Últimas indefectivações
segunda-feira, 23 de maio de 2016
Rui Vitória: mais importante do que dizer que é justo é tentar perceber porquê
"Os vencedores raramente desistem e os que desistem raramente vencem.
A frase adaptada é de Vince Lombardi, o mítico treinador de futebol norte-americano. Rui Vitória, com menos experiência, rodagem e arrogância, não desistiu mesmo com todas as adversidades que lhe surgiram no caminho. E chegou lá.
Discutir se é mérito de um ou demérito de outro é uma não-conversa.
Uma boa conversa poderia ser feita no sentido de se tentar perceber por que um treinador que esteve a sete pontos de distância conseguiu recuperá-los, somando mais nove pontos que o adversário directo até ao final do campeonato.
Outra conversa interessante seria ainda uma que avaliasse se os discursos e as comunicações desenfreadas que tiveram sempre o I, me and myself como foco podem ou não ter desestabilizado a sua própria equipa.
«A parte excelente de Rui Vitória, que foi o seu comportamento, quase que o faz passar por um treinador menos apto na componente técnica e táctica.»
Vamos ao que interessa:
Quando alguém vence isso não implica que os vencidos deixaram de ser excelentes.
No entanto, as competições são assim mesmo. E aposto que os treinadores sabem isso melhor do que ninguém. A sensação de injustiça está muitas vezes presente. Mas tudo conta numa maratona como é um campeonato. A preparação. Jogo a jogo, quilómetro a quilómetro.
Rui Vitória teve muitos méritos. Para além de nunca ter desistido, teve ainda a inteligência de ter cedido. Cedido a um modelo que não é o seu preferido. Cedeu perante os jogadores, especialmente Jonas, depois de ter percebido que sem ele o título seria sempre mais complexo e que estava por ele obrigado a alterar algo.
E isto não é apenas ceder. Isto é um sinal do muito que está na mente do treinador. A cedência, a adaptabilidade e a flexibilidade. O discurso do nós. O plural.
O interessante é que a parte excelente de Rui Vitória, que foi o seu comportamento, quase que o faz passar por um treinador menos apto na componente técnica e táctica. A sua atitude quase faz esquecer a quantidade de jogos que ganhou no banco e a capacidade de manter o foco naquilo que era o mais correto.
Sinais para o futuro
Não sabemos quem vencerá no próximo ano. Sabemos que há sinais que são importantes para se vencer e para aprendermos. Provavelmente, esta época deu-nos um conjunto de sinais que tornará a próxima Liga entusiasmante, com as suas especificidades.
Os três candidatos à partida não sairão nos mesmos lugares. Não sairão apenas por causa do plantel ou da estrutura, mas também pela quantidade de aprendizagem que os seus treinadores conseguiram adquirir do que se passou e passa diariamente com os seus jogadores.
A Rui Vitória o que é de Rui Vitória. Petit já aqui foi enaltecido, tal como Lito Vidigal, Pedro Martins, Paulo Fonseca e Jorge Jesus, entre outros. Objectivos por desempenho são uma coisa, objectivos por resultados são outra. Ou seja, fazer mais pontos do que no passado não significa automaticamente um título. Podem estar relacionados, mas não estão dependentes."
Benfiquismo (CXII)
Guilherme Espírito Santo
Um dos maiores atletas de sempre do SL Benfica.
Ecléctico, vencedor... recordista...
O primeiro grande símbolo 'Africano' do desporto nacional...
o Benfica a 'inovar' como sempre!!!
Os traidores repugnam-me, os Radiohead comovem-me
"Cinco anos depois, o regresso dos rapazes de Oxford; um documentário sobre o mundo das apostas desportivas, a série onde se tenta evitar o assassinato de JFK e o Relato
(...)
SLOW MOTION: (...)
«THE BEST OF IT» - de Scott Pearson Eberly
Estive duas vezes em Las Vegas. Cometi uma pequena loucura e gastei cinco dólares numa slot machine. É esta a minha relação com o mundo das apostas: ridícula, inexistente.
Estive duas vezes em Las Vegas. Cometi uma pequena loucura e gastei cinco dólares numa slot machine. É esta a minha relação com o mundo das apostas: ridícula, inexistente.
Começo assim para chegar onde quero: à Operação Jogo Duplo. A viciação de resultados desportivos é o pior dos flagelos, pelo menos para quem ama o futebol ou outra modalidade qualquer.
Confesso ter até algumas dificuldades em escrever sobre o tema. É tudo demasiado triste, demasiado feio. Não tenho nenhum dedo acusador, não culpo nenhum dos detidos/arguidos antes da Justiça fazer o seu trabalho, apenas reajo com a sensibilidade de quem fez durante quase três décadas parte de vários plantéis de futebol.
Seria fantástico que tudo isto não passasse de erro monstruoso e que a II Liga portuguesa – já nem falo na I Liga, no Campeonato de Portugal ou nos Distritais – fosse um exemplo virginal de pureza e seriedade.
Temo que assim não seja. Quem entra numa burla destas, numa traição a colegas e adeptos, só pode ter um vazio, um buraco, uma tremenda desesperança em si. São atletas/treinadores/dirigentes vencidos pela vida, dispostos praticamente a tudo para arrecadarem uns euros a mais.
Tudo isto me enoja, tudo isto é demasiado repugnante. Não gosto de apostar e nunca traí nenhum colega de equipa. Permitam-se subir ao palanque da moral, por um Play que seja, e mirar com desdenho quem pratica tais actos.
Agentes da corrupção a soldo de interesses de homens de negócios sujos. Ora aí está o grau zero da dignidade.
Numa semana feia, no que ao mundo das apostas e bastidores do futebol diz respeito, vale a pena ver este documentário e acompanhar os desvarios de quatro apostadores: Alan Boston Dvorkis, Alan Dink Denkenson, Lem Banker e Ken The Shrink Weitzner.
Claro que isto não acaba bem.
(...)"
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