Últimas indefectivações

sábado, 8 de agosto de 2020

Helton Leite

Primeira contratação do defeso (o Pedrinho já tinha sido anunciado oficialmente em Março - ou Fevereiro!).o
Na minha opinião não é guarda-redes para ser titular do Benfica, mas pode ser uma segunda opção válida! Curiosamente, tem características idênticas ao Ody:
Bom entre os postes, mal no controlo da profundidade e nos cruzamentos!
Sendo que para mim, o Ody compensa as hesitações nas saídas, com uma boa percentagens de duelos ganhos, contra jogadores isolados...; em sentido contrário, o Helton parece um bocadinho melhor nos cruzamentos!
Agora dentro dos postes é realmente muito bom... no recente jogo da Luz, onde foi muito criticado, fez uma série de defesas impressionantes...

João & Patrick... França!

Haverá alguém que ainda não escreveu sobre a pandemia?

"A pandemia da COVID-19 tem transformado irreversivelmente a forma como vivemos e iremos viver no futuro. E apenas em meio ano! Através dela conseguiram-se, como que por passe de mágica, alterações de vida inimagináveis em períodos de duração duas, três…, dez vezes superiores; para o melhor e para o pior. Alterações inequivocamente para pior, na maioria dos casos, especialmente espelhadas na crise económica, mas sobretudo assustadoras se pensarmos na atordoante limitação das liberdades individuais e na facilidade como prosperaram – e irão prosperar, se não estivermos atentos – estratégias de controlo dos cidadãos, capazes de fazer corar de embaraço o Orwelliano mais empedernido. É claro que, em contrapartida, algumas coisas poderão ter melhorado, assim se consiga enfrentar a crise pela perspectiva da oportunidade e não pela da ameaça, da fatalidade.
Espreite-se porque lado for, o que não há dúvida é que não se fala de outra coisa. Fala e escreve! Haverá alguém que ainda não escreveu sobre a pandemia? Já agora também eu lavro o meu escrito a propósito e, infelizmente, acrescento à cacofonia. Infelizmente, digo, porque bem gostaria de não ter motivo! E o meu motivo é o Desporto, que, tudo indica, vai sair deste processo muito maltratado!
Que a ameaça foi e é real parece não restarem dúvidas. Incertezas haverá, porém, acerca da adequação ou da desproporcionalidade das medidas de contenção adoptadas, da dimensão das respectivas consequências e – agora já mais recentemente – das estratégias de apoio às populações e de incentivo à recuperação económica e social. Aqui, de facto, é que a porca torce o rabo! Confinar, afastar e proteger foram estratégias aparentemente sábias (apesar de às vezes formuladas de forma muito “patarata”, claramente assimétrica ou excessiva). Abrir progressivamente as portas da sociedade, também. Apoiar os sectores produtivos e a economia em geral, por forma a mitigar os efeitos perversos do imobilismo? É claro; não havia alternativa! Mas… e o resto? O resto é um problema aparentemente só dirimível pelo proverbial: “quem não chora, não mama!” Foi assim com a cultura (penso que cabe nisso de cultura a tal coisa do Campo Pequeno), com o futebol (mesmo se agora já se percebe que podiam ter ido mais longe se não fossem tão depressa) e com outros sectores. Mas… e o Desporto? (e não vou aqui discutir se o desporto não é cultura e se o futebol é ou não desporto, ou só espectáculo – cultural, ou não).
Nos dias que correm quase não há pais que abdiquem de uma formação desportiva relevante para os seus filhos. É uma questão cultural, diria mais: civilizacional! (Paradoxalmente, esses mesmos pais, às vezes, parecem não enxergar o papel da Educação Física e do Desporto Escolar, mas essas são contas de outro Rosário). Como fazem para a conseguir? Recorrem sobretudo aos clubes desportivos, que generosamente se substituem ao Estado e fomentam a parca prática desportiva que temos em Portugal. Sim, porque o Estado não foi, até hoje, capaz de traduzir em políticas reais os discursos de ministros e secretários de estado (e de subsecretários de estado e directores-gerais) acerca da importância, do valor social, educativo, higiénico (e etc.) do desporto. O Estado precisa do movimento associativo, dos clubes, das associações e das federações para o fazerem por si! Para cumprir a sua missão constitucionalmente determinada.
E que tem isto que ver com a pandemia?
Se virmos bem… tudo! É que com o recato, o confinamento, a reclusão dos cidadãos, o distanciamento social, as limitações à liberdade de circulação e de acção (a privação efectiva do direito e liberdade de opção constitucionalmente estabelecido a tanger o limiar de uma “nova ordem”) os clubes deixaram de ter participantes activos; deixaram de dispor das receitas provenientes das mensalidades dos praticantes que os sustentam (não, não é o Estado que os sustenta para fazerem o que a Constituição o obriga a ele!); deixaram de poder pagar (miseravelmente) aos seus treinadores e aos seus outros funcionários. Enfim, deixaram de poder subsistir o Estado na promoção do Desporto e dos valores que sabemos que este transporta consigo. Deixaram de poder existir e de, portanto, sustentar o nosso “sistema” desportivo e de promover os nossos atletas, as nossas glórias.
O Comité Olímpico de Portugal, o Comité Paralímpico de Portugal e a Confederação do Desporto, pelo menos, têm insistido repetidamente com o Governo na necessidade de se implementarem medidas efectivas de apoio ao Desporto – à essência do Desporto –, enquanto estamos em tempo; enquanto temos Desporto, mesmo se pequenino e espartilhado, mas seguramente sofrido. Respostas: quase nenhumas!"

João Paulo Vilas Boas, in Tribuna Expresso

O grito do Benfica

"Jorge Jesus foi elegante com quem está e ambicioso com quem terá de chegar

Jorge Jesus foi apresentado numa cerimónia simples e de grande categoria. Em vez de adeptos aos gritos sentiu-se o grito do Benfica. As 10 taças conquistadas pelo Benfica sob orientação de Jorge Jesus deram o mote para um Benfica a «jogar o triplo» e a «arrasar». Hegemonia em Portugal e prestígio na Europa. Simples e perceptível. Jorge Jesus foi elegante com quem está e ambicioso com quem terá de chegar. Aqueles troféus são apenas o princípio daquilo que será património conjunto de Jorge Jesus e Benfica. A diferença desta apresentação para outras do mesmo género é que, nesta, adeptos e adversários já perceberam que vai mesmo ser assim.
A Taça de Portugal foi espelho de uma época para recordar. Ao contrário de outros benfiquistas, julgo serem inteiramente justificados os festejos de dirigentes e adeptos azuis e brancos. Primeiro porque a última dobradinha tinha quase 10 anos e depois porque vencer o Benfica numa final da Taça de Portugal tinha 62 anos. Talvez só a vitória do Aves possa se comparado ao feito de sábado.
Nesta contabilidade de títulos, de valor sempre relativo, temos de ter atenção com o que realmente nos preocupou e é comparável. O Benfica perdeu este ano o 38.º título e o Real Madrid aproximou-se com 34 vitórias.
Há que iniciar um ciclo longo de vitórias até para manter os merengues à distância.
Jorge Jesus nada ganhou na passada segunda-feira, mas deixou a impressão de que com uma boa equipa vai ganhar muito coisa. Dia 10 voltamos aos treinos e dia 15 de Setembro voltamos à competição. A primeira jornada da Liga dia 12 de Setembro ou uma Supertaça não adiada teriam ajudado a equipa portuguesa que vai à pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Percebo pouco de sorte ou azar, mas se eu sugerisse algo era já o primeiro jogo com o Étoile Carouge, com a maioria dos jogadores contratados à disponibilidade do treinador. Regra geral, prenuncia época de grandes feitos.
Que maravilha um período de defeso de oito dias. Neste Benfica não há espaços para mais nada que não seja futuro de vitórias. Este autocarro de jogadores apontados ao Benfica, ainda que em grande parte corresponda à verdade, dá apenas para se ter a noção da matéria-prima das nossas futuras conquistas. No Benfica festejam-se títulos não se festejam contratações."

Sílvio Cervan, in O Benfica

Vislumbrar o futuro

"Não me importaria que a apresentação de Jorge Jesus tivesse ocorrido logo após o desaire na final da Taça de Portugal. Jogámos mal e não soubemos aproveitar a justa superioridade numérica. O nosso adversário jogou mal, e fomos piores. E ainda podemos reclamar da sorte, naquele lance em que Jota acertou no poste já no tempo adicional. Em suma, a final espelhou a época desastrada e inesperada da nossa equipa. Poderíamos e deveríamos ter feito melhor.
Agora, com o regresso de Jorge Jesus, abrem-se novas perspectivas, logo prometidas e reiteradas na apresentação. Estou convicto de que, com o mesmo plantel sob o comando do nosso novo treinador, teríamos apresentado melhores níveis exibicionais e conseguindo melhores resultados. E ainda mais convicto estou de que se verificará um salto qualitativo no plantel com Jorge Jesus. Alguns jogadores, inseridos numa nova dinâmica, serão mais competitivos. Outros desenvolverão as suas capacidades e renderão de acordo com o seu potencial. E chegarão atletas cuja competência será indiscutível. Foi ao que Jorge Jesus nos habituou no passado, não espero menos agora.
Ganharemos tudo? Provavelmente não, embora seja esse o objectivo. Teremos, no entanto, a garantia de que seremos mais competitivos e de que não dependeremos do súbito surgimento de um jogador que faça a diferença. O Benfica voltará a ser forte no futebol, aproveitando plenamente os muitos e excelentes recursos que hoje coloca à disposição de quem lidera a equipa. Não professo amanhãs que cantam, mas a música será outra certamente! Com Jorge Jesus estaremos sempre mais próximos de títulos. Não se trata de crença, mas antes da constatação da sua inegável competência. Boa sorte!"

João Tomaz, in O Benfica

Está na hora!

"Faltam poucos dias para iniciar a época 20/21 e para podermos finalmente deitar para trás a desilusão da temporada anterior. Deitar para trás não é esquecer, atenção. Porque é com os erros que crescemos, e convém lembrá-los para que não se repitam. Tiradas as ilações, aprendidas as lições, vamos seguir em frente. E com expectativas elevadas.
Motivação, qualidade, conquistas, união - tudo foi apresentado como paradigma de um novo ciclo no futebol masculino. A isso junta-se a chegada de um homem que conhece a casa, sabe da poda e já ganhou pelo clube. União parece-me a palavra certa a reter, em especial num clube que é tão representativo da sociedade portuguesa. Cada sócio, adepto e simpatizante tem direito à sua opinião e pode ou não gostar do regresso do treinador, concordar ou não com as decisões do presidente. É legítimo, mas nunca se pode esquecer o bem maior: o SL Benfica.
Não preciso de promessas de títulos. Sei bem o que tem sido feito de bom no clube, e os últimos anos têm-no provado. As conquistas tornaram-se cada vez mais habituais, no futebol e nas restantes modalidades. O Glorioso que conhecemos hoje tem todas as condições para ganhar. Sim, também gostaria que fosse sempre, todos os anos, todas as competições, mas isso não é possível. Por isso, o que peço para a temporada que vai começar na próxima semana é garra, coragem, 'tomates' - perdoem-me a expressão. Só isso. O resto já temos: qualidade, inteligência, profissionalismo, infraestruturas, tecnologia, conhecimentos.
Precisamos de uma dose suplementar de ambição e de coragem, de incentivo e de dedicação para continuarmos a ser os melhores. Os títulos vêm por arrasto, fruto de entrega e do trabalho. Está na hora de voltarmos a ser felizes."

Ricardo Santos, in O Benfica

O Cavani já assinou?

"Já só consigo pensar na próxima época. Por um motivo, muito simples: não tenho vontade rigorosamente nenhuma de manter presentes as lembranças da temporada que acabou de terminar.
Confesso que até dou por mim a olhar para as capas dos jornais e a sentir que voltei a ser criança, apesar de ter completado 26 anos no dia 5 de Agosto. Gostei mais de festejar os 25, quando o Rafa, o Pizzi e o resto da malta me brindaram com aqueles 5-0 ao Sporting na Supertaça. Desta vez recebi apenas umas sapatilhas da minha namorada, o que está muito longe daquele recital no Estádio do Algarve.
Estou convencido de que, quando esta crónica chegar às mãos do leitor, é possível que Edinson Cavani já tenha assinado pelo Benfica. Ou então pelo Barcelona ou pela Juventus. De repente, um jogador que tem lugar no onze titular de qualquer clube no mundo pode reforçar o Benfica, e eu nem sei bem como reagir. Primeiro, ignorei. Depois, comecei a ficar acordado até às 3 da madrugada porque o entusiasmo não me deixa esperar até à manhã seguinte. Falta saber se o próximo passo será chorar de desilusão tal como aconteceu quando a contratação de John Dhal Tomasson falhou, ou chorar de emoção tal como aconteceu quando a contratação de Pablo Aimar foi oficializada.
Ainda não vi os especialistas abordarem esta questão, mas no meu entender é fundamental o Cavano jogar com o pé direito. Assim, temos a garantia de que o JJ não o vai adaptar a defesa esquerdo.
Todo este alarido é um sinal de que, conforme o próprio Jorge Jesus já garantiu, o Benfica vai atacar o mercado. Em 2019 assegurámos o Jhonder Cádiz, em 2020 estamos a tentar o Cavani. Não me parece um mau começo."

Pedro Soares, in O Benfica

Nova época

"A temporada que terminou não deixa saudades aos benfiquistas.
Depois de ter começado, fez agora um ano, com uma expressiva goleada ao Sporting para a Supertaça, e após uma impressionante sequência de 18 vitórias nas primeiras 19 jornadas do campeonato, a equipa encarnada entrou, a partir do mês de Fevereiro, numa estranhíssima espiral negativa que culminou com a perda do título nacional e da Taça de Portugal para o FC Porto - que sem qualquer brilhantismo se limitou a aproveitar as nossas generosas dádivas. Já vivi épocas boas, más e assim-assim. Não me lembro de tamanho contraste entre uma fase francamente vitoriosa e outra em que, com os mesmos jogadores e com a mesma estrutura, tudo correu mal. É importante que, internamente, estes meses sejam cuidadosamente analisados, de forma a evitar que algo semelhante se possa repetir no futuro.
De resto, não adianta chorarmos sobre o leite derramado, e, concluída a temporada, o que mais interessa neste momento é olhar em frente, para uma nova época, com um novo treinador, e com renovada esperança. Jorge Jesus foi o homem que revolucionou o futebol benfiquista quando cá chegou em 2009. Tem novamente essa missão em 2020. Estou absolutamente convencido de que é o treinador ideal para levar a cabo, e no imediato.
É preciso perceber que a crise do Benfica é meramente desportiva e circunstancial. Somos o clube financeiramente mais sólido, e estruturalmente mais bem apetrechado do país. Ninguém terá dúvidas de que, com o reforço do plantel que se antevê, e com um treinador ganhador com Jorge Jesus, rapidamente voltaremos aos títulos."

Luís Fialho, in O Benfica

Jesus arrasou

 "A apresentação de Jorge Jesus foi o grande momento da semana. Igual a si próprio, o treinador mais titulado da história do Sport Lisboa e Benfica deixou-nos água na boca. Com a legitimidade de quem já conquistou 19 títulos, três deles de dimensão internacional, o novo homem do leme foi assertivo no seu discurso. Preocupado com a família benfiquista, Jorge Jesus fez questão de apelar à união que faz a força. Entre 2009 e 2015, teve sempre a massa adepta no coração, e lembro-me de que várias vezes me confidenciou a sua enorme preocupação com o sentir dos sócios e adeptos do SL Benfica. 'É para eles que nós trabalhamos'. Esta frase, que ouvi muitas vezes da sua boca, retrata fielmente um homem apaixonado pelos projectos que abraça. Esta faceta de Jorge Jesus sempre me impressionou. Cinco anos depois, regressa pela porta grande e com a promessa de que vamos arrasar. A primeira condição passa pelo nosso lema - E pluribus unum. A segunda condição óbvia - reforços de muita qualidade para montar uma equipa poderosa, avassaladora e vencedora, quer nas provas internas, quer nas competições europeias. O desafio que lhe foi lançado por Luís Filipe Vieira é, provavelmente, o maior da sua brilhante carreira. Jorge Jesus, como todos nós, sonha com o regresso do Benfica europeu. As duas finais da Liga Europa ficaram-lhe atravessadas, pois em ambas merecemos a vitória. Em Junho de 2009, Luís Filipe Vieira, Jorge Jesus e Rui Costa formaram um trio-maravilha que deu cartas durante seis épocas. Os dez títulos conquistados provam a excelência do trabalho realizado. Agora, a fórmula foi enriquecida com mais dois elementos. Teremos um quinteto Luisão, o mais titulado futebolista do SL Benfica e grande capitão, assumirá funções importantes na estrutura. Será ele o gestor de uma das questões mais complexas - a mística. Tiago Pinto será outro dos elementos do quinteto-maravilha. A sua irreverência, dedicação e capacidade de trabalho farão a diferença num projecto muito ambicioso. "

Pedro Guerra, in O Benfica

Sementes

"As pequenas coisas são por vezes as sementes das grandes obras. Neste caso, isso é verdadeiramente literal porque, se é de sementes que falamos, é também uma obra imensa que está em causa, um verdadeiro desígnio nacional que ocupou tudo e todos antes de a pandemia se instalar e que, sorrateiramente, pelo calor do estio e pelos ventos de verão, voltou a destruir florestas e bens, mas sobretudo, de novo dramaticamente, a ceifar vidas humanas. Falo de incêndios e de florestas que dimuem e se desqualificam a cada ano que passa. Infelizmente, as políticas públicas, por mais que se esforcem, com a sua complexidade e tempos de maturação, não acompanham nem o ritmo nem a simplicidade de um incêndio. Perante isto, não podemos continuar a olhar para o lado e a queixarmo-nos da lentidão das instituições nacionais, ou do 'país que temos', como se dele não fizéssemos parte. Esta é uma guerra que, tal como a covid nos ensinou, não se vence sem cada um de nós, pelo contrário, vence-se com cada um de nós, no dia a dia, semeando acções virtuosas e praticando comportamentos que previnam ignições, que ajudem as instituições na sua missão e que facilitem a implementação colaborativa das políticas públicas e a sua integração com a acção privada. Não tenhamos ilusões, este novo século trouxe-nos a evidente certeza de que a sociedade civil está convocada para todos os grandes desafios colectivos. Mais, sem ela nenhum será vencido. Nós, no Benfica, sabemos bem isso e valorizamos o exemplo, a inovação e a excelência. Por isso, quando o país ardeu como nunca, além de ajudarmos as forças de segurança na logística do combate e de contribuirmos activamente para a reconstrução, investimos em projectos socioeducativos capazes de modificar comportamentos de risco e regenerar a floresta. Num desses projectos, 'Faz da tua Escola um Viveiro', procuravam-se sementes vivas por entre a terra queimada, almejávamos árvores autóctones e gente local que as semeasse, em escola, em comunidade, em família. E foi assim que, por entre escombros, na martirizada serra da Lousã, encontrámos uma maternidade de árvores cultivadas há anos por uma pequena organização e activistas visionários. Encantou-nos esta Lousitãnea e, num ápice, nos fizemos parceiros numa grande obra de regeneração da floresta e das gentes que a sustêm, que dura até hoje e continuará certamente, recobrindo de verde o negro-cinza que sobra de cada incêndio e teima em querer eternizar-se na paisagem."

Jorge Miranda, in O Benfica