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segunda-feira, 10 de maio de 2021
SL Benfica | A loucura por Beto
"Com a temporada a terminar começam a surgir os primeiros rumores de transferências. O mercado está quase a abrir e começam a ser associados nomes de jogadores a outros clubes. No caso do SL Benfica, há um rumor em especial que tem vindo a ser muito falado. Beto, avançado do Portimonense SC parece ser a aposta de Jorge Jesus e do SL Benfica para o ataque encarnado na próxima temporada.
O jovem jogador, de apenas 23 anos, tem estado em evidência na Primeira Liga e até mostrou serviço no embate entre SL Benfica e Portimonense SC, da jornada 28, ao apontar o único golo da formação algarvia na derrota por cinco bolas a uma.
O jovem jogador português é um avançado muito alto (194cm) e bastante portentoso, sendo esse um dos seus pontos mais fortes. Tem uma capacidade de impulsão incrível pelo que no jogo aéreo é uma ameaça constante.
Ainda que seja muito alto e robusto é um avançado ágil, aliás, como provou num golo apontado ao CD Tondela nesta temporada, em que executou um gesto técnico com nota artística. Beto desmarcou-se, rodou sobre si mesmo e rematou no ar para aquele que viria a ser o golo daquela jornada da Primeira Liga.
Um sentido de baliza fantástico e uma execução incrível culminaram num golo soberbo por parte do jogador formado no União de Tires.
Beto tem vindo a provar ser um jogador em ascensão que poderá render ainda muito mais numa equipa como o SL Benfica. Atualmente, Beto conta com onze golos em 28 jogos na temporada, contabilizando ainda três assistências.
No clube da Luz, a confirmar-se o interesse das águias, encontraria bastante concorrência por um lugar no onze. Darwin, Seferovic, Gonçalo Ramos e os regressados Carlos Vinícius e Jhonder Cádiz serão algumas das possibilidades do SL Benfica para a sua frente de ataque, pelo que Beto teria que lutar por uma vaga.
Ainda que seja jovem e que tenha um futuro prometedor, o SL Benfica poderá não ser a equipa ideal para dar seguimento à sua carreira uma vez que poderá ter poucos minutos e jogador de 23 anos tem de ganhar experiência para se afirmar. Contudo, o facto de já estar habituado a jogar na Primeira Liga abona a favor de Beto, por não necessitar de se adaptar ao campeonato lusitano.
Ao que tudo indica, o SL Benfica está bastante satisfeito com o rendimento de Beto ao serviço do Portimonense SC e terá oferecido oito milhões de euros por 70% do passe, proposta que o clube de Portimão terá rejeitado. A verdade é que Beto tem muito mercado, tanto nacional como internacional.
Equipas como FC Porto, VFL Wolfsburgo, E. Frankfurt, Bayer Leverkusen e CSKA Moscovo seguem atentamente o jogador, pelo que os valores de um possível negócio possam aumentar dado o interesse de vários emblemas do futebol europeu.
Beto seria uma boa adição ao plantel dos encarnados, mas não encontrará um “lugar ao sol” pronto a ser tomado. Terá de batalhar muito para conquistar o seu espaço no SL Benfica, o que poderá mesmo ser benéfico para o seu desenvolvimento ou prejudicial caso não seja opção de todo."
O reaparecimento de Pizzi
"Os últimos jogos do SL Benfica têm mostrado a melhor forma de Pizzi, um jogador que não tem sido uma primeira escolha de Jorge Jesus esta época, mas que ultimamente tem mostrado bons sinais dentro das quatro linhas.
Quando chegou à Luz, Jorge Jesus fez questão de salientar que Pizzi não seria uma opção para o meio do terreno e que as suas qualidades sobressaem mais na ala direita – lugar que ocupou em outras épocas nos encarnados. Ora, o que tem acontecido nas últimas partidas tem sido exatamente o oposto: Pizzi tem atuado no miolo ao lado de Weigl, fruto da lesão de Adel Taarabt.
A lesão do marroquino abriu portas ao internacional português para voltar a ser titular e tem merecido todos os elogios do técnico e da imprensa.
No último jogo fora de casa, frente ao CD Tondela, Pizzi foi um dos elementos em destaque depois de ter marcado um golo, feito uma assistência e realizado quatro passes para finalização, acabando com uma eficácia de passes superior a 85%.
No mais recente jogo do SL Benfica, frente ao FC Porto, que terminou com um empate a uma bola, Pizzi voltou a ser titular ao lado de Julian Weigl. O internacional português jogou os 94 minutos da partida, mas não esteve ao nível que tinha apresentado nos dois jogos anteriores, apesar de ter tido uma eficácia de passe superior a 81% e de ter visto um golo anulado já em período de compensação por fora de jogo de Darwin Núñez.
Pizzi chegou ao SL Benfica em 2013 proveniente do Atlético de Madrid por 14 milhões de euros, mas esteve a primeira temporada emprestado ao RCD Espanyol de Barcelona onde fez 34 jogos e marcou quatro golos. No verão de 2014 regressou ao plantel encarnado, onde se fixou como uma das principais figuras até aos dias de hoje."
Superliga: Take Two
"O povo saiu à rua de norte a sul do país quando centenas de milhares de pessoas se manifestaram no 1º de maio de 1974, apenas uma semana decorrida após o 25 de Abril.
Um ano depois da Revolução de 25 de Abril de 1974, exactamente um ano depois, o povo voltou a sair à rua desta vez para a primeira votação democrática em Portugal – participação de 92% dos eleitores. Viviam-se ainda as palavras do Zeca: “o povo é quem mais ordena”.
A 8 de Março de 2008 (precisamente há 13 anos) foi a vez de cerca de 90/100 mil professores saírem à rua na chamada 'marcha pela indignação'. Uma Ministra da Educação conseguiu unir todos os professores…
Pensava e continua a pensar o povo que saindo à rua será ele quem mais ordena… o que se verificou não ser verdade – veja-se o caso dos professores – porque nunca nenhuma das grandes manifestações populares se traduziu em benefícios para o próprio povo. Aliás, Noam Chomski (1) mostrou como é possível controlar-se e manipular-se o chamado “povo” através dos ‘media’.
Miguel Poiares Maduro (que passou pelo comité de governação da FIFA) foi um dos que veio a terreiro afirmar que "quem matou a Superliga não foi a UEFA, foram os adeptos e a intervenção política que a mobilização destes gerou" («Expresso», 23.04.2021, p. 32). Pura ilusão!
João Bonzinho («A Bola», 23.04.2021, p. 31) também nos veio dizer que “o futebol e os clubes são do povo e não de quem os comanda, mesmo que os compre, ou compre a empresa que integra o clube.” Pura ilusão também!
As cerca de 5 mil pessoas (fãs ou arruaceiros?) que invadiram Old Trafford no dia 2 de Maio e impediram a realização do jogo entre o Liverpool e o Manchester United não demonstraram que são elas que mandam no futebol. Já dias antes tinham invadido o centro de treinos como forma de protesto contra a decisão do clube participar na Superliga Europeia. Ora, se esta já tinha caído, por que motivo tal comportamento? Exigiam tetos salariais para treinadores e jogadores? Exigiam limites nos valores das transferências? Exigiam uma cota para o número de jogadores por equipa? Exigiam menos equipas nos campeonatos? Exigiam maior tempo de recuperação para os jogadores? Exigiam transmissões em canal aberto?
O futebol, inicialmente da burguesia, foi roubado pelos pobres, pelos operários, para depois voltar a ser roubado, mas desta vez pelos ricos. Depois de termos mostrado aqui em “Superliga: take one” (26.04.2021) que fãs ou adeptos não são mais do que meros consumidores, concluímos que o futebol já não pertence ao povo…
E quando pensávamos que estávamos sozinhos nesta cruzada, eis que aparece Álvaro de Magalhães («O Jogo», 02.05.2021, p. 48) a afirmar que viu os adeptos “todos a lutarem por algo que já perderam há muito tempo” e a referir que, sobre o que se passou, “nada disto teve, tem ou terá que ver com adeptos, que já não têm voto na matéria há muito tempo e são aquilo em que os transformaram: um rebanho dócil de consumidores passivos.”
Quererem fazer-nos crer que o futebol é dos “adeptos” ou é um puro exercício de retórica, ou desconhecimento, ou uma tentativa de manipulação.
Aliás a UEFA, ao anunciar o alargamento da Liga dos Campeões de 32 para 36 clubes a partir de 2024/2015, onde cada equipa jogará contra outras dez equipas adversárias com cinco jogos em casa e cinco jogos fora não estará a fazer mais do que a montar uma Superliga dentro da própria UEFA. Logo, o problema não estará no modelo organizacional, mas sim no controlo de um negócio que rende milhões. Como alguém disse, a Superliga já existe e tem nome: chama-se Liga dos Campeões. Aliás, o próprio Ceferin («A Bola» ‘online’, 25.04.2021) veio afirmar que “não se pode gerar menos produto e ganhar mais dinheiro ao mesmo tempo” – basta sabermos interpretar! Quando a UEFA decidir vender os direitos de transmissão da Liga dos Campeões a uma plataforma de ‘streaming’ e quando estabelecer tectos salariais os treinadores irão perceber que o seu papel será ministrar os treinos e orientar jogos e os jogadores irão perceber que o seu papel será jogar e marcar golos – e não, como aconteceu, imiscuírem-se em projectos organizacionais ou em formas de gestão. Quando a UEFA decidir controlar os negócios dos empresários ou agentes (ou intermediários), estes tentarão negociar as condições e sentirão que dependem de alguém. Os adeptos, por seu turno, irão compreender finalmente que o seu papel será o de consumidores. Estando na cauda da cadeia de alimentação, os adeptos (ou fãs, se preferirem) darão conta então que terão de assumir o ónus dos encargos, de todos os encargos…
A evolução mercantilista do desporto, ou o progresso do capitalismo se quiserem, a isso levarão. Nos Estados Unidos há muito que o modelo está em funcionamento: NFL (futebol americano), NBA (basquetebol), MLB (basebol), NHL (hóquei no gelo) e MLS (futebol) são exemplos de ligas fechadas altamente ‘sponsorizadas’ e altamente lucrativas. No futebol americano há 69 anos que nenhuma equipa abdica da competição e no basquetebol o mesmo acontece, e já lá vão 67 anos. (A propósito, constava-se que as equipas que desistissem da Superliga seriam multadas pela mesma em 150 milhões de euros. As desistentes já foram multadas?)
Restam em aberto algumas questões para as quais não conhecemos respostas, dado estarem mais ligadas ao foro jurídico. Qual o regime jurídico da Superliga Europeia: era uma associação, uma empresa, ou existiam apenas contratos estabelecidos entre os clubes iniciais? Pode a UEFA de facto castigar os fundadores da Superliga? Podem as Federações Nacionais impedir os clubes de participarem em ligas fechadas que nada têm a ver com as competições da UEFA (o que já fez a Federação Italiana)? O que diz o Direito Europeu em relação à livre concorrência no mercado? E, por último, uma outra questão: recordam-se do nome Bosman?"
A actividade física e desportiva... em nome da vida (4)
"Concluíamos então o último artigo, dizendo que há alguns anos era preciso ser forte para fazer Desporto, hoje faz-se Desporto para se ser forte porque nele está a possibilidade de salvaguardar a raça humana – é quase uma oportunidade de sobrevivência.
A Atividade Física e Desportiva é em suma uma das formas possíveis para se tentar evitar a decadência física e psíquica da espécie, tendo uma intervenção direta na saúde e higiene, no lazer e recreação, nas aprendizagens escolares de base, na reabilitação física, etc … indo ao encontro dos anseios de todos aqueles que experimentam um espaço de realização pessoal, pela prática do movimento humano de forma intencional e que visa a superação.
Tem vindo a constatar-se uma prática generalizada da Atividade Física, de forma mais ou menos regular e sistemática, no sentido de que o exercício físico possa causar uma melhoria da saúde e bem-estar e cujos benefícios também sejam capazes de incorporar a prevenção e recuperação duma multiplicidade de doenças. Neste aspeto, sabe-se que a ação preventiva é mais eficaz quando associada a um estilo de vida saudável.
Não devemos nunca esquecer que o exercício físico, como qualquer carga exercida ao organismo, leva a respostas adaptativas, condicionadas pelo teor em que a mesma é aplicada. A incorreta administração dessa carga, pode provocar uma grave rotura do equilíbrio bio psíquico e funcional com resultados de extrema gravidade.
Por isso, a prescrição de qualquer programa de exercício, deve mencionar o modo, a intensidade, a duração, a frequência e a progressão do esforço.
A qualificação dos agentes que têm a responsabilidade de orientar o exercício, assume uma das regras de ouro, porque, como temos vindo a referir não fazer o que deve ser feito ou fazê-lo de forma incorreta são males do mesmo tamanho.
A fase do empirismo foi definitivamente ultrapassada. São cada vez mais as ciências que se dedicam ao estudo do “homem desportivo” nas suas diferentes formas de atuar. Desde a anatomia, fisiologia, psicologia, medicina desportiva, sociologia, biomecânica, nutricionismo e tantas outras, se preocupam com o equilíbrio do homem em esforço. Não se investiga um esforço qualquer, mas um esforço que implique movimento intencional, sendo o ser humano corpo, mente desejo, natureza e sociedade. Movimento onde no corpo em ato emerge a carne, o sangue, o desejo, o prazer, a paixão, a rebeldia, as emoções, os sentimentos, tudo isto visando a transcendência ou a superação, como nos tem ensinado o nosso querido Professor Doutor Manuel Sérgio e que de forma sapiente acrescentava: “em cada gota de suor terá sempre de existir um grão do pensamento”.
A ciência tem evoluído de forma categórica. As universidades chamaram a si a razão do estudo e investigação na formação de quadros, aos quais competem um alargado grau de competências, na defesa do direito à saúde e à vida.
Neste contexto não há mais lugar para o voluntarismo, para a improvisação e para o desenrascanso. A prática metodológica da Atividade Física e Desportiva corporiza sem dúvida um tempo de alegria, de prazer e entusiasmo…é como uma chamada à festa do corpo em que poderemos aglutinar um nível superior de relação entre as pessoas, onde as noções do belo, do estético e do ético farão acordos duma admirável existência.
Mas como referia no artigo 1 a prática da Atividade Física e Desportiva tem sobrado para um certo desprezo, em relação às demais exigências orgânicas e funcionais, com que os responsáveis se lhe devotam ao longo dos tempos.
Ao que temos vindo a assistir, creio que não será apenas esquecimento, mas sobretudo incompetência ou negligência pelos continuados governos que, vá lá, pela constante pressão dos vários núcleos das federações, associações, escolas, clubes, comité olímpico, etc, pertencentes a um País em que a percentagem de prática desportiva se encontra na cauda da Europa, só agora é que se viu referida a inclusão do Desporto na versão final da visão estratégica para o plano de recuperação de Portugal 2020-2030, reafirmando que as políticas que possam promover o incremento da prática desportiva podem ter consequência na qualidade de vida dos cidadãos.
Como bem sabemos os palcos do poder são por vezes montados em insuportáveis ninharias que só a ocasião fará clamar a razão e, como diz o nosso bom povo: gato escaldado de água fria tem medo, cá estaremos para constatar e de que forma esse título de boas intenções ostenta a honradez da sua aplicabilidade.
O que temos como dado adquirido é que a Atividade Física e Desportiva empresta à causa participativa uma imagem de generosidade, civilidade e respeito, podendo funcionar como catalisador privilegiado para fazer potenciar maior sintonia entre o teor energético do indivíduo e a correspondência com a vida … e também nos deixa ensinamentos, memórias e imagens que nos vão exigindo competências de vida capazes de nos fazer pessoas de bem."
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