Últimas indefectivações

terça-feira, 21 de março de 2023

Melhor da Europa: a outra face dos golos


"Depressa e bem... a equipa de futebol do Benfica é quem mais empolga - e, nas bancadas, ninguém poupa nos aplausos e na transmissão de energia positiva para dentro do relvado. Foi assim no Estádio do Marítimo, no passado domingo, onde o líder da Liga voltou a ser empurrado pela sua imparável massa adepta no sentido de abraçar mais três pontos. Superado o antagonista madeirense, no Benfica faltam agora 10 jogos, ou, matematicamente falando, oito vitórias (em virtude da vantagem pontual que possui...), para concretizar o objetivo mais desejado aquém-fronteiras e, assim, poder celebrar a conquista do 38.º Campeonato.
No duelo da 24.º jornada, os comandados de Roger Schmidt vincaram uma identidade futebolística. O coletivo reeditou o seu melhor registo no controlo, no domínio do jogo e na forma simples, veloz, objetiva, progressiva, envolvente e elegante como promove a circulação de bola e como, fruto do seu labor ofensivo, convoca os seus mais diferentes intérpretes para momentos de finalização, tanto em lances corridos como nas combinações de laboratório.
Foram três as bolas que sorriam no contacto com as redes maritímistas, mas foram ainda mais as que estiveram a jeito de entrar na baliza madeirense. O Benfica nunca abrandou, nunca jogou de devagar ou devagarinho, porque essa não é a matriz do conjunto que ocupa o 1.º lugar da classificação desde agosto.
As análises debruçam-se sobre a zona ofensiva, e, só nas contas do Campeonato, já existem mais de seis dezenas de motivos a sustentar tal inclinação. Com os remates certeiros de Neres(2) e de João Mário na Madeira, o Benfica (melhor ataque da prova!) totaliza agora 61 golos faturados em 24 jogos na Liga, apresentado uma média de quase 2,6 tentos por partida. Do melhor que se pode encontrar ao nível dos líderes das mais relevantes ligas europeias, testemunham-se os números.
O poder ofensivo e a capacidade de contrapressão representam também, na outra face do desempenho coletivo, a principal força defensiva do Benfica. Neste plano, esquecendo por instantes a beleza dos ataques, das assistências e dos golos ao longo da temporada, é mais do que justo direcionar os holofotes para a organização/linha defensiva e para o homem que tranca a baliza: por mérito individual e da equipa, Odysseas acumula 23 jogos (!) sem sofrer golos neste ano desportivo em todos as competições, sendo, por via desse facto, o guarda-redes com mais clean sheets entre os que defendem as cores de conjuntos dos países do top 10 do ranking da UEFA."

João Sanches, in O Benfica

Decisões


"O campeonato é composto por 34 jornadas. Todas valem 3 pontos, mas, como diria George Orwell, há umas mais iguais do que outras.
Acredito que o Benfica, se vencer os próximos dois jogos, será campeão. É uma fé, alicerçada nos 8 pontos de vantagem e no calendário dos dois principais candidatos.
No próximo domingo há um SC Braga - FC Porto. Um jogo muito difícil para os portistas, com alto risco de perda de pontos. Ainda que tal não aconteça, e o FC Porto triunfe na Cidade dos Arcebispos, se fizermos o nosso trabalho, entraremos no clássico da Luz com os mesmos 8 pontos de vantagem de que por ira dispomos - e para além do efeito psicológico que tal poderia ter num o noutro lado, mesmo que nesse jogo as coisas não corressem mal, a vantagem permaneceria de algum modo confortável: 5 pontos para 7 jornadas.
Ganhar ao Vitória e ao Rio Ave será, pois, a meu ver, determinante para a conquista do maior objetivo da temporada. São duas verdadeiras finais, que terão de ser jogadas como tal.
Além do valor desportivo dos adversários, importa ter em atenção aquilo que poderá passar-se nos bastidores nas próximas semanas. O nosso principal adversário na corrida ao título não olha a meios para alcançar os fins. E nunca desiste de lutar, dentro ou fora de campo. Haverá armadilhas, especulações, ruído e, provavelmente arbitragens habilidosas. Temos de nos manter fortes, unidos e imunes para fazer frente a tudo isso. Além da qualidade de jogadores e equipa técnica, temos também a nosso favor a 'onda vermelha', que, quando se espalha pelo país, se torna indestrutível. Usemos essa noite nossa força."

Luís Fialho, in O Benfica

Cada criança pode ser um campeão!


"Há já vários anos que a Fundação Benfica aproveita a boleia da corrida EDP Mini Campeões para levar crianças do projetos sociais de todo o país à grande festa do atletismo que o Maratona Clube de Portugal organiza envolvendo dezenas de milhares de pessoas. Nem todos são atletas, muito menos de alta competição. Muitos são amadores que treinam todo o ano para conseguirem enfrentar e vencer o desafio duma maratona e para, uma vez terminada a aventura, arquivarem o dorsal com orgulho no baú das recordações.
Nas fotos, nos vídeos e nas selfies, grava-se a fogo a multidão envolvente, a camaradagem, a travessia da ponte e o cortar da meta. Depois, quando as televisões passam o rescaldo do evento, é dizer em família, no bairro e o emprego, que se é um daqueles pontinhos anónimos. Ora, toda esta envolvência motiva também as crianças que querem sempre fazer o que os adultos fazem, e quanto mais extraordinário e divertido, melhor. Por isso, a alegria da pequenada é imensa quando soa o sinal de partida e se solta toda aquela energia contida num entusiasmo ruidoso que acrescenta alegria à festa de todos.
Participar quer dizer isso mesmo: fazer parte, por isso a oportunidade de participar é, para as crianças dos projetos sociais, uma oportunidade imperdível e inesquecível que reforça o caminho da inclusão que todas as crianças merecem e Portugal precisa. Obrigado ao Alto Comissariado para as Migrações por disponibilizar esta oportunidade às crianças do Programa Escolhas e ao Maratona por manter a porta aberta a este importante público, porque cada criança pode ser um campeão!"

Jorge Miranda, in O Benfica

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"12
Grimaldo já fez 12 assistências para golo, igualando o seu melhor registo numa temporada (2018/19);

15
João Mário regressou ao topo dos melhores marcadores no Campeonato Nacional com 15 golos, os mesmos que Gonçalo Ramos concretizou. Em todas as competições oficiais, Gonçalo Ramos lidera a equipa com 23 e é secundado por João Mário, o qual é o mais destacado nas participações diretas em finalizações, com 33 (21 golos + 12 assistências), seguido por Gonçalo Ramos, com 27 (23+4) e Neres, com 25 (12+13);

16
Nos primeiros 24 jogos do campeonato, o Benfica não sofreu golos em 16. Na história dos encarnados, é preciso recuar a 1988/89 para encontrar o mesmo registo;

20
O Benfica conquistou a 20ª Taça de Portugal de voleibol do seu palmarés;

35
Com as estreias de Schjelderup e Tengstedt, subiu para 35 o número de jogadores utilizados por Roger Schmidt em competições oficiais;

36
Maior número de vitórias de sempre do Benfica ao fim de 43 jogos numa temporada em competições oficiais (considerando vitória ou derrota em jogos decididos no desempate por pontapés da marca de grande penalidade);

65
Considerando três pontos por vitória em todas as épocas, só em 1972/73 (70 pontos) o Benfica conseguiu, ao fim de 24 jogos, melhor pontuação no campeonato do que os atuais 65 (que só conseguira em 1962/63);

4099
Odysseas Vlachodimos foi o primeiro elemento do plantel a ultrapassar os 4000 minutos de utilização em “jogos oficiais” na presente temporada. Grimaldo (3994), Otamendi (3498), Florentino (3487), João Mário (3425) e António Silva (3207) são os restantes acima dos 3000 minutos em campo (inclui tempos adicionais). No que respeita a jogos, Florentino é o único totalista, com 43."

João Tomaz, in O Benfica

Editorial


"1. O jornal O Benfica tem desde esta semana um novo editor executivo. Quero dar as boas-vindas do Pedro Azevedo e deixar um agradecimento especial ao José Marinho por todo o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos. Rigor, profissionalismo e uma crescente interação entre conteúdos no site, no jornal, nas redes sociais, na BTV e no BPlay são eixos estratégicos na nobre missão de servir os adeptos cada vez melhor.

2. Neste edição do jornal O Benfica procuramos seguir uma tendência que queremos cada vez mais afirmar perante os nossos leitores: sermos mais prospetivos, apontarmos mais para o futuro, sermos nestas páginas menos acervo e reflexo do que aconteceu a perspectivar mais o que está para vir.

3. É nesse desígnio que se insere a análise aos 7 clubes que juntamente com o Benfica se apresentam como as 8 melhores equipas da Europa. Fica um raio-X quanto ao que poderá provir, numa análise atual, mas, também, respirando a história das vezes em que cada um se cruzou com o Benfica. Leitura para desfrutar e traçar o rumo às aspirações que legitimamente reivindicamos nesta temporada. A qualidade e a personalidade demonstradas ao longo de toda a carreira europeia a isso nos permitem.

4. Há no jornal O Benfica um compromisso de acompanhamento e divulgação das várias áreas que constituem o universo do Clube, da sustentabilidade à digitalização, das modalidades ao futebol feminino. É um pacto que se renova semanalmente numa comunicação positiva e próxima que queremos continuar a empreender. Hoje, especial destaque para a meta dos 50 golos alcançado por Kika Nazareth num trajeto que muito se confunde com o enorme sucesso da aposta do Sport Lisboa e Benfica na modalidade, o clube que, indiscutivelmente, mais tem feito crescer o futebol feminino em Portugal. E assim continuará a ser."

Pedro Pinto, in O Benfica

Entrevista: Grimaldo...

BF: Santiago Gimenez...

RND: Carrega Benfica #1

5 minutos: Diário...

Golaço #145 - Braga et Porto se neutralisent, analyse la première liste de Roberto Martinez

Azar de quem o apanhe: A história de João Neves no SL Benfica


"O novo menino-bonito do SL Benfica tem sido uma agradável surpresa desde que lhe foi dada a oportunidade de brilhar na equipa principal dos encarnados. Aos poucos e poucos tem vindo a encantar os benfiquistas não só pela sua qualidade dentro das quatro linhas como também pela sua irreverência fora delas. Mas de onde surgiu uma das novas joias do Seixal?
Nascido e criado em Tavira, começou o seu percurso no futebol na Casa do Benfica de Tavira em 2012 com apenas oito anos de idade. Seguiram-se quatro épocas no centro de Formação e Treino do Benfica em Faro até finalmente chegar ao Seixal em 2016, já com 12 anos.
Jogou em todos os escalões de formação, muitas vezes com a braçadeira de capitão presente, até chegar aos sub-23 aos 17 anos, integrando a equipa que viria a ganhar a UEFA Youth League na temporada passada, mesmo estando lesionado na derradeira final-four.
Depois da grande conquista a nível europeu, já recuperado, mereceu a titularidade na vitória frente ao Peñarol a contar para a Taça Intercontinental Sub-20, onde atuou a tempo inteiro.
Teve uma passagem curta pela equipa B do SL Benfica, tendo até ao momento realizado apenas 11 jogos pela mesma.
A sua estreia pela equipa principal das águias deu-se num sítio que lhe é bem familiar, em Faro, num particular frente ao Sevilha durante a paragem para o mundial a 11 de Dezembro de 2022. Umas semanas depois acabou mesmo por se estrear oficialmente pelos encarnados na deslocação a Braga, que, infelizmente, resultou na primeira derrota oficial das águias na temporada, mas contudo, a partir desse momento tem sido regularmente aposta de Roger Schmidt.
Dez anos após ter tido o primeiro contacto direto com o futebol de formação do Benfica realizou a sua estreia. Dez anos de trabalho, de esforços e de persistência daquele que é apenas um dos milhares de jovens que integram o centro de treinos do Seixal e acabam por conseguir chegar à equipa principal dos encarnados. João Neves é um verdadeiro exemplo do fruto que é produzido e criado pelo Benfica, com o intelecto certo. 
Aproveita cada momento em que tem a bola nos pés, e no pouco tempo que joga mostra sempre muito. Muita qualidade, muito potencial, muita segurança, muita confiança, que culmina com a mentalidade vencedora do número 87 do Benfica. É um médio muito controlador, racional, criterioso, ágil e perspicaz, que aproveita todos os centímetros dos 174 que possui, pois, tal como o mesmo profere, o que interessa é a cabeça e aquilo que ela produz.
Para além da qualidade que demonstra dentro de campo, o médio natural de Tavira também se destaca por aquilo que diz fora dele, quando mostra orgulho por representar a camisola que veste e o clube que defende. Quando questionado sobre os possíveis adversários para o sorteio dos quatros de final da Liga dos Campeões, João respondeu da seguinte forma: “Diria que cada adversário terá azar em calhar contra nós porque somos uma equipa que joga um futebol fantástico e é por isso que estamos onde estamos neste momento….”.
Azar de quem o apanhe porque, João Neves, aos 18 anos, está a viver uma autêntica montanha-russa de acontecimentos, e, de momento, ainda está só a subir."

De quem sou eu?

Mauro Xavier, in Record

O DJ, o cantor e o mestre de cerimónias

Vasco Mendonça, in A Bola

3x4x3, excerto...

Titulares, excerto...

Domingo, excerto...

A Verdade do Tadeia #769 - O que fazemos com o FDV

Veríssimo...

21 de Março


Benfica FM #230 - Guimarães...

Visão S04E29 - Champions, Guimarães...

O Futebol é Momento #25 - Já estamos em estágio

O Benfica Somos Nós - S02E50 - Guimarães...

Domingo vitorioso


"A presente edição da News Benfica é dedicada à atividade desportiva benfiquista resultante num domingo pleno de sucessos.

1
A nossa equipa feminina de futebol recebeu e venceu o Damaiense, por 5-0, numa partida em que, a anteceder o apito inicial, Catarina Amado e Lúcia Alves foram distinguidas pelo Clube por terem atingido a centena de jogos pelo Benfica no jogo da jornada passada, com o Famalicão.
Filipa Patão destaca a forma como a equipa enfrentou um adversário preocupado, sobretudo, com os aspetos defensivos: "Com blocos baixos, temos de ter muita paciência, circular rápido e bem. Foi o que fizemos. Depois do 1.º golo, tudo se tornou mais simples."
Veja o resumo do jogo, aqui.

2
Este triunfo, numa jornada em que os mais diretos perseguidores, Braga e Sporting, empataram, ampliou a vantagem pontual benfiquista na liderança para 12 pontos, o que possibilita a renovação do título nacional já no próximo embate.
Caso vençamos o Sporting e o Braga perca com o Torrense, as Inspiradoras sagram-se desde logo tricampeãs nacionais. É mais um condimento especial para apoiarmos a nossa equipa dia 26, na Luz, às 16h00. Não falte!

3
João Mário, eleito o melhor médio e o MVP de fevereiro, e Grimaldo, escolhido como melhor defesa nesse mês, já receberam os prémios relativos a essas distinções.
E não deixe de ver os melhores momentos do triunfo, por 5-1, ante o Vitória de Guimarães através da PitchCam.

4
A equipa B regressou aos triunfos na receção à Oliveirense (2-0). No âmbito da formação, ontem houve vitória dos Sub-15 no dérbi com o Sporting (0-2).

5
A nossa equipa feminina de basquetebol prossegue 100% vitoriosa no Campeonato, disputadas que estão 21 jornadas. Frente ao Esgueira, na Luz, 79-59.
No voleibol feminino entrámos a ganhar nos quartos de final da Taça Federação. Na visita ao SC Espinho, 0-3.

6
Amanhã há jogo europeu de andebol na Luz. Nos oitavos de final da EHF European League, defrontamos, na Luz, o Flensburg-Handewitt em jogo da 1.ª mão desta eliminatória. O início da partida está agendado para as 19h45. Venha apoiar a nossa equipa!

7
Os nadadores do Benfica Diogo Ribeiro e Miguel Nascimento tiveram excelentes desempenhos na Taça Internacional de Edirne, na Turquia.
Diogo Nascimento venceu as provas de 100 metros livres, 50 e 100 metros mariposa. Nesta última alcançou mesmo a sua melhor marca do ano.
Miguel Nascimento ganhou nos 50 metros livres, obtendo a sua melhor marca do ano nesta distância.
Ambos marcaram presença em mais lugares do pódio."

Enchanteur!

Acordão...


"No dia 27 deste mês será lida a sentença do caso dos e-mails - caso este que remonta a 2017 e 2018.
Para o magistrado, “os arguidos devassaram essa informação ilegalmente obtida, filtraram-na, reportaram-na, reorganizaram-na e montaram uma telenovela semanal sob capa de investigação jornalística, para destruírem a credibilidade do Sport Lisboa e Benfica”.
Os arguidos Francisco J. Marques, Diogo Faria e Júlio Magalhães serão julgados por vários crimes, entre os quais violação de correspondência ou de telecomunicações agravadas, devassa da vida privada, acesso indevido, ofensa a pessoa coletiva agravados, entre outros.
Para que fique claro, ao longo das várias audiências deste julgamento, em caso algum os arguidos mostraram estar arrependimento e a defesa usou como proteção a desculpa do “interesse jornalístico”, alegando que não estava em causa ferir a credibilidade do Sport Lisboa e Benfica.
O Ministério Público como o coletivo de juizes consideraram absurdo.
Para o magistrado, os 3 arguidos “fizeram-no apenas com duas motivações: pela rivalidade clubística e pelas audiências, exatamente porque essa informação era vital ou relevante para (denegrir) a própria Benfica SAD, seguindo meramente os interesses concorrenciais do Grupo FCP, não se pautando pelos critérios e objetividade e independência que caracterizam a função jornalística, mas pelo seu oposto”, sendo eles levados a lesar o Benfica.
Francisco J. Marques, à medida que se aproxima a sua sentença vai recorrendo às habituais táticas desonestas, lançado insinuações no canal do clube para influenciar o desfecho da condenação. Tenta passar a ideia de que dois dos juizes envolvidos no processo não são idóneos ou honestos porque são simpatizantes do Benfica, difamando os mesmos e deixando no ar ameaças encapotadas, faltando muito pouco para até expor as suas moradas, tal como ainda há pouco fizeram com a esposa de Rui Santos, no Porto Canal.
Confunde o valor patrimonial e financeiro da instituição Sport Lisboa e Benfica, a marca e os seus patrocinadores, com o valor de cada email que o próprio truncou e divulgou, como se os danos causados à maior instituição desportiva nacional pudessem ser catalogados pelo número de emails expostos, esquecendo, de forma conveniente, a truncagem dos mesmos e a telenovela semanal que patrocinou com o intuito de destruir por completo a imagem internacional do Sport Lisboa Benfica - todos nos recordamos da reportagem encomendada a Tariq Panja, entre outras -, lesando calamitosamente a instituição e a relação da mesma com os seus patrocinadores. O arguido encontra-se de tal forma alucinado, que mistura o prejuízo causado à maior sociedade desportiva nacional, cotada em bolsa, com as indemnizações atribuídas pelos prejuízos dos fogos de 2018.
Para cúmulo do ridículo, o diretor de comunicação do FC Porto - também arguido por violência doméstica - ainda se acha no direito de se sentir indignado porque foi sancionado a pagar o arranjo do sistema informático do Benfica no qual roubaram os 10 anos de correspondência privada.
Hilariante, não fosse este um dos casos mais graves de roubo, espionagem, apropriação de conteúdo ilícito, difamação e ataque a uma empresa rival de que há memória na história da humanidade.
Talvez isto explique o interesse que o Porto Canal tem em fazer o direto da leitura do Acórdão."

Juntem-se a mim numa vénia a este senhor, se fazem favor!


"1. Faz agora pouco mais de um ano, não servia para o Braga de Carlos Carvalhal (treinador competente, atenção) e teve que ir fazer pela vida para a Turquia.
2. Voltou no início da época e não conheço um especialista que lhe apontasse hipóteses de ficar no plantel.
3. E também para nós, benfiquistas, era uma carta completamente fora do baralho.
4. Roger Schmidt, contra tudo e contra todos, levou 38 para o estágio de pré-época e descobriu nele as qualidades que a mais ninguém passavam pela cabeça. Ficou no plantel.
5. Com a saída de Enzo, quem não ficou preocupado por Rui Costa não ter ido ao mercado buscar um substituto?
6. Mas Chiquinho, surpreendentemente para nós, conscientemente para Schmidt, tomou-lhe o lugar - e aí está ele a jogar (muito) e a encantar (muito)! Alguém tem dado pela falta do Enzo?
7. Já há até quem fale na injustiça de não ter sido convocado por Roberto Martinez. (Verdade, mas é deixá-lo entre nós a trabalhar com quem sabe: Roger Schmidt!)
8. A somar a todas as outras, este homem tem ainda uma qualidade que nos diz muito a todos nós: é grande benfiquista!
Rumo ao 38! Carrega Chiquinho!!!"

Imagens que valem mil palavras… quem ficou mais contente com o resultado?


Bello - adeptos: Guimarães...

Domingo, excerto...

A Verdade do Tadeia #768 - SC Braga e FC Porto marcam passo

11: Tempo útil, excerto...

BF: Guimarães...

Terceiro Anel: Guimarães...

Vinte e Um - Como eu vi - Guimarães...

Vambora: Guimarães...

Fura Redes: Penalty...

Nilton: Jornada...

Posso sonhar com Istambul?


"Galeano, o mestre que tirou o futebol da sombra, escrevia que que o “torcedor” joga com a equipa, é o seu número doze, faz parte da equipa.
Por isso, todos dizemos: “Nós jogamos hoje!”
E é esse direito que aqui, perante todos, quero reivindicar.
Deixem-me sonhar.
Lembrei-me de Sophia.
A minha Sophia, a nossa Sophia dos mares de Gaia:

Apesar das ruínas e da morte,
Onde sempre acabou cada ilusão,
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos ficam vazias.

Viajei no tempo e encontrei o Senhor Shéu. Em Bruxelas e em Lisboa.
Passei por Estugarda, em maio de 1988, e voltei a ver o que nunca tinha visto – Veloso. Todo de vermelho, camisola, calções e meias.
O orgasmo que Galeano tão bem descreve nos seus textos ficou nas luvas do “goleiro” holandês. Veloso, como todos Nós, chorou naquela noite em que os deuses não quiseram nada com o Benfica.
Não demorei a voltar a uma final – Benfica com o Milan dos senhores Gullit, Rijkaard e Van Basten. Corria o ano da graça de 1990, 23 de maio, Viena e o sonho, mais uma vez, ganhava a forma de um pesadelo.
Em três anos, duas finais dos campeões perdidas.
As ilusões que Sophia descrevia acabavam em pesadelos de um jovem adepto Benfiquista a viver no grande Porto.
Não tinha consciência da nossa força, da nossa capacidade de renascer.
Passamos por quase tudo o que era possível e até impossível.
E uns anos depois voltamos aos sonhos.
Duas finais da Liga Europa.
Mais duas ilusões perdidas.
Cinco finais europeias perdidas a juntar a outras que só conhecia dos livros.
Cinco.
Mas, nunca as nossas mãos ficam vazias porque o direito ao sonho ninguém nos tira.
Diz quem sabe que não há pai para o Benfica e eu concordo.
Temos uma capacidade de renascer que ultrapassa tudo o que os trovadores podem descrever, mesmo quando tentam falar de amor. 
É muito mais que isso.
É um sonho.
É um sonho porque nunca é real.
No dia a seguir a um sonho conquistado, logo outro toma o seu lugar.
E é apenas isso que venho exigir em nome de todos os adeptos, em nome de todos os jogadores, treinadores e até em nome dos nossos adversários.
O direito a sonhar.
Ir duas vezes a Itália e depois derrotar o grande Real na final de Istambul?
Claro!
É mesmo isso, que ninguém nos tire o direito a sonhar.
Lá, na catedral onde somos todos iguais, onde a união se faz força, lá onde os nossos

“rapazes, com fogo sagrado”,
têm por missão maior, honrar
“agora os ases
Que nos honraram o passado!”

Deixem-nos sonhar porque
A força dos meus sonhos é tão forte,
Que de tudo renasce a exaltação!"

Era uma vez um Pedro que foi ao estádio


"Vou-vos contar a história do Pedro. O Pedro é um adepto de futebol em Portugal, muito apaixonado pelo seu clube e que decidiu que queria ir ver o próximo encontro da sua equipa, vital para a luta pelo grande objetivo da época.
O dia do jogo até começou como muitos outros. O nosso adepto acordou às 7h30 e foi trabalhar das 9h às 18h. Até aqui tudo normal. Mas o Pedro sabia que assim que terminasse o turno (e todo o dia rezou para que não houvesse stresses de última hora), iria começar uma maratona contra o tempo. Teria que entrar no seu carro e arrancar para uma viagem de 300 kms, pois o jogo estava marcado para uma 2ª feira às 21h15 (e conseguir ir ao jogo já tinha sido uma sorte, pois o dia e a hora só fora anunciado 5 dias antes e felizmente ainda conseguiu trocar o turno com um dos seus colegas). O Pedro foi com a esposa e o seu filho (que tinham ido ter com ele ao seu emprego, pois de outro modo nunca na vida chegariam a tempo) e tinham gasto 120 euros nos três bilhetes, a que se iria somar a gasolina, a portagem, mais a comida apressada na área de serviço. Em tudo isto ele pensava durante a viagem, enquanto a noite ia caindo e sentia a esposa a suspirar e o filho com o habitual "pai, já chegámos?". À 8ª repetição da pergunta, estacionou o carro.
Chegado às imediações do estádio, procurou então descobrir o sector que lhes pertencia. Deu uma volta inteira ao estádio e percebeu finalmente para onde se devia deslocar: na zona onde estavam polícias que mais pareciam robocops, uns montados a cavalo e outros com pastores alemães que ladravam de forma agressiva. "Calma, vai correr tudo bem" diz o Pedro ao seu filho, após ver a sua cara assustada. Até porque olhou para a esposa e pareceu-lhe que a mãe não estava muito mais tranquila. "Senhor agente, desculpe, é aqui o setor do clube visitado?" "Ponha-se mazé a andar!" responde o agente, enquanto empurra a família para a frente. "Bom, aqui será" pensou o Pedro. Colocam-se na fila (no que mais se assemelha a um ajuntamento de gado) e os minutos começam a passar, todos os adeptos cada vez mais apertados e a fila não mexe. "Que se passará" falam uns para os outros, sem nada perceberem. Até porque a hora do jogo (para o qual recorde-se, pagaram 120 euros, mais gasolina, mais portagens, mais comida) aproxima-se. Tanto se aproxima que o jogo começa e eles ainda estão no exterior. A revolta faz os adeptos começarem a barafustar e agitarem-se, o que é respondido pela autoridade com gritos e cacetadas. "Calma, calma, estão aqui mulheres e crianças!" gritou o Pedro.
Chegados finalmente à revista, são informados que o cachecol que o filho leva aos ombros não pode entrar: "adereços da equipa visitante não são permitidos". "Mas agora onde eu meto o cachecol?" "Ponha ali naquele amontoado onde estão os outros cachecóis. À saída pode recolhê-los...se eles ainda aí estiverem". Bom, apesar do cachecol ter sido uma prenda de natal para o filho, o Pedro pediu ao menino que cumprisse com as regras. "Deixa lá, meu querido, se for preciso depois o pai compra outro". Foi nessa altura que reparou que a mulher estava com problema semelhante: a revista não a deixava entrar com os auriculares bluetooth que trazia na mala.
"Isso pode ser uma arma de arremesso contra o árbitro". "Arremesso ao árbitro!? Isto custou-me 50 euros, acha que eu ia fazer uma coisa dessas!? Nem eu tenho essa força de braços". Bom, mas fazer o quê? Era cumprir as regras e entrar ou voltar para trás da fila à procura de algum bengaleiro. Lá entraram, deixando cachecol e auriculares deitados no chão. "Isto o que me sabia mesmo bem agora era uma cervejinha, antes de ocupar o lugar" pensou o Pedro. Mas rapidamente se lembrou que dentro do estádio não é vendido. A não ser para as elites dos camarotes, claro, que esses podem beber cerveja e demais bebidas alcoólicas à vontade. E a verdade é que se fosse beber, mais tempo iria perder que a fila era grande e com certeza o filho também iria querer um refrigerante e os preços dentro do estádio não são nada convidativos.
Ocuparam finalmente os seus lugares, já o jogo decorria há 20 minutos e a verdade é que até ao intervalo não viram o melhor espetáculo do mundo. Muitas faltas e muito tempo parado com jogadores caídos e elementos dos bancos a levantar e reclamar com o árbitro sempre que este assinalava (ou não) qualquer coisa. Ao intervalo tentou comentar isso com o filho, mas era impossível com a música que saía aos altos berros das colunas do estádio (o que não tentou sequer comentar foi o estado imundo em que estavam as casas-de-banho do estádio, que isso não era nada agradável). Bom, a segunda parte já foi melhorzinha, mas o jogo terminou num zero-zero que deixou tudo na mesma e os momentos mais agitados foram mesmo as expulsões que houveram, com cada equipa a terminar reduzida a dez.
Apito final e siga para o carro, que havia uma longa viagem pela frente! Hummm...não tão depressa, meu caro Pedro, adepto de futebol em Portugal. É que adepto de equipa adversária só sai do estádio uma hora depois do jogo acabar. Há que fazer sair primeiro os adeptos da casa, para evitar confusões. O Pedro até entendeu a lógica, dispensava era a contínua e incessante música a altos berros. Após uma longa espera, lá saíram finalmente e se deslocaram para o veículo (pelo meio confirmaram que cachecol e auriculares já só eram uma perdida memória). Pouco passava da meia-noite do dia seguinte quando se puseram à estrada, para novas 3 horas de viagem. E para mais gasolina gasta. E portagens. E comida na área de serviço.
Chegados ao lar, foram rapidamente deitar o estafado miúdo e o Pedro deitou-se no sofá, também ele cansado. Mas como é daqueles que o sono não lhe vem instantaneamente, ligou a televisão. Estavam a falar do jogo, mas apenas dos casos de arbitragem. Ainda ouviu o dirigente do seu clube a dizer que "não nos permitiram ganhar" e tem a vaga ideia que o dirigente do clube rival também disse exatamente a mesma coisa, mas caiu finalmente no sono. Não sem antes pensar que para a próxima vê é o jogo na televisão, embora tenha que decidir entretanto qual o canal pago que ativa. O que dá os jogos do seu clube em casa? Ou o que dá os jogos fora? Ou o que dá os jogos europeus? É que tudo ao mesmo tempo é muito caro.
Nem 4 horas depois de adormecer, o despertador tocou. O Pedro tinha que ir trabalhar. Era terça-feira.
Foi um exercício de imaginação longo, mas aqui vai do cronista um último pedido de esforço aos leitores:
Imaginem agora que o apelido do Pedro era Proença. E pensem no quão rápido a maneira como o adepto de futebol em Portugal é tratado ia mudar."

Sporting e Benfica ok; FC Porto not ok


"Breves notas da eliminatória europeia e do fado português na UEFA.

Sporting: brilhante. No pé direito de Pote vi o Cantinho do Morais, o milagre de Miguel Garcia em Alkmaar, o calcanhar improvável de Xandão.
Viajei no tempo, dez anos à frente, para uma conversa entre amigos, memória coletiva encharcada em copos de cerveja. «E aquele golo do Pote em Londres, pá?»
É isto o meu futebol. A comoção num pontapé atrevido e perfeito, a celebração muitos anos depois, as marcas cravadas na nossa mente e na cumplicidade à mesa do café.
Não é isto que faz valer a pena o futebol?
Imaginemos que o Sporting cai agora, nos quartos-de-final, às mãos da Juventus. Nada, ninguém, poderá apagar o que cada coração leonino sentiu na noite do Emirates.
Os clubes existem porque têm adeptos, os adeptos existem pela crença em momentos destes, epifanias que (n)os deixam de mãos na cabeça e o peito aos saltos.

Benfica: competente. Exceção feita a pequenos momentos na primeira parte em Bruges, as águias fizeram o que quiseram dos belgas. Prova, mais uma, da extraordinária temporada adestrada pelo equilíbrio de Roger Schmidt.
Em março de 2023, achamos afinal que Grimaldo não defende mal, que Chiquinho joga muito à bola, que Florentino é um polvo de tentáculos inclementes e que Gonçalo Ramos nos enganou a todos e é, surpresa das surpresas, um matador de raros predicados.
Tudo isto é verdade porque a equipa funciona. Em todos os momentos do jogo.
Permite muito pouco aos adversários, não se deixa surpreender nas transições defensivas, é muito agressiva no último terço ofensivo – ser agressivo não é dar pancada – e tem algumas descobertas preciosas.
À frente de todos, Fredrik Aursnes.

FC Porto: insuficiente. Tantas lesões, tantas limitações, tanta exigência. O nível do plantel não é compatível com o estatuto de gigante europeu. A gestão disparatada, as contas no vermelho, as opções mais do que discutíveis levaram os campeões nacionais a isto.
O que é ‘isto’? Uma equipa sem um lateral esquerdo de nível-Porto, sem um médio centro de elite, sem um agitador capaz de receber entrelinhas e fazer a diferença contra blocos baixos – Pepê é capaz disso, mas quantas vezes pisa esses terrenos?
O pós-Mundial mostrou um FC Porto poderoso, a arrasar a concorrência, a capitalizar a perda de pontos do Benfica em Braga e no dérbi, a conquistar a Taça da Liga e a passar em Alvalade com autoridade.
E depois? Depois mergulhou na pior fase da época, com a pobreza exibicional a surgir a 18 de fevereiro (Rio Ave) e a não dar sinais de abrandamento.
É verdade que o Inter passou sem saber ler nem escrever o verbo ‘atacar’; é verdade que os descontos contra os italianos foram cruéis e que o FC Porto pareceu sempre mais forte e ambicioso – mas também é verdade que um Porto normal teria contornado estes italianos com algum... conforto.

PS: o SC Braga-FC Porto de domingo (18 horas) será decisivo se os dragões não ganharem e o Vitória não surpreender na Luz. Mesmo que o SC Braga vença, a equipa de Artur Jorge continuará a dez pontos das águias, uma enormidade se pensarmos que ficam a faltar nove jornadas. Serve este post scriptum para elogiar o ano magnífico dos Guerreiros do Minho e para sublinhar a sensação de desilusão em relação à participação europeia. Faltou consistência e maturidade em demasiados jogos na Liga Europa e na Liga Conferência."

Pedro Jorge da Cunha, in ZeroZero

Cortes: Quem vai passar?

Calhou o Benfica, «cazzo»


"Calhou o Benfica para a Inter de Milão no sorteio das quartas de final da Liga dos Campeões. Muito honestamente, pior para a Inter de Milão. Na teoria e também na prática.
Os encarnados podem não ter o mesmo plantel dos nerazzurri, tampouco o mesmo orçamento, mas hoje têm mais equipe e, sobretudo, muito mais treinador. Não é de agora que a grata surpresa passou a ser sólida realidade.
É decepcionante ver o que Simone Inzaghi não consegue oferecer em campo com tantos craques à disposição. Verdade seja dita, só não caiu para o FC Porto nos oitavos por culpa do... próprio FC Porto. Os dragões foram superiores nas duas mãos.
Temos visto o oposto com Roger Schmidt. Conseguiu entregar num curto período de trabalho muito, muito mais do que o expectável. Incutiu um futebol organizado, intensivo e ofensivo. Foi uma pedra no sapato de Juventus, PSG e, por fim, Club Brugge.
Schmidt, por exemplo, extrai de Rafa, João Mário, Aursnes, David Neres e Gonçalo Ramos aquilo que Inzaghi sofre para obter de Çalhanoglu, Dzeko, Joaquín Correa, Lautaro Martínez e Lukaku. A diferença nesta altura da temporada é gritante.
O Benfica pode e deve sonhar em ir (ainda mais) longe da Liga dos Campeões. Não somente porque tem a Inter de Milão e, eventualmente, Nápoles ou Milão pela frente, mas, acima de tudo, porque tem jogado para tal."

Quem quer ser árbitro em Portugal?


"O número de agressões a que se assiste no futebol é um aspeto que não se pode desconectar do comportamento dos pais no futebol de formação e do exemplo que estão a passar para os seus filhos.

A grande pergunta que se coloca nos dias de hoje é de facto quem quer ser árbitro em Portugal? Uma pergunta que surge num período marcado pela diminuição do número de árbitros e por fatores decisivos, tais como a violência e o número de agressões, o comportamento dos pais no desporto de formação e a falta de atratividade geral da profissão.
Quando pensamos sobre este tema precisamos de afunilar no futebol pelo destaque que vemos todos os dias na comunicação social, contudo este fenómeno começa a alargar-se a todas as modalidades e, mais que nunca, importa perceber se a profissão é atrativa para os jovens.
O primeiro aspeto relevante é, na minha opinião, a violência no desporto e o número de agressões a que se assiste no futebol, um aspeto que não se pode desconectar da vertente do comportamento dos pais no futebol de formação e o exemplo que esses estão a passar para os seus filhos.
Nos últimos anos temos observado uma escalada de comportamentos impróprios no desporto, desde jogadores a agredir os árbitros até aos próprios adeptos a agredirem árbitros e jogadores. Estes comportamentos acabaram por transitar também para a formação, contudo aqui entra uma lógica mais sentimental, onde os pais parecem viver mais o jogo do que os próprios filhos e, não conseguindo assimilar uma decisão, acabam por optar pela violência verbal e física como reação.
É nesses momentos a quente que eu penso: aquela criança vai ter mais consciência do que o seu pai? E, em momentos decisivos, de reação, com o sangue a ferver, começamos a perceber que as crianças vão seguir o exemplo errado dos seus pais.
Assim, começamos a falar de gerações que cronicamente vão agravar o problema ao invés de o resolver, e depois tudo culmina com certos comentários típicos da sociedade portuguesa, de que, por exemplo, a escola é que tem de resolver o assunto, de dar educação aos meninos.
A isso eu respondo, enquanto professor, que não sou responsável pela educação dos seus filhos, mas sim pelo conhecimento que eles adquirem. Posso dar-lhes o meu exemplo, mas o seu, enquanto pai, será sempre um exemplo com maior impacto.
Por fim, uma palavra também tem de ser destinada àqueles que dão a sua opinião sobre o desporto e essa palavra é empatia. Empatia significa uma identificação intelectual ou afetiva de um sujeito com uma pessoa e a pergunta que faço a esses sujeitos é onde está a sua empatia para com o árbitro que está a desempenhar a sua profissão? Pergunto, ainda, se são perfeitos ou já erraram a executar a sua atividade profissional?
Concluindo, avanço para o aspeto da atratividade geral da profissão, e recorro a exemplos de árbitros de menor categoria que não podem viver apenas do rendimento obtido desta atividade. Esses são, cada vez mais, verdadeiros corajosos porque recentemente perderam o desempenho das suas funções nos jogos de futebol de sete e acabaram por perder uma importante fatia do seu rendimento semanal enquanto árbitros de futebol.
Retiro três ideias desta exposição temática. Primeiramente, a ideia de que o seu filho está a aprender e a seguir o seu exemplo, por isso tenha consciência das suas ações. Seguidamente, o pensamento de que todos erramos alguma vez na vida e os árbitros também tem o direito de errar. Finalmente, a conclusão de que eles estão a desempenhar uma profissão de risco crescente e, em muitos casos, fazem-no pelo gosto ao jogo."

Jogar a passo


"Há palavras e expressões de que gostamos e outras que detestamos e ainda aquelas, mais complexas, que ora amamos ora odiamos, dependendo dos dias e do contexto. Olheiro, por exemplo. «Pessoa que tem como actividade observar desportistas», diz o dicionário ok, «especialmente no futebol, para descobrir novos talentos ou tácticas». Alguém que vê mais longe, acrescento e sempre acreditei eu. Um garimpeiro que viaja de terra em terra, campo em campo, à procura não daquilo que luz, mas de um passe, de uma recepção ou de um movimento que os olhos dos comuns dos mortais, tão pequenos e limitados, são incapazes de ver ou assimilar. 
Esta é a parte nobre da expressão. Olheiro é também «aquele que observa com o objetivo de transmitir informações a alguém». Um informador, um bufo, um caçador furtivo que nos apanha pelas costas, desatentos, desarmados, alguém que recolhe dados secretos ou privilegiados e vai ganhar ou dar a ganhar com isso.
Bons ou maus, a verdade é que os olheiros me fascinavam. Imaginava-os como criaturas quase mitológicas, disfarçados no meio da multidão ou escondidos atrás de um poste, a fingir que eram bombeiros e maqueiros, só para que, naquele dia, os jogadores não se enervassem ou transcendessem, não borrassem a pintura ou pintassem quadros que jamais conseguiram reproduzir. Acreditava que, com um pouco de sorte, também um deles acabaria por me descobrir, porventura alertados por uma dica anónima do meu pai, de um vizinho ou de um amigo, anunciando-lhes que na freguesia de Vilarinho, Santo Tirso, havia um baixinho com dois ou três quilos de peso a mais, mas capaz de voar como poucos.
Não sei se ainda há olheiros, deve haver, equipados com câmaras, computadores e lentes especiais que permitem analisar e quantificar ao segundo todos os movimentos, reduzindo assim o erro e não deixando margem para a dúvida, o campo onde os verdadeiros olheiros navegavam e emergiam. Os únicos capazes de distinguir a olho nu entre um jogador que joga a passo ou de «cadeirinha».
Sempre fui fascinado por estes últimos. Quando deixei a baliza era este o tipo de jogador que desejava tornar-me. Observei-os, também eu, durante anos a fio, desde a linha de baliza, nos muitos torneios que fui fazendo pelas redondezas. Eram, sobretudo, jogadores mais velhos. Os mais novos corriam, esfolavam-se, matavam-se, eles não precisavam. Não só eram mais velhos, como mais inteligentes. Deixavam que fosse a cabeça e não o corpo a pausar e controlar o ritmo e o jogo, como se estivessem sentados num cadeirão — fazendo sentir-nos ainda mais pequenos.
Lembrei-me disto esta semana, durante o jogo, ao ver um homem observar-nos, desde a parte de fora do campo. Tinha chapéu e guarda-chuva, apesar de não chover. É possível que estivesse à procura de alguém ou apenas a ver a partida. Ou que fosse um olheiro. Não de futebol, com toda a certeza, mas de Walking Football, modalidade criada em 2011, e na qual a Federação Portuguesa parece apostar. Dizem as regras que se destina a praticantes com mais de 50 anos; que não há guarda-redes; que cada equipa é formada por cinco elementos; que a bola não pode subir acima da cintura; que não é permitido dar mais de três toques consecutivos; que o golo só é válido quando marcado dentro da área; e que não se pode correr.
Por momentos, imaginei-o a abordar alguns de nós, porventura todos, tal a lentidão com que jogámos, e seduzir-nos a integrar um clube ou mesmo a seleção portuguesa, rumo ao primeiro Mundial, que terá lugar, este ano, na cidade inglesa de Derby. Convite que, infelizmente, teria de recusar, até porque ainda não tenho idade.
Restam-me oito anos para me adaptar às regras e, quem sabe, encontrar a minha cadeira e carreira de sonho."

A desgraça de Fantoche


"Ramón Barreto resolveu encher o seu filme com jogadores de futebol que tinham acabado de ganhar o Sul-Americano.

Román Viñoly Barreto tinha uma ideia fixa: fazer um filme cuja trama se desenrolasse no mundo do futebol. Como qualquer uruguaio autêntico, Román, que nasceu em Montevidéu no dia 8 de agosto de 1914, era fascinado pelo jogo dos ingleses. Nunca teve grande jeito para dar pontapés numa bola ainda por cima porque era míope como uma toupeira o que o obrigava a usar óculos de aros grossos e que lhe davam um ar estranho de tartaruga humana. Os pais eram pescadores remediados no rio da Prata mas Barreto dedicou-se aos estudos com o pouco dinheiro que estes lhe puderam dispensar. Tirou o curso de filosofia e ganhou especializações em teatro e ballet além de ter publicado muito precocemente um livro sobre a vida de São Francisco de Assis. Depois percebeu que Montevidéu era uma cidade demasiado pequena para as suas ambições e atravessou o rio para se instalar na sua irmã mais cosmopolita: Buenos Aires. Foi então que além do futebol se tornou um fanático pelo cinema começando por ser assistente do realizador Alberto de Zavalía para, em seguida, se estabelecer por conta própria.
Román Viñoly Barreto foi um realizador incansável. A sua obra é vasta. Entre 1947 e 1966 dirigiu 27 longas metragens e La Pérgola de las Flores ter-se-á perpetuado como a sua obra de maior qualidade. No dia 27 de outubro de 1950 estreou Fangio, el Demonio de las Pistas, um filme a branco e preto sobre a carreira do grande campeão argentino de Fórmula 1, Juan Manuel Fangio, que participa no início e no final através de declarações recolhidas propositadamente para o efeito. Román também ganhou o gosto pelas competições automobilísticas mas a sua verdadeira e mais forte atração era o futebol e nada havia que pudesse contrariá-lo. A ideia fixa plantara-se-lhe no cérebro como um bolbo, ia sendo regada pela sua imaginação e não tardaria a florescer como uma tulipa. No dia 10 de outubro de 1957, as salas de cinema de Buenos Aires anunciavam o seu filme mais recente, em estreia. Chamava-se Fantoche. O título não é particularmente atrativo nem parece ter algo que ver com futebol. A sinopse rabisca-se já aqui ao lado: um suposto antigo grande jogador da seleção argentina revive um golo extraordinário marcado ao Uruguai para cair nas graças da mulher por quem está apaixonado, a milionária Beatriz Taibo.
O papel principal coube a um famoso ator e humorista Luis Santiago Sandrini que representa o craque sonhador, Jacinto Samponiaro. A história só em si não teria muito para atrair às salas de cinema os frequentadores habituais dos estádios de futebol, mas Ramón era um sujeito teimoso e pouco capaz de dar o braço a torcer pelo que se lembrou, para aumentar a excitação e a espetacularidade da sua fita, convidar o selecionador argentino da altura, Guillermo Stábile, para representar um papel menor. Que se lixasse! Importante era colocar o nome de Stábile nos placares e Guillermo Antonio Stábile não era apenas o selecionador argentino, fora um dos maiores jogadores de todos os tempos, marcador de oito golos em quatro jogos com a camisola albi-celeste na fase final do Mundial de 1930, no Uruguai, temível avançado do Huracán, tendo emigrado para Itália, primeiro para o Génova e depois para o Nápoles, e terminando a carreira de jogador no Red Star de Paris. Claro que Stábille fazia dele mesmo, algo a que já estava habituado depois de se ter interpretado num filme anterior, Pelota de Trapo, um dramalhão de faca e alguidar estreado a 10 de agosto de 1948. Mas Barreto ainda não estava absolutamente satisfeito embora não tivesse dúvidas de que a presença de Stábile ajudaria por certo a equilibrar as contas, não as dele, mas as de Eduardo Segundo Sandrini que investira umas notas valentes sobretudo para ajudar o irmão a fazer de Samponiaro. Foi então que resolveu encher o filme com jogadores de futebol como Antonio Angelillo, Rogelio Antonio Domínguez, Humberto Maschio, Pedro Dellacha, Juan Héctor Guidi Federico Pizarro, todos eles supinamente populares ou não tivessem acabado de conquistar o Campeonato Sul-Americano, pelo que ocupavam por inteiro o coração dos hinchas argentinos. Tratou, portanto, de realizar uma película sobre futebol na qual havia jogadores de futebol a passearem-se para trás e para a frente nos bastidores e no palco sem esquecer Osvaldo Caffarelli e a sua voz inconfundível, relatador da Radio Rivadavia que se iniciara em combates de boxe mas que passara em seguida a descrever jogos de futebol através do microfone. Fantoche foi um desastre e não houve Stábile que o salvasse. O mais simpático que se pôde ler na imprensa foi: «El director permite al actor que se explaye en diálogos copiosos y extensos, mientras el argumento se desdibuja hasta ser poco coherente». A ideia fixa de Ramón passou à história sem que ninguém quisesse lembrá-la. Mas já era altura..."

20 de Março