Últimas indefectivações

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Uma vida em estrofes, como um poema

"Rogério Lantres de Carvelho, o Pipi. A sua vida enorme, à medida do seu talento. Ficará para sempre a sua imagem galante, de cavalheiro, erguendo a Taça Latina, com aquela vaidade intrínseca dos que sabem o que valem

18 de Junho de 1950: Rogério Lantres de Carvalho ergueu a Taça Latina no Estádio Nacional.
Ficará para sempre como uma das mais icónicas imagens da história do Benfica.
No Chiado Terrasse, a atriz Irene Isidro cantava:
'Batem nossos corações
E o orgulho nos domina
Festejando os campeões
Heróis da Taça Latina
O mundo já não ignora
Este clube sem igual
Que leva p'lo mundo fora
O nome de Portugal!'
O clube sem igual era o Benfica. Rogério, o Pipi, também ele sem igual..
Pipi porque vestia com elegância, era um dândi. E jogava com a elegância de um cavalheiro, ora sobre a direita, ora sobre a esquerda, mas sempre com a baliza nos olhos. Nunca desperdiçava um golo que era seu. Mas não desprezava a finta, a fírula. Numa final da Taça contra o Sporting dobrou o imenso Octávio Barrosa com uma golpe que foi falado durante anos nos cafés da capital. Barrosa ficou estendido no chão, as pernas trocadas. Depois levantou-se e cumprimentou Rogério. Tempos de infinita grandeza.
A Taça de Portugal foi sempre uma festa para o Pipi. E como ele gostava de festas.
Em fez anos venceu seis: de 1943 e 1953. Marcou golos como nenhum, em finais: 15
Cerca vez, numa entrevista, ele que já tinha desistido de falar, contou uma história: «Tinha 19 anos, e era o miúdo. 'Temos de dar uma alcunha ao miúdo...', ouvia eu do Gaspar Pinto e do Francisco Albino. 'É o Espinha, que ele é alto e magrito, e parece.se com uma espinha!', disse o Albino. E eu: 'Não! A mim não me chamam isso!' E ele: 'Então és o Pipi, já que andas sempre todo engravatado, e todo penteadinho! Ficas Pipi!' Não me importei. Ia na rua, e toda a gente me conhecia: 'Olha o Pipi! Vai ali o Pipi do Benfica!' Sobretudo as raparigas...»
Veio de Chelas e voltou a Chelas. Jogara no Chelas antes de jogar no Benfica, Peyroteo, seu colega no Grémio das Carnes, deixou-se fascinar pelo seu jogo em rapidez, drible, correcto, sempre galgando metros com a bola perfeitamente controlada, pelo seu remate impecável como um fato por estrear. Tentou levá-lo para o Sporting. O seu irmão, Américo França, desviou-o para o Benfica. No Benfica ficou até à época de 1954-55. Depois veio Otto Glória e o profissionalismo. Rogério regressou a Chelas, com trinta e dois anos, já o Chelas se juntara ao Fósforos para dar o Oriental, jogou na Azinhaga dos Alfinetes, era o seu bairro, a sua gente.

De Lisboa ao Rio e volta
Antes de Otto, já o Pipi tinha sido profissional. No Botafogo. No Rio de Janeiro. Corria o ano de 1947. 'Eles davam-me 5000 cruzeiros de ordenado, o que equivalia a 6000 escudos, mais 3500 por vitória em cada jogo. Eu disse-lhes que não queria assim, porque sabia lá se ia jogar. Pedi 15000 cruzeiros mais um apartamento a renda paga por eles sem os prémios de jogo. Aceitaram'.
No Botafogo já havia um Pipi. Um Pipi brasileiro: dr. Heleno de Freitas, o craque-galã. Heleno era um louco em potência e morreu louco sem saber que era Heleno. Frequentava as noites do Rio, não falhava os casinos, entupia-se de lança-perfume, a droga da época, refastelava-se de mulheres. Não gostou de Rogério. Era demasiado galã, como ele. Marcos Eduardo Neves escreveu um livro chamado: Nunca Houve Um Homem como Heleno. E diz: 'Bastava um passe equivocado ou um cruzamento torto no novato português, que o centroavante gesticulava e o xingava diante dos companheiros e da torcida'. Juvenal, companheiro de equipa de ambos, acrescentou: 'Se o Rogério acertasse metade das bolas que tentou, o Heleno o colocaria nas nuvens; ia se consagrar no futebol brasileiro. Só que ele errava uma, duas, a pressão aumentava, o Heleno se descalibrava, humilhava, irritava, e o Rogério só faltava chorar. «Acho melhor você tirar as chuteiras e calçar tamancos», gritava-lhe'.
Rogério não teve paciência para a impaciência de Heleno. Voltou a Lisboa. De barco, porque a mulher, grávida, apanhara um susto no avião da ida. Etapas atrás de etapas: Lisboa-Dacar-Recife-Ilha do Governador.
Voltou a tempo, muito a tempo. A vida deu-lhe tempo. A morte só o requisitou agora, aos 97 anos.
Trouxe 50 contos no bolso. Comprou um carro e arranjou emprego. O dono do stand não desperdiçou o seu estilo catita, cheiroso, convidou-o para vendedor de automóveis. O Pipi não era só de dar nas vistas, sabia falar, era educado, galante, tinha lábia. E ganhava dinheiro, muito dinheiro. Um conto e quinhentos por cada furgoneta que vendia: 'Um dia, o José Luís Vicente, ali da Rua Morais Soares, comprou-me dez furgonetas. Um dinheirão!'
De volta ao Benfica, Rogério Pipi reencontrou uma espécie de irmão: Júlio Correia da Silva, o Julinho. Rogério e Julinho chegaram ao Benfica no mesmo ano: 1942. Jogaram lado a lado dez épocas. Foram jogadores extraordinários e ficarão indelevelmente marcados na vida do clube do seu coração. Entre anos extraordinários, um houve ainda mais extraordinário: 1950. Melhor dizendo: uma época extraordinária, a de 1949/50. Nessa época, Julinho marcou 30 golos em jogos oficiais (Campeonato Nacional e Taça Latina, já que não se disputou a Taça de Portugal), e Rogério assinou 16. Foram eles, logo seguidos por Arsénio, os principais responsáveis pela veia goleadora de uma equipa que realizou 29 jogos oficiais com um registo fantástico de 94 golos (uma média a rondar os 3,24 golos por jogo).
A lenda de Pipi pode contar-se em cantos como Os Lusíadas. Pode dividir-se em estrofes, como um poema.
Dois treinos por dia, remuneração fraca. Rogério era dono de si próprio. Tinha dinheiro e tinha vida. O futebol era, quando muito, a coisa mais importante das cosias menos importantes. Ele que, no dia 28 de Maio de 1944, noutra final da Taça, face ao Estoril, nas Salésias, marcou cinco golos. Ah! Sim, Pipi foi único.
A gente olhava para o seu cabelo bem penteado, já branco, para os seus olhos perscrutantes, para o seu rosto bem barbeado, e via o homem e a vida. Tinha tanta vida até ao momento de se recolher, com as dores tão suas que escondeu de todos. Tornou-se um fantasma. Recordávamos-lhe as recordações. Rogério Pipi erguendo a Taça Latina. Para sempre. Nesta semana, a odienta senhora da galdanha bateu à porta de sua casa. Levou-o sem olhar para trás. Podia ter jogado de fato e gravata. Era um senhor. Entrará pelas portas do céu com a elegância de um convidado. Quem estiver à porta far-lhe-á um vénia. E ele sentir-se-á em casa..."

Afonso de Melo, in O Benfica

"Pantagruélico festim"

"O dia em que centenas de pessoas celebraram, nos terrenos da Luz, o futuro Estádio do Sport Lisboa e Benfica

A 22 de Março de 1998, uma feijoada servida a mais de 15 mil pessoas em pleno tabuleiro da Ponte Vasco da Gama foi destaque na imprensa nacional. Quase 50 anos antes, tinha sido um almoço promovido pelo Benfica nos terrenos da Luz a ocupar as páginas dos principais periódicos.
Era domingo, dia 10 de Agosto de 1952, o Clube tinha finalmente onde construir o seu estádio e havia chegado o momento de o celebrar. Como? Com um grande almoço no local onde viria a ser implantado o parque de jogos dos 'encarnados'.
'O regresso estava marcado para as 13 horas', mas desde cedo 'os carros para Carnide seguiam cheios'. A perspectiva de poder pisar o terreno onde se iria erguer 'o seu estádio grandioso e tão desejado' gerou uma alegria imensa na massa associativa.
'Cerca de oitocentos associados e simpatizantes do nosso Clube' marcaram presença no 'pantagruélico festim' que se desenrolou em torno de 'uma mesa com 200 metros de comprimento', instalada na 'alameda que corta os terrenos a meio'. A iniciativa foi 'coroada de um êxito admirável', da organização ao catering - fornecida pela Pastelaria Marques, localizada na Rua Garrett e especializada em fornecer para festas, casamentos e baptizados - tudo foi alvo dos mais rasgados elogios. 'Foi tão cuidada a organização que nem sequer faltaram barracas de lona onde havia instalações sanitárias'.
Mas o dia 'teve o seu «clou» no entusiástico leilão', que não só proporcionou 'extraordinária animação no recinto' como resultou numa 'farta colheita de escudos' para ajudar na construção do Estádio. Inicialmente a intenção era limitar o leilão ao que antecipadamente havia sido oferecido para tal fim: dois emblemas do Clube, um deles 'de ouro com pedras preciosas', 'um presunto e um queijo', e 'um magnífico isqueiro de fabrico alemão'. Porém, os presentes entusiasmaram-se de tal forma, que de todos os lados surgiram novas ofertas. 'Um fato pronto a vestir', 'uma mala de mão', '12 frascos de mel' e tantas outras coisas que, 'se não se põe um «travão» (...), ainda agora se estaria em Carnide'.
A edição n.º 508 do jornal O Benfica, onde esta 'grande jornada de exaltação clubista' é capa, é um dos documentos que pertencem ao arquivo do Sport Lisboa e Benfica preservado no Centro de Documentação e Informação."

António Pinto, in O Benfica

Antevisão...

Liga Europa

"Ontem, em Nyon, calhou-nos em sorte o Shakhtar Donetsk, o líder incontestado do campeonato ucraniano (tem 14 pontos de avanço), que se apurou para a Liga Europa, à semelhança do Benfica, através da participação na fase de grupos da Liga dos Campeões.
Também como o Benfica, esteve perto de se qualificar para os oitavos de final da Liga dos Campeões. Se ao Benfica teria bastado segurar a vantagem nos minutos finais do confronto da penúltima jornada em Leipzig, ao Shakhtar teria sido suficiente empatar no último jogo. Os ucranianos obtiveram seis pontos, fruto de uma vitória e três empates, no grupo C ganho por Manchester City.
O Shakhtar, vencedor da Taça UEFA em 2009, está habituado a marcar presença na Liga dos Campeões. Nas últimas 16 temporadas, só não o fez em três ocasiões. Saliente-se ainda que, na última década, os ucranianos chegaram aos quartos de final uma vez e ficaram-se pelos oitavos de final três vezes na mais importante competição europeia de clubes.
Liderada pelo técnico português Luís Castro, a equipa ucraniana é composta quase integralmente por jogadores oriundos do seu país (a maior parte internacionais) e do Brasil. Este tem sido o modelo seguido pelo clube, com retorno desportivo assinalável. Na actualidade, os atletas mais destacados serão, talvez, Júnior Moraes, Marlos e Taison.
Mas nós também temos os nossos trunfos e historial nas competições europeias. Recentemente disputámos duas finais da Liga Europa e, na época passada, fomos impedidos de chegar às meias-finais da prova numa eliminatória que ficou marcada por um erro crasso de arbitragem, na segunda mão, que nos impediu de seguir em frente.
Sabendo-se que o Benfica se apresenta sempre em campo para vencer, estes dois jogos com o Shakhtar não serão excepção. Eliminatória a eliminatória, jogo a jogo, a nossa equipa tentará chegar o mais longe possível na competição, estando ciente das dificuldades que o próximo adversário criará certamente. #PeloBenfica"

Estrangeiros

"Não será segredo para ninguém que ande minimamente atento ao facto de o futebol português ser um daqueles em toda a Europa em que a percentagem de participação de futebolistas estrangeiros é maior.
Nem sempre foi assim, é verdade, e durante muitos anos existia uma limitação à inscrição de futebolistas que não possuíssem a nacionalidade portuguesa com a excepção única dos nascidos no Brasil em função de acordos então existentes e de âmbito para lá do meramente desportivo.
Era assim em Portugal e era assim na Europa onde durante muitas décadas, e nos principais campeonatos, era muito limitada a autorização à inscrição dos não nascidos no respectivo país que raramente podiam ser mais de dois e depois três numa fase já “pré Bosman”.
Recordo que em 1966 a Itália, ao tempo o principal campeonato da Europa em termos competitivos e financeiros, chegou a fechar as fronteiras proibindo totalmente a participação de estrangeiros no respectivo campeonato como consequência da desastrosa presença da “squadra azurra” no Mundial de Inglaterra.
Grande prejudicado dessa medida foi o português Eusébio, no tempo um dos dois ou três melhores jogadores do mundo (a par de Pelé e George Best) , que tendo tudo acertado para se transferir para o Inter acabou por ver a transferência gorada por essa proibição perdendo a possibilidade de ir jogar para um país onde seria pago em função do seu valor e onde jogaria num campeonato e num clube à altura da sua extraordinária qualidade.
Tal como bastantes anos mais tarde, já com o mercado aberto de forma limitada, o fabuloso Milan de Arrigo Sachi tinha no plantel quatro estrangeiros de grande valia (Van Basten, Gullit, Rijkaard e Papin) mas só podia utilizar três em simultâneo o que dava naturais dores de cabeça ao seu treinador e impedia a equipa de se apresentar na sua máxima força.
Ou como não recordar aquela final da Liga dos Campeões de 1994 entre o Milan (que curiosamente completa hoje a bela idade de 120 anos) e o Barcelona que os italianos venceram por sensacionais 4-0 e em que ficou para a pequena história a decisão tomada por Johan Cruyff, treinador dos espanhóis, de na opção obrigatória por três estrangeiros ter escolhido Romário, Koeman e Stoichkov (quem o poderia criticar?) deixando de fora Michael Laudrup precisamente o jogador que Fábio Capello, treinador do Milan, mais temia em termos de organização do jogo do Barcelona.
A limitação de estrangeiros tinha esse problema de condicionar as equipas na utilização de todos os seus melhores recursos, é verdade, mas também defendia os futebolistas nacionais e contribuía de alguma forma para um menor desequilíbrio entre os mais fortes e os mais fracos em termos de capacidade financeira.
Um ano e pouco depois dessa célebre final de Atenas, atrás referida, foi implementada a chamada “Lei Bosman” e o panorama do futebol mudou radicalmente com o fim da limitação dos jogadores estrangeiros nos campeonatos europeus e a sua invasão por futebolistas oriundos um pouco de todo o mundo, mas com natural preponderância dos sul americanos.
Naturalmente que também entre países europeus a circulação de futebolistas se tornou absolutamente livre com os principais campeonatos (mas também os outros em boa verdade) a serem inundados por futebolista vindos da Europa de leste e de países aos quais por razões políticas terminadas em 1989 estava vedada a exportação de jogadores.
Portugal, sempre atrasado a implementar o que é bom mas pioneiro na importação do que é mau, tornou-se desde então um país preferencial para jogadores estrangeiros que afluíram em número absolutamente disparatado ao nosso futebol, desde a primeira divisão aos campeonatos distritais, sem quaisquer critérios de qualidade ou de exigência bastando o ser estrangeiro para ter as portas abertas de par em par.
Ao ponto de ao longo dos anos se assistir ao deprimente espectáculo de alguns clubes terem no respectivo plantel mais estrangeiros que portugueses e até ao exagero de alinharem em jogos de competições nacionais e internacionais sem nenhum futebolista português no seu onze inicial!
A título de exemplo bastará dizer que esta época, só na na primeira liga há mais de 300 estrangeiros numa percentagem que ronda uns vergonhosos 65% do total de jogadores inscritos.
Isto num país que já teve três futebolistas a serem considerados “o melhor do mundo” (Eusébio, Figo e Ronaldo), um dos quais por cinco vezes, e que é o actual campeão da Europa em título.
Para lá dos títulos europeus e mundiais conquistados pelo seu futebol de formação.
É absolutamente inacreditável que um país onde existe tanto talento natural para o futebol, que exporta alguns grandes jogadores para os principais campeonatos europeus, exista uma tão elevada percentagem de estrangeiros inscritos sendo que boa parte deles não tem o talento e a capacidade dos jogadores portugueses.
Ao ponto de até as equipas B, em teoria criadas para darem oportunidades de evolução aos jovens jogadores da formação dos clubes, se terem tornado em autênticos alfobres de jovens jogadores estrangeiros oriundos, em boa parte, de África.
E por isso urge modificar este estado de coisas.
Pondo termo a esta importação desenfreada de jogadores, acabando com este paraíso para os empresários em que se transformou o futebol português, substituindo os dirigentes que trabalham para a comissão por dirigentes que trabalhem para os clubes e deem oportunidades à verdadeira formação.
Sob pena de tudo que de bom vem sendo feito, por alguns clubes e pela FPF, não servir de nada e Portugal caminhar a prazo para a irrelevância futebolística."

O desporto tem de ser mesmo para todos

"Vem isto a propósito da importância que todas as políticas que visem a integração, a igualdade de oportunidades através do desporto, devem ter no contexto nacional, ainda não suficientemente "adaptado" a estas necessidades.

No passado fim de semana a Selecção Nacional de Andebol em Cadeira de Rodas (ACR) foi medalha de prata no Campeonato da Europa, disputado na Croácia, sendo apenas superada pela equipa da casa. Estão de parabéns os homens e as mulheres (as equipas são mistas) que representaram Portugal.
Foi um trabalho de preparação intenso, pouco conhecido, mas de excepcional mérito. Nas pessoas do seleccionador nacional Danilo Ferreira e do coordenador nacional do programa Andebol4All, Joaquim Escada, quero manifestar o meu agradecimento. Temos pela frente desafios enormes que podem chegar até aos Jogos Paralímpicos 2024 (Paris), e nós queremos lá estar.
Vem isto a propósito da importância que todas as políticas que visem a integração, a igualdade de oportunidades através do desporto, devem ter no contexto nacional, ainda não suficientemente "adaptado" a estas necessidades. Sabemos, através de vários estudos, que a actividade desportiva, informal ou formal, tem imensas virtualidades, quase nunca valorizadas pelos poderes políticos na sua globalidade, e que são exponenciadas quando se trata de pessoas com alguma limitação, física ou psíquica.
O desporto está a fazer pela capacitação dos cidadãos o que muitas medidas no papel e muitos milhares de euros não conseguem, muito fruto de um trabalho de voluntariado associado, que temos de realçar.
Conto aqui uma história que jamais esquecerei. Numa das minhas primeiras saídas como presidente da Federação de Andebol de Portugal, estive presente no torneio Garcicup, Estarreja, onde decorria também uma competição de ACR. O speaker de serviço, em entrevista a um dos atletas de cadeira de rodas, perguntou quantas vezes treinava por semana. O atleta acabou por referir que as vezes que treinava eram as únicas em que saia de casa. Podia não ser exactamente assim, mas para mim foi suficiente para perceber que o Desporto em geral e o Andebol em particular, estavam a cumprir uma parte da sua missão. O de "tirar as pessoas de casa", de as juntar, de as associar e acolher como iguais e de lhes dar oportunidades para que a igualdade seja uma palavra cumprida.
No fundo, é o papel do Desporto na capacitação, na autoestima de crianças e jovens que de outra forma não teriam. É o papel do Desporto junto dos adultos, na prática da actividade física e consequente combate a doenças associadas à inactividade. É o papel do Desporto na inclusão, e no alavancar das capacidades dos cidadãos em situação de alguma fragilidade. É o papel do Desporto na integração de pessoas com uma qualquer deficiência, que têm todo o direito a participar na sociedade de forma integral. Mas há problemas e situações por resolver. Não fora a dedicação de centenas de pessoas, de forma voluntária, nas instituições, nos clubes, nas associações e nas federações desportivas e nada disto estaria a acontecer.
Na FAP assumimos este desiderato de corpo inteiro. Pela igualdade, pela construção de oportunidades e de instrumentos que permitam essa igualdade, mas confesso que não é fácil. Com o apoio imprescindível do IPDJ e do INR, que têm dirigentes que compreendem e reconhecem bem esta realidade, temos vindo a desenvolver o Andebol4All em várias dimensões - Andebol em Cadeira de Rodas, para a Deficiência Intelectual, nos Estabelecimentos Prisionais e nos Centros Educativos. São centenas de atletas envolvidos, muitos deles jovens que, assim, têm uma possibilidade, uma oportunidade, de "sair de casa".
Mas falta ainda muito por fazer. Os poderes públicos têm de reconhecer a sociedade civil como parceira indispensável. Eu sou dos que não acredita que o Estado tudo consiga (ao estilo soviético) ou que tudo deva ser privatizado, nomeadamente a vertente desportiva. Um sistema misto, de apoios estatais com apoios privados e voluntariado continua a ser o mais adequado, neste momento, à situação do país. Mas tenhamos a consciência que continua a não ser apelativa à iniciativa privada o apoio a eventos desportivos de carácter comunitário e social. Temos de arranjar soluções para que os privados sintam interesse em contribuir para este desafio. O Estado tem de dar condições para que o privado substitua o que o Estado não quer, ou não pode fazer. Possível é, infelizmente não sei se estamos em condições de o conseguir, a bem de "tirar as pessoas de casa". Se não o conseguirmos é lamentável e vamo-nos lamentar no próximo futuro, mas por aqui continuaremos a pugnar pela igualdade de oportunidades. "

Cadomblé do Vata (Presságios...!!!)

"Na cabeça de um Benfiquista (ou deste Benfiquista) existem datas e eventos que ficam marcados por resultados para memória futura. Com um bocadinho de superstição e coincidência à mistura, é fácil acreditar na repetição de desfechos em partidas disputadas "naquele dia". Exemplo claro disso é o 14 de Maio ou de Procissão em Almancil, commumente chamado de "Dia de Mata-Leão", pelos 3-6 alvaladianos e pelo vôo com #Luisãonocomando. Também fortemente famosas são as vitórias do Benfica quando eu me encontro além fronteiras, onde soube entre outros dos 4-0 à Naval em 2010, dos 2 secos ao Boavista em 2015, dos 4-1 ao SC Braga na temporada passada ou dos 2-1 açorianos este ano. Terminando este périplo pelo 10 de Dezembro, foi como comensal de jantar de aniversário alheio que perturbei o repasto a muitos no hat-trick do Cardozo em Alvalade em 2012, soube dos 2-1 ao PSG em 2013 e na passada semana, dos 3 secos aos russos.
É dentro desta perspectiva que o jogo de amanhã contra o SC Braga é uma receita com todos os ingredientes "superstícios" do desastre, levando em conta o passado recente, que ao que consta, já lá vai muito longe na memória dos Benfiquistas. Na temporada 14/15, a derradeira sob o comando de JJ, o SL Benfica recebeu o SC Braga também nos oitavos de final da Taça de Portugal e em fase pré natalícia. Da nossa parte, a época corria sensivelmente como agora: tínhamos sido eliminados da Champions (entra o coro Jotista "o quê? Atirados para a Liga Europa com o Mestre Salvador do Projecto Europeu do Benfica? Isso é mentira"... pois é, naquele ano ficamos em último e saímos das competições europeias em Dezembro), seguíamos destacados na liderança e tínhamos acabado de vencer no Dragão (entra o coro Jotista "só o JJ é que conseguiu vencer no Dragão"... ok...). A euforia grassava nas hostes Gloriosas, quando o SC Braga deu a volta ao marcador e eliminou o SL Benfica da Taça de Portugal na Luz (entra o coro Jotista "o Benfica do Mestre eliminado em casa da Taça de Portugal? Impossível"... certo, tenho o Guimarães o FCPorto ao telefone e pedem para falar com vocês). E se o cenário não podia ser mais negativo, recordo que a eliminação aos pés do FC Porto em 2011 foi em dia de El Clássico espanhol... como amanhã... Bruno, é retranca até aos penaltys e esperar que um milagre aconteça."

Europa...

Benfiquismo (MCCCLXXX)

Mister...

Benfica FM #93 - Zenit e Famalicão...

Lixívia 14


Tabela Anti-Lixívia
Benfica..... 39 (0) = 39
Corruptos. 33 (+6) = 27
Sporting.. 26 (+7) = 19

Jornada relativamente calma, mas com alguns dos vícios mais comuns a evidenciarem-se!!!

Na Luz, não houve grandes Casos, o facto do árbitro ter mostrado um Amarelo ao Famalicão nos primeiros momentos do jogo, pode dar a ilusão que finalmente tivemos uma arbitragem que aplicou um critério disciplinar coerente durante os 90 minutos! Eu diria, que nesse aspecto, esteve melhor do que é habitual... mas não foi perfeito...
No lance que os avençados corruptos quiseram transformar em 'escândalo' a equipa de arbitragem esteve bem: o Ody corta a bola, e após 'parece' existir um contacto (as imagens não são claras), mas mesmo existindo contacto, nunca é falta... até porque o avançado, nunca chegaria à bola em 'primeiro' lugar, porque após o desvio do Ody os defesas ficaram em vantagem...


Os jogos dos outros dois estarolas decorreram esta noite. Não os vi com muita atenção, portanto alguns lances podem-me me ter escapado, amanhã, se alguém me chamar a atenção, farei uma adenda!

O factor mais inacreditável foram as 'poupanças'!!! Nos dois jogos, o Santa Clara e o Tondela, aparentemente 'pouparam' alguns dos seus melhores jogadores! Então o banco do Santa Clara contra os Lagartos, era uma autêntica reserva de luxo!!!

Inacreditável também, a atitude do Santa Clara: o facto do treinador do Santa Clara ser um Lagarto fanático, deveria ser motivo de despedimento, pela apresentação desta noite...
Inacreditável também, a 'renomeação' do Mota para este jogo (já o ano passado tinha feito merda no Santa Clara-Sporting): no penalty até me parece ter acertado (a PorkosTV parecia que não tinha mais ângulos...!!!), mas no golo anulado ao Santa Clara demonstrou um zelo absurdo: a nova regra diz que nas barreiras os jogadores da equipa que está a atacar, não podem estar 'perto' da barreira defensiva. Isto para impedir aqueles espectáculos dos empurrões... nada disso aconteceu aqui, o Fábio até pode ter infringido a distância por milímetros, mas não foi suficiente para anular o golo!

O Tondela também deixou o Xavier e o Yohan Tavares no banco.... e o Uribe voltou a agredir um adversário na área dos Corruptos e nada foi marcado!!!
Mas mesmo assim o maior escândalo desta noite foi mesmo a nomeação do Manuel Oliveira para árbitro e do Vasco Santos para VAR!!! Os Corruptos, com este calendário sobrecarregado, com jogadores de fora a 'descansar' estavam mesmo com medo... e assim lá 'nomearam' dois dos mais fanáticos adeptos corruptos, com 'apito na boca'!!!

Anexos (I):
Benfica
1.ª-Paços de Ferreira(c), V(5-0), M. Oliveira (L. Ferreira), Prejudicados, (6-0), Sem influência
2.ª-B SAD(f), V(0-2), Veríssimo (Xistra), Prejudicados, (0-4), Sem influência
3.ª-Corruptos(c), D(0-2), Sousa (Almeida), Prejudicados, Impossível contabilizar
4.ª-Braga(f), V(0-4), Almeida (Rui Costa), Prejudicados, Beneficiados, (1-4), Sem influência
5.ª-Gil Vicente(c), V(2-0), Pinheiro (L. Ferreira), Nada a assinalar
6.ª-Moreirense(f), V(1-2), Soares Dias (Mota), Nada a assinalar
7.ª-Setúbal(c), V(1-0), Martins (Esteves), (2-0), Prejudicados, Sem influência
8.ª-Tondela(f), V(0-1), Hugo (Nobre), Nada a assinalar
9.ª-Portimonense(c), V(4-0), Mota (V. Ferreira), Nada a assinalar
10ª-Rio Ave(c), V(2-0), Xistra (Esteves), Prejudicados, Sem influência
11.ª-Santa Clara(f), V(1-2), Soares Dias (R. Oliveira), Prejudicados, (1-3), Sem influência
12.ª-Marítimo(c), V(4-0), Veríssimo (L. Ferreira), Nada a assinalar
13.ª-Boavista(f), V(1-4), Sousa (Malheiro), Prejudicados, (1-5), Sem influência
14.ª-Famalicão(c), V(4-0), Rui Costa (Narciso), Nada a assinalar

Sporting
1.ª-Marítimo(f), E(1-1), Martins (Hugo), Beneficiados, (1-0), (+1 ponto)
2.ª-Braga(c), V(2-1), Godinho (Nobre), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
3.ª-Portimonense(f), V(1-3), Xistra (V. Santos), Beneficiados, (2-3), Impossível contabilizar
4.ª-Rio Ave(c), D(2-3), Pinheiro (Narciso), Beneficiados, Prejudicados, (3-5), Sem influência
5.ª-Boavista(f), E(1-1), Sousa (V. Ferreira), Beneficiados, (2-1), (+1 ponto)
6.ª-Famalicão(c), D(1-2), Hugo (Nobre), Nada assinalar
7.ª-Aves(f), V(0-1), Xistra (Nobre), Nada a assinalar
8.ª-Guimarães(c), V(3-1), Soares Dias (Narciso), Nada a assinalar
9.ª-Paços de Ferreira(f), V(1-2), Rui Costa (Xistra), Beneficiados, Impossível contabilizar
10.ª-Tondela(f), D(1-0), Veríssimo (Mota), Nada a assinalar
11.ª-Belenenses(c), V(2-0), M. Oliveira (L. Ferreira), Nada a assinalar
12.ª-Gil Vicente(f), D(3-1), Hugo (Esteves), Beneficiados, Sem influência
13.ª-Moreirense(c), V(1-0), Soares Dias (V. Santos), Beneficiados, (0-1), (+3 pontos)
14.ª-Santa Clara(f), V(0-4), Mota (Nobre), Beneficiados, (1-4), Sem influência

Corruptos
1.ª-Gil Vicente(f), D(2-1), Almeida (Xistra), Nada a assinalar
2.ª-Setúbal(c), V(4-0), Mota (V. Santos), Nada a assinalar
3.ª-Benfica(f), V(0-2), Sousa (Almeida), Beneficiados, Impossível contabilizar
4.ª-Guimarães(c), V(3-0), Xistra (Nobre), Beneficiados, Prejudicados, (4-2), Impossível contabilizar
5.ª-Portimonense(f), V(2-3), Rui Costa (V. Santos), Beneficiados, (2-1), (+3 pontos)
6.ª-Santa Clara(c), V(2-0), Godinho (Rui Oliveira), Beneficiados, (2-1), Impossível contabilizar
7.ª-Rio Ave(f), V(0-1), Almeida (Sousa), Beneficiados, Impossível contabilizar
8.ª-Famalicão(c), V(3-0), Veríssimo (L. Ferreira), Nada a assinalar
9.ª-Marítimo(f), E(1-1), Sousa (Almeida), Beneficiados, (1-0), (+1 ponto)
10.ª-Aves(c), V(1-0), Malheiro (Rui Costa), Nada a assinalar
11.ª-Boavista(f), V(0-1), Almeida (V. Santos), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
12.ª-Paços de Ferreira(c), V(2-0), Martins (Nobre), Nada a assinalar
13.ª-Belenenses(f), E(1-1), Pinheiro (L. Ferreira), Nada a assinalar
14.ª-Tondela(c), V(3-0), M. Oliveira (V. Santos), Beneficiados, (3-1), Sem influência

Anexos (II):
Árbitros:
Benfica
Soares Dias - 2
Veríssimo - 2
Sousa - 2
M. Oliveira - 1
Almeida - 1
Pinheiro - 1
Martins - 1
Hugo - 1
Mota - 1
Xistra - 1
Rui Costa - 1

Sporting
Xistra - 2
Hugo - 2
Soares Dias - 2
Martins - 1
Godinho - 1
Pinheiro - 1
Sousa - 1
Rui Costa - 1
Veríssimo - 1
M. Oliveira -1
Mota - 1

Corruptos
Almeida - 3
Sousa - 2
Mota - 1
Xistra - 1
Rui Costa - 1
Godinho - 1
Verissimo - 1
Malheiro - 1
Martins - 1
Pinheiro - 1
M. Oliveira - 1

VAR's:
Benfica
L. Ferreira - 3
Esteves - 2
Rui Costa - 1
Xistra - 1
Almeida - 1
Mota - 1
Nobre - 1
V. Ferreira - 1
R. Oliveira - 1
Malheiro - 1
Narciso - 1

Sporting
Nobre - 4
Narciso - 2
V. Santos - 2
Hugo - 1
V. Ferreira - 1
Xistra - 1
Mota - 1
L. Ferreira - 1
Esteves - 1

Corruptos
V. Santos - 4
Almeida - 2
Nobre - 2
L. Ferreira - 2
Xistra - 1
V. Santos - 1
Rui Oliveira - 1
Sousa - 1
Rui Costa - 1

Jogos Fora de Casa (árbitros + VAR's)
Benfica
Soares Dias - 2 + 0 = 2
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Almeida - 1 + 0 = 1
Miguel - 1 + 0 = 1
Xistra - 0 + 1 = 1
Rui Costa - 0 + 1 = 1
Mota - 0 + 1 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1
R. Oliveira - 0 + 1 = 1

Sporting
Xistra - 2 + 1 = 3
Hugo - 1 + 1 = 2
Mota - 1 + 1 = 2
Nobre - 0 + 2 = 2
Sousa - 1 + 0 = 1
Martins - 1 + 0 = 1
Soares Dias - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
V. Santos - 0 + 1 = 1
V. Ferreira - 0 + 1 = 1
Esteves - 0 + 1 = 1

Corruptos
Almeida - 3 + 2 = 5
Sousa - 2 + 1 = 3
V. Santos - 0 + 2 = 2
Rui Costa - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1
Xistra - 0 + 1 = 1
L. Ferreira - 0 + 1 = 1

Totais (árbitros + VAR's):
Benfica
L. Ferreira - 0 + 3 = 3
Soares Dias - 2 + 0 = 2
Veríssimo - 2 + 0 = 2
Sousa - 2 + 0 = 2
Almeida - 1 + 1 = 2
Mota - 1 + 1 = 2
Xistra - 1 + 1 = 2
Rui Costa - 1 + 1 = 2
Esteves - 0 + 2 = 2
M. Oliveira - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1
Martins - 1 + 0 = 1
Hugo - 1 + 0 = 1
Nobre - 0 + 1 = 1
V. Ferreira - 0 + 1 = 1
R. Oliveira - 0 + 1 = 1
Malheiro - 0 + 1 = 1
Narciso - 0 + 1 = 1

Sporting
Nobre - 0 + 4 = 4
Xistra - 2 + 1 = 3
Hugo - 2 + 1 = 3
Soares Dias - 2 + 0 = 2
Mota - 1 + 1 = 2
Narciso - 0 + 2 = 2
Sousa - 1 + 0 = 1
Martins - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 0 = 1
Rui Costa - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
M. Oliveira - 1 + = 1
V. Santos - 0 + 1 = 1
V. Ferreira - 0 + 1 = 1
L. Ferreira - 0 + 1 = 1
Esteves - 0 + 1 = 1

Corruptos
Almeida - 3 + 2 = 5
V. Santos - 0 + 4 = 4
Sousa - 2 + 1 = 3
Xistra - 1 + 1 = 2
Rui Costa - 1 + 1 = 2
Nobre - 0 + 2 = 2
L. Ferreira - 0 + 2 = 2
Mota - 1 + 0 = 1
Godinho - 1 + 0 = 1
Veríssimo - 1 + 0 = 1
Malheiro - 1 + 0 = 1
Martins - 1 + 0 = 1
Pinheiro - 1 + 1 = 1
M. Oliveira - 1 + 0 = 1
Rui Oliveira - 0 + 1 = 1

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