"Se Bruno Lage e Rui Vitória se sagrarem campeões, o jogo ideal para a Eusébio Cup passa a ser, sem dúvida, o Benfica - Al Nassr...
Concluída a 33.ª jornada da edição 2018/2019 da Liga, o Benfica precisa de somar um ponto, na derradeira ronda, frente ao Santa Clara, para se sagrar, pela 37.ª vez, campeão nacional. Embora nada, no futebol, seja absolutamente garantido - basta lembrar as loucas meias-finais da Liga dos Campeões - é público e notório que os encarnados têm pela frente uma tarefa dentro das suas possibilidades para regressarem ao Marquês no próximo domingo.
Talvez seja interessante, neste momento, recuperando o excelente texto de Bagão Félix, lembrar por onde andava a equipa do Benfica a 6 de Janeiro, dia da estreia de Bruno Lage: a turma da Luz era quarta classificada, um ponto atrás do SC Braga, a dois do Sporting e a sete do FC Porto. Hoje, 18 jornadas volvidas, constata-se que, no consulado de Bruno Lage, o Benfica derrotou o FC Porto no Dragão, o Sporting em Alvalade e o SC Braga na pedreira, e ganhou a cada um destes clubes, respectivamente, 9, 12 e 21 pontos.
Trata-se de uma recuperação extraordinária, a que correspondem números fantásticos: desde a chegada de Lage, o Benfica marcou 58 golos e sofreu 15 (+43), o FC Porto facturou 41 e deixou marcar 10 (+31), o Sporting fez 39 e sofreu 15 (+24) e o SC Braga só conseguiu 24, tendo concedido 21 (+3). Se o Benfica não perder no domingo com o Santa Clara, esta será uma das chicotadas psicológicas com maior sucesso na história do futebol português, quiça comparável ao êxito que foi a entrada de Rui Vitória no Al Nassr da Arábia Saudita, que estava a sete pontos do primeiro, o Al Hilal, de onde iria sair pouco depois Jorge Jesus, e está agora a um triunfo caseiro, frente a um dos últimos, de se sagrar campeão, com o jogo decisivo marcado para a próxima quinta-feira.
Assim, quando Luís Filipe Vieira promoveu a troca de Bruno Lage por Rui Vitória, criou condições para a felicidade tanto de quem entrou, como de quem saiu.
Por princípio, os contratos são para levar até ao fim. Mas há momentos, na vida de uma equipa de futebol, em que deve ser feita uma leitura correcta dos prós e contras e, por vezes, a melhor solução é mesmo mudar de treinador.
Os próximos dias dir-nos-ão se, na verdade, assistimos este ano à melhor chicotada psicológica de sempre. Se assim for, fica a ideia para um Benfica - Al Nassr, no defeso, para a Eusébio Cup...
Ás
Bernardo Silva
Campeão pelo Benfica em 2013/14 (Jesus deu-lhe oito minutos ao longo da época...), Bernardo foi influente no título do Mónaco de Jardim e, segundo Pep Guardiola, tornou-se indispensável no Manchester City, que acaba de conquistar a Premier League pela segunda vez consecutiva. E há tanto ainda a esperar de Bernardo Silva...
Ás
Samaris
A ostracização do grego, durante larguíssimos meses, no Benfica, passa a constituir um dos mistérios do futebol moderno. Hoje, Samaris é não só o pêndulo, mas também a alma de uma equipa que vê nele uma referência comportamental. E, por caridade, nem vou lembrar alguns nomes de quem foi suplente...
(...)
Se estivesse cá, dava-lhe uma coisinha má...
«Os tipos que tomam essas decisões (UEFA), não sei o que tomam ao pequeno almoço...»
Jurgen Klopp, treinador do Liverpool
Klopp não foi nada meigo com a UEFA, ao criticar a marcação da final da Liga Europa para o Azerbeijão, ao mesmo tempo que clamava contra a falta de protecção aos adeptos, indefesos perante a especulação de preços nas cidades que acolhem a final da Champions. Perante a calendarização portuguesa, a sorte de Klopp é não trabalhar cá, se não ainda lhe dava uma coisinha má...
City de Guardiola
O Manchester City sagrou-se, pela sexta vez, campeão de Inglaterra, o segundo título sob batuta de Pep Guardiola. Para o treinador catalão é a oitava vez que ganha um campeonato (três com o Barcelona, outros tantos com o Bayern e dois com o City), igualando, nesse particular, Mourinho (dois com o FC Porto, três com o Chelsea, um par com o Inter e um com o Real Madrid). Mas, mais do que números, Guardiola deixa um cunho pessoal na evolução do futebol. Em boa hora Cruyff lhe passou o testemunho que recebera de Rinus Michels.
Barcelona num ápice de bestial a besta
O Barcelona 'mais que um clube', segundo os seus adeptos, vive no paradoxo da falta de meio-termo. ou são os melhores do mundo, ou, então, não prestam. Antes de Anfield era idolatrados, depois dos 4-0 a 'afición culé' exige uma revolução. E até Messi ouviu das boas no aeroporto de Liverpool. Quem diria?"
José Manuel Delgado, in A Bola