Últimas indefectivações
sexta-feira, 8 de setembro de 2023
Sucesso desportivo e financeiro
"A temporada passada fica marcada pela conquista do Campeonato Nacional de futebol e a boa participação na Liga dos Campeões, acompanhadas de lucro no exercício económico. Este é o tema em destaque na BNews.
1. Lucro acima dos 4 milhões de euros
A Benfica SAD tornou público o Relatório e Contas relativo a 2022/23, no qual se constata o resultado líquido de 4,2 milhões de euros. O reforço dos capitais próprios, para níveis muito próximos do capital social, é outra das notas dominantes do documento.
A contribuir para o lucro apresentado está o valor máximo, na história da Benfica SAD, dos rendimentos operacionais obtidos (perto de 196 milhões de euros), assinalando-se o crescimento nos três segmentos (matchday, comercial e media TV). Também o resultado com transações de atletas foi positivo, na ordem dos 60 milhões de euros. No seu todo, os rendimentos operacionais atingiram quase 285 milhões de euros, aumentando perto de 22% relativamente à época transata.
Ativo e passivo cresceram na mesma ordem de grandeza, sendo que o segundo representa menos de 80% do primeiro, constituindo-se como um bom indicador de equilíbrio financeiro e solidez da SAD. A dívida líquida decresceu (4,3%), sendo agora inferior a metade do total de receitas operacionais.
2. Aposta desportiva com equilíbrio financeiro
Em entrevista à BTV, o vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica e administrador da SAD, Luís Mendes, explicou detalhadamente as principais rubricas das contas da Benfica SAD no final do exercício 2022/23 e destacou "o equilíbrio entre a parte económica e a parte desportiva", considerando ter existido, nesse domínio, "uma simbiose perfeita".
Luís Mendes abordou ainda o posicionamento do Benfica relativamente ao tema da centralização da exploração dos direitos televisivos, sobre o qual reitera que o Benfica "tem sempre o entendimento de que é parte da solução e nunca parte do problema" e adverte: "Não podemos admitir que os nossos orçamentos sejam reduzidos por via da redução de receitas dos direitos de transmissão".
3. Rui Costa na administração da ECA
O Presidente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Costa, foi eleito para a administração da ECA, em Berlim.
4. Reconhecimento internacional
António Silva está entre os 10 finalistas do Troféu Kopa, prémio da France Football que será entregue na Gala da Bola de Ouro, em outubro, e que distingue o melhor jogador Sub-21 do mundo.
5. Goleada a abrir
O Benfica venceu, por 8-1, o Cliftonville, da Irlanda do Norte, na meia-final da Ronda 1 de qualificação (Grupo 6) para a fase de grupos da Liga dos Campeões de futebol no feminino. O próximo desafio é com o SFK Riga, da Letónia, sábado, às 18h00, no Benfica Campus.
Não deixe de ver o extraordinário golo da jovem de 16 anos, Lara Martins.
Entretanto já estão à venda os bilhetes para a Supertaça, a realizar no dia 13, às 19h45, em Aveiro frente ao Sporting.
6. Pack Liga dos Campeões disponível
Inicia-se a venda dos bilhetes para a fase de grupos da Liga dos Campeões. Saiba mais no site oficial.
7. Entrada em falso em circunstâncias difíceis
O jogo da jornada inaugural do Campeonato Nacional de andebol não correu de feição à equipa benfiquista (32-26 na visita ao Sporting). Jota González lamenta as ausências: "Os jogadores que estão lesionados seriam importantes no jogo de hoje. Estas coisas acontecem, temos de melhorar as coisas que fizemos.""
Um raio-X ao plantel dos campeões
"Findo o mercado de transferências, pode-se, finalmente, dar como terminadas todas as novelas de verão. Os clubes, treinadores e estruturas profissionais têm o seu plantel completo pelo menos até janeiro. Neste artigo vamos mergulhar naquilo que foi o mercado do SL Benfica, atual campeão nacional para atacar a época 23/24.
Passados seis anos, a baliza encarnada terá um novo dono. Com a saída de Vlachodimos, foi Samuel Soares a ocupar o lugar deixado pelo grego durante as jornadas dois, três e quatro.
Para fazer concorrência ao guarda-redes internacional sub-21 por Portugal, as águias contrataram Trubin, ex-Shakhtar Donetsk, por uma verba a rondar os dez milhões de euros. O trio de guarda-redes fica completo por André Gomes, que se encontra a recuperar de lesão. É esperado que o titular seja Trubin, tendo em conta o seu potencial e o investimento feito na sua aquisição.
O setor defensivo do SL Benfica, apesar de ter sofrido algumas alterações, manteve a sua espinha dorsal. Bah é dono e senhor da lateral direita, tendo em conta que os encarnados optaram por não contratar um concorrente direto, sendo que João Victor poderá desempenhar essa função assim que necessário ou até mesmo Aursnes, como vimos na temporada passada.
A posição central da defesa continua entregue a António Silva e a Otamendi, dupla que jogou mais minutos na temporada passada. Morato e Tomás Araújo, que regressou de empréstimo, completam o grupo de centrais.
A lateral esquerda era a posição que carecia de maior investimento, resultado da saída de Grimaldo. Chegou David Jurasek, internacional checo e ex-Slavia Praga, por catorze milhões de euros. Em termos de características é um jogador muito diferente de Grimaldo. Mais explosivo, com menos capacidade de jogo interior, mas mais forte no jogo defensivo. De ressalvar que na época transata contabilizou 15 assistências e três golos, percebendo-se que tem grande capacidade para chegar à área adversária.
Já no último dia de mercado, o SL Benfica permitiu que Ristic se transferisse para o Celta de Vigo. Para o seu lugar, os campeões nacionais optaram pelo empréstimo de Juan Bernat junto do Paris Saint-Germain, uma opção mais perto daquilo que Grimaldo oferecia ao jogo de Schmidt.
Seguindo para o meio-campo, o “motor” de jogo de Roger Schmidt, o SL Benfica apresentou o seu maior investimento para esta temporada.
Depois de perder Enzo Fernández para o Chelsea FC no último dia de janeiro, a estrutura benfiquista optou por não trazer logo um substituto. Substituto esse que veio no dia 10 de junho de 2023, a troco de 25 milhões de euros. Orkun Kökcü, campeão dos Países Baixos e melhor jogador do campeonato, chegou para ser o verdadeiro motor do jogo de Roger Schmidt, fazendo companhia a Florentino Luís, João Neves e Chiquinho.
Este quarteto compõe o bloco central do meio-campo das águias, podendo contar por vezes com a presença de Aursnes ou João Mário.
Tendo em conta o modelo de jogo do treinador alemão, este permite que os jogadores das alas e o “segundo avançado” tenham grande liberdade de movimentos e permuta de posições.
Portanto, quem joga numa dessas posições é capaz de desempenhar qualquer das três posições à frente do meio-campo. Para essas três posições existem: Aursnes, Rafa, David Neres, João Mário, Tiago Gouveia, Gonçalo Guedes, que prolongou o seu empréstimo, e a outra grande contratação para esta época: Ángel Di María.
O jogador argentino regressou ao clube que o lançou na Europa, fugindo aos milhões da Arábia. Este meio-campo ofensivo dos encarnados dispõe de muitas e boas opções, conseguindo subir o nível em relação à época transata. A única e grande preocupação será o tempo de jogo de alguns jogadores, tendo em conta a quantidade de opções disponíveis para apenas três posições.
Esta abundância fez com que Martim Neto e Andreas Schjelderup rumassem a um empréstimo, a Gil Vicente e Nordsjaelland respetivamente, para que pudessem ter minutos de jogo e não estagnar a sua própria evolução.
Para o lugar dianteiro, Roger Schmidt mantém Musa e Tengstedt em relação à época passada. Face à venda de Gonçalo Ramos ao Paris Saint-Germain, os encarnados viram-se obrigados a encontrar um substituto ao internacional português.
O escolhido foi Arthur Cabral, proveniente da Fiorentina, por um valor a rondar os 20 milhões de euros. É um jogador diferente em relação a Gonçalo Ramos, mas por onde passou deixou sempre boa imagem e uma quantidade razoável de golos.
O treinador germânico mantém as três opções para o ataque, conseguindo escolher o que melhor se enquadra em cada jogo. Não esquecer que Henrique Araújo se encontra emprestado ao FC Famalicão, ele que seria mais uma opção para o ataque.
Em termos gerais, o SL Benfica tem um plantel mais forte. O maior problema da temporada passada era a falta de alternativas aos onze titulares, algo que foi corrigido nesta janela de transferências.
Em termos de valor de mercado, o plantel benfiquista contabiliza os 344,5 milhões de euros, sendo a equipa portuguesa com maior valor de mercado. Isto faz dos encarnados os principais candidatos ao título por diversas razões: por serem os atuais campeões, por terem ganho a Supertaça, por terem investido muito e bem no plantel.
Será uma época de grandes expectativas também na Champions League, onde se espera que se alcance novamente os quartos de final da competição."
Vamos conversar: Schmidt de férias, e bem
"Roger Schmidt afirmou que a época desportiva só começa realmente depois da pausa para os jogos das seleções, quando houver competições a cada três dias, e como ele é um treinador de convicções repetiu a experiência, concedendo um curto período de férias aos jogadores que ficaram de fora nas convocatórias para os jogos do Euro-2024. Li em A BOLA que todos levaram um plano individualizado de treino e diariamente terão de contactar os técnicos do clube para «sintonizar dados», uma forma de desaconselhar eventuais excessos.
Há quem discorde, mas treinador que é campeão costuma ser o dono da razão e uma semana de arejamento talvez faça sentido, principalmente a seguir a uma jornada santa para o Benfica, em que não só venceu o Vitória de Guimarães, com uma exibição que muito agradou à família encarnada, como viu reduzida para um ponto a desvantagem para Sporting e FC Porto, e também para o Boavista, que o derrotou logo na jornada de abertura e sentenciou o divórcio com Vlachodimos.
Roger Schmidt tem do futebol uma perspetiva muito própria e terá sido por isso que Rui Costa o contratou. Sendo alheio às nossas invejas de freguesia, pede-se-lhe que faça o seu trabalho sem perder tempo com inutilidades. Se o presidente do Benfica o identificou com o perfil ideal para desenvolver o projeto da nova águia, por certo que pretende que seja genuíno, e aja e pense em alemão, o que ainda nos faz alguma confusão, como esta ideia de mandar a sua gente espairecer com a época em curso.
Para ele será uma medida normal e até benéfica para a estabilidade do grupo, poupando os que ficaram, à exceção dos lesionados e de Bernat, a uma espécie de sessões de preparação constrangedoras, para preencher o tempo e não com algum objetivo concreto em termos desportivos, no imediato ou a prazo, quando mais de metade do plantel está ausente. Além de ser um prova de confiança nos jogadores. Se estes retribuem ou não, é outra conversa…
Sei que há treinadores que pensam como ele e não abdicam das suas rotinas. Compreendo-os, dado não ser com muitas cargas de treino que se ultrapassam os problemas. Aprendi isso com José Mourinho, quando este dava os primeiros passos, ainda em Leiria, de uma carreira de enorme sucesso e quem o escutava percebia que às vezes uma boa conversa em ambiente sereno motiva mais do que um treino duro e com toda a gente aos gritos.
Na opinião de Luís Mateus, jornalista de A BOLA, um estudioso do futebol culto e muito atento ao percurso de Roger Schmidt, depois da lição de Barcelos, ao treinador do Benfica «falta-lhe fechar de vez o capítulo Salzburgo, onde queria atropelar os rivais, e resistir à tentação».
Talvez Schmidt sinta precisar de tempo e de espaço para refletir. Como referiu, a seguir ao jogo com o Vitória de Guimarães, é agora que a época vai começar e o Salzburgo visita a Luz no próximo dia 20, primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Vendo assim o quadro dirão os adeptos encarnados: mister, descanse bem, liberte-se definitivamente do capítulo Salzburgo e continue a escrever com a mesma arte o capítulo Benfica.
Arraial no Dragão
Na segunda jornada, Marcano deu o triunfo (2-1) ao FC Porto sobre o Farense, ao minuto 90+10. Na terceira, com o Rio Ave, em Vila do Conde, o FC Porto empatou por Galeno ao minuto 90+1 (penálti) e garantiu a vitória (2-1), de novo por Marcano, ao minuto 90+4.
Anteontem, diante de um Arouca maduro e organizado, foi o que se viu, em Portugal e no Mundo. Cristo González, com disparo certeiro, colocou o Arouca a ganhar no Dragão (1-0), ao minuto 84. Aparentemente, nada de transcendente na perspetiva portista, pois ainda havia tempo suficiente para resolver o problema, como sucedera nas duas jornadas anteriores. Só que, desta vez, Marcano muito se esforçou, mas não chegou… Em desespero, o dragão, que já tinha trocado Toni Martínez por Evanilson, retirou os dois laterais e os dois médios. Até o recém-chegado Iván Jaime foi a jogo, coisa muito rara em Sérgio Conceição.
Como nada resultasse, e na iminência de o jogo se prolongar até o FC Porto empatar, Taremi, a subir de forma, quis ser a solução. A primeira queda só serviu para o VAR fazer má figura e ficar a saber-se que «a única tomada elétrica disponível na área de revisão do estádio não tinha corrente elétrica», sempre a inovar…, mas a segunda funcionou. Taremi voltou a cair, o árbitro voltou a marcar penálti, mas Arruabarrena defendeu o remate de Galeno. Não havia forma de o jogo acabar, até que, em bola lançada para a área arouquense, Evanilson empatou, felizmente, com 23 minutos de compensação. Felizmente, não, porque houve quem no banco portista protestasse. Mais uma queda de Taremi e a coisa resolvia-se…"
As férias de Roger Schmidt
"Quando em março, após a então clara vitória sobre o V. Guimarães (5-1), na Luz, Roger Schmidt resolveu dar uma semana de férias aos jogadores, também numa paragem para jogos das seleções, foi percetível alguma apreensão dos adeptos. Agora, Schmidt repete a receita, por coincidência de novo após o triunfo, em casa, sobre o V. Guimarães (desta vez por 4-0).
Em março, quando o fez, Roger Schmidt (e mesmo os adeptos mais pessimistas) estaria longe de imaginar que a equipa regressaria desse curto período de férias para viver o mais negro período da época, com um mês de abril marcado (com dureza) pelas derrotas frente a FC Porto (1-2) e Inter de Milão (0-2), na Luz, e, logo a seguir, Chaves (0-1), no campo dos flavienses.
Agora, com estes cinco dias de pausa que concede a todos os jogadores não convocados para as respetivas seleções, esperam, certamente, os adeptos do Benfica que o treinador alemão não ignore o que sucedeu há cinco meses. É verdade que o regresso das águias à competição contempla ainda jogos com Vizela, Salzburg (estreia na Champions) e Portimonense, antes de se repetir (ironia do destino) o duplo confronto com FC Porto (provável dia 29 de setembro) e Inter de Milão (já marcado para 3 de outubro), apenas com a diferença, desta vez, de o duelo com os italianos ser em San Siro, no Giuseppe Meazza, e não na Luz, como em abril passado.
Recordo que naquela altura, quando as águias de Schmidt partiram para o segundo jogo, em Milão, dos últimos quartos de final da Champions, o espírito de equipa, responsáveis e adeptos era atormentado pela possibilidade de o Benfica sofrer histórica quarta derrota consecutiva, evitada, devem os benfiquistas lembrar-se, por aquele golo de Petar Musa, aos 90+5 do jogo em Itália, a definir um 3-3 que talvez tenha sido decisivo para o resto da época dos encarnados e, quem sabe?, para o ataque final na corrida ao conseguido título de campeões nacionais.
Esta é a terceira vez que Roger Schmidt dá descanso a jogadores em tempo de competição. A primeira, foi em novembro do ano passado, quando o mundo se virou para o Mundial jogado no Catar, e no regresso aos jogos, o Benfica também claudicou - empate 1-1 em Moreira de Cónegos, com eliminação da Taça da Liga, e, quinze dias depois, com um valente soco no estômago pela dura e clara derrota em Braga, 0-3, no regresso do campeonato.
Agora, embalado pela expressiva vitória sobre o V. Guimarães, e animado pelos empates de FC Porto e Sporting que deixam, nesta altura, a águia apenas a um ponto dos rivais, Roger Schmidt volta a ser, pelo menos, coerente com a opção de levar os jogadores a ‘desligarem a ficha’ por alguns dias, aproveitando a referida paragem dos campeonatos.
Os adeptos não deixarão de olhar com alguma desconfiança para decisões desta natureza, sobretudo numa altura em que a equipa ainda apresenta naturais problemas de entrosamento pela presença de novos, e decisivos, jogadores no onze, como Kakçu, Dí Maria, Artur Cabral ou mesmo Petar Musa (como no último onze), já para não referir um Aursnes a lateral-esquerdo, ou um Samuel Soares na baliza, que obrigam evidentemente a equipa a jogar, em muitas ações, diferente do que estava habituada.
O que os responsáveis e adeptos do Benfica não deixarão, certamente, de exigir é uma resposta competitiva de treinador e jogadores à altera da forte exigência que se aproxima.
Como sempre, no futebol ao mais alto nível, nada se ganhará em setembro ou outubro. Mas pode perder-se muita coisa. Qualquer grande equipa sabe disso."
A transição na SAD da águia
"A saída, em breve, de Soares de Oliveira não deverá provocar qualquer revolução
Na linguagem do jogo, a transição é uma espécie de designação moderna para o contra-ataque ou contra-defesa. A equipa transita sempre que recupera ou perde a bola; umas vezes transita para a frente, quando ganha a bola, outras para trás, quando a perde e precisa, com maior ou menor capacidade de pressionar, de se posicionar para impedir que o adversário transite bem para o ataque.
Noutro tipo de organizações (o futebol é também um jogo de organização, sempre com algum caos, mas o mais organizado que a circunstância do jogo permitir), a transição diz respeito a mudanças. Transita-se sempre que algo muda.
No caso da administração da SAD do Benfica, a transição mais evidente diz respeito à prevista saída em breve de Domingos Soares de Oliveira do lugar de topo da organização (divide ainda, recordo, como Co-CEO, a liderança da SAD com o presidente Rui Costa), ao cabo de 19 anos e alguns meses de chefia da organização profissional dos encarnados, e a substituição desse modelo por um outro, que entrega as pastas de gestão e finanças ao vice-presidente do clube e administrador da SAD, Luís Mendes, e deixa a Rui Costa os lugares únicos de presidente do clube e CEO da SAD.
São raras, em qualquer que seja a organização, as transições pacíficas. Mas não é difícil perceber a vontade clara de Rui Costa: por respeito à instituição, e também por respeito às pessoas, a transição na administração da SAD das águias será muito mais pacífica do que alguns poderiam esperar fora, mas também dentro, do universo Benfica.
O exercício financeiro que terminará agora com a apresentação formal, ainda este mês, presume-se, das contas da SAD, será o último sob responsabilidade também de Domingos Soares de Oliveira, incontornavelmente uma das figuras mais marcantes, e importantes, da história da SAD benfiquista.
Luís Mendes, a partir do próximo exercício o responsável pelas pastas de gestão e finanças (áreas nas quais substitui, na verdade, Domingos Soares de Oliveira) não deverá assumir-se, porém, como CEO da SAD. É conhecida, aliás, a posição de Luís Mendes sobre o organigrama: logo nos primeiros tempos como vice-presidente do clube (eleito como número 2 de Rui Costa nas eleições de outubro de 2021) Luís Mendes assumiu discordar da figura de dois CEOs na administração benfiquista.
Por isso mesmo, espera-se agora que Mendes assuma todas as pastas ligadas à gestão e finanças, mantendo, porém, o lugar como administrador, deixando ao presidente Rui Costa o singular posto de CEO da equipa da sociedade.
O respeito que Domingos Soares de Oliveira merecerá a Rui Costa (e à restante equipa dirigente) justificará, pois, uma passagem de testemunho sem qualquer turbulência. Respeita-se a figura, respeita-se o passado, respeita-se, assim, igualmente, a instituição, e pelas informações que vai sendo possível recolher, ninguém espere, arrisco, qualquer tipo de revolução na organização encarnada.
A eventual mudança na visão, no modelo ou na operação não significa que se altere o essencial da estratégia empresarial e desportiva do Benfica, que continuará a ser definida, aliás, como hoje, pelo núcleo duro (comissão executiva) onde tem ainda assento Lourenço Pereira Coelho, o administrador responsável pelo futebol profissional.
Não se trata, pois, de uma substituição por alguém vindo, agora, de fora. A responsabilidade executiva que Domingos Soares de Oliveira assumiu nos últimos 19 anos é transferida para um homem (Luís Mendes) que já está dentro da organização desde outubro de 2021 (quase há dois anos), que tem o lugar de vice-presidente do clube e de administrador da SAD, que vem trabalhando, em vários domínios, mesmo com o ainda Co-CEO Soares de Oliveira, e que não podia ter relação mais próxima do que a que tem com o presidente Rui Costa - são amigos pessoais de longa data e partilham a mesma paixão pelo Benfica.
Agora que a SAD do Benfica apresentará, pela primeira vez sob o comando de Rui Costa, um exercício financeiro com resultado positivo, a transição na SAD será tanto mais pacífica quanto positiva é a realidade económico-financeira da organização, cujos capitais próprios positivos (113 milhões de euros, realidade única em Portugal, e certamente ímpar mesmo a nível europeu) se aproximam cada vez mais do capital social da própria SAD (de 115 milhões de euros). Dado muitíssimo relevante, pois, o da transição na liderança da gestão encarnada se ver promovida sem qualquer instabilidade financeira ou patrimonial – o Benfica tem devidamente pago o estádio ou a academia do Seixal e isso deixará, certamente, a Luís Mendes um cenário incomparavelmente mais tranquilo para prosseguir com o trabalho e a estratégia definida por Rui Costa de privilegiar a vertente desportiva sem nunca pôr seriamente em risco a estabilidade financeira.
Com Rui Costa na liderança, o Benfica chegou duas vezes aos quartos de final da Champions (bateu, aliás, na última época, todos os recordes de receitas na competição) conquistou dois títulos (campeão da Liga e Supertaça) e fez três enormes transferências de jogadores – Darwin Núñez para o Liverpool, por 75+25 milhões de euros, Enzo Fernández para o Chelsea, por 121 milhões, e Gonçalo Ramos para o PSG, por 65+15 milhões.
O Benfica, parece-me indiscutível, reconstruiu-se e criou estrutura empresarial importante nos últimos 20 anos, consolidando a marca como a mais impactante (como instituição de maior grandeza) na indústria do desporto em Portugal e, agora, ainda com maior peso no mercado internacional, à medida que foi desenvolvendo parcerias com patrocinadores estrangeiros e marcando posição, como voltou a saber-se, como campeão mundial no balanço entre vendas e contratações de jogadores nos últimos dez anos.
É esta organização deixada pelo cunho (também) de Domingos Soares de Oliveira que Luís Mendes passará, em breve, a ter responsabilidade de liderar em matéria de gestão e finanças, pelos vistos sem revoluções, mas também, ao que parece visto de fora, sem razão para grandes dores de cabeça. Pode o barco ser, como é, gigantesco. Mas enquanto presidente, Rui Costa tem, no mínimo, enorme vantagem, além da profunda paixão pelo clube: conhece a essência do Benfica como poucos e sabe o que é jogar em equipa.
Tem obrigação disso!"
A entrada de Luís Figo no campo eleitoral da FPF
"A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai a eleições no final de 2024, Fernando Gomes, que atingiu o limite de mandatos, não poderá voltar a candidatar-se (mas continuará ligado ao futebol ao mais alto nível, como membro do Board da FIFA), e de há vários meses a esta parte têm ocorrido movimentações significativas, em busca do melhor posicionamento para lutar pela liderança da FPF, uma instituição sólida e credível, que depois de ter evoluído com Gilberto Madail, deu um salto quântico com o presidente cessante. Abreviando, a FPF, que passou a estar no mapa internacional, de forma constante, de alguns anos a esta parte, é um alvo altamente apetecível.
Tem sido evidente que a personalidade que surge como candidato mais sólido à sucessão de Fernando Gomes, que, recorde-se, transitou da presidência da Liga para a presidência da FPF, é Pedro Proença, atual presidente da Liga Portugal. O antigo árbitro tem sabido posicionar-se no seio dos clubes (foi reeleito há poucos meses), estes acabam por arrastar as Associações Distritais, e Proença, que está a criar uma estrutura cada vez mais sólida no organismo a que preside, alargando a sua influência e reconhecimento na cena internacional – e o Thinking Football Summit é disso um bom exemplo - tem sido visto como o mais bem colocado na corrida pela cadeira de sonho da Cidade do Futebol.
A entrada em cena de Luís Figo, antigo candidato à presidência da FIFA contra Sepp Blatter, pode baralhar contas que muitos já davam por fechadas. O antigo Bola de Ouro, figura incontornável não só do futebol português, mas também do mundo do desporto-rei, tem condições para reunir apoios, no microcosmo muito especial que é o colégio eleitoral da FPF, onde várias tendências estão representadas, com diferente peso de votos. Figo, para já, anunciando a sua disponibilidade para ponderar a possibilidade de se candidatar à presidência da FPF, sem marcar o golo decisivo, pelo menos aceita entrar em campo, o que não deixa de ser um desenvolvimento importante na luta que irá seguir-se.
E pode reforçar uma tendência que Rui Costa está a corporizar, e Vítor Baía pode vir a conhecer no futuro. O tempo dos grandes jogadores assumirem protagonismo na gestão do futebol está a chegar a Portugal, e haverá, neste momento, muita gente interessada em conhecer os planos de Luís Figo para a FPF, e aquilo que o poderá diferenciar da concorrência.
Simplificando, a transição serena de Pedro Proença da Liga para a FPF, que vinha a ser dada quase como incontornável, pode estar em vias de conhecer um adversário que brilha com luz própria..."
A pouca vergonha não tem limites
"MUITO SE FALA DOS PENALTIS DO JONAS PARA JUSTIFICAR OS DO TAREMI...
.. e eu peguei nos dados do Goalpoint sobre os penaltis sofridos e nos do Zerozero sobre os minutos jogados e os golos marcados na Liga. O resultado está aí:
TAREMI precisa de marcar apenas 2,8 golos para sofrer um penálti; já JONAS precisava de marcar 15,6 golos por cada penálti que sofria!
Praticamente com o mesmo tempo jogado na Liga, TAREMI tem 20 penáltis sofridos e o JONAS apenas 7 (menos 13!). Enquanto isso, o nosso ex-ponta de lança marcou 110 golos e o iraniano "piscineiro" não mais do que 76 (menos 34!).
Mais palavras para quê?"
Rui Moreira voltou a falar - pela quarta (!!) vez em dois dias - sobre Sérgio Conceição.
""Quero um treinador que saiba ganhar, saiba empatar e saiba perder e não deixarei de o dizer em sede própria. Lamento que esta crítica tenha vindo a público desta forma, até porque foi descontextualizado. Se há alguém que tem o máximo respeito profissional pelo Sérgio Conceição sou eu, acho que fez um grande trabalho no FC Porto."
"O que se passa no FC Porto preocupa-me, assim como me preocupa a questão do ‘fair play’. O que aconteceu na Supertaça, com o Benfica, envergonhou-me."
A casa continua a arder🔥🔥🔥"
Código Ético!!!!
"O nosso silêncio nos últimos dias é ainda resultado do estado de choque em que estamos pelo que aconteceu no passado Domingo no Estádio do Calor da Noite. Perdoem-nos por isso, mas até para nós nos está a custar assimilar a vergonha, a batota, a criatividade do crime, o condicionamento, a coação, a impunidade máxima, o controlo total de tudo e todos a que assistimos no último Domingo. Assustador olhar para a cara daquele árbitro a marcar penaltis em todos os mergulhos que os jogadores daquela instituição criminosa faziam na área, minuto após minuto, e a deixar passar todas as faltas cometidas sobre jogadores do Arouca nos 22 minutos que deixou jogar, após os 90 minutos regulamentares. Um árbitro que se borrou pelas cuecas após o golo do Arouca e começou a fazer de tudo para transformar aquela derrota numa vitória do Calor da Noite, porque temia pela sua vida e segurança.
Relembramos apenas, para já, que foi criado no início da época um suposto Código Ético e Manual de conduta nos negócios e no Desporto, pelo mesmo clube que agora está a querer ganhar fora de campo por um penálti escabrosamente inventado ter sido correctamente revertido. GENIAL!
O pedido de anulação do jogo da vergonha de forma oficial é a maior granada nos pés cometida por um clube em Portugal. As prioridades e intenções desta gente estão à vista de todos e já não dão mais para esconder. Não interessa a forma como ganham, interessa é ganhar. E sempre foram assim, encobertos num manto de uma suposta "rassa" superior a todos os comuns mortais.
As imagens da vergonha e os factos do jogo correram Mundo, estão completamente expostos com factos, não com rumores, boatos ou fake news. Só mesmo em Portugal ainda conseguem e vão conseguir passar impunes devido ao controlo total de todas as instituições do Futebol Português, Comunicação Social e conivência de Polícia Judiciária, Ministério Público e Governo.
Siga para a próxima jornada da Liga Batatoon, mal podemos esperar pelo escavar do fundo ainda mais!"
Se não fosse um caso sério, seria apenas para rir!
"É o argumento que torna a situação bizarra!
Coberto ou não pelo sempre tão falado ‘protocolo do VAR’, o que sucedeu no jogo FC Porto-Arouca de domingo à tarde é tão bizarro que se não fosse um caso sério daria, certamente, apenas para rir.
A questão nem está no desfecho, até agora inédito na forma (mas não no conteúdo), de uma decisão do árbitro ter sido tomada (ou validada) no campo, sem recurso à revisão de qualquer imagem e apenas com base na informação, dada por telemóvel, pelo vídeo-árbitro. Esse é apenas o lado estranho, mas absolutamente coberto pelo ‘protocolo’ do VAR’, e, portanto, sem razão para o protesto levado a cabo pelos responsáveis do FC Porto.
Muito difícil é compreender como é possível atribuir a uma falha de energia a impossibilidade de um contacto normal entre árbitro do campo, respetivo monitor no Estádio do Dragão e vídeo árbitro na Cidade do Futebol. É o argumento que torna a situação bizarra!
Ainda no domingo à noite, num programa de comentário desportivo na RTP, o compositor e músico Nuno Gonçalves (da banda The Gift), um dos oradores residentes, fazia a comparação da situação vivida no estádio portista como os espetáculos de música, e lembrava o que toda a gente facilmente entende: num concerto também pode haver uma falha de energia; mas o que não falha é o concerto.
Tão simples como isto: falha o plano A, entra em ação o plano B. Seja por via analógica, fibra ótica, wireless, pombo correio ou sinais de fumo (para usar alguma ironia), ninguém está seguramente a imaginar o megaconcerto dos Coldplay, em Coimbra, por exemplo, poder ser perturbado por uma falha de energia. Pode ser afetado por muita coisa (saúde, condições do tempo, atos de violência ou atentados terroristas, como os que, infelizmente, já levaram à anulação de alguns eventos), mas nunca por falha de energia.
Não foi, assim, propriamente a decisão tomada sem recurso a qualquer imagem que tornou caricato o que sucedeu no Dragão; foi o que levou a isso.
Nos primeiros tempos da chegada do VAR ao futebol, todos nos recordamos de decisões tomadas pelos árbitros de campo apenas confiando nas indicações dos vídeo-árbitros.
Mas como se explica, no mundo tecnológico de hoje, que uma falha de energia afete um jogo de futebol de uma Liga profissional, num dos mais modernos estádios do País, certificado com cinco estrelas pela UEFA, naturalmente com todas as condições estruturais exigidas para qualquer competição de topo?
Como podem não estar previstas, no plano operacional do VAR (com tudo o que isso envolve relativamente a comunicações) as diferentes possibilidades de ocorrências técnicas?
Será que algum de nós (e os responsáveis pela execução de todo o plano da nossa Liga profissional de futebol), como questionava Nuno Gonçalves na RTP, consegue imaginar Chris Martin, vocalista e líder da banda Coldplay, a pedir desculpa a 50 mil pessoas por não poder cantar, ou tocar, por qualquer falha de energia?
O que sucedeu no Estádio do Dragão só parece mentira. A verdade é profundamente desoladora!"
A imagem de Taremi
"O futebol merece que se combata a simulação, a cultura do engano, a batota
Felizmente para o FC Porto e para Taremi, a discussão em torno da controversa falha de energia numa tomada do Estádio do Dragão, alegadamente culpada da interrupção das normais comunicações entre árbitro e VAR, em particular a consulta de imagens no monitor colocado no campo, deixou para segundo plano o debate sobre a insistente tendência do internacional iraniano para a simulação de faltas e para o evidente prejuízo para o jogo e para a competição da Liga caso a grande penalidade assinalada em campo, em cima dos 90’ do FC Porto-Arouca, pelo jovem árbitro Miguel Nogueira, um militar profissional de 29 anos, não tivesse sido revertida, mesmo por telemóvel, pelo vídeo-árbitro Rui Oliveira.
Não há outra forma de o dizer: o que Taremi voltou a fazer no final do tempo regulamentar do jogo do último domingo foi mais uma vez simular, de forma absolutamente grotesca, faltas que levassem, como levaram, o juiz de campo a assinalar grandes penalidades contra o Arouca, a fazer lembrar (porque é, na verdade, difícil esquecer…) a caricata imagem, por exemplo, no FC Porto-Wolverhampton da pré-temporada, no Algarve, de vermos Taremi atirar-se para o chão imediatamente após pisar o pé direito de José Sá, o guarda-redes internacional português que representa a equipa inglesa.
Dirão os adeptos portistas mais frenéticos que Taremi se limita a tentar tirar partido de situações de jogo que possam, naturalmente, dar vantagem à equipa.
Os mais sensatos, talvez sintam que Taremi deve continuar a tentar aproveitar o que pode, mas talvez não deva correr riscos de evidente simulação. Quanto aos adversários, é possível que não saibam já se devem rir ou chorar.
Pode Taremi dar tudo (como creio que dá) em defesa do FC Porto. É o que deve fazer enquanto jogador profissional. Está no campo para fazer golos, por ser avançado, e para ajudar a equipa a vencer seja onde for e frente a que adversário for.
Mas não perderia nada se pensasse um pouco mais na imagem que quer definitivamente deixar na Liga portuguesa. Se a de um jogador inteligente, versátil e goleador (80 golos em 147 jogos pelo FC Porto nas últimas três temporadas), se a de ‘especialista em simulações’ que se sobreponha à imagem técnica do bom jogador que é.
Essa escolha é dele. A nossa (nossa e a de muitos adeptos, seguramente) é a de o criticarmos com maior ou menor dureza.
Não vale, aliás, a pena confundir o debate com o que terão feito outros jogadores há 5, 10 ou 20 anos. É do momento que falamos. E falamos de um momento porventura crucial (centralização dos direitos televisivos) para o futuro de toda a indústria do futebol português.
Pela minha parte, não hesito: a opção é criticar o que fazem os jogadores para iludir. O futebol merece que se combata a simulação, a cultura do engano, a batota. Seja onde for, com que equipa for e seja com quem for!
O presidente do Benfica, Rui Costa, voltou ontem, pela terceira vez, a explicar na televisão do clube todas as movimentações no futebol encarnado, saídas, contratações, empréstimos, no fundo, a estratégia que seguiu este verão.
Destaque para o regresso à Luz do argentino Di María (a maior estrela da nossa Liga), que Rui Costa diz ter ficado a dever-se exclusivamente «à vontade do jogador» de voltar ao Benfica. «Ele não recebeu prémio de assinatura e não ganha mais do que o teto salarial que definimos para o clube», afirmou o presidente encarnado, acrescentando que o campeão do mundo argentino «não quis saber que teto salarial é esse».
Poderá o líder das águias rever-se, certamente, no seu próprio e tão desejado regresso à Luz, como jogador, quando em 2006, vindo do Milan, com o qual tinha fabuloso contrato, assinou pelo Benfica sem querer saber qual seria o salário. O futebol terá sempre algumas histórias de amor."
João Bonzinho, in A Bola
FC Porto é um barril de pólvora
"As eleições no FC Porto, em 2024, trazem à beira de um ataque de nervos quem depende de Pinto da Costa para se manter na órbita do poder. É um clube numa ebulição nunca mais vista depois do Verão Quente...
Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto e vice-presidente do Conselho Superior do FC Porto, fez declarações numa sede social privada, que depois publicamente assumiu, onde basicamente retirou a Sérgio Conceição a aura de salvador da pátria portista. Disse o edil da Invicta: «Agora teremos o Mini [Francisco Conceição]. Que saiu a dizer mal e de borla. E o Sérgio Conceição de volta a fazer cenas no banco. E continua tudo cego. Culpam a SAD, os jogadores, os árbitros, o VAR, até o apanha-bolas, o antijogo dos adversários... ninguém vê o óbvio. Temos um treinador falhado. Agradeçamos o passado e xau que se faz tarde. Porque com ele não vamos lá. E não tem fair-play.» Em defesa do treinador do treinador portista saiu (além do noblesse oblige de Pinto da Costa) Fernando Madureira, líder dos Superdragões, que usou uma argumentação canhestra, básica e oca, para atacar Rui Moreira, de quem disse «falhado é o presidente da Câmara, arguido num processo de corrupção», referindo-se ao caso Selminho, esquecendo-se, porém, de dizer o líder camarário foi absolvido duas vezes, na 1.ª instância e na Relação.
Mas, se quisermos recuar uns anos, lembramo-nos das dificuldades por que passou Rui Moreira devido ao bullying que a guarda-pretoriana portista lhe fez. Talvez um dia o presidente da Câmara da Invicta se disponha a contar o que se passou... Depois, as relações de Rui Moreira, dono e senhor de opinião própria e até de nariz empinado, com Pinto da Costa, suavizaram-se, e mais tarde seguiram-se os anos de Moreira no topo da Avenida dos Aliados, onde cumpre o último mandato.
Numa época importante para todos os clubes, pela dificuldade acrescida no acesso à próxima Champions, que o é e ainda mais para o FC Porto, que em 2024 irá a eleições, é preciso ter em conta o caminho cada vez mais estreito que Pinto da Costa e os seus apparatchiks têm pela frente. É que, depois de terem ostracizado André Villas-Boas, que, depois de ter abdicado da cadeira de sonho em favor do Chelsea, foi bem recebido no FC Porto até admitir vir a poder concorrer contra o atual presidente, é agora Rui Moreira, que embora sempre tenha negado interesse, era visto como putativo candidato à sucessão do líder no poder desde 1982 a entrar na lista negra da nomenclatura portista. Entre Pinto da Costa e Sérgio Conceição há uma ligação umbilical (muito louvável por parte do presidente, e correspondida por parte do treinador) desde o tempo em que Conceição era júnior do FC Porto, e atacar o técnico é, por tabela, atacar o Pinto da Costa.
Daí que seja impossível olhar para este cenário e apenas tirar conclusões imediatistas. A questão é muito mais vasta, e no fim do dia terá sempre a ver com o barril de pólvora em que o FC Porto se transformou, em função da luta pelo poder pós-Pinto da Costa. Saber se este núcleo duro se mantém, ou se é substituído por gente diferente, candidate-se ou não Pinto da Costa, que estará perto dos 87 anos quando acontecerem as eleições, é o que traz preocupados os que dependem do presente status-quo. E, sem dúvida, porque nos clubes é sempre assim, o que o FC Porto fizer desportivamente nesta temporada de 2022/23, impactará diretamente no resultado eleitoral. Ou seja, a parada está alta para muita gente habituada a não olhar a meios para obter os fins, e para os adjacentes que deles dependem..."
Palhaçada, sim
"O FC Porto quer tentar anular o jogo com o Arouca por causa de um lance que toda a gente viu que não foi penálti. É como defender que um criminoso seja colocado em liberdade devido a um erro processual. Pinto da Costa tirou-me as palavras
1. Mais grave do que Roberto Martínez ter chamado João Félix e João Cancelo à Seleção, foi a justificação que o selecionador deu. A Seleção não é um centro de apoio a vítimas do mundo do futebol, não existe para ajudar quem está num mau momento, mas sim para ser ajudada por quem está num bom momento. O contrário é perverter por completo a lógica.
2. Se Vlachodimos e Ristic não serviam, o Benfica devia ter resolvido os dois casos bem mais cedo. Não é à porta da igreja que o noivo se lembra que a noiva cheira mal dos pés.
3. Caso do ‘apagão’ do VAR no FC Porto-Arouca. A decisão foi correta (isso é o mais importante!), mas o FC Porto quer tentar anular o jogo por causa de um lance que toda a gente viu que não foi penálti. É como defender que um criminoso seja colocado em liberdade devido a um erro processual. Pinto da Costa tirou-me as palavras: «Uma palhaçada.» Sem dúvida.
4. A imprensa internacional, que ainda há pouco tempo tinha gozado o prato com a birra de Sérgio Conceição na Supertaça, classificou o episódio no Dragão de «insólito» e «absurdo». Não me parece que os adeptos lá fora estejam interessados no nosso futebol, mas a Netflix talvez lhe pegue.
5. O que me parece é que está na hora de se criar uma nova ferramenta tecnológica de apoio aos árbitros nos jogos do FC Porto. A par do VAR (video assistant referee), passaria a existir também o TAR (Taremi assistant referee), no fundo um grupo de 15 a 20 árbitros, pelo menos, que estariam na Cidade do Futebol a detetar as simulações do iraniano. No caso do FC Porto-Arouca, o jogo foi tão longo que teriam sido obrigados a fazer uma escala com turnos e folgas rotativas.
6. E coloquem-se no lugar dos adeptos: foram ver um jogo de futebol e acabaram numa noitada...
7. Rúben Amorim diz que o grupo do Sporting na Liga Europa é perigoso. Tão perigoso como um Chihuahua."
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