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terça-feira, 12 de novembro de 2024

História não basta: Ainda há bibliotecas para escrever


"Encontro-me neste dia com muita vontade de escrever este texto, porque valorizo e agradeço tudo o que acontece na minha vida, e a noite de domingo não podia ficar de fora. A caminho do Estádio da Luz, entusiasmado para ver um dos jogos mais importantes da época — um jogo decisivo para a equipa — o carro começou a tossir na entrada para a ponte. Naquele momento, pensei que tudo tinha ido por água abaixo, que não ia ver um dos jogos mais eletrizantes do ano. Mas uma força superior apareceu. Numa falha do carro que obrigava o motor a parar, o mesmo conseguiu chegar ao Colombo. Estava escrito. Estava escrito que tínhamos de viver aquela experiência incrível. Um 4-1 contra o nosso maior rival. Um resultado que até podia ter sido maior, dada a superioridade do Glorioso. Um coletivo movido a inteligência e tática, também conhecido por LageBall, mas também com garra, emoção, Raça, Querer e Ambição. Sentimentos que passaram para a bancada onde eu me encontrava.
Depois deste misto de sentimentos incríveis, chego ao carro, e ele não funciona. Não conseguia sair do Colombo. O que ainda alimenta mais a minha crença de que foi mesmo uma força superior que olhou por nós ali. Gosto de pensar que foi uma força encarnada.
Acabámos a noite a pedir o reboque e a ir para casa de táxi. Mas o sentimento era o mesmo: o sentimento de orgulho, o sentimento de felicidade. Horas à espera do reboque, com carros a passar por nós a gritar pelo Benfica. Foram as horas mais rápidas da minha vida.
Depois desta vitória histórica, vi muitas pessoas a falar sobre a história do Benfica e como este resultado honrava a mesma. Concordo plenamente, mas gostaria de dizer algo com o objetivo de mostrar a realidade. Não está tudo bem, assim como não está tudo mal. Sinto atualmente que os benfiquistas utilizam muito a história do clube para justificar a superioridade perante os rivais, e isso não é errado, mas não é totalmente certo. O que fizemos está escrito, mas a importância que se dá ao passado também deve ser dada ao presente e ao futuro. Se olharmos para o nosso histórico de jogos contra o Porto na Luz, não é bonito. É preciso ambição para mudar isso, ambição como a que tivemos no domingo. Ainda há bibliotecas para escrever. A história não é uma justificação, mas sim um legado. Um legado que qualquer jogador que vista o manto sagrado tem ao peito. É uma aura diferente, uma mística diferente, um sentimento diferente. Mas isto é um efeito dominó: se fazemos história, o legado torna-se maior; se o legado se torna maior, o sentimento é mais intenso; e, se o sentimento é mais intenso, estamos mais perto da vitória. Cabe a nós fazer cair o dominó. Cabe a nós escrever os livros. Somos os autores da nossa própria história, e essa história é o Benfica.
Saudações Benfiquistas."

A razão de Lage num triunfo para a história


"Entre a estratégia falhada na Champions e o clássico na Liga, Bruno Lage conseguiu a desejada reação do Benfica e chegou a uma vitória histórica sobre o rival e até puxou dos galões de campeão perante um tema polémico.

O Benfica vinha de uma derrota que tinha deixado dúvidas e insatisfação nos seus adeptos. Mais do que os números do resultado, ou os dados estatísticos do jogo, eram as sensações transmitidas pela equipa que causavam apreensão.
Perder por um em Munique não é catastrófico; perder as ideias da «fórmula Lage», aquela dinâmica e identidade que pareciam já estar adquiridas, não era bom augúrio para receção ao Futebol Clube do Porto – que se gaba de obter bons resultados na Luz - no primeiro clássico da época para o Benfica.
O que se viu, no entanto, foi um Benfica mais perto da sua melhor versão – para usar uma expressão cara ao treinador – do que do cinzentismo demonstrado na Alemanha. Acima de tudo, um Benfica muito melhor do que o adversário.
Mais uma vez, os números não contam tudo, num daqueles jogos que podem valer mais do que apenas três pontos. O Benfica está a um passo de chegar ao segundo lugar - quando acertar o calendário - e passou uma mensagem categórica aos rivais: tem qualidade e capacidade de reação; tem armas para lutar pelo título; tem vontade de vencer. E Bruno Lage até fez bem em poupar jogadores a meio da semana, tendo em vista este duelo.
Bruno Lage que, provavelmente, nem quereria ficar duas semanas sem jogar, mas sim tentar cavalgar a euforia do momento e estabilizar uma dinâmica vencedora. O mesmo Bruno Lage que, apesar de ter acabado de conseguir a maior vitória do Benfica sobre o FC Porto em 60 anos, optou por não ser exuberante após o jogo. Foi contido, falou no já gasto mas quase obrigatório «jogo a jogo» e até revelou que vai fazer um jogo treino com o Mafra. Se estava a vibrar por dentro não o deixou transparecer.
Ainda assim, puxou dos galões do seu passado na Luz quando questionado sobre um tema mais polémico – o arremesso de tochas por parte dos adeptos benfiquistas, que até pode ter afetado a concentração dos seus jogadores – para lembrar que já foi campeão nacional com o Benfica.
Seja como for, o Benfica vai para a paragem internacional com a confiança reforçada. E, como sublinhou o treinador, a depender apenas de si mesmo para chegar ao primeiro lugar."

FC Porto foi fraco onde faz a sua força e o Benfica mais forte em tudo


"O que fica do clássico da Luz. Na realidade, os dragões não jogaram à-Porto, porém isso não teve que ver com entrega ou agressividade. Os encarnados foram superiores em todos os momentos, com bola e sem esta

Há uma razão para virar este clássico do avesso. Por muito mérito que tenha tido o Benfica, e teve, não me lembro de ver um FC Porto tão permeável como de ontem.
Os encarnados podiam ter chegado ao intervalo com vantagem esclarecedora, que traria, eventualmente, contornos ainda mais dramáticos para a segunda parte. Para comprovar a tese, basta antecipar como cenário o que se passou após o 2-1, mesmo que todos saibamos que o futebol não caminha por uma estrada única.
Há demasiadas encruzilhadas em 90 minutos. Algumas criadas até por supostamente quem quer bem à equipa que apoia, como as infantilidades que vieram das bancadas, que cortaram o ímpeto aos seus e até abriram caminho para o empate, praticamente caído do céu em simultâneo com Otamendi (mais um erro inexplicável). Até aí só um ou outro calafrio de Trubin, provocado de longe por Galeno.
No entanto, além do golo, da bola no poste e das várias aproximações à baliza de Diogo Costa, transpareceu a ideia de facilidade para os homens de Bruno Lage.
O jogo nunca pareceu complexo por aí além para o Benfica. Mérito dos encarnados, sim, mas óbvio demérito dos visitantes. Notou-se na forma como a equipa de Lage conseguiu iludir a pressão portista – grande jogo de Tomás Araújo, o melhor em campo – e, depois, encontrou abertura nos meios-espaços para o passe vertical. Em dois, três passes, as águias acercavam-se da área adversária. Visível também a exploração do canal interior entre central e lateral-esquerdo por Aursnes e Bah, com Di María a servir como catalisador ou referência, e que resultou na confirmação do triunfo.
Os dragões estiveram demasiado longe uns dos outros, sem coesão, muitas vezes desorganizados, e foram fortemente penalizados. Curiosamente, se os holofotes estão apontados para o eixo defensivo e até para os laterais, a falta de cobertura do duplo-pivot, formado por Varela e Eustáquio, são evidentes no segundo e terceiro golos dos encarnados.
Disse-o antes e continuo a acreditar que este FC Porto está num ano zero. E um ano zero não justifica (se é que algum justifica) descidas ao balneário para gritar com os jogadores ou protestos no Olival. Mesmo com a exigência que existe no Dragão.
Houve demasiadas mudanças e, por muito que o trabalho feito tenha conseguido camuflar mais uma quebra de qualidade no plantel – Vítor Bruno anda desde o verão à procura das duplas certas de centrais e médios defensivos – e todas as alterações feitas, e as fissuras iriam naturalmente aparecer um dia. O arranque na Liga tem sido exemplar à exceção do confronto com os rivais diretos e achar que o clube poderia sair de um estado financeiro comatoso para uma dimensão futebolística semelhante à dos outros candidatos seria sempre cenário demasiado otimista.
Claro que se pode falar da abordagem mais cautelosa do FC Porto, ainda que não ao nível do Benfica em Munique, mas ainda assim fora da sua natureza mais controladora. Algo que poderá ter a ver com a forma como o treinador sentiu a equipa depois da derrota de Roma, na Liga Europa. Ou terá sido apenas estratégia falhada.
Na primeira fase de construção também se notaram muitas dificuldades para ultrapassar a pressão dos encarnados, bem alta e agressiva, que se não roubava a bola obrigava a bater e assim a recuperava para mais um ataque.

De um Tomás Araújo brilhante à importância de Florentino
Já o Benfica voltou ao conforto do 4x3x3, que mais uma vez se mostrou competente em ambos os momentos – voltando a isolar, por oposição, o nonsense de Munique –, com bola e sem esta, que coincide com a qualidade de uma das suas principais figuras: Aursnes.
Os encarnados pressionaram bem e souberam sempre sair bem da pressão contrária, atraindo os jogadores de Vítor Bruno até ao limite. Depois, aproveitaram o espaço e souberam ferir. Carreras voltou a sublinhar crescimento, Di María mostrou o que ainda consegue fazer no momento da definição (espantosa a finalização no 2-1) e Florentino vincou a necessidade que todos os treinadores têm dele quando precisam de equilíbrio e que, num ou noutro momento, pode sair da casca, como na jogada do penálti sobre Otamendi, que valeu o penálti e o bis a Di María.
O Benfica sai melhor do clássico e vê, com a saída de Rúben Amorim de um Sporting em estado de êxtase, uma luz ao fundo do túnel na corrida ao título. No entanto, nem tudo está perfeito, como se viu diante do Farense.
As duas derrotas consecutivas colocam o FC Porto em estado de alerta. É verdade que ainda pode corrigir na segunda volta, no Dragão, o resultado com os rivais, mas há fissuras a aparecer, que precisam de ser tapadas quanto antes. A pausa terá de servir para isso."

Benfica-FC Porto: isto não lembra a ninguém


"Uma nota para o que disse Ruben Amorim: a diferença entre os grandes e os outros. Os grandes não estão a ficar maiores, mas os pequenos talvez estejam a ficar mais pequenos

Foi um domingo de futebol com coisas extraordinárias. Se pensar bem, nós que seguimos o fenómeno temos a expectativa de, sempre que vamos a um estádio ou nos sentamos em frente a um televisor, de assistir a algo que nos agite. A verdade é esta: na grande maioria das vezes saímos todos desiludidos, pois nada de incrível sucede.
Há muito mais 0-0 chatos, ou mesmo 3-0 sem grande história, do que aquilo que se viveu ontem. Um domingo em que o Sporting mostrou que é mesmo a maior força do campeonato no momento e em que uma grande franja de pessoas viu o que nunca tinha visto: o Benfica marcar quatro golos ao FC Porto. Como pode ler n’A BOLA, é preciso recuar até 1972 para se ver uma equipa do Benfica fazer coisa semelhante. É uma geração inteira que nunca viu uma coisa assim, como provavelmente não tinha visto um presidente do FC Porto na tribuna presidencial da Luz.
É verdade que este pareceu ser o FC Porto mais frágil de que há memória na Luz, mas era o Benfica quem estava debaixo de enorme pressão, fruto do atraso no campeonato e, convenhamos, do que se viu em Munique. Sinceramente, não fosse o erro de Otamendi, precedido de ato que não lembra a ninguém que perceba o que está em jogo, e o Clássico podia ter pendido ainda de forma mais notória para o Benfica, que respondeu com um resultado do tamanho de 52 anos. E já que a pirotécnica interrompeu o jogo, interromperá também este texto: uns poucos na Luz quiseram fazer uma festa, mas prejudicaram grandemente a equipa, que estava em cima do rival, com dinâmica, a pressionar e perto do golo. Aquela interrupção foi um absurdo desnecessário e só não causou maiores estragos porque este FC Porto não é o mesmo que se costuma apresentar na Luz (as consequências de certas coisas sempre chegam…).
Por fim, uma nota para o que disse Amorim: a diferença entre os grandes e os outros. Os grandes não estão a ficar maiores, mas os pequenos talvez estejam a ficar mais pequenos. Disse antes que este FC Porto é o mais frágil que se viu em muitos anos. Tem seis pontos perdidos no campeonato, e ‘apenas’ frente a Sporting e Benfica. O Sporting tem sido superior, mas este fosso contém sérios riscos para o leão, pois sem grande concorrência a vir ‘de baixo’, o campeonato pode muito bem decidir-se nos jogos entre os três maiores. E o Benfica voltou a encher-se de confiança com um resultado à antiga."

À Benfica!


"O Benfica venceu o FC Porto por 4-1. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Brilhante
O treinador do Benfica, Bruno Lage, expressou a sua opinião: "Acabou por ser uma exibição à Benfica, e estamos satisfeitos. Fizemos 90 minutos de enorme qualidade. Todos os Benfiquistas devem estar orgulhosos daquilo que fizemos do primeiro ao último minuto. É uma vitória muito justa da nossa parte."

2. Juntos
Di María, autor de dois golos e eleito o Homem do Jogo, salienta o triunfo e a exibição: "Fizemos um jogo perfeito, merecíamos um jogo assim. Não demos uma boa imagem na Champions, não fomos nós próprios, e hoje voltámos a ser o Benfica que vimos sendo ultimamente, e demos uma grande alegria aos adeptos."
O astro argentino explica a forma como comemorou os golos: "Todos juntos somos mais fortes. Não se pode apontar nada às pessoas, em todos os jogos, na Luz ou fora, somos nós quem joga em casa. Em casa, nunca há menos de 60 mil, e a verdade é que agradeci aos adeptos."

3. Ângulo diferente
Veja, de outro ângulo, os quatro golos do Benfica no desafio com o FC Porto.

4. Mais uma vitória
A equipa B do Benfica venceu o Alverca, por 2-1, e somou o 6.º triunfo, em 10 jogos disputados, na Liga 2. Nélson Veríssimo realça o desempenho da equipa: "Satisfeito pelos 3 pontos e pela exibição. Fizemos tudo para tentar ganhar o jogo numa caminhada difícil."

5. Outros resultados
Os Sub-23 empataram a um golo na visita ao Portimonense. Os Sub-15 ganharam, por 4-0, à Académica de Santarém. As equipas femininas de futsal, hóquei em patins e voleibol venceram, respetivamente, frente ao Maia (10-1), ao Parede (0-11) e à Associação Avense 78 (0-3).

6. Agenda desportiva
Amanhã, às 20h00, o Benfica recebe o Calcit Kamnik em jogo referente à 1.ª mão da CEV Volleyball Cup, 16 avos de final.
Na quarta-feira, há jogo de hóquei em patins, na Luz, com o Óquei de Barcelos (20h00), a equipa feminina de andebol visita o SIR 1º de Maio (20h30) e, no basquetebol, as águias têm embate europeu em Itália, com o Bertram Derthona, às 19h30.
Na quinta-feira, há embate europeu na Luz, de voleibol no feminino, com o AEK (20h00), relativo à 2.ª mão dos 16 avos de final da CEV Challenge Cup. E a equipa feminina de hóquei em patins desloca-se ao recinto da Stuart Massamá (21h00)."

1 Minuto


- Minuto...

Mata Mata: Champions (Ó Amorim!), Primeira e Segunda Liga e claro... O Clássico Benfica-Porto!

A Verdade do Tadeia #2025/19 - O que disseram os clássicos

Falsos Lentos - S05E11 - Benfica rapa Porto

SportTV: O Futebol é Momento - S03E14 - Chapa 4

Segundo Poste - S04E15 - "Foi o pior FC Porto que já vi na Luz”

Feira da Liga #7 - Pedras no caminho de Vitor Bruno?

Chuveirinho #102

Observador: E o Campeão é... - João Pereira. Será que vai correr bem?

Observador: Três Toques...

Zero: Afunda - S05E15 - O bicho das lesões e a crise do Este

Zero: Ponto Final - João Meira

BolaTV: Este Futebol Não É Para Velhos #11 - O 'novo' Man. United com Rúben Amorim ao leme

BolaTV: Rivalidades #8 - Esta semana na Alemanha

BolaTV: Lado B #13 | Das partidas de Halloween ao jantar de benfiquistas

Tailors - Final Cut - S03E28 - João Rodrigues

ESPN: Futebol no Mundo #397 - Show de Vini Jr., lesões do Real Madrid e crise no Manchester City

Melhor até agora: Salah ou Gyokeres?


"Para mim, o egípcio é o melhor do Mundo do primeiro terço de 2024/2025. Isto, claro, se o Viktor não entrar pela redação de A BOLA a protestar comigo. Se o fizer, mudo de opinião, claro...

Rezam os relatos biblícos que Sansão possuía força descomunal e que esta lhe permitia despedaçar animais e desfazer exércitos. Porém, acrescentam os relatos, Sansão era vulnerável num ponto: o cabelo. Se este lhe fosse cortado, as suas forças tornar-se-iam idênticas às de uma formiga perante um elefante. E assim foi. Quando lhe cortaram o longuíssimo cabelo, Sansão virou formiga. Tal como Aquiles, o herói grego. Reza outra lenda que quem mergulhasse no rio Styx se tornaria invencível. A mãe de Aquiles pegou-lhe pelo calcanhar e mergulhou-o no Styx. Aquiles tornou-se invencível com um ponto vulnerável: o nosso conhecido calcanhar de Aquiles. Um dia, um inimigo lançou-lhe uma flecha envenenada que o atingiu, precisamente, no calcanhar. E Aquiles morreu.
Os 761 carateres anteriores foram escritos a pensar em Mohamed Salah Hamed Mahrous Ghaly, aka Salah no futebol. O homem sempre jogou muito, mas mesmo muito, fosse no Basileia, Chelsea, Fiorentina, Roma, Liverpool ou até (acredito) no Al Mokawloon, onde iniciou a carreira. O apogeu foi, acreditávamos quase todos, no Liverpool entre 2017 e 2024. Aliás, múltiplos apogeus, se assim podemos escrever. Sempre com aquela cabeleira desgrenhada, que foi, anos a fio, a sua imagem de marca.
Porém, no início de 2024/2025, o egípcio rapou o cabelo e aquilo que se pensava ter sido o apogeu passou a ser apenas uma montanha de segunda categoria. Não virou formiga, como Sansão, antes aumentou a influência no jogo do Liverpool, líder isoladíssimo da Premier League. Já terminara seis das suas sete épocas nos reds acima de 10 golos e 10 assistências. Agora, ainda no início de novembro, chegou, de novo, ao duplo 10. Mas, tal como Aquiles e o seu calcanhar, Salah tem um ponto vulnerável: não consegue convencer quem vota na eleição para melhor do Mundo.
Não apareceu nos 30 primeiros de 2024, ficou em 11.º em 2023 e só em 2022 e 2016 ascendeu ao último lugar do top-5. E no The Best da FIFA teve dois terceiros lugares (2018 e 2021). OK, entre 2008 e 2021, houve Messi e Ronaldo. E vice-versa. E, peo meio, ainda Xavi, Iniesta, Neymar, Lewandowski, Haaland e até Rodri. O azar de Salah parece ser um clube que ganha pouco e uma Seleção que nunca ganha. Não sei se alguma vez Salah será (conjunção um pouco cacofónica, sim) eleito melhor do Mundo. Para mim, é melhor do Mundo do primeiro terço de 2024/2025. Isto, claro, se o Viktor não entrar pela redação de A BOLA a protestar comigo. Se o fizer, mudo de opinião, claro..."

Portugal no Mundial de Esports: Conquista coletiva rumo ao topo


"É com enorme orgulho e expectativa que Portugal se prepara para marcar presença no Campeonato Mundial de Esports, em Riade, na Arábia Saudita.
Pela primeira vez na história, o nosso país envia uma comitiva de cerca de 15 pessoas, incluindo 11 atletas (com uma representação feminina histórica de 5 jogadoras!), para competir ao mais alto nível no palco mundial dos Desportos Electrónicos. Este número recorde de participantes simboliza o crescimento exponencial e a crescente profissionalização da modalidade em Portugal, e deve ser visto como a base sobre a qual trabalhar e crescer nos próximos anos. Estas seleções representam o equivalente dos Esports à famosa "Geração de Ouro" do futebol, onde as figuras maiores eram Luís Figo, Paulo Sousa, Rui Costa, etc.

Ambição e determinação: lutar por um lugar no top 4 Mundial
Tendo isso em conta, as Seleções Nacionais não viajam para Riade apenas para participar. As equipas portuguesas, tanto masculina como feminina, demonstraram ao longo da sua preparação um nível de qualidade e competitividade que lhes permite sonhar com um lugar no pódio.
O objetivo, na minha opinião, tem de ser ambicioso: alcançar o top 4 mundial, um feito inédito que colocaria Portugal entre a elite dos Desportos Electrónicos a nível mundial. Conscientes da exigência e do elevado nível competitivo que irão encontrar, os nossos atletas estão certamente determinados a dar o seu melhor e a lutar por cada partida, cada vitória.

O triunfo da união: clubes e federação, uma força imbatível
Mas esta participação histórica de Portugal no Mundial de Esports é, acima de tudo, o resultado de um esforço conjunto e de uma visão partilhada entre clubes, atletas e Federação.
Em janeiro deste ano, num momento crucial para o desenvolvimento dos esports nacionais, os clubes uniram-se em torno de um objetivo comum: construir uma seleção nacional forte e competitiva que representasse Portugal ao mais alto nível.
A decisão unânime (!!!) de apoiar a nomeação de um selecionador nacional permitiu a criação de um plano de preparação rigoroso, a organização de treinos intensivos e a seleção dos melhores atletas do país. Nunca, até essa data, os clubes nacionais tinham decidido algo de forma unânime!
Os resultados até agora falam por si e demonstram o poder transformativo da união e da colaboração entre todos os agentes do ecossistema dos Esports nacionais. Tudo o que as seleções nacionais conquistarem a partir de hoje, será ainda mais enriquecedor desta união.
Esta é a visão que tem de continuar a guiar os Esports nacionais, porque até agora as "divisões internas" não só não trouxeram nenhum benefício, como têm sido o maior entrave ao desenvolvimento do ecossistema.

Um apelo ao reconhecimento e apoio do Estado
Não posso, em consciência, deixar de destacar que esta conquista coletiva foi alcançada sem qualquer apoio financeiro do Estado Português, embora esteja em crer que isso poderá ser alterado muito em breve.
Contudo, e apesar das dificuldades e da falta de investimento público, a Federação Portuguesa de Desportos Eletrónicos, em conjunto com os seus parceiros privados, os clubes e os atletas, têm trabalhado incansavelmente para elevar os esports nacionais a um novo patamar.
Este sucesso, conquistado com recursos próprios e muita determinação (e uma dose industrial de "carolice" traduzida em voluntariado por amor à nação e ao serviço público), serve como um apelo motivador para que o governo reconheça a importância dos esports e o seu potencial enquanto indústria e plataforma de representação do país a nível internacional.
Acreditamos que o apoio do Estado é fundamental para impulsionar o crescimento sustentável da modalidade, promover a formação de novos talentos e garantir as condições necessárias para que Portugal continue a brilhar no palco mundial dos Esports.
Num momento em que a União Europeia e o Governo Português se preparam para legislar sobre o reconhecimento dos Esports como uma actividade desportiva (ou equiparada), a união e a coesão do sector tornam-se ainda mais importantes, pelo que volto a apelar a todos os agentes desportivos nacionais para se unirem em torno da Federação e das nossas seleções.
A criação de um quadro legal claro e transparente irá certamente contribuir para a profissionalização da modalidade, atrair investimento e proteger os direitos de todos os intervenientes. É fundamental que todos os agentes do ecossistema dos Esports – clubes, atletas, Federação e entidades governamentais – trabalhem em conjunto para construir um futuro promissor para os esports em Portugal.

Uma oportunidade para brilhar
A participação da Seleção Nacional no Mundial de Esports é uma oportunidade única para mostrar ao mundo o talento, a paixão e a dedicação dos jogadores portugueses. Assim sendo, convidamos todos os portugueses a acompanhar a nossa seleção nesta jornada histórica e a vibrar com cada conquista, também aqui no Jornal Record.
Juntos, podemos amplificar a voz dos Esports em Portugal e mostrar que somos uma nação que compete ao mais alto nível no cenário internacional! Procure informações sobre as competições, horários dos jogos e transmissões online para que possa torcer pela nossa seleção."

𝗙. 𝗖. 𝗣𝗼𝗿𝘁𝗼 𝗽𝗮𝗴𝗼𝘂 𝗳é𝗿𝗶𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝗹𝘂𝘅𝗼 𝗮 𝗰𝗮𝘀𝗮𝗹 𝗠𝗮𝗱𝘂𝗿𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗲 𝗮𝗺𝗶𝗴𝗼𝘀.


"Foi o preço a pagar pelos 40 anos de agressões, coação, intimidação, e roubos da claque, quer com árbitros, dirigentes e jornalistas mas também com adeptos anónimos dos outros clubes, que levaram a muitas das conquistas do clube de Pinto da Costa, no futebol português.
Não esperem que as coisas mudem só porque mudaram os rostos. O início deste campeonato tem mostrado isso mesmo."

Pagamentos pelos serviços prestados!!!

Visões tapadas...


"A goleada já lá vai!! No entanto que o juízo não nos fique tolhido só por causa de uma vitória gorda e bem conseguida.
Horas antes do "clássico", assistiu-se a mais uma "malabarismo arbitral" que possibilitou a reviravolta na pedreira.
Ainda sou do tempo em que estes lances eram anulados por causa de guarda redes que eram "impedidos" de ver a bola partir, antes de entrar na baliza. Na altura o resultado estava 2-0 para o SC Braga e a validação deste golo permitiu o embalo para o empate e, consequentemente, a motivação necessária para dar a volta ao resultado.
Parece fácil... 😏"


Hino...

Melhor em campo na goleada!


"É UM LUXO TER UM JOGADOR DESTE NÍVEL CONNOSCO!

Difícil é escolher o melhor em campo na goleada de ontem ao Porto.
O que jogou TOMÁS ARAÚJO, que está um senhor central, um central de se lhe tirar o chapéu, rápido a controlar a profundidade, excelente nas antecipações, exemplar na construção.
O que jogou CARRERAS, cujo nível não pára de subir de jogo para jogo. Que classe a atacar e a defender também! Quem diria? A bola sai sempre redondinha dos pés dele. E ainda abriu o ativo.
O que jogou FLORENTINO, que meteu o meio campo do Porto no bolso e apresentou todos os melhores indicadores defensivos do clássico: duelos ganhos, desarmes, ações defensivas.
E AURSNES, e KÖKCÜ, e AKTÜRKOGLU, o que trabalharam e jogaram para pressionarmos tão alto, para criarmos tantas jogadas de perigo, para esmagarmos tão facilmente o Porto? (4-1 ficou longe de traduzir a nossa superioridade.)
E o que jogou PAVLIDIS, que mostrou mais uma vez o que vale um ponta de lança muito para além dos golos que marca ou não marca? João Pinheiro e o poste roubaram-lhe dois golos e o defesa do Porto que fez autogolo com o braço ainda deve estar a rogar pragas ao grego.
Mas DI MARÍA, meus amigos, fez uma exibição de luxo, de LU-XO! Para todos os que o consideram velho, especialmente para o Jorge Coroado, que acha que tem reumático! A tremenda mais valia que um jogador de classe mundial trás a uma equipa ficou ontem mais uma vez patente.
Agora vem a porcaria da paragem para as seleções cortar-nos a embalagem e o suplemento anímico e motivacional que uma vitória como a de ontem, de goleada a um rival, sempre trás. Não há pachorra para estes calendários.

(Nota: a pontuação do Record foi 5 em 5, tendo sido adaptada para 10 para ser comparável com as demais.)"

Sobre o jogo só tenho isto a dizer.


"PODEMOS DAR TEMPO AO TREINADOR DE IMPLEMENTAR AS SUAS IDEIAS?

Nem hoje somos os melhores do mundo, nem na quarta-feira fomos os piores do mundo!
É preciso dar tempo ao tempo, é preciso acreditar, é preciso compreender que nem sempre as coisas correm bem, que há altos e baixos, mas há que acreditar que as pessoas que lá estão, estão lá a trabalhar diariamente para nos dar mais alegrias como as de hoje!
Parece fácil…mas há 60 ANOS…repito, 60 ANOS QUE NÃO SE VENCIA O PORTO POR TANTOS…não é desde 2003 como alguns tanto gostam de apregoar…não é de ontem…é de há 6 décadas!
Há que trabalhar para se ter mais noites destas, e eu acredito que sim, com continuidade elas irão surgir com maior frequência!
Obrigado equipa e obrigado Bruno Lage!
Aqueles que esperavam por um “CABAZ” na quarta, e por uma derrota hoje…cresçam, e apoiem, as outras guerras deixem-nas para o tempo próprio, já chega de sermos o nosso pior inimigo!
Só unidos é que poderemos dar a volta ao sistema!"

Cadomblé do Vata

Noite Como A Do Atlético De Madrid Que Voltou A Saber A Pouco...


"Benfica 4 - 1 Porto

... podiam e deviam sair daqui com 6 ou 7.

Que raio de hora - 20h45 - para início de um jogo. Imaginem quem vem de fora a que horas vai chegar a casa. A ditadura das televisões a sobrepor-se aos interesses dos adeptos. Até quando? Este jogo não perderia audiência se fosse jogado mais cedo. Nem o de Braga se o adiantassem também.
João Pinheiro no relvado e Tiago "Moedas" Martins na Cidade do Futebol. Pinheiro tem sido infeliz nos jogos do Benfica que tem apitado. "Moedas", com fama - vejam só - de melhor VAR português, tem cometido erros atrás de erros em jogos do Glorioso. Os dois, nas mesmas funções, foram incapazes de ver, por exemplo, para não ir mais longe, o penálti do tamanho do mundo cometido sobre Di María no Bessa. Que acertem hoje nas decisões.
Vamos ao jogo (em direto da bancada, sem filtro)
00' Equipa previsível, com o regresso de Bah, Tino, Di María e Pavlidis ao onze.
00' Ambiente dos grandes jogos nas bancadas. Que seja assim durante os 90 minutos.
15' Nada a assinalar para além do tempo perdido com fumos. Veremos quanto tempo vai dar a mais.
19' João Pinheiro a ser João Pinheiro. Beneficia o infrator e tira-nos um golo. É isto o melhor árbitro português? Para que serve o VAR?
30' Grande abertura do Tomás e depois o Carreras faz tudo sozinho. Sim, o CA-RRE-RAS!!! Que golo!!!
32' Como é que esta jogada não dá golo com tantas hipóteses de metê-la lá dentro? Fdx!!!
40' Primeiro foi o João Pinheiro, agora o poste a roubar um golão ao Pavlidis.
41' Já cá faltavam as tochas no relvado. Como é que o Benfica não põe um ponto final nisto? Não basta ainda? Eles sufocados lá trás e a malta das tochas oferece-lhes um time out? VER-GO-NHA!
44' Obrigado, Otamendi, são umas atrás das outras. Se o António Silva fizesse destas onde é que já não estava. Não basta ainda? Não se dá brindes a quem não merece. 45+4' João Pinheiro + tochas + Otamendi e o jogo empatado quando devia estar no mínimo 2-0.
49' Grande joga está a fazer o Pavlidis. Olha lá, Di María, um livre direto é golo, mandas tão fraquinho?
52' Carreras e Tomás é que seguram a nossa defesa. Estão a fazer a primeira época a titulares notável.
55' É assim Aktur, grande roubo de bola, transição, Aursnes a isolar Di María e a conclusão cheia de classe. Lindooooooo!
61' Ainda a saborear o segundo golo e já aí está o terceiro, crl!!! Mais uma fantástica jogada. Autogolo com a mão? Foi o Pavlidis que o obrigou a isso.
70' O que é que é esta receção do Di María? Ui, ui, ui!
72' Aquele buraco entre o Djaló e o Moura tem sido uma mina para os nossos ataques rápidos com a linha deles subida.
75' o que têm trabalhado e jogado o Kokcu e o Di María!!! 63.342 a vibrar com a joga do Benfas.
80' Isto só pode ser penálti. E é. Toma lá Di María e põe mais justiça nisto, sff. Já está: 4-1!!! E faltam mais...
82' Este amatero para o Kokcu só existe nos critérios do João Pinheiro.
86' Grande vénia pro Di Magia!!! E pro Aursnes.
90+3' Vieram ao salão de festas e levaram para contar! LA, LA, LA, LA, E O BENFICA GANHOU!!! (...)"

A arte de miúdos e graúdos dá ao Benfica uma vitória histórica contra o FC Porto


"Frente a um adversário com muitas fragilidades, a equipa de Bruno Lage venceu (4-1), impondo a segunda derrota seguida aos dragões. Os jovens Carreras, autor do 1-0, e Tomás Araújo, com vários lances de classe, destacaram-se num Benfica em que Di María, em noite de gala, bisou. As águias não marcavam quatro golos ao FC Porto para o campeonato desde 1964

O momento em que mais evidente ficou a coligação que levou à vitória do Benfica no clássico ter-se-dá dado aos 70'. Tomás Araújo, após novo roubo de bola com classe, meteu um dos seus passes longos, preciso e tenso, para Di María. A bola, alegre, viajou pelo céu de Luz, aterrando junto da linha lateral. No instante em que o o objeto estava quase a beijar o relvado, deu-se o milagre.
Di María recebeu a bola com um subtil toque de pé esquerdo, em rotação, fazendo tudo ao mesmo tempo: controlando a bola, acariciando-a, domando-a, virando-se para a baliza adversária, arrancando para o ataque, deixando um momento estético. Tudo junto, em união, como da coligação que forjou a vitória do Benfica.
Naquele instante de arte, os 36 anos de Di María ligaram-se com os 22 de Tomás Araújo, fundindo-se no idioma universal da técnica. Estava 3-1 no marcador, ainda faltava um golo para o resultado final, mas o essencial da mensagem estava dado.
Na mais gorda vitória do Benfica sobre o FC Porto no novo Estádio da Luz, o triunfo por 4-1 reflete a diferença que se viu em campo. Perigo e intenção de um lado, erros e falta de inspiração do outro.
As águias não marcavam quatro golos aos dragões num encontro desde 1972, quando venceram por 6-0 para a Taça de Portugal. Para o campeonato, o Benfica não marcava quatro golos ao FC Porto desde 1964.
No histórico serão de Lisboa, na primeira vez que os azuis e brancos foram à Luz no pós-Pinto da Costa, as promessas de Vítor Bruno, que passou a antevisão do encontro a garantir uma equipa “à Porto”, não foram cumpridas. Após cair em Roma contra a Lazio, esta derrota deixa o técnico, que nos últimos minutos era um homem resignado, de mão na barba e olhar para o céu, muito pressionado.
O jogo só não foi totalmente honesto porque foi para o intervalo em igualdade, mascarando o que já era uma clara tendência de ascendente para os da casa. Sem a postura defensiva de Munique, o Benfica foi mais a versão do embate contra o Atlético de Madrid, muito forte na recuperação e no ataque rápido.
As primeiras chances foram todas das águias. Di María, isolado, atirou ao lado, e Kökçü disparou para defesa de Diogo Costa.
Na Luz mora Tomás Araújoenbauer, um central requintado, de vocação ofensiva, pleno de requinte técnico. Esteve em dois golos e ainda somou uma finta que somará milhares de visualizações num reel do Instagram.
Aos 30', uma assistência de trivela de Araújoenbauer isolou Álvaro Carreras, o lateral canhoto que é menos canhoto do que a maioria dos canhotos. O espanhol puxou para o pé direito que domina com precisão e marcou.
Di María estava numa daquelas noites em que domina o cenário, sem limites para espalhar a sua técnica. O 2-0 ficou perto quando o argentino lançou Pavilidis, que atirou ao poste.
O FC Porto foi, quase sempre, uma caricatura de si próprio. Não pressionou com eficácia, não foi compacto em bloco baixo. Com Fábio Vieira exilado na direita, não teve perfume pelo centro, não explorou a velocidade de Galeno ou Samu. Ainda assim, o empate chegou em cima do intervalo, quando o atacante espanhol aproveitou um erro de Otamendi, mais um numa temporada cheia de equívocos para o argentino.
Se o resultado ao intervalo poderia levar a acreditar numa paridade que nunca se viu em campo, o segundo tempo demorou 15 minutos a desmontar essa ideia por via de golos.
O 2-1 foi o melhor exemplo do plano de Lage. Kerem intercetou um passe de Eustáquio para Martim Fernandes, dando para Aursnes, que assistiu Di María. O argentino, em pleno controlo do tempo e do espaço, da bola e da baliza, bateu Diogo Costa.
Cinco minutos depois, voltou a ser momento de Tomás Araújoenbauer. De cabeça levantada, o central rasgou a defesa do FC Porto com um passe. Não que a defesa do FC Porto fosse, ali, muralha difícil de rasgar, tal era a descoordenação do bloco, as brechas que se apresentavam, mas lá estava o central com alma de criativo para as explorar. Bah cruzou para Pavilidis, acabando por ser Nehuén Pérez a fazer um auto-golo.
Vítor Bruno, que até à resignação final parecia um professor a quem ninguém dava ouvidos, lançou João Mário, Pepê ou Namaso, mas não havia meio de mudar a tendência da noite. Um FC Porto tão frágil tinha de sair da Luz com um resultado que, em democracia, jamais sucedera. 60 anos sem levar quatro golos do rival foram quebrados.
Aos 82', um penálti de Di María selou o 4-1 final. O argentino, campeão do mundo, campeão da Copa América, campeão olímpico, campeão da Liga dos Campeões, campeão de tudo o que existe, deixou uma exibição para a memória, ao nível da história que este resultado representa.
Tomás a criar, Álvaro Carreras — de 21 anos — a marcar, Di María a encantar. Miúdos e graúdos construindo um triunfo como não se recordava. A outra face da noite ficou manifesta na cara de André Villas-Boas, um presidente derrotado que saiu dos camarotes da Luz instantes antes do apito final."

Benfica-FC Porto, 4-1 Brilhantismo do Benfica obrigou a colapso do FC Porto


"Encarnados dominaram o jogo quase de ponta a ponta e só no golo de Samu, após falha de Otamendi, os azuis e brancos criaram verdadeiro perigo

Difícil escolher a palavra certa para definir o que aconteceu, neste domingo, no Estádio da Luz. Colapso seria a ideal para retratar o que se passou com o FC Porto. Esmagador, por outro lado, definiria o que fez o Benfica.
Quando os encarnados vencem os azuis e brancos por claro 4-1, muito complicado perceber se foi a águia a ser esmagadora ou o dragão a ter colapso inesperado. Um pouco das duas teses será aquilo que mais se assemelha a estes 90 minutos da Luz. Talvez até tenha sido um colapso do FC Porto provocado pela fúria e pela exibição esmagadora do Benfica. Sim, será isto.
Há mais de 52 anos que o Benfica não marcava quatro ou mais golos ao FC Porto (30 de abril de 1972, na meia-final da Taça de Portugal de 1971/1972: 6-0) e há quase 60 que não apontava os mesmos quatro ou mais para a Liga (13 de dezembro de 1964, na jornada 9 da Liga 1964/1965: 4-0).
O Benfica entrou em campo como se o Mundo acabasse já neste domingo e durante os primeiros 40 minutos encostou o FC Porto bem para junto de Diogo Costa. Momentos houve em que chegou a parecer um sufoco, fruto de sucessão de lances em que os encarnados estiveram muito perto de marcar: Di María às malhas laterais (18’), Pavlidis a marcar instantes depois de João Pinheiro ter assinalado (demasiado cedo) falta sobre Akturkoglu (19’) e livre de Kokçu (21).
O FC Porto, até então, limitara-se a pequeno susto num remate de Galeno sobre a barra (13) e outro em que Samu atirou contra Trubin, lance anulado por fora de jogo do espanhol. Os dragões, demasiado encostados atrás, apostavam em começar a construção logo à saída da área, mas perdiam quase sempre a bola.
Até que aos 30 minutos, após longo passe de Tomás Araújo, meio trivelado, da direita para a esquerda, a bola foi parar a Carreras e este, depois de tocar do pé esquerdo para o direito, evitando a oposição de Martim Fernandes, rematou forte e, ajudado por ligeiro desvio em Alan Varela, surgiu o (bem merecido) golo inicial para o Benfica.
Os encarnados marcaram e, em vez de respirarem um pouco, partiram em busca do segundo golo e, logo a seguir, sequência de remates perigosos em que quase parecia tiro ao boneco. Lances, porém, invalidados por fora de jogo. Quase de enfiada, Pavlidis rematou ao poste esquerdo da baliza de Diogo Costa. O FC Porto, face à impetuosidade do Benfica, não conseguia ter bola e, quando a tinha, não sabia bem o que fazer com ela.
Até que, pertinho o final do primeiro tempo, Martim Fernandes teve um remate frouxo, defendido sem problemas por Trubin, lance que pareceu ter arrebitado um pouco a equipa de Vítor Bruno.
Instantes depois, porém, na melhor jogada coletiva do FC Porto, surgiu um golo quase caído do céu aos trambolhões, aos 44 minutos. O cruzamento rasteiro de Francisco Moura apanhou Samu na cara de Trubin e o espanhol, recebendo nos pés a falha infantil de Otamendi, não perdoou e fez o empate.
Acreditavam os portistas que o golo de Samu poderia catapultar a equipa para segunda parte ao nível do grande FC Porto. Esperavam os benfiquistas que a equipa soubesse reagir, sobretudo emocionalmente, a empate tão inesperado. Depressa se viu que a crença do dragões fazia pouco sentido.
O Benfica voltou a entrar muito forte e o FC Porto continuou encostado atrás. Logo aos 56’, recebendo passe brilhante de Aursnes, rasgando a defesa portista de alto a baixo, Di María progrediu uns metros e, à saída de Diogo Costa, picou-lhe a bola e fez o 2-1. Seis minutos depois, Tomás Araújo imita Aursnes e rasga a defesa azul e branca com passe que encontra Bah na profundidade. O dinamarquês cruzou rasteiro e, na luta com Pavlidis, Nehuén Pérez faz o 3-1 na própria baliza.
Faltava quase meia hora para o final do jogo e sentiu-se que o resultado, se não estava fechado, andava perto de o ser. Os jogadores do FC Porto caíram emocionalmente, enquanto os do Benfica, que pareceram mais frescos, foram em busca de uma vitória histórica. E Di María, aos 82 minutos, numa grande penalidade assinalada após falta de Alan Varela sobre Otamendi, fez o quarto e último golo de uma vitória esmagadora."

Celebrar...

Terceiro Anel: Corruptos...

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"O que queres no teu aniversário?"


"Depois do sorteio da Champions League e a consequente calendarização dos jogos, ditou que o Benfica ia a Munique defrontar os bávaros.
Portanto, dia 6 de Novembro de 2024, trinta e um anos depois do meu nascimento, a Allianz Arena vai receber a equipa que me faz abdicar de celebrar o meu aniversário com a minha família e amigos. O plano da viagem era:
Leiria - Lisboa - Barcelona no dia 5
Barcelona - Munique no dia 6
Munique - Colónia - Lisboa no dia 7.
Não parece uma viagem complexa, mas depois de conjugar os horários entre autocarros, os voos e onde se descansa torna-se tudo numa loucura.
Dormir no aeroporto de Barcelona, para poupar dinheiro não seria alternativa para alguns, muito menos viajar 8 horas de autocarro para Colónia, 2 horas depois de terminar o jogo. Fiz este plano para mim, porque se adaptava ao tempo e dinheiro que queria e podia dedicar ao Benfica. Tive a sorte de convencer um amigo vermelho a acompanhar-me nesta jornada. Se fosse sozinho nunca estaria só, mas acompanhado é mais reconfortante, e ainda por cima levava alguém que nunca tinha experimentado algo assim, portanto tinha que mostrar-lhe o melhor do Benfica.
Nos "aways", a cultura do Benfiquismo pronuncia-se de uma forma diferente dos jogos na Luz, talvez seja porque os adeptos valorizam os sacrifícios feitos para acompanhar o Glorioso e vive-se o momento como sendo único, algo que na Luz parece que se vulgarizou a ida ao futebol.
Sempre que acompanho o Benfica fora do país, espero uma recompensa. Essa recompensa não é uma vitória dentro das 4 linhas, essa não depende de nós, mas sim poder conviver com adeptos que partilham o mesmo sentimento sobre o que é ser do Benfica.
Nós que gostamos do Benfica, e que queremos fazer parte da história do clube, estamos habituados à falta de compreensão de quem questiona o nosso fanatismo mas esperamos que um dia conseguíamos explicar o que é "ir ver o Benfica".
"- Vais para a Alemanha só para ver um jogo do Benfica, que provavelmente vai perder, ainda por cima no teu dia de anos? Fora o dinheiro que gastas e o cansaço das viagens." disse-me um colega de trabalho que também é do Benfica.
É difícil explicar com palavras que sentimento temos por uma "associação desportiva". Normalmente temos sentimentos afetuosos por pessoas e animais, mas podemos considerar que a instituição Benfica é um conjunto de pessoas, logo é valido ter sentimentos pelo Benfica.
A cada "away" conheces mais pessoas. Conheces o rapaz da Madeira que tem aquela camisola preta de 97/98, que é a tua preferida. Por um acaso em pela Marienplatz, conheces o Nuno que é um ex-colega de equipa do teu amigo e que não se viam há mais de 10 anos. Conheces o Paulo Cigano da Suiça e os amigos que adoram ver os jogos do Benfica pela Europa. Conheces o Guilherme Fontes e tens a oportunidade de lhe agradecer o seu contributo para um Benfica melhor...
Podia enumerar muitos mais, mas isto chega para mostrar que o que me motiva a ver jogos do Benfica fora de Portugal é conviver com pessoas novas e quem sabe manter relação depois de as conheceres. Para muitos, isto não são motivos para acompanhar o Benfica e cabe a cada um escolher o que quer para si.
Existe sempre o reverso da medalha quando decides ir apoiar o Benfica ao estrangeiro, ou mesmo em Portugal.
Para tu teres a tua felicidade, alguém vai sentir a tua ausência. Dou muito valor à minha família e sinto que estou a falhar sempre que decido ser um pouco egoísta por um clube de futebol. Tenho uma filha bebé, que é a prioridade da minha vida. Criar filhos, é a maior responsabilidade que pode existir, e é algo que está sempre no nosso pensamento quando se tomam decisões como esta. A vida de pais é exigente, e isso faz-nos abdicar do que gostamos para proporcionar o bem estar deles, mas desta vez não foi assim.
Deixar quem tu amas para ir ver um jogo de futebol, num dia tão especial para ti mas também para os que te amam, pode ser considerado fanatismo e egoísmo, e em parte posso concordar, mas transforma em "palavras" o que sinto pelo Benfica, que em parte está relacionado com o sentimento que tenho por quem amo.
Só o Benfica me faz escolher de forma egoísta, nenhum outro caso de lazer me fazia abdicar de 3 dias com minha filha e a minha mulher. Elas compreendem o meu sentimento pelo clube e só isso faz com que eu não me sinta tão culpado por escolher ir ver um jogo à Alemanha sem elas.
Se a pergunta "O que queres no teu aniversário?" é fácil de responder na maioria das vezes, por tudo o que implica a logística de ir ver um jogo do Benfica fora do país, mais a tua ausência para as pessoas que te amam, este ano, era a resposta mais convicta mas ao mesmo tempo mais difícil de dar: "Quero ir ver o BENFICA""

Visão: Munique...