Últimas indefectivações

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Clássico q.b.

"O Benfica está na luta e, só de pensar nisso, a coligação fica em estado de permanente sudação

1. Interessante, sem ser deslumbrante, o clássico do Dia da Restauração. Se tivesse havido um vencedor, manda a isenção dizer que teria sido o FC Porto. Jogando no seu ambiente, fez, na segunda parte, as despesas da casa e teve mais oportunidades de golo. Há algumas semanas, essa vitória teria acontecido naturalmente, mas agora, houve um Porto já um pouco menos incisivo do que antes e um Benfica mais pragmático e esclarecido do que entre jogos da Champions.
Também duas jornadas atrás houve muita gente que exultou antecipadamente com um Benfica arredado do título, antes do Natal. Seriam 8 pontos atrás do líder e a 6 pontos do Sporting. A coligação anti SLB é de tal monta que se compraz com o sonho das antevisões garantidas. Jornalistas e opinadores encartados também não quiseram ficar atrás, quais gestores de agência funerária sempre solícitos para passar a certidão de óbito. Mas, independentemente do que se possa ainda passar nas 21 jornadas por realizar, nada disso aconteceu. O Benfica está na luta e, só de pensar nisso, a coligação fica em estado de permanente sudação.

2. Quanto ao jogo visto através da SportTV, começo por esta, para destacar, em primeiro lugar, um lobo que fica amansado sempre que comenta ao pé de um dragão. Um dia hei-de contar as vezes que o comentador emprega a palavra 'grande' para expressar o seu espanto perante a maravilha do dragão. Grande jogada, grande jogador, grande cruzamento, grande movimento, grande equipa, grande remate, grande superioridade, grande defesa, grande corte, grande vontade, grande passe, grande desmarcação, grande Brahimi, grande Danilo, grande Marega (até falhar), grande Aboubakar, grande Herrera, grande Alex Telles, grande Felipe, grande Marcano, grande José Sá, grande Ricardo, grande Sérgio Oliveira, grande... Já quando ao relator, fico intrigado para saber a razão por que nem uma palavra disso sobre o abalroamento de Jonas por Felipe.

3. Ora, por falar, neste lance, importa analisar a arbitragem do jogo. Ambas as equipas têm razões de queixa. Não foi uma noite feliz de um bom árbitro, como é o portuense Jorge Sousa. O caso mais falado foi o de um erro claro e uma deslocação de Aboubakar precipitadamente assinalada que, além do mais, impediu o VAR de corrigir o fora-de-jogo mal assinalado num segundo remate que teria dado um golo aos portistas. Sobre este lance, duas notas: a primeira, sobre a qual já aqui escrevi a propósito de um offside mal assinalado ao Braga (em Alvalade) e que impediu a validação de um golo limpo, e que tem a ver com a precipitação em não deixar prosseguir a jogada que depois poderá será validada ou invalidada pelo VAR; a segunda, pouco destacada, foi a circunstância de Bruno Varela ter feito uma defesa notável e, deste modo, ter dado tempo para a errada falta ter sido assinalada. Ou seja, caso a bola entrasse, não estou seguro se Jorge Sousa teria tido tempo para apitar antes.

4. Já quando ao pretendido penálti de Luisão, malgrado o modo pouco ortodoxo como o central benfiquista se fez ao lance, estamos na presença de uma situação passível de dupla interpretação, como é cada vez mais frequente em casos semelhantes no futebol. Não tendo havido outros ângulos de transmissão (tal como sucede com o árbitro), fiquei com a sensação que a bola bate no braço colado ao corpo e que o movimento do braço junto ao corpo foi apenas levando a mão às costas. Mas, reconheço, sem dificuldade que é lance de 50%, 50%. Esta jogada aumenta, em mim, que bolas no braço, braço na bola, braço com aumento de área de intervenção milimétrica ou não são cada vez mais perto de subjectividade e discricionaridade, sem que se entenda, afinal, qual é a norma justa e indiscutível. Um critério adequado é o de julgar este tipo de possíveis infracções na grande área como são julgados no resto do campo, onde é raro haver celeuma.

5. Por fim, um lance que poderia ser mais decisivo. Aos 11 minutos o jogador do FCP Felipe, useiro e vezeiro, em cargas para atemorizar os pontas-de-lança, agride (não há outro termo), por trás e sem bola, o benfiquismo Jonas. Ainda que assinalada a falta, nenhum cartão lhe foi exibido. O árbitro, pressentido a delicada fronteira entre mostrar um cartão vermelho ou amarelo, optou manhosamente por os guardar no bolso. Acontece que a impunidade do defesa portista é já uma marca desta época. Basta recordar o jogo contra o Belenenses e uma sequência de graves faltas no jogo contra o Leixões. Não sabemos o que teria acontecido com o Porto reduzido a 10 jogadores com 80 minutos por jogar, mas que se trataria de um forte handicap para os visitantes é uma certeza. Por isso, fazer uma análise de arbitragem numa lógica de soma de erros independentemente das consequências, no tempo do jogo, de cada um deles não é correcto. Rui Santos disse na SIC que, no fundo, o FCP foi mais prejudicado porque, segundo ele, houve três erros graves contra os portistas e só um erro prejudicando o SLB. É uma apreciação aritmética que, neste caso, esquece a magnitude de cada uma delas e a sua precedência. E quando o treinador do FCP fala de erros de arbitragem ficar-lhe-ia bem não omitir este momento para, no fim e ridiculamente, falar no resultado para si justo de 5-1!
Já agora, fico na expectativa de saber qual o tratamento da dita Comissão de Instrutores da Liga quando à instauração de um procedimento por flagrante delito a Felipe. Pelo que é possível comparar, não é diferente do caso de Eliseu no jogo contra o Belenenses em que, por iniciativa daquela Comissão, o processo aberto levou a que o benfiquismo tivesse sido castigado.
Ainda quando a castigos, nada a dizer ao duplo amarelo a Zivkovic que foi, no mínimo,pouco profissional e poderia ter prejudicado seriamente a equipa. A este nível, é imperdoável o que o sérvio fez, ainda  que - ironia das regras - os seus amarelos juntos não valham 10% da pantufada, sem cartão, do Felipe.

6. Destaco, em geral, o profissionalismo e controlo das jogadores de ambas as equipas. Isso foi evidente no fim do jogo, o que contrastou com alguns responsáveis do Porto e com o acto irreflectido do director de futebol do Benfica. O costume, aliás. Quanto ao nível exibicional dos atletas, no FCP, Brahimi demonstrou, mais uma vez, a sua enorme classe e Marega, um poço de energia que pôs em sobressalto um, às vezes comprometedor, Grimaldo. Aliás, o maliano evidenciou neste jogo o bom e o mau: veloz, robusto e sem dar por perdida uma jogada, tudo na base do seu esplendor físico-atlético, mas limitado e trapalhão do ponto de vista técnico que lhe fez perder duas ou três boas finalizações. Do lado do Benfica, Bruno Varela foi fantástico e merece (ao contrário do que aqui já havia escrito) a titularidade, Jardel em ascensão física assim desmentido o que, há pouco tempo, li num escrito em A Bola que o considerava um «jogador apto para jogar à sueca» (!). Samaris merece mais tempo de jogo e Krovinovic é um craque, responsável em parte pela melhoria da equipa.

Contraluz
- Absurdo:
Nesta jigajoga do calendário da Liga, eis que foi anunciado o Benfica - Sporting da 16.ª jornada para 3 de Janeiro pelas 21.30 horas, uma quarta-feira de trabalho! É uma falta de respeito pelos adeptos, sobretudo os que querem assistir ao jogo, mas vivem fora de Lisboa. Impensável.
- Exemplo !: André Iniesta.
Se há jogador que aprecio como atleta de eleição e profissional irrepreensível é este genial médio do Barcelona. Sem adereços tontos, sem vedetismos parvos, sem discussões estéreis e reivindicações gratuitas, Iniesta tem o perfume do futebol puro.
- Exemplo II: Xavi Hermández.
Por falar em Iniesta, não posso dissocia-lo da sociedade que Xavi com ele fez durante muitos anos no Barça. Dois jogadores ímpares. Dois exemplos para mostrar às novas gerações que ainda é possível estar com total limpidez e serenidade no futebol.
- Exemplos III: Conferência conjunta dos treinadores do Tondela e Rio Ave.
Pepa e Miguel Cardoso juntos no fim do jogo de sábado. Uma pedrada no meio do charco. Parabéns.
- Pensamento: «O que finalmente eu mais sei sobre a moral e as obrigações do homem devo ao futebol...»
Albert Camus (1913-1960)..
Outros tempos."

Bagão Félix, in A Bola

PS: O consócio Bagão desta vez 'falhou'! Algo nada habitual...!!!
A Comissão de Instrutores da Liga, realmente abriu um processo de flagrante delito sobre o Eliseu no Benfica - Belenenses, mas o CD acabou por arquivar o caso, e o Eliseu não foi castigado. Decisão justificada com a existência do VAR...
A mesma Comissão, fez o mesmo ao Samaris, no Benfica - Braga para a Taça da Liga, e como na Taça CTT não existe VAR, o CD acabou por castigar o nosso jogador. Apesar do CJ ter anulado a decisão, e enviado o processo para 'trás'... Tudo isto após o Samaris já ter cumprido o castigo!!!

Vitória na Pérola do Atlântico

Madeira SAD 28 - 32 Benfica
(14-14)

Boa vitória na Madeira, uma deslocação sempre complicada, ainda por cima com vários ex-benfiquistas no outro lado, que normalmente se motivam nestes confrontos!!!
O jogo foi muito equilibrado, só tivemos em desvantagem no final da 1.ª parte, mas sempre com o marcador apertado... Muito importante o Grilo, nos minutos finais...

A notícia da semana, foi a contratação do Arthur Patrianova. O internacional Brasileiro chegou à Luz no último Verão, para recuperar de uma lesão grave! Não assinou, mas foi integrado... É um jogador que prometeu muito, quando apareceu ao mais alto nível, mas as lesões nos joelhos impediram a sua afirmação. Uma situação muito parecida com o Terzic!
Com a 'nova' lesão do Terzic, abriu uma vaga no plantel... O Patrianova é um Lateral Esquerdo, aquilo que nos faltava neste momento era mesmo um Lateral Direito, para 'rodar' com o Belone. Provavelmente será o Grilo o 'adaptado'...
Contratar jogadores com um historial de lesões graves é muito arriscado. Também é verdade que sem as lesões o Patrianova (nem o Terzic) teriam assinado pelo Benfica!!!
Vamos esperar para ver, se a recuperação do Patrianova, é mesmo total e se não tem recaídas... O Campeonato neste momento está totalmente em aberto...

PS1: A Vanessa Fernandes também renovou o seu contrato com o Benfica. A Vanessa na última época voltou a competir ao mais alto nível, com alguns resultados promissores, vamos ver como corre a próxima época... Creio que o grande objectivo da Vanessa seria um regresso aos Jogos Olímpicos, e por isso será importante começar já a 'pontuar'...!!!

PS2: Uma notícia relacionada com o Futebol: Keaton Parks renovou o contrato. Já era esperada esta renovação, o jovem Americano tem potencialidades muito interessantes, combina a técnica, com o aspecto físico, e poderá ser um trunfo importante do Benfica nas próximas épocas...

Ovos mexidos

"1. Se eu elaborar o regulamento disciplinar lá de casa, em conjunto com a minha mulher, vou pedir pena leve para quem queimar os ovos mexidos de manhã. Os clubes não podem continuar a ser responsáveis pela elaboração das regras que os regem. É o maior problema do futebol português. Quem tem coragem para lhes retirar esse poder?
2. Ver um sorteio do Mundial sem a Itália é como comer uma bola de Berlim de alfarroba. Quanto ao grupo de Portugal, já estou ansioso por ver Lopetegui falar de Marrocos como se fosse o Brasil de África e referir-se ao Irão como a Alemanha da Ásia.
3. Vão-se repetindo com insistência as imagens do director-geral FC Porto, Luís Gonçalves, em permanente cólera. Já Tiago Pinto, que assumiu há pouco tempo o mesmo cargo no Benfica, parece ter ganho rapidamente os maus vícios do mundo do futebol. Ou quer mostrar serviço.
4. Há três formas infalíveis de adormecer o meu filho: ler uma história, cantar uma canção de embalar ou metê-lo a ver uma entrevista do presidente da Liga, Pedro Proença. Procurar consensos neste caos é como parar um relógio para ganhar tempo. Mas podemos criar três grupos de estudo. Um para estudar esta temática, os outros dois para se estudarem um ao outro.
5. Para que o VAR faça sentido, proponho nova introdução tecnológica: os árbitros por controlo remoto. Há muitos lances discutíveis, mas o golo anulado ao FC Porto no clássico é mais um caso que não dá para entender.
6. Não concordo que os clubes sejam punidos pelo comportamento dos adeptos, mas gostava que, antes de qualquer decisão das instâncias disciplinares, tivessem mão pesada com os actos tresloucados dos seus (como a agressão a Pizzi no clássico), banindo-os para sempre ou por vários anos. É com essa mesma coragem que regulamentam em causa própria.
P.S. Queimei outra vez os ovos mexidos."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

O óleo que lubrifica a máquina

"Há jogadores que são exemplos acabados de que a intuição é a velocidade de ponta da inteligência. Essa arma suplementar é exclusiva dos grandes jogadores, dos predestinados que desenvolvem o dom de adivinhar os passos seguintes à acção e de, assim, chegarem aos factos centésimos de segundo antes de ocorrerem. Olhemos para Krovinovic: o croata aproveita a bênção para agilizar o processo de construção a partir das decisões que toma; antecipa-se ao que vai suceder e torna-se um criador para lá do óbvio, cujo estatuto lhe permite ascender a sumptuoso gerador de surpresa, que pensa, concebe e executa em sistemática antecipação ao tempo.
Numa equipa que atribui ao talento individual peso relativo substancial no processo criativo, Krovinovic é determinante (como Fejsa, Pizzi e Jonas) na coordenação de todos os elementos em jogo. Funciona como apelo à ideia global e ao projecto definido pelo treinador, ao mesmo tempo que estimula entre todos o indispensável compromisso com a felicidade comum. O croata conecta com muitos companheiros ao longo do jogo e desenvolve acções, normalmente curtas, de progressão participada, que comprometem cada vez mais gente nos caminhos para o grande objectivo.
Como denominador comum de muitos desses movimentos, revela técnica perfeita na recepção e no passe; confirma visão esplendorosa em invenções inconcebíveis na descoberta de espaços; e manifesta inteligência que lhe permite estar sempre no lugar certo, a fazer o que deve, em nome da coesão geral. Só precisa de ler o guião uma vez, porque entende logo os fundamentos, com a vantagem de adaptá-los ao seu entendimento do jogo e acrescentar-lhes elementos preciosos que o enriquecem. Krovinovic não só respeita as regras como concorda com elas, embora contrarie a submissão total (recusa ser ferramenta sem cérebro) e combata a previsibilidade (obrigação dos verdadeiros craques). No fundo, desenvolve a arte rara de cumprir ordens com fidelidade à cartilha, defendendo pontos de vista originais quando a põe em prática.
Nele se concentram a malícia de intenções indecifráveis e o jeito especial para guardar a bola de agressões alheias; a capacidade de se orientar pelo óbvio e agir com o talento superior de quem eleva a mentira ao estado colectivo; a habilidade de testar dois ou três truques mais vistosos do que eficazes e o esplendor de ver dimensionado o engano à causa maior que compromete todo o exército. Não tem medo da bola e revela confiança insolente nas suas capacidades: quando a recebe já sabe o que vai fazer-lhe; quando a entrega já pensou no que vai acontecer três jogadas à frente; e mesmo quando parece distraído sabe com antecedência escandalosa o seu itinerário entre os pés adversários - é um bom recuperador, que intercepta muitas linhas de passe.
Krovinovic personifica a diversificação táctica anunciada por Rui Vitória, ao introduzir equilíbrio e harmonia num conjunto orientado pela vertigem ofensiva; é o óleo que lubrifica máquina emperrada em grande parte da temporada e cuja resposta se revelou deficitária em duelos mais exigentes. A sua inclusão suscita, porém, discussão pertinente à volta do sistema no qual o tetracampeão assentou a glória de cinco ligas conquistadas em oito - desde 2009, quando Jorge Jesus chegou à Luz, que actua com dois avançados. Krovinovic pode ser a réplica do que Renato Sanches representou e fez em 2015/16, embora as consequências sejam agora mais perigosas: se então a mudança não passou de um retoque no conceito (Pizzi manteve a batuta, apenas se desviou do centro do palco), desta vez belisca a estrutura: subtrai um homem na frente, com a agravante de ser Jonas, a estrela máxima que se expressa melhor com outro avançado por perto. O 4x4x2 não é só passado. Mais do que isso, tem futuro garantido. Só resta saber à custa de quem.

José Sá e Varela foram monstros
Os dois guarda-redes estiveram na base do 0-0 entre FC Porto e Benfica
José Sá tem cumprido percurso sem mácula na baliza portista. No clássico, os olhares captaram a exuberância de Bruno Varela, cuja intervenção intensa e continuada fez dele a figura do jogo. O dragão revelou-se em moldes diferentes, segundo os parâmetros que orientam os guarda-redes das grandes equipas: foi menos posto à prova mas, quando teve de intervir, foi perfeito. Os rivais estão em boas mãos.

O golo genial de Rúben Ribeiro
Tondela foi palco de um dos golos mais extraordinários da temporada
Rúben Ribeiro levou a bola pela esquerda; abrandou, flectiu ligeiramente para dentro e, com dois adversários pela frente, optou pelo tiro; o remate saiu cortado, com o pé direito, a fazer um arco pronunciado, levando a bola a entrar junto ao poste esquerdo do guarda-redes. O lance foi tão belo que não devemos ter medo das palavras para o qualificar: foi um momento genial de um dos maiores artistas da Liga.

V. Setúbal com duplo prejuízo
É indigno cumprir o objectivo máximo do jogo (o golo) e não ser reconhecido
Diz-nos o bom senso que a bola esteve na baliza do V. Guimarães - e, já agora, na do P. Ferreira também, à 6.ª jornada. Foram 2 golos que o V. Setúbal marcou e não valeram. Sem certezas, os árbitros decidiram em conformidade - mais vale assumir os limites da condição humana do que a alucinação de validarem o que pode não ter acontecido. Só quando a desgraça atingir um dos grandes o problema será resolvido."

O futebol de vão de escada

"O futebol português é uma novela mexicana dobrada em brasileiro. De mau gosto, esquizofrénico e com um guião lamentavelmente pobre. Na realidade, é preciso gostar muito de futebol (e dos clubes) para continuar a ir aos estádios e apoiar as respectivas equipas. Isso só acontece porque a paixão, como se verifica amiúde, é cega.
Os adeptos têm o direito de desancar o árbitro, invectivar os rivais e defender ao extremo a sua equipa. Quando ganha, é a melhor. Quando perde, foi naturalmente vítima do azar. Faz parte da natureza passional do jogo e os adeptos projectam no clube os seus sentimentos. As bancadas são divãs temporários de psicanálise e desempenham o seu papel terapêutico a contento. O que não faz sentido, de todo, é os responsáveis dos clubes comportarem-se como adeptos e achincalharem a modalidade que lhes deu notoriedade pública e sem a qual seriam ilustres desconhecidos. Não olham para o futebol como um negócio e acham que os seus clubes (sobretudo os chamados três grandes) são demasiado poderosos para cair. Vivem da intriga, semeiam a desconfiança e fazem dos árbitros (a única equipa que não tem adeptos) as suas vítimas preferenciais.
No futebol inglês, quando um árbitro falha, a conclusão é a de que errou. No futebol português, quando um árbitro falha é porque roubou. O árbitro é o elemento que sublima os erros dos gestores, dos treinadores e dos próprios jogadores. Os dirigentes do futebol, em vez de elevarem o nível do discurso, puxam-no para baixo. Transformaram o jogo numa arena de combate e, desta forma, vão afastando adeptos e empresas, as quais não querem ver a sua imagem contaminada por polémicas artificiais.
Estas circunstâncias tornam o campeonato português ainda mais periférico e os clubes são cada vez mais incapazes de captar receitas, a não ser as geradas pela venda de jogadores. Gerem os passivos e os três grandes são de uma irrelevância absoluta no mercado de capitais. Ninguém de bom senso admite investir numa equipa de futebol português na expectativa de obter retorno e isso diz tudo. 
Pode argumentar-se que sempre foi assim, sendo que os media exponenciaram este tipo de comportamentos. Dando esta premissa como verdadeira, a mesma só serve para aumentar o grau de exigência sobre os dirigentes, porque os bons exemplos têm de surgir de cima. O futebol, neste momento, é um esconso negócio de vão de escada."

Madureira e os anónimos

"Podemos não gostar dos novos tempos, mas há factos que existem e dos quais não podemos fugir. Um deles é que Fernando Madureira, líder da claque portista Super Dragões, se transformou numa pessoa relevante no FC Porto e no futebol português. Tem mais de 120 mil seguidores na rede social Instagram, o que quer dizer que tem um poder de influência muito grande, sobretudo para jovens que o vêem como exemplo. E há muitos que o fazem.
A publicação que fez no fim de semana onde mostrou a fotografia de um árbitro violentamente agredido na Argentina com a legenda 'Este não rouba mais' é absolutamente inaceitável. Qualquer adepto de futebol tem de ser punido por este incitamento à violência sobre os árbitros, mas no caso de Madureira, um influenciador de opinião e com responsabilidades por ser líder reconhecido de uma claque organizada, o castigo deveria ser bem mais pesado. Ultrapassou todos os limites do que é razoável.
Apesar de todas as vezes em que passou os limites (e foram demasiadas, quase sempre sem consequências legais), Madureira tem uma cara, tem um nome, as pessoas sabem quem ele é, tem um número de telemóvel acessível a muita gente. Por isso há um controlo social e até das autoridades sobre o que faz. E, por ser reconhecido como adepto do FC Porto, o que faz pode até ter consequências para o clube.
No mundo das claques, o que não falta é pessoas a ultrapassar os limites, com a diferença de serem quase todos anónimos, muitas vezes até de cara tapada. São os mais perigosos."


PS: Sinceramente, pensei não ser possível, mas mais uma vez, estava errado!!!
É possível, mesmo que encapotadamente, 'elogiar' o Macaco após a publicação nojenta que fez!!!

Bola na mão ou mão na bola? Toque acidental ou deliberado? Movimento natural ou anormal? Lance inesperado ou expectável?

"Ao contrário de muitas outras, mais objectivas, as infracções cometidas com as mãos são momentos de análise muito difícil para qualquer árbitro de futebol. Porquê?
Porque a sua (i)legalidade raramente é evidente. Porque a sua natureza técnica é quase sempre dúbia ou especulativa, o que torna a sua sentença mais falível e contestável.
Mas felizmente este fenómeno - o de nos habituarmos à ideia que há situações de jogo que não podem ter carimbos - parece agora ser melhor compreendido por todos os que amam o futebol. E ainda bem que assim é.
Acreditem quando vos digo: o futebol não é uma ciência exacta.
E por muito que se insista na vontade em ter clareza das decisões - preto no branco, ou é ou não é - há muitos momentos em que isso simplesmente não é possível.
Isso acontece, por exemplo, quando a intensidade é mais subjectiva (falta/não falta), o contacto no limite (tocou/não tocou) ou a entrada na fronteira (amarelo/vermelho).
Por alguma razão, a maioria das leis começa com um lacónico: “Se na opinião do árbitro”, que é como quem diz... desenrasquem-se.
Trata-se de um presente envenenado nas mãos de quem tem a responsabilidade de medir e julgar, num instante fotográfico, intenções, intensidades e afins.
O caro leitor não tem noção da dificuldade que é, para um árbitro, perceber se um jogador toca ou não na bola deliberadamente (com as mãos/braços).
É tão difícil e tão ingrato que a lei criou uma série de ferramentas, verdadeiras referências técnicas, para ajudar os juízes a tomarem a melhor decisão:
1. A mão/braço vai em direcção à bola? Ou é a bola que vai em direcção à mão/braço? No primeiro caso, o mais certo é haver infracção. No segundo, o mais certo é que não exista falta.
2. A distância entre os jogadores é significativa ou a bola surgiu de forma inesperada, tipo “queima roupa”? O primeiro caso pode evidenciar infracção. O segundo não.
3. A mão/braço do jogador estava ao longo do corpo e em posição natural para o seu movimento defensivo ou, pelo contrário, estava colocada em zona desnecessária? Ocupava um espaço anormal para a sua acção (volumetria)? No primeiro caso, não deve haver infracção. Nos outros é quase certo que exista.
4. A bola sofreu um desvio ou ressalto antes de tocar na mão/braço? Ou isso não aconteceu? Na primeira opção isso significa que pode não ter havido infracção. Na segunda sugere que esta possa ter ocorrido.
Além destes, permitam-me acrescentar um quinto: se um braço estiver predisposto para tocar na bola deliberadamente, o mais certo é que esteja tenso. Rígido. Para que a jogada morra intencionalmente ali.
Se, por outro lado, estiver mais flexível (mole) e for para trás (empurrado pela força da bola), é provável que só tenha havido contacto acidental, não corte faltoso.
Um dos problemas em avaliar este tipo de lances é que, não raras vezes, eles têm indicadores mistos. Ou seja, por um lado parece haver razão para punir (por exemplo, uma bola vir de longe), por outro não (braço ao longo do corpo).
Qualquer um destes argumentos, por si só, não garante existir ou não infracção. São apenas meios para atingir um fim: o de ajuizar bem.
Se o leitor estiver de espírito aberto e conseguir criar alguma distância face a lances que a sua razão ainda veja com emoção, conseguirá entender que tudo isto pode ser diabólico para um árbitro.
Tenha isso em conta da próxima vez que assistir a jogadas complicadas como estas, porque a sua tolerância também é fundamental na melhoria do ambiente crispado que agora se vive.
Perceba que aqueles milésimos de segundo em que tudo acontece quase não permitem raciocinar. Perceba ainda que há situações em que nem as imagens televisivas ajudam a descodificar, o que invalida qualquer possibilidade de video-apoio.
E é aí que importa dar o benefício da dúvida a quem decide.
É frustrante não haver uniformidade de critérios, que todos tanto desejamos e queremos, mas no futebol isso só é possível quando as situações são claras, objectivas e inequívocas.
Nas outras, poderemos sempre concordar ou discordar... mas o importante mesmo é aceitar e respeitar."


PS1: Existe uma grande diferença entre a Teoria e a Prática, por exemplo: Duarte Gomes, hoje, nas suas análises aos jogos de ontem da Champions, não conseguiu colocar a Teoria em Prática!!! No Barcelona - Sporting, com ajuda de uma foto afirma que que ficou por marcar um penalty a favor do Sporting por Mão de Digne, defesa do Barça; já no Benfica - Basileia, o lance no final da 1.ª parte, onde um defesa Suíço, joga a bola com o Braço, na área, após uma recepção do Pizzi, nem sequer foi mencionado...!!!
Conhecer as regras, e ter a capacidade de ser imparcial (seja lá porque razão...), são coisas bem diferentes!
PS2: Já em relação à escolha da foto para ilustrar esta opinião, julgo que a responsabilidade foi da redacção da Tribuna Expresso, pois encaixa bem na tendência...!!!

O exemplo de Valverde

"Messi marcou um golo visto por todo o Mundo menos pela equipa de arbitragem do último Valencia-Barcelona (1-1). Polémica, lamentos dos catalães e uma promessa. O presidente da liga espanhola, Javier Tebas, anunciou que a competição vai ter videoárbitro (VAR) na próxima temporada. Não faz sentido que um campeonato milionário precise de um lance como o de Messi para, finalmente, decidir apostar numa tecnologia já utilizada em ligas com menos recursos financeiros, como a portuguesa.
Com ou sem VAR, porém, há que destacar a serenidade das reacções a um erro grosseiro do árbitro. Se Portugal está à frente do país vizinho nesta medida, perde claramente na forma como os clubes comunicam após arbitragens polémicas que os possam prejudicar.
O discurso do treinador do Barça, Ernesto Valverde, é um exemplo a seguir: "Foi um erro monumental do árbitro (…), mas contra o Málaga também marcámos um golo em que o cruzamento é feito com a bola fora das quatro linhas. Todas as equipas são afectadas por más arbitragens." Assunto arrumado, bola para a frente.
Em Espanha, ao contrário do que acontece por cá, os directores de comunicação não espalham ódio e ondas de suspeição sobre a arbitragem nos canais dos clubes e nas redes sociais. Fala-se de futebol. Falam os homens do futebol. E se tivemos uma semana mais comedida (atenção que esta crónica foi escrita antes do clássico), deveu-se apenas à recente reacção dos árbitros com o período de 20 dias para se acabar, de vez, com o clima actual. Mas não bastam 20 dias de bonança antes de nova tempestade. O negócio é de todos e todos devem cuidar dele."

Alvorada... do Peter War

Zizou era bom de bola, mas do VAR não percebe nada

Têm de ser mais claros, se não andamos aqui aos papéis».
Sérgio Conceição.

«O VAR não pode ser à vontade do freguês».
Vítor Oliveira.

Andamos tanto tempo entusiasmados com os problemas que o VAR vinha resolver, que nem nos apercebemos dos problemas que o VAR vinha criar. As duas frases acima são exemplos que ganharam eco nesta jornada. Uma pesquisa mais atenta, certamente, recolheria vários outros. A conclusão, quanto a mim, é simples: decorridas 13 jornadas, poucos terão percebido correctamente aquilo que é suposto o vídeo-árbitro fazer. Que sejam os protagonistas a assumi-lo é especialmente grave.
Há problemas de comunicação, problemas de protocolo e problemas de interpretação. Vou deixar, propositadamente, de fora estes últimos, para não transformar o texto num «o meu penálti é maior do que o teu», que, que eu tenha conhecimento, nunca, em situação alguma, surtiu qualquer efeito.
O foco vai assim para a comunicação e protocolo. A forma como se está a defender o VAR e as regras que ajudam o VAR a defender o futebol. Tenho visto buracos em ambos.
Comunicação, então. Para quê mesmo tornar público audios e vídeos das conversas árbitro-vídeo-árbitro? Aumentar a transparência, acredito. Como é óbvio, no actual clima crispado, só levaria a que em todos os outros casos em que os audios e vídeos não fossem divulgados levantassem a questão da praxe: porquê?
Até porque o maior problema não têm sido as decisões revertidas (não me recordo de uma decisão que tenha sido mudada para pior) mas as que não são.
Depois, há o protocolo, isto é, as regras pelas quais se rege tudo isto. Se me parece normal, face ao desejado ritmo que deve ter um jogo, que o árbitro não corra ao monitor instalado no relvado para conferir cada fora de jogo assinalado, por que está também impedido de ver se a bola entrou ou não na baliza, para citar apenas o mais óbvio dos exemplos? Se o golo é a parte mais importante do jogo, não era melhor que não restasse qualquer dúvida na cabeça de quem o validou ou não?
Em sentido inverso, lances de interpretação, como um possível penálti ou a cor de um cartão, já podem ser vistos no monitor. Assim sendo, mesmo sabendo que não é o árbitro que pede auxílio ao vídeo-árbitro mas o inverso, por que se abdica desta ferramenta em lances capitais? É como insistir no cálculo mental tendo uma calculadora na mão.
Da mesma forma que compreendo as queixas dos árbitros face ao inflamado clima em que actualmente se joga em Portugal e que dificulta uma tarefa que, por si só, já é das mais complicadas que existem no jogo, também tenho de aceitar que um treinador ou um jogador se indigne por não entender o critério pelo qual se rege tudo isto.
Era demasiado óbvio, desde o início, que esta adição ao jogo nunca resolveria todos os problemas. Não faltou quem avisasse. Até porque, até agora, o maior celeuma não tem estado nas decisões que se mudam, mas nas que ficam inalteráveis. Acabou o escudo do «ter de decidir no momento» e «não ter direito a tantas repetições» e, com isso, o que parecia vir proteger a classe deixou-a ainda mais exposta.
Não acredito em teorias conspirativas de boicote a uma ferramenta que vai ganhando espaço pelo mundo dia após dia. Há, isso sim, muita coisa a afinar, neste que, recorde-se, é um ano de teste. Mas a nota só pode ser positiva quando, pelo menos, quem está lá dentro consiga perceber todos os quês e porquês. Mais grave do que concordar ou não com uma decisão é nem sequer entender por que foi tomada.
Aqui ao lado, em Espanha, começa-se a pedir a introdução do VAR. Zinedine Zidane, por exemplo, já considera inevitável que assim seja. «Haverá menos polémica, mas...», comentou. Tão inocente. Era bom de bola, mas do VAR ainda percebe pouco, está visto."

Adversidade e frustração: uma oportunidade de transformação

"Uma das mais famosas expressões de Einstein diz-nos que a adversidade permite ao Homem conhecer-se a si próprio e, na realidade, a nossa resposta (ou conjunto das nossas respostas) a algo que nos frustra, acaba por ir definindo a nossa” essência”.
Em boa verdade, a existência de um contratempo/adversidade na direcção de algo que desejamos, cumpre dois objectivos:
· testar a nossa convicção, por outras palavras, se queremos efectivamente atingir algo ou se ainda estamos na fase do "queríamos querer", logo, incapazes de operar as mudanças necessárias para o atingir;
· confrontarmo-nos com uma emoção base (e poderosíssima) que, hoje em dia, por razões diversas, nos é muito difícil lidar com: a frustração.
A diferenciação que tendemos fazer, na nossa cabeça, entre "emoções boas" (ex: alegria) e "emoções más" (ex: tristeza, raiva, frustração...), em nada ajuda à nossa vontade em aceitar a (necessidade da) sua existência na nossa Vida.
Este facto, naturalmente, encontrou terreno fértil numa imensidão de literatura relacionada com o tema da "felicidade" (ver artigo AQUI) que, por esta razão, ganhou uma gigantesca lista de adeptos... potenciando, exponencialmente, uma imensa multidão de pessoas "adictas" à dita "experiência de felicidade"... de preferência, de forma rápida e indolor.
Cientificamente falando, e usando uma analogia, na realidade, é como se estivéssemos a criar "uma crosta falsa" porque, ao escolhermos não lidar com as nossas emoções negativas, perdemos toda e qualquer possibilidade de reconhecer a sua origem, corrigir processos e, com algum trabalho, anular o poder que irão ter sempre em nós - através de um sem número de pequenos boicotes que vamos actuando no nosso dia-a-dia que nos afastam, inevitavelmente, do nosso "projecto ideal de Vida" (seja lá o que isto for...).
Por esta razão, no contexto do desporto, muitas vezes se refere que “muitos querem ser campeões mas poucos conseguem desenvolver o esforço (continuado) para o ser”.
“Julgo que faz parte da minha personalidade superar coisas, aprender com elas e tornar-me mais forte, seja em termos pessoais ou profissionais. Para ser honesta, agradeço sempre essas dificuldades”, confessa Hope Solo, guarda-redes da selecção feminina de futebol dos EUA, duas vezes campeã Olímpica e campeã do Mundo.

Como resultado, estamos a “treinar” as gerações futuras numa espécie de “malabarismo” para saltitar de objectivo em objectivo (sempre com óptimos argumentos!), uma vez que a manutenção de um objectivo a médio-longo prazo, implica necessariamente a manutenção do esforço de forma duradoura, no “terreno da frustração” o que não é (à primeira vista) uma experiência que se “deseje”.
Em suma, qualquer processo de especialização/optimização/crescimento, implica necessariamente o reconhecimento e integração das emoções ditas “negativas" na nossa existência, pelo que, o confronto com um contratempo, e a frustração daí resultante pode transformar-se numa inevitável oportunidade.
Este “treino de resistência à frustração”, quanto mais precocemente for iniciado, mais cedo favorecerá o desenvolvimento do que poderíamos chamar de motivação intrínseca que, comprovadamente, se encontra associada a percursos/carreiras de sucesso mais consistentes e duradouras.
Por esta razão, participação em actividades que necessitem de um grau de especialização diferenciado (como sejam o desporto, a dança ou a música, por exemplo) revela ser uma das alavancas mais favoráveis ao exercício e treino desta importantíssima competência que é a resistência à frustração ou a capacidade em manter o esforço em contexto “hostil” (hostil, apenas porque estaremos fora da nossa “zona de conforto”)."

Benfiquismo (DCLXXIX)

Nas bancadas...

105x68... rescaldos !!!

Cadomblé do Vata

"1. Derrota num jogo europeu a feijões, contra uma qualquer Basileia da vida... esta noite os anos 90 apareceram na Luz para nos assombrar.
2. Anos seguidos de "a prioridade é o campeonato, a Europa é só para fazer o melhor possível"... depois fazes uma Champions horrível e toda a gente pede a cabeça do treinador que falha pela primeira vez a passagem aos oitavos, é bi-campeão nacional e está a apenas 3 pontos da liderança do campeonato.
3. Penso já ser seguro afirmar que Douglas juntou-se a Okunowo na liderança da tabela dos Piores Laterais Direitos dos Últimos 20 anos... aliás, parece-me que o Pesaresi ainda é um nome recordado pelo Benfiquistas, porque nunca fomos buscar um lateral esquerdo a Barcelona.
4. O cenário na Champions foi realmente negro, mas mesmo nestes momentos é preciso ver os pontos positivos... este ano não vamos perder nenhuma final europeia, chupa, vai buscar Guttman.
5. A caminhada europeia foi catastrófica, mas não sou gajo para esquecer as alegrias que esta equipa já me deu, pelo que estou pronto para os desculpar pela humilhação a que nos sujeitaram... para tal basta que sejam Penta Campeões... e vá, vençam a Taça da Liga... e a Taça de Portugal... e que no verão de 2018 se volte a organizar a Eusébio Cup fodasse!!!"

Jonas & Pizzi !!!

Douglas é o desflorestamento da Amazónia, o sistema judicial decadente, um assalto à mão armada no Rio (...)

"Svilar
Perante um onze que apresentava Seferovic como principal referência atacante, Rui Vitória esteve bem ao fazer regressar o melhor marcador da equipa. Desta vez Svilar não marcou, mas fica para a história como o guarda-redes mais novo a marcar dois golos ao serviço da pior equipa portuguesa na história da Champions. Tenham calma! Um gigante europeu de cada vez.

Douglas
Diz-se de todo o futebolista brasileiro habilidoso que tem samba no pé. É um duplo elogio: louvamos o jogador e celebramos o património cultural do seu país de origem. O Brasil merece. Mas, e quando se dá o caso inverso? Se o craque brasileiro tem samba no pé, o que dizer do cepo? Tentemos. Douglas é o desflorestamento da Amazónia, é o sistema judicial decadente, é o défice da educação, é uma remix drum n’ bass de Marcos Valle, balada de Xitãozinho e Xoróró em repeat, é um assalto à mão armada no Rio de Janeiro, é o escândalo da Petrobras, é pau, é pedra, é o fim do caminho, esperem, não, isso não será com certeza. Douglas é tudo o que o Brasil tiver de mau, no pé. 

Lisandro
Exibição conseguida, apesar de tudo. O argentino percebeu cinco minutos tarde demais quem era o seu principal adversário no jogo de hoje. A partir daí, acertou marcações e tudo fez para impedir Douglas de voltar a comprometer as aspirações benfiquistas. Se a memória não me trai, foi um dos mais rematadores. Quem me dera que a memória me traísse. Este jogo seria uma das primeiras coisas a esquecer.

Jardel
Mais uma decisão inteligente de Rui Vitória, que prometera um Benfica ambicioso. A forma impetuosa como Jardel disputa os lances aéreos era uma das maiores armas da equipa para sair do jogo de hoje com os primeiros pontos na Champions. Infelizmente, o jogador não chegou a lesionar-se. Sobrou uma exibição solidária para mais tarde não recordar.

Eliseu
Aos 85 minutos conseguiu a proeza de fintar os próprios colegas num lance em que todos, até mesmo o próprio, terão acreditado que dali sairia o golo da jornada. Eliseu acabaria por deslumbrar-se com tanta facilidade concedida por adversários e colegas, colocando a bola nos pés do único adversário que, perante o conhecido mito urbano, resolveu consultar previamente as estatísticas do seu adversário.

Samaris
Aproveitou exemplarmente a oportunidade dada por Rui Vitória, afirmando a plenos pulmões que não lhe apetece assim tanto jogar na Champions, um sentimento aliás partilhado pela maioria dos colegas. Entrou na segunda parte com um único objectivo: acumular faltas estúpidas suficientes até Rui Vitória pressentir a sua expulsão. Missão cumprida. Na flash interview, explicaria com o pragmatismo de alguém que se está moderadamente a borrifar que o importante agora é o campeonato. Sou forçado a concordar e, nesse sentido, solicito às autoridades competentes que impeçam Samaris de voltar a jogar num futuro próximo.

Pizzi
O seu futebol continua perro. Às tantas precisa de mais uns quantos empurrões, a ver se acorda. Para não complicar mais as coisas, desta vez podem ser adeptos do Benfica.

João Carvalho
Tentou mostrar o seu jogo, mas teve sempre muita dificuldade em libertar-se da marcação do hype. 

Zivkovic
Não percebeu as indicações de Rui Vitória. Só assim se explica o incómodo que foi demonstrando com o resultado e qualidade demonstrada pelos colegas. Fez os possíveis por mudar o resultado, mas não conseguiu melhor do que honrar a camisola. Quem é que este tipo pensa que é?

Diogo Gonçalves
Sempre que alguém utiliza a expressão “aposta na formação”, tem-se por adquirido que isso é uma coisa boa, como se a insistência na mesma aposta não nos pudesse levar à bancarrota ou, menos mal, ao banco de suplentes.

Seferovic
uns dias, em entrevista, Daniel Day Lewis explicava que ficou muito deprimido durante as filmagens do seu último trabalho e que por isso não mais voltará ao cinema. Rapidamente identifiquei as semelhanças com Haris Seferovic: também ele, em Agosto e Setembro deste ano, interpretou o papel de um avançado possante e tecnicamente evoluído que vivia obcecado com a baliza adversária. A conhecida dedicação do method actor suíço resultou num colapso que dura desde então. A diferença é que Seferovic continua a jogar. Bela merda de analogia.

André Almeida
Depois de Samaris, André Almeida. A perder em casa. Não sei o que é que Rui Vitória lhe disse, mas André Almeida entrou em campo com a abnegação de um DJ num velório. Na verdade, tal como ele, todos preferíamos não estar ali naquela ocasião.

Jonas
Parecia a Angelina Jolie numa daquelas visitas à África subsariana - beleza rodeada por miséria. 

Gabigol
Tem neste momento mais tatuagens do que decisões inteligentes com a bola nos pés ao serviço do Benfica."

Vermelhão: jogo-treino na Champions !!!!!!

Benfica 0 - 2 Basileia


As expectativas eram baixas, com o anuncio do onze, ainda baixaram mais...!!! Analisando somente o jogo, este até me pareceu um resultado mentiroso... Criámos várias oportunidades, inclusive várias em bolas paradas, mas o Basileia nas primeiras 3 oportunidades, marcou 2 vezes!!!

Mesmo dando de barato a falta de rotinas deste onze, voltámos a demonstrar alguns dos problemas do plantel: falta de velocidade, falta de força nos duelos... dificuldade em controlar os contra ataques adversários, pouca dinâmica ofensiva, com poucas desmarcações sem bola...

Para mim, o Samaris foi o melhorzinho, até que a 'cabeça' aqueceu (foi bem substituído!); o Lisandro continua naquela saga de fazer grandes cortes, e poucos segundos depois fazer 'merda', normalmente quando tenta sair a jogar (o 2.º golo)...; o Pizzi voltou a não estar bem (1.º golo...); os Alas acabaram por ter pouco espaço, jogaram sempre em inferioridade numérica...; o Joãozinho teve uma estreia ingrata...

Voltámos a apostar no 433, e com um Basileia muito recuado a apostar tudo no contra-ataque, acabou por faltar presença na área... e quando 'arriscámos' com a entrada do Jonas: sofremos o 2.º golo!
Os últimos minutos foram totalmente incaracterísticos, o Benfica arriscou tudo, e o Basileia até podia ter marcado mais...

Os zero pontos da Champions vão ficar para a história pelas piores razões. A campanha foi de facto má. Tudo correu mal... a começar pelas nossas exibições, somadas a arbitragens inacreditáveis (hoje, voltámos a ser prejudicados)... e ainda adversários, com graus de eficácia nunca antes vistos!!! O mais frustrante, é que mesmo com estas 6 derrotas, tenho a certeza que o Benfica, é melhor, do que o CSKA e o Basileia... e com 'aquele' Manchester que defrontámos, podíamos ter ganho, os dois jogos!!!

No final do jogo de Moscovo, afirmei que as bancadas da Luz estariam quase vazias hoje. Não falhei... Eu, e mais alguns 'heróis', não faltámos... 

Agora, temos as competições internas, Liga, mas também as Taças. Aliás o descanso de muitos titulares hoje, deveu-se ao jogo da próxima Quarta-feira em Vila da Conde para Taça de Portugal... o jogo com o Estoril no Sábado é importante, mas com o Rio Ave, para a Taça, é decisivo!!!

ADENDA: Vendo o jogo no Estádio não quis comentar em demasia a arbitragem, até porque podia parecer uma desculpa para o resultado...
Revendo o jogo na TV, tenho que deixar o registo para o futuro, até porque os jornaleiros mais uma vez ignoraram completamente os erros:
- Jardel empurrado descaradamente pelo Balanta... o defesa nem sequer de fez à bola, o Jardel quando conseguiu cabecear, mas completamente desequilibrado...
- Novo empurrão ao Jardel num canto, este foi mais 'delicado' mas mais uma vez o Balanta empurrou...
- Corte com o Braço, após uma recepção do Pizzi... Para mim, este lance é penalty claro...
- Agressão ao Gabriel, com uma joelhada sem bola, com o árbitro a dar Amarelo, quando devia ter sido o Vermelho!
Resumindo: no mínimo dois penalty's, o primeiro lance com o Jardel e a Mão na bola, no lance com o Pizzi... e o Vermelho perdoado na parte final do jogo!

Rápido...!!!

Benfica 3 - 0 Holding Graz
25-17, 25-16, 25-16

Vitória fácil, com muita rotação e muita alegria, com os menos utilizados a darem conta do recado...

O futebol do Benfica e as suas circunstâncias

"Com Porto e Sporting na frente, Benfica a três pontos e Braga a cinco, o campeonato – que muitos julgavam ser uma disputa a dois – está relançado. Tal deve-se a um abaixamento de forma de Porto e Sporting – que têm perdido pontos e/ou realizado exibições menos conseguidas nas últimas partidas – e a uma melhoria do Benfica, mais de resultados, ainda que também exibicional. Um Braga a correr por fora terá uma palavra a dizer.
A três pontos do Porto e Sporting, as circunstâncias do Benfica são melhores do que as exibições. O desafio é claro: aproveitar as circunstâncias para melhorar o futebol jogado. Rui Vitória deu um passo importante com a variação táctica que introduziu há semanas: com um meio-campo a três e com a entrada de Krovinovic, a equipa ganha qualidade na circulação de bola e capacidade de contenção. No médio prazo, espera-se, o futebol em aceleração permanente – e que estava transformado numa sequência de repelões com pouco critério – dará lugar a um sistema mais adequado à qualidade individual do plantel.
Numa perspectiva optimista, pode dizer-se que o Glorioso vive um típico momento de interregno, no qual aspectos do passado coexistem com novidades, sem que estas se tenham ainda imposto totalmente. De certa forma, no Dragão, já se viram sinais de um Benfica em mutação, que coexistem, contudo, com males preexistentes.
O Benfica surgiu em campo personalizado, com capacidade de pressionar o Porto na primeira fase de construção, e durante meia-hora foi capaz de controlar o jogo. Só que o onze do Benfica revelou também um paradoxo: pensado para um futebol de posse (é o que sugere um meio-campo com Pizzi e Krovinovic e ainda Jonas na frente), a equipa, no entanto, sempre que recuperava a bola, preferia um futebol directo, procurando um Jonas que, como única referência atacante, nunca vai ser forte nas disputas físicas com centrais (contra o Porto, o brasileiro perdeu todos os duelas aéreos disputados!). Mais, quando Jonas baixou, para regressar à posição a que estava habituado, recebendo e tocando, ninguém surgia a procurar a profundidade. A atacar, mas também na organização defensiva, o Benfica tem ainda muito que trabalhar para potenciar as virtualidades deste novo sistema. 
Sintomaticamente, nos escassos minutos em que Zivkovic esteve em campo, a equipa voltou a respirar, porque fugiu aos duelos físicos (onde o Porto seria sempre mais forte), para buscar um futebol associativo. Se o Benfica quiser disputar o campeonato, é por aí que deve ir: um futebol de posse, potenciando as ligações entre Krovinovic, Zivkovic e Grimaldo – uma turma de baixinhos cheia de qualidade individual. Desde que tenha Fejsa a dar equilíbrios defensivos, este caminho é possível. Falta mais qualidade na defesa para organizar desde trás, acrescentar um 8 competente (o regresso de Manuel Fernandes, a tempo de se mostrar para ir ao Mundial?) e, porque não, devolver Pizzi à direita."

Derrota no frio !!!

Saratov 110 - 71 Benfica
31-16, 25-14, 28-20, 26-21

Com a eliminação garantida, esta viagem à Rússia veio na pior altura, ainda por cima parece que a viagem foi atribulada!!!
O nível do basquetebol português é baixo, e quando jogamos contra equipas com 5 ou mais Americanos é impossível competir!
Agora, é concentrar tudo nas competições internas...

As decisões que contam

"Esta semana a FIFPro reúne em Assembleia Geral no Egipto. Apesar do clima de insegurança que aqui se vive, queremos dar um sinal de coragem, vamos discutir as políticas para a defesa da classe. 
Destaco as votações para os comités que operacionalizam a acção da FIFPro e, pela primeira vez, a votação para inclusão de duas mulheres no board mundial. Honrando o princípio da igualdade do género, a FIFPro decidiu tomar esta medida que abre lugares nos órgãos executivos a candidatas de diversos países, muitas delas ex-jogadoras.
O acordo recentemente firmado entre a FIFPro e a FIFA e as medidas que dele resultam, assim como as diferentes etapas da sua implementação, serão igualmente analisados. Haverá, ainda, espaço para debatermos os últimos desenvolvimentos do diálogo social a nível europeu.
A Assembleia Geral é o momento democrático por excelência e o Sindicato português, que recentemente integrou a direcção da divisão europa, orgulha-se de fazer parte da organização que representa os jogadores de futebol há mais de meio século.
A participação nas tomadas de posição da FIFPro reforça a minha convicção de que as decisões que verdadeiramente contam e produzem mudanças no futebol são tomadas em diálogo, nos órgãos próprios e por quem representa os seus agentes, ou seja, quem tem a capacidade e autoridade de firmar compromissos num ambiente plural! Em Portugal, o ambiente que se vive leva a que os órgãos de governo com capacidade para promover mudanças não consigam obter compromissos,dando passos demasiado "curtos", com inerentes prejuízos para a imagem do futebol português. A indisciplina, a violência, a perda de competitividade, a sustentabilidade financeira, entre outros problemas estruturantes, devem obrigar-nos a ir mais além."