Últimas indefectivações

sábado, 31 de dezembro de 2022

BI on Tour: 2022

Reagir


"A invencibilidade desde o início da temporada foi quebrada ao 29.º jogo, o qual não nos correu de feição desde o início. Esta derrota já pertence ao passado; regressar à senda vitoriosa o mais rápido possível é o desafio que se coloca.

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Roger Schmidt reconhece que o Braga mereceu a vitória e considera que "o importante agora é a nossa reação". Quanto ao impacto deste resultado, Schmidt defende que "não há dano nenhum, é normal no futebol". E realça: "Temos um grande espírito na equipa, ganhámos ao longo da época muita confiança e muitos jogos difíceis."
Veja a conferência de Imprensa do nosso treinador.

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Bah também analisou o jogo e perspetiva o futuro: "Por vezes o jogo não sai da forma como o preparámos e, obviamente, o Braga puniu-nos. Agora, temos de ir para casa e voltar a trabalhar forte. Continuamos em 1.º lugar e acreditamos que vamos seguir em frente."

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Pedro Marques, diretor técnico do futebol de formação do Benfica, concedeu uma entrevista exclusiva à BTV e fez um balanço do ano que agora finda.

4 
Já são conhecidos os nossos adversários no grupo da WSE Champions League de hóquei em patins: UD Oliveirense (Portugal), HC Liceo (Espanha) e CP Calafell (Espanha). Valter Neves, team manager da equipa, fez uma leitura do sorteio: "É um grupo homogéneo, temos de estar na melhor forma em cada uma das partidas que vão ser disputadas." Veja o calendário da nossa equipa nesta prova.

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No andebol feminino, vencemos o Torneio KakyGaia. Na final batemos a Seleção Sub-19 de Portugal, por 31-29.

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Está apresentada a nossa equipa de triatlo para 2023. Veja a reportagem da BTV.

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Desejamos um excelente 2023 a todos os Benfiquistas e que possamos celebrar muitos títulos do nosso querido Clube!"

Unidos...


"O SL Benfica é líder do Campeonato, com 5 pontos de vantagem sobre FC Porto e 9 sobre o Sporting, depois do jogo de ontem.
Muitos Benfiquistas ficaram descontentes. Já os nossos rivais estão felizes da vida!! Exigência é isto...😏
Votos de um excelente Novo Ano cheio de vitórias.
Vemo-nos no Marquês, em Maio.
Carrega Benfica 🔴⚪🦅
Unidos somos mais fortes."

2023


"Com o fim do ano civil 2022, é tempo de fazer o primeiro balanço da época em curso. Do futebol às modalidades coletivas, masculina e feminina, o SL Benfica lidera as seguintes tabelas classificativas dos respetivos campeonatos:
𝟭º 𝗲𝗾𝘂𝗶𝗽𝗮 𝗽𝗿𝗶𝗻𝗰𝗶𝗽𝗮𝗹 𝗱𝗲 𝗳𝘂𝘁𝗲𝗯𝗼𝗹
𝟭º 𝗳𝘂𝘁𝗲𝗯𝗼𝗹 𝗳𝗲𝗺𝗶𝗻𝗶𝗻𝗼
𝟭º 𝘀𝘂𝗯-𝟮𝟯
𝟭º 𝗝𝘂𝗻𝗶𝗼𝗿𝗲𝘀 𝗦𝘂𝗯-𝟭𝟵
𝟭º 𝗝𝘂𝘃𝗲𝗻𝗶𝘀 𝗦𝘂𝗯-𝟭𝟳 𝗔
𝟭º 𝗳𝘂𝘁𝘀𝗮𝗹
𝟭º 𝗳𝘂𝘁𝘀𝗮𝗹 𝗳𝗲𝗺𝗶𝗻𝗶𝗻𝗼
𝟭º 𝗵𝗼́𝗾𝘂𝗲𝗶 𝗲𝗺 𝗽𝗮𝘁𝗶𝗻𝘀
𝟭º 𝗵𝗼́𝗾𝘂𝗲𝗶 𝗲𝗺 𝗽𝗮𝘁𝗶𝗻𝘀 𝗳𝗲𝗺𝗶𝗻𝗶𝗻𝗼
𝟭º 𝗮𝗻𝗱𝗲𝗯𝗼𝗹 𝗳𝗲𝗺𝗶𝗻𝗶𝗻𝗼
𝟭º 𝗯𝗮𝘀𝗾𝘂𝗲𝘁𝗲𝗯𝗼𝗹 (𝗙𝗖 𝗣𝗼𝗿𝘁𝗼 𝘁𝗲𝗺 𝗺𝗲𝗻𝗼𝘀 𝟭 𝗷𝗼𝗴𝗼)
𝟭º 𝗯𝗮𝘀𝗾𝘂𝗲𝘁𝗲𝗯𝗼𝗹 𝗳𝗲𝗺𝗶𝗻𝗶𝗻𝗼
𝟭º 𝘃𝗼𝗹𝗲𝗶𝗯𝗼𝗹
𝟭º 𝗣𝗼𝗹𝗼 𝗔𝗾𝘂𝗮́𝘁𝗶𝗰𝗼 𝗳𝗲𝗺𝗶𝗻𝗶𝗻𝗼
𝟭º 𝗥𝘂𝗴𝗯𝘆 𝗙𝗲𝗺𝗶𝗻𝗶𝗻𝗼
E ainda:
𝟭º 𝗧𝗲́𝗻𝗶𝘀 𝗱𝗲 𝗠𝗲𝘀𝗮 𝘀𝗲́𝗻𝗶𝗼𝗿𝗲𝘀 𝗳𝗲𝗺𝗶𝗻𝗶𝗻𝗼𝘀
O saldo é francamente positivo, estamos no caminho certo, mas as vantagens pontuais não significam nada se no final não conquistarmos o que todos ambicionamos: títulos e troféus!
É, por isso, crucial manter a exigência e o foco no trabalho.
𝗗𝗲𝘀𝗲𝗷𝗮𝗺𝗼𝘀 𝘂𝗺 𝗲𝘅𝗰𝗲𝗹𝗲𝗻𝘁𝗲 𝟮𝟬𝟮𝟯 𝗮 𝘁𝗼𝗱𝗼𝘀 𝗼𝘀 𝗕𝗲𝗻𝗳𝗶𝗾𝘂𝗶𝘀𝘁𝗮𝘀 𝗲 𝗾𝘂𝗲 𝗽𝗼𝘀𝘀𝗮𝗺𝗼𝘀 𝗰𝗲𝗹𝗲𝗯𝗿𝗮𝗿 𝗺𝘂𝗶𝘁𝗼𝘀 𝘁𝗶́𝘁𝘂𝗹𝗼𝘀 𝗱𝗼 𝗻𝗼𝘀𝘀𝗼 𝗾𝘂𝗲𝗿𝗶𝗱𝗼 𝗖𝗹𝘂𝗯𝗲! 🎉🥂"

1.º lugar


"1.º lugar no campeonato.
5 pontos de avanço sobre o Porto.
9 pontos de avanço sobre o Sporting.
Melhor ataque da liga. Melhor defesa da liga.
1 derrota em 29 jogos.
Os dragartos andam eufóricos a festejar o quê, mesmo? Ganharam algum título? Foguetes é logo à noite e em maio. Normalmente quem lança os foguetes antes do tempo acaba por levar com as canas na cabeça.
Nada estava ganho e nada está perdido. Concentração, dedicação, esforço, humildade e muito, muito trabalho. Continuar o nosso caminho focados apenas em nós e não no ruído externo.
Benfica sempre! Boas entradas a todos os benfiquistas. Que tenhamos todos um excelente 2023 e que nos traga muitas conquistas a nível desportivo, profissional e pessoal. 🦅🎉"

Cadomblé do Vata


"1. Como dormi muito mal, acordei de péssimo humor, verdadeiramente chateado e sem paciência para merdinhas, por isso vamos já meter tudo em pratos limpos... o Rei morreu... faz na próxima semana 9 anos.
2. Jogo típico de descompressão de final de temporada... e um resultado que em nada belisca o mérito da nossa conquista do Troféu Homem do Ano 2022.
3. Enzo Fernandez fez bem em oxigenar o cabelo... se não fosse a trunfa fluorescente, ninguém reparava que ele estava em campo.
4. Nem tudo são más noticias... com esta derrota poupou-se no bónus de vitória que ia ser atribuído aos jogadores e ficamos com excedente para pagar mais umas capas parvas n'A Bola.
5. Empatamos com Vitória e Moreirense e perdemos com SC Braga... este ano, Minho rima com Benfiquinho." 

Águia: Diário...

Bigodes: Braga...

BI: Braga...

BnR: Braga...

Vinte e Um - Como eu vi: Braga...

5 minutos: Braga...

Futebolês - C


"“Construção” de uma fase só

Há uma terminologia do futebol moderno que me remete sempre para Chico Buarque.
Quando os jogadores estão na “primeira fase de construção” eu recordo e corrompo o verso inicial em “a(r)mou daquela vez, como se fosse a última”. Quando eles passam à fase de criação, que para mim continua a ser de “construção”, cantarolo “atravessou a rua com seu passo tímido, subiu a construção como se fosse máquina”.
E finalmente quando chega à terceira fase, a da finalização - por que não “construção” final? - ou embalo na festa de “dançou e gargalhou como se ouvisse música” se der em golo ou, na maioria das vezes, caio no desespero de “tropeçar no céu como se fosse um bêbado”, por cada oportunidade desperdiçada.
“Construção” é o paradigma do futebol moderno, que transformou um jogo de pintores do belo em trolhas do passe e repasse, autênticos autómatos das “periodizações tácticas”, das “alternâncias horizontais” ou das “progressões complexas”, algumas das teorias assassinas do desporto canalha de que a gente gostava.
“Ergueu no patamar quatro paredes sólidas, tijolo com tijolo num desenho lógico”. O futebol deixou de ser obra de grandes armadores de toques e truques saídos dos becos e dos quintais e passou a ser coisa de construtores e empreiteiros de autênticos condomínios-mamarracho, cheios de regras, circuitos e proibições, para “não estragar a relva”.
Na contracorrente de uma sociedade que tanto valoriza o “gourmet”, o nosso futebol tem-se transformado num repetitivo “comer feijão com arroz como se fosse o máximo”, ainda que por vezes apaladado por um qualquer jogador rebelde com momentos, apenas momentos fugazes e raros, fora da receita. Voltemos à “primeira fase”.
Se nos ativermos a inquestionáveis teorizadores do futebol, como Carlos Queiroz (1983), elas seriam apenas duas, a fase ofensiva ou a defensiva, consoante a equipa possua a bola ou não. Mas em académicos mais jovens, como Gabriel Silva (2008) já encontramos quatro momentos (transição ofensiva, organização ofensiva, transição defensiva e organização defensiva), que, como os mosqueteiros, segundo Jorge Jesus (2020), afinal são cinco, juntando-lhe as bolas paradas. Confusos?
A primeira fase de construção é, pois, um albergue espanhol onde todos cabem, desde o guarda-redes, que “sai a jogar”, ao último passador para a finalização: ou o passe decisivo não contará também como construção de um golo, que é, efetivamente, o edifício acabado?
E é assim que, depois de muito investigar, não consegui encontrar sequer vestígios da segunda fase de construção, muito menos da terceira. Talvez os teóricos que inventaram esta parte, também descritas como momentos ou etapas, ainda não tenham chegado a conclusões sobre onde acaba o primeiro e começa o segundo e assim sucessivamente, de forma a tornar o jogo de futebol tão sugestivo como as quatro partes da poesia - verso, estrofe, rima e métrica. Ou tão arrebatador como as três fases de um conto prosaico: inicio, nó, desenlace.
Poesia brasileira ou prosa europeia, rua ou laboratório, liberdade ou sistematização, como também cantou Chico em “O Futebol”:
“Para aplicar uma firula exacta, que pintor?
Para emplacar em que pinacoteca, nega?
Pintura mais fundamental que um chute a gol
Com precisão de flecha e folha seca”
Portanto, começámos pela primeira fase e agora? Alguém me ajude a descobrir e entender a segunda fase da construção, antes de “morrer na contramão, atrapalhando o público”!

Foto WorldPress (Chico Buarque com Coluna e Eusébio)

A Seguir: D - Duplo pivô"

João Querido Manha, in Facebook

31 de Dezembro


Vermelhão: Dar ânimo aos outros...!!!

Braga 3 - 0 Benfica


Algum dia teria que acontecer, hoje, pela primeira vez, na época, perdemos! Havia sinais que isto poderia acontecer, pessoalmente, no momento da definição do calendário, quando este jogo nos calhou em sorte, imediatamente após o Mundial, alertei para o perigo... e com a aproximação da janela de transferência de Janeiro, o 'perigo' ainda aumentou mais... Esta paragem inédita de Inverno, nunca seria positiva, para quem estava bem, antes... E o problema é que temos pouco tempo para recuperar, porque se o jogo com o Portimonense na Luz, é claramente para ganhar (apesar das dificuldades constantes que os Corruptos B, nos colocam na Luz) logo a seguir temos Taça na Póvoa e depois derby com o Sporting, que não tem Taça!!!!

Hoje, tudo correu mal, e logo de início... O golo sofrido inicialmente, condicionou todo o jogo, com o Benfica a não conseguir fazer as recuperações altas, com os jogadores quase sempre a chegarem atrasados, com o adversário com superioridade 'aparente' no meio-campo... Só ao intervalo, alteramos o esquema, mas nessa altura já estávamos a perder por 2-0... Jogámos melhor no 2.º tempo, mas demos também mais espaços para os Contra-ataques do adversário... Sem o Neres, com a mudança do João Mário para a direita, perdemos os nossos dois 'alas'!!! E com os laterais, sem proteção para arriscar mais nos ataques à linha defensiva do adversário...

Isto tudo com uma pressão alta do Braga, 'incentivada' pela total impunidade arbitral! Aqueles dois atropelamentos ao Gonçalo, que passaram em claro, junto da área do adversário, foram a 'prova provada' que havia 'autorização' para sempre que o Benfica conseguia ultrapassar a rede de pressão do Braga, podiam fazer as faltas que quisessem, da forma mais cínica e clara, que não seriam penalizados... Algo que condicionou todos os intervenientes do jogo: os jogadores da casa, agarrando, puxando, derrubando sempre que podiam, e até quando não era necessário; e os jogadores do Benfica, com 'medo' de se aproximar dos adversários, não fosse o apito soar!!!

Em relação à diferença abismal de atitude do Braga, no recente jogo em Alvalade, nada de novo... Em relação à alteração tática do Braga, ao contrário do que tem feito nos jogos com os outros candidatos ao título, onde tem aberto autênticas auto-estradas na defesa, estou curioso para perceber se nos próximos confrontos com os Lagartos ou os Corruptos, vai voltar à estratégia 'antiga'!!!

A única nota positiva, é que na véspera da abertura do mercado, ficaram óbvias algumas das lacunas deste plantel: sem o Neres não temos flanqueadores dribladores, se o puto Norueguês vier, será útil, mas se calhar até precisamos de outro... e no meio-campo, com a permanência do Enzo, já precisávamos de mais um jogador, agora se o Enzo sair precisamos de pelo menos dois, sendo que um terá que 'pegar de estaca'!

Este era o resultado que a cambada de imbecis dos Anti's estava à espera. Somos líderes, com 5 pontos sobre o 2.º classificado, e somos a única equipa a depender de si mesmo, para ser Campeã. Sem ser ingênuo, temos que perceber o contexto do Tugão, dentro e fora do campo, e dar tudo... tudo mesmo!



O Cantinho Benfiquista #124 - Antevisão...

Retomar com um triunfo


"O Campeonato Nacional de futebol está de regresso e logo com a deslocação ao reduto do Braga, o terceiro classificado à entrada da jornada. Vencer é o objetivo, num jogo que terá um minuto de silêncio em homenagem a Pelé, uma das maiores figuras da história do futebol mundial.

1
O Sport Lisboa e Benfica manifestou ontem, em comunicado oficial, o seu profundo pesar pelo falecimento de Pelé, para muitos o melhor futebolista de sempre, e lembrou a amizade do astro brasileiro e Eusébio. Leia o comunicado.

2
A deslocação a Braga, sempre desafiante, não retira a ambição característica da nossa equipa. Roger Schmidt considera que "é um bom jogo para recomeçar" e garante: "Estamos prontos, temos trabalhado bem."
Schmidt considera que, após a paragem prolongada da Liga, "temos de reconstruir a mesma concentração, a mesma dinâmica" patenteada anteriormente e reforça: "Temos de o fazer desde o primeiro minuto em Braga. Estamos prontos para isso."

3
Sobre o adversário, o nosso treinador reconhece que "é uma equipa muito forte no ataque, muito completa". "Tem um eixo muito bom, sabem como querem jogar, são muito perigosos no ataque, pelo que temos de ter cuidado, defender muito bem e de nos recordar de que também sabemos jogar futebol de ataque. É preciso termos um jogo equilibrado", afirma.
Veja a antevisão de Roger Schmidt ao jogo no Site Oficial. A partida tem início marcado para as 21h15.

4
A Equipa B voltou ontem à competição, tendo visitado o Nacional e perdido, por 2-0. Luís Castro lamentou a ineficácia no segundo tempo: "Não fomos felizes. Bolas a passar perto do golo, bolas nos ferros..."

5
Em basquetebol, terminámos o ano com um triunfo na Madeira, ante o CAB (78-107). Reportagem e resumo do jogo, aqui.

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Nos últimos dias foram anunciadas duas importantes ações de solidariedade, entre muitas outras tornadas públicas ao longo do último mês.
Em parceria com o Instituto Português do Sangue e Transplantação, procedeu-se à dádiva coletiva de sangue e registo na base nacional de dadores de medula óssea. Esta iniciativa foi dirigida a colaboradores, atletas e equipas técnicas do Sport Lisboa e Benfica.
E, no âmbito da cooperação com o Shakhtar Donetsk, foram oferecidos e enviados 30 geradores que serão usados em diferentes cidades ucranianas, com o propósito de mitigar as dificuldades de acesso à energia."

A Verdade do Tadeia #714 - Pelé (1940-2022)

Águia: Diário...

Futebolês - B


"Basculação, a invenção de Mourinho

Muitos se recordarão daquela tarde do verão de 2004 em que a TVI colocou José Mourinho a comentar o Portugal-Espanha do Europeu. Algures nessa função, o treinador da moda, recém coroado campeão europeu com o FC Porto e contratado pelo Chelsea, usou o termo “basculação” para caracterizar o movimento lateral da equipa enquanto o lateral direito Miguel fazia “pressão vertical”.
Esses comentários foram “unanimemente considerados os melhores da prova e um exemplo de como falar de futebol”, segundo a descrição do Mais Futebol, e assinalaram o desatar da criatividade lexical dos novos agentes do futebol, em particular os jovens treinadores a saírem dos seus cursos, para desespero dos clássicos e empíricos das gerações anteriores.
Há um futebol falado antes e depois de Mourinho.
O mais interessante - e inexplicável, para mim - foi toda a gente ter percebido o que ele queria dizer. “Basculação” - bem como “vertical” - não tinha, até àquele dia, o significado que ele lhe atribuiu, mas quem estava a ouvir não precisou de ir ao dicionário descodificar a mensagem.
O verbo bascular significava apenas, nos canhenhos do século XX, “virar um recipiente com a boca para baixo fazendo-o girar em torno de um eixo horizontal”. Mas, a partir daquele dia, também passou imagem de uma equipa a descair sobre uma lateral do campo, a inclinar-se com a bola de um lado para o outro, criando espaço, o que os ingénuos de outros tempos descreviam singela e modestamente como “mudança de flanco”.
Para aumentar a clareza do que antes se designava apenas de jogo “muito puxado para as laterais”, Mourinho serviu-se da imagem do reboque basculante de alguns camiões, que permite levantar uma borda descendo a outra para provocar o deslizamento da carga. Ou do movimento das pontes levadiças, que levantam apenas uma extremidade sobre um ponto fixo no lado oposto.
E, apesar de, 18 anos depois, a palavra “basculação”, bem como a sucedânea “basculamento”, continuar de fora dos dicionários, não existindo oficialmente, toda a gente sabe o que quer dizer. Até algum brasileiro vacilão a terá utilizado já. Foi com o tom rebuscado de algo que parece científico que Mourinho, paradigma de um académico que desafiava o status quo dos treinadores ex-jogadores dos tempos da bola de cauchu, deu um passo decisivo no sentido de aprimorar o linguajar desportivo.
Durante alguns anos, a expressão mais arrojada que algum treinador tinha conseguido acrescentar ao calão anglófilo de termos adaptados da origem do jogo, tinha sido o “coisas bonitas” de Artur Jorge, que os seus pares imitavam a esmo como se isso lhes emprestasse uma aura de sapiência e conhecimento. Ninguém se arriscava a inventar palavras.
Ora, a “basculação” de José Mourinho virou o campo da terminologia futebolística, desatando o nó para uma série de neologismos metafóricos, às vezes anacrónicos ou contraditórios, mas suficientemente sonoros, eloquentes e, sobretudo, frequentes através da normalização das transmissões televisivas, entranhando-se nas mentes dos adeptos. Assim se começou a desenvolver o glossário que cria uma nova identidade, ao fazer cair para um flanco a esmagadora maioria dos praticantes de futebolês, deixando um largo espaço ignaro do outro lado para os teimosos puristas da língua.

Amanhã: C de Construção"

Terceiro Anel: Pelé...