, as circunstâncias em que a lei foi elaborada, as condições específicas do tempo e o pensamento do legislador. 
O intérprete não deve considerar o pensamento legislativo que não tenha na letra da lei o mínimo de correspondência. Todavia, nenhuma lei está livre de ambiguidades e de incertezas.
Vem tudo isto a propósito da sui generis interpretação que o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol fez acerca do artigo 13º, nº 1, do Regulamento que foi elaborado para disciplinar a criação e participação na segunda liga da designada Equipa B dos Clubes que disputam a 1.ª Liga.
O citado normativo é claro quanto à única interpretação possível no que concerne à observância do período de 72 horas que deve ser respeitado, relativamente à participação dos jogadores da equipa B na equipa principal, ou na equipa B após terem jogado na principal. Não é ambíguo, não é confuso e nem com o recurso àqueles elementos de interpretação da lei é possível concluir que tal preceito é omisso no que se refere à participação de jogadores da Equipa B nos jogos da Taça da Liga, estipulando regras apenas relativas às 1.ª e 2.ª liga.
O Regulamento em causa – repete-se – foi elaborado para disciplinar a criação e participação na segunda liga da designada Equipa B dos Clubes que disputam a primeira liga. A norma em causa surge integrada no Regulamento com um objectivo específico, bem preciso, de proteger os jogadores, nos seus aspectos físico e anímico, impedindo a sua sujeição a um esforço que ponha em causa o seu equilíbrio.
As 72 horas, claro como água, foram fixadas para defender o jogador e a pensar neste e não nos interesses dos clubes, sendo de todo irrelevante se se trata de jogo da 1.ª ou da 2.ª liga, da Taça da Liga ou até da Taça de Portugal. O preceito em causa não é omisso, no que se refere à utilização de jogadores. Poderão ser realizados jogos mediados por um período inferior a 72 horas, observadas determinadas condições. O que não significa que possam ser utilizados jogadores da equipa B em ambas as partidas separadas por tempo inferior àquele.
O Conselho de Disciplina da FPF deu um verdadeiro golpe de rins na interpretação que sustentou, apenas com o objectivo de defender os interesses do FCP, violando o Regulamento. Pensou apenas no clube e ignorou os jogadores. A situação é tanto mais estranha quando está em causa um Regulamento da Liga interpretado pela Federação... É mais uma manifestação da confusão que paira no futebol português. A Lei (Regulamento) deve ser rigorosamente interpretada e aplicada e não subvertida e submetida aos interesses dominantes no momento.
Claro e inequívoco é que o FCP ficou sujeito à sanção prevista para a irregularidade por si cometida. Com o Acórdão proferido, o Conselho de Disciplina da FPF tropeçou e prestou um mau serviço à causa do desporto."

Acabou o enguiço Alemão

"Heróica vitória do Benfica na neve de Leverkusen.
Depois do categórico triunfo em Estugarda, há dois anos, foi agora a vez do Bayer se vergar à determinação dos encarnados (1-0), confirmando-se assim a tendência de registos favoráveis com formações germânicas, a quem a águia, enquanto visitante, nunca tinha ganho em 40 anos de provas da UEFA. Nem mesmo nos tempos áureos de Eusébio & companhia.
Para este compromisso, e sempre com os olhos postos também no próximo confronto com a Académica para o Campeonato, Jorge Jesus apostou nas novas descobertas - André Almeida, André Gomes e o reinventado Urreta - deixando no banco Máxi, Enzo Perez e Sálvio. E a verdade é que o desenrolar do jogo voltou a dar-lhe razão. O Bayer, apesar da sua maior posse de bola, não se livrou da enorme dor de cabeça que o Benfica, desde o início, lhe provocou.
Com um atento e incansável meio-campo, de que Matic voltou a ser figura de proa, o Benfica controlou sempre toda a movimentação ofensiva alemã, cujo empenho, sobretudo por parte do muito abnegado Kiessling, foi insuficiente para lhe acrescentar a eficácia desejada. Nem a lesão de André Gomes, substituído antes do intervalo por Enzo Pérez, modificou um tal cenário, já que qualquer deles cumpriu a preceito a dupla tarefa de recuperador e municiador de ataque. E várias foram as ocasiões, neste período, em que o Benfica chegou com perigo à baliza de Leno.
Na 2ª parte, a equipa de Leverkusen subscreveu então a sua mais acentuada fase atacante, mas, por ironia, foi na sequência de um desses lances, em que o golo esteve à vista na baliza de Artur, que ele surgiu, sim, mas na baliza contrária. Foi o contra-ataque encarnado a ditar leis, com a bola a ser trocada com rapidez e intencionalidade, para a conclusão superior de Cardozo, num gesto técnico perfeito.
Na altura, já Urreta cedera o lugar a Sálvio, sem que daí resultasse qualquer vantagem, valendo a boa prestação de Ola John no outro corredor e, em especial, de Gaitán, mais uma vez a jogar nas costas de Cardozo e a realizar trabalho de grande mérito. Uma função de apoio que manteria em relação ao inesperadamente apagado Lima, quando este trocou com o paraguaio no eixo do ataque.
A perder, o Bayer intensificou a sua pressão sobre o último reduto contrário, mas as suas intervenções esbarrariam no sólido muro encarnado, onde o 4+1 (Artur), embora com alguma sorte à mistura (e muita atenção de Melgarejo), se exibiu a contento e sem complexos. De referir a actuação serena de Luisão, apesar dos constantes apupos dos adeptos alemães, que ainda não lhe perdoaram aquele episódio do Verão passado.
Tão sem a propósito, diga-se, como se hoje nos propuséssemos assobiar alemães ainda por causa do maluco do Adolfo..."