Últimas indefectivações

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Futebol à tarde e outras maravilhas do ano novo

"Godinho Lopes saiu pela cabina do Rio Ave. Deseja-se que não seja outra vez multado pelo CD por ter trespassado mais uma cabina

O ano terminou com a Taça da Liga. Benfica e FC Porto cumpriram o seu dever, empataram. Mais não se podia exigir a jogadores extenuados pela pausa das Festas e por um sem número de viagens transatlânticas.
O Benfica foi jogar a Moreira de Cónegos no último sábado do ano. O jogo começou às 16 horas e foi transmitido em sinal fechado pela TVI24. O estádio estava cheio que nem um ovo, o que dá que pensar se não será o futebol jogado à luz do dia que faz falta a esta indústria onde se vão acumulando e perspectivando falências ao mesmo ritmo que o Olegário Benquerença mostra cartões amarelos num jogo normalissimamente disputado e sem picardias de maior entre os oponentes.
Por alturas de Natal e ano novo, Benfica e FC Porto abriram as portas do Seixal e do Dragão aos adeptos que, aos milhares, aproveitaram o convite para passar uma tarde em animado e descontraído ambiente familiar junto daqueles que mais gostam. Dos jogadores, evidentemente.
A torrente de transmissões televisivas e o deslocamento forçado dos jogos de futebol para o horário nocturno mataram a velha e original relação de proximidade entre os adeptos e as suas equipas. Note-se que nem o Benfica nem o FC Porto são dos que mais sofrem com a deserção do público dos estádios de futebol embora, certamente, ganhassem mais público se passassem a jogar à tarde.
Mas os outros, os menos privilegiados, sofrem a bom sofrer pela noitinha com assistências tão diminutas que mal dão para cobrir os gastos eléctricos com as torres de iluminação. Vale-lhes para sobreviverem os contractos que assinaram e vão assinando com a Sport TV. É um ciclo vicioso, disto não saem.

IZMAILOV, tudo assim o indica, deixará o Sporting e vai para o FC Porto. Nos últimos anos, vêm sendo já tradicionais as trocas de jogadores entre os dois emblemas.
Noutros lugares do planeta como, por exemplo, em Itália e até na Velha Albion - é assim que chamam à Inglaterra os que gostam de efeitos surpreendentes -, é muito frequente e respeitado o tráfego de jogadores entre clubes rivais.
Não só ninguém leva a mal, como tal facto é unanimemente considerado prova do sentido mercantil de uma indústria pujante, como é a do futebol, e também prova de uma saudável concorrência que não impede negócios entre todos ainda que lutem pelas mesmas posições. Enfim, o melhor dos mundos.
Em Portugal esse estado paradisíaco, esse grau de civilização à semelhança do estrangeiro, só se verifica no âmbito das relações entre o Sporting e o FC Porto. É uma excepção. Porque quanto aos demais rivais e rivalidades nacionais a regra é a velha de sempre: quanto pior para ti, melhor para mim...
E por isso não se vê chegar o dia em que, por exemplo, Vitória de Guimarães e Sporting de Braga troquem entre si jogadores como quem troca cumprimentos em pleno Minho e que Benfica e Sporting façam exactamente o mesmo em plena Estremadura.
Não deixa de ser verdade que as relações comerciais entre o Benfica e o Sporting de Braga são também muito apreciáveis considerando uma nascente rivalidade entre as partes, no entanto ainda incipiente, ou seja, sem maturação para proibir qualquer tipo de gentileza mútua.
Com justiça, não se pode concluir outra coisa: no futebol português, ao mais alto nível, relações civilizadas só existem entre Alvalade e o Dragão. E enquanto entre Sporting e FC Porto impera uma diplomacia de essência praticamente britânica, o resto é tudo uma grande saloiice de gente pequenina e sem visão de futuro.
Todas estas coisinhas contribuem no sentido de tornar aliciante para o grande público aquilo que será o futuro de Izmailov de dragão ao peito. E, curiosamente num país onde há tantas opiniões sobre tudo, especialmente sobre futebol, neste caso só há duas opiniões possíveis.
Ou se cura. Ou não se cura.
Izmailov, claro está.
Será que, ao contrário de Bella Guttmann que trocou o Porto pela Luz porque a mulher não se dava bem com a humidade da Invicta, a mesma humidade vai conseguir operar milagres no russo Izmailov ao ponto de o vermos recuperado das mil maleitas que o afligiram enquanto foi jogador do Sporting?
Ou será apenas um novo Sokota? - como tanto desejam os nossos amigos sportinguistas, a ver se escapam das futuras ironias dos rivais dando-se, por hipótese, o caso de a alcunha de Izmailov passar a ser o Miraculado ao fim de duas semanas de treinos no Olival.
A ver vamos. Temos aqui um grande motivo de interesse para a segunda volta do campeonato, como se faltassem motivos de interesse...

VOLTANDO à Taça da Liga. Em Vila do Conde, o Sporting não ganhou, nem empatou, antes pelo contrário. À saída do estádio, jogadores e treinadores e ainda treinadores de treinadores tiveram de suportar o desagrado dos adeptos veemente expresso em cânticos e em dizeres com rimas por vezes vernaculares.
O presidente do clube, mais esperto, poupou-se ao incómodo que sempre causa uma pequena multidão em fúria e abandonou o recinto por outro lado. A imprensa deu conta de que Godinho Lopes optou por sair pela cabina do Rio Ave que terá uma porta, considerado o efeito pretendido, suficientemente distante da porta da cabina da equipa visitante.
É de esperar que Godinho Lopes não seja outra vez multado pelo Conselho de Disciplina por ter trespassado mais uma cabina. Já basta o que o Sporting faz ao Sporting. Não é preciso vir gente de fora para chatear.

JOÃO LOUREIRO regressou à presidência do Boavista e não teve de esperar muitos dias para ouvir do presidente do Benfica uma nota de comiseração sobre a estrondosa queda dos axadrezados nos abismos do nosso futebol.
Luís Filipe Vieira dizia ontem nas páginas de A BOLA, sobre as conclusões do Apito Dourado, que o «bode expiatório de tudo isto acabou por ser o Boavista, mais fácil de condenar e que serviu para tapar muita coisa...». Concordo com o presidente do Benfica. E, por isso, saúdo o regresso de um  Loureiro ao Bessa no gozo pleno das suas funções. Não são menos do que os outros. Ou são?
Também, em entrevista a A BOLA, Pedro Proença se mostrou de algum modo desencantado com as conclusões do Apito Dourado em função do bom nome da arbitragem nacional de que é o maior expoente da actualidade, como facilmente todos reconhecemos.
Na verdade, não é de um dia para o outro que o Dourado muda de figura, pelo menos enquanto houver YouTube é praticamente impossível.
E, por isso mesmo, não teria Vítor Pereira, também entrevistado durante as Festas, conseguido inventar outra dominação que não fosse Período Dourado cheio de sucessos para os nossos árbitros?
É que a coisa, inocente e optimista à partida, ficou logo a soar ameaçadora.

O ano começou com a Taça de Portugal. O Benfica cumpriu o seu dever e goleou ontem o Desportivo das Aves por 6-0. Cardozo fez mais um hat-trick e levou a bola para casa. Merecido. Rodrigo jogou muito bem e marcou dois golos. Estava a precisar. Lima entrou na última meia hora e marcou de grande penalidade. O Nolito queria apontar o castigo mas Jorge Jesus não deixou. «É o Lima!», gritou bem alto. Treinador a sério não tem medo de arriscar o que foi preciso para moralizar um jogador. Lima falhou o penalty em Moreira de Cónegos mas não falhou ontem contra o Aves. O Lima é grande. Jorge Jesus sabe destas coisas como ninguém."

Leonor Pinhão, in A Bola

Corruptos 0 - 2 Benfica, 29 de Abril de 1991

Ainda o 'Ligadiamento'

"No site da Liga pode ler-se esta notícia: «O V. Setúbal-Porto da 12.º jornada, suspenso ao abrigo do artigo 22.º, nº 1, alínea a) do Regulamento de Competições (...), vai ser realizado no dia 23/1/2013».
Ora o citado artigo 22.º nº 1 a) diz:
1. Quando, por causa fortuita ou de força maior, não se verifiquem as condições para que um jogo se inicie (...), este realizar-se-á (...) no mesmo estádio, dentro das 30 horas seguintes, salvo se:
a) Os delegados dos dois clubes declararem no Boletim de Encontro o seu acordo para a realização (...) do mesmo noutra data, respeitados os limites referidos, nos números 2 e 3 do artigo 19.º.
Quais são os tais limites? Os jogos das competições oficiais adiados no decurso da primeira volta têm de ser realizados obrigatoriamente no decurso das quatro semanas que se seguirem à data inicialmente fixada para o jogo, salvo casos de força maior devidamente comprovados e reconhecidos por deliberação da Comissão Executiva.
Assim sendo, o jogo deveria realizar-se até 12 de Janeiro (por exemplo, 2/1 tal como o SLB para a Taça). Como, afinal, vai ser depois (em 23/1), seria interessante saber, em nome da transparência e rigor, o «caso de força maior devidamente comprovado e reconhecido por deliberação da Comissão Executiva da Liga». Até porque o Natal, o Ano Novo e o Benfica-Porto de 13/1 não serão, por certo, considerados como casos de força maior. De outro modo, está inventada uma inovadora e putativa falta de comparência... Ou será que os regulamentos são flexíveis em função dos clubes? Digam qualquer coisinha... para explicar este, até agora ilegal, ligadiamento."

Bagão Félix, in A Bola

O perfeito guarda-costas da águia

"Paradigma de bom senso, tranquilidade, razão e segurança, até o escrete canarinho ganhará se o escolher. Com Artur na baliza, a reserva moral do futebol que é a selecção do Brasil ficará em muito boas mãos.
1. Disse José Mourinho sobre Essien que o ganês é daqueles homens a quem confiaria os filhos se necessário fosse. Jorge Jesus não irá tão longe sobre Artur, mas dele dirá que não espera precipitações ou qualquer manifestação esquizofrénica que sirva para acentuar pânico onde é suposto levar serenidade e competência. O brasileiro tem o saber enciclopédico dos mais experientes, aqueles que atingem a maturidade plena acumulando informação sem perderem agilidade, reflexos, coragem e prazer pelo jogo. É quase impossível vê-lo cometer erros tácticos  por posicionamento deficiente, má avaliação de distâncias ou decisões erradas. O seu talento conjuga o espírito juvenil de quem ainda tem sonhos por cumprir com a requintada sobriedade de quem já viveu muitos anos debaixo dos postes – é um dos melhores guarda-redes da história recente do futebol português.
2. Artur revela ainda a força da intimidação, o estatuto dos marechais das balizas que pode levar o avançado, em circunstâncias iguais, a ter comportamento diferente mediante o adversário que lhe surge pela frente. Certa tarde, em Alvalade, no Sporting-Alverca de 1999/00 (1-1), aconteceu o insólito: quando toda a equipa leonina procurava a vitória nos derradeiros instantes do jogo, Paulo Costa roubou a bola e correu isolado mais de meio campo na direção da área verde e branca; no momento de decidir, olhou em frente e viu o gigante Peter Schmeichel; desarticulou-se, tremeu e, talvez por entender que a baliza estava fechada (se calhar estava mesmo...), rematou ao lado. Essa capacidade para fazer tremer os adversários torna um guarda-redes ainda mais valioso.
3. De resto, o número 1 encarnado depurou estilo e tipo de intervenção que o aproximam do ideal para as necessidades de uma grande equipa. Artur sabe que há templos na vigilância dos quais não se pode jogar em contínuo processo de descarga de energia e tensões; que um erro na defesa desses tesouros mais valiosos não tem remédio porque, a esse nível de exigência, ao contrário do que sucede em cofres mais modestos, jamais lhe é concedida uma segunda oportunidade. Como diz Jorge Valdano sobre esses guarda-redes dos campeões, ciente de que as falhas são mais notadas porque aparecem pouco em cena, “estão destinados a contemplar mas não se podem dar ao luxo da distração”. Essa é a grande diferença entre o guardião das potências e os outros.
4. Artur confirma ser o guarda-costas perfeito para esta águia de bons costumes e vocação aventureira. Os cabelos brancos, que começam a evidenciar-se, anunciam um homem responsável, maduro, sábio e tranquilo; que nunca tem pressa, raramente se enerva e dispõe de soluções técnicas para cada situação; um guarda-redes assente na virtude de saber esperar pelo momento de intervir sem perder a concentração e que não altera o comportamento mesmo quando passa muito tempo como espectador. Numa equipa atrevida e ambiciosa, Artur é o paradigma de bom senso, tranquilidade, razão e segurança. E até o escrete canarinho ficará bem servido se o escolher. Com ele na baliza, a reserva moral do futebol, que é a seleção do Brasil, ficará certamente em muito boas mãos."

Treinador do ano

"Há uma grande diferença entre o trabalho de Jorge Jesus e o de Vítor Pereira.
A maioria dos comentadores escolheu Vítor Pereira como “treinador do ano”. Compreende-se: é uma espécie de compensação pelas “humilhações” de que ele foi alvo na época passada, até por adeptos do FC Porto. Mas elegê-lo como treinador do ano é um exagero em sentido contrário.
Vítor Pereira ganhou o campeonato, mas teve péssimas prestações nas outras provas. Além disso, entrou num comboio em andamento, isto é, limitou-se a gerir um grupo que há muito tempo tem um plano de jogo definido e uma estrutura sólida por detrás. No Porto, quando sai um jogador, basta pôr outro de características semelhantes no seu lugar, como aqueles jogos de peças em que se tira uma e se encaixa outra no mesmo sítio.
No Benfica, tudo é diferente. Quando Jorge Jesus lá chegou, a equipa estava em farrapos, não tinha um padrão de jogo definido e não havia por detrás uma estrutura forte e rotinada. Assim, tudo teve de ser inventado do princípio. E tem de ser recriado todos os anos, dadas as saídas de jogadores determinantes. 
Finalmente, recorde-se que Jesus perdeu o campeonato mercê de um golo irregular, foi aos quartos-de-final da Champions (onde foi eliminado pelo Chelsea nas circunstâncias conhecidas) e ganhou a Taça da Liga. 
Julgo ser evidente que Vítor Pereira, que até tenho defendido, só podia ser campeão no FC Porto – enquanto Jesus pode treinar com sucesso qualquer equipa, em Portugal e mesmo lá fora. Até por isto: num tempo em que as finanças dos clubes são cada vez mais decisivas, é um treinador que valoriza enormemente os jogadores, metendo milhões nos cofres do clube que representa. E isso vale ouro!"

Presidente n'A Bola


O Benfica é um projecto que nunca se completa»
PERENTÓRIO, AFIRMA QUE «O FUTURO DO BENFICA ESTÁ ASSEGURADO», ANUNCIA A AMPLIAÇÃO DO CAIXA CAMPUS DO SEIXAL E PREPARA-SE, NUMA CONJUNTURA NOVA, PARA TRAVAR UMA DURA BATALHA PELA RENTABILIZAÇÃO DOS DIREITOS TELEVISIVOS. BRILHAM-LHE OS OLHOS QUANDO FALA DO MUSEU COSME DAMIÃO. EXIGE QUE AS AFIRMAÇÕES DE PROENÇA A A BOLA SEJAM INVESTIGADAS. NÃO ESQUECE O APITO DOURADO. E GARANTE QUE O BENFICA EM 2000, ESTAVA «BEM PIOR» DO QUE O SPORTING DE HOJE.
- Em plena crise, pairando o temor de que 2013 seja ainda um 'anus horribilis' qual é a situação financeira do Benfica?
- Diria da seguinte forma: o futuro do Benfica está assegurado. Temos um activo que supera o passivo e temos sobretudo um activo que, por razões de prudência não pode ser reconhecido no balanço, mas que existe e que tem a ver com o real valor dos nossos jogadores. Ou seja, o nosso activo real é bem superior ao passivo exigível e isso é o que nos garante o futuro. Tudo isto foi garantido com o trabalho e a seriedade de um grupo de pessoas competentes e comprometidas com o Benfica. A fórmula é tão simples como isto.
- O afastamento da Liga dos Campeões constituiu um revés para as finanças da SAD?
- É evidente que complica as contas, mas nada que com imaginação e trabalho não se consiga ultrapassar. Temos credibilidade e capacidade para contornar mais esse obstáculo.
- Se Witsel e Javi Garcia tivessem continuado no Benfica, teria a SAD capacidade para enfrentar esta época sem problemas financeiros?
- Não gosto de trabalhar com cenários, mas a verdade é que li muitos colegas seus, na altura, falar do descalabro e do desequilíbrio (desportivo) que aquelas vendas iriam provocar. Não aconteceu, provou-se que havia soluções dentro do plantel. O que não quer dizer que não tenha tentado tudo para evitar que eles saíssem, e se isso tivesse acontecido teríamos arranjado soluções financeiras, como sempre temos vindo a fazer.
- Disse que os dias que antecederam as saídas de ambos foram dos dias mais difíceis enquanto dirigente do Benfica...
-E efectivamente não me lembro de um período igual a nível de ofertas por jogadores nossos. É evidente que quando eu disse que eram dias difíceis referia-me a isso, o que de um outro ponto de vista é uma boa dificuldade para quem dirige um clube...
- Concorda com as medidas aprovadas pela UEFA no âmbito do fair play financeiro?
- Concordo. Entendo que os clubes e em especial o Benfica, que me diz respeito, devem ter um balanço equilibrado. Por isso, não vejo qualquer problema em que haja regulação no sentido de impedir que os clubes gastem mais do que o que conseguem receber.
- O Benfica está em condições de cumprir essas regras do fair play financeiro?
- Sem dúvida. O Benfica integrou o projecto-piloto, esteve nos grupos de trabalho da UEFA onde todo o trabalho foi desenvolvido. Uma parte significativa dos nossos custos estão associados às infra-estruturas e à nossa formação e para efeitos do fair play financeiro esses custos não são considerados. Depois, creio que com o incremento das receitas televisivas que todos esperamos, vamos poder equilibrar a nossa balança de resultados.

VÁRIAS SITUAÇÕES DO FUTEBOL DO BENFICA
-Como caracteriza o actual plantel do Benfica?
- Estou muito satisfeito. É um grupo que revela ambição, profissionalismo, que naturalmente tem muito talento, mas acima de tudo que é solidário, que o grupo conta mais que o individual e isso para mim é fundamental.
- Falando de renovações, como está o dossier de Óscar Cardozo?
- Está como deve estar. Quando houver novidades sobre essa matéria daremos conta, até lá não vale a pena andar a especular. Às vezes leio e ouço coisas que são um perfeito disparate, creio que se o governo aplicasse um imposto aos disparates que se escrevem em alguns jornais iria buscar uma boa receita suplementar...
- Se surgisse um clube a dar 20 milhões pelo Cardozo agora em Janeiro, vendia-o?
- Se houver alguém que se bateu pela permanência do Cardozo no Benfica fui eu...  e creio que não devo dizer mais nada sobre o assunto.
- Houve várias críticas pelo facto de o Benfica não ter contratado mais um lateral esquerdo no início da época. Foi um risco calculado? Eliseu revelou que o Benfica o tentou contratar e só não veio porque o treinador do Málaga não deixou...
- Falou-se durante muitos meses de vários laterais, mas a verdade é que só houve um jogador que o Benfica quis e nunca por duvidar nem do valor do Melgarejo nem da aposta que o treinador estava a fazer nele. Efectivamente, estivemos interessados em Eliseu, mas o treinador do Málaga não o quis libertar. De qualquer forma creio que toda a polémica inicial foi ultrapassada e Melgarejo já provou que é um jogador a altura do desafio.
- Aimar está em final de contracto. Pode renovar por ainda mais uma época? Há a ideia de no futuro integrar a estrutura do Benfica?
- Aimar é um grandíssimo jogador e uma pessoa extremamente séria. Ninguém mais do que ele estará triste por não ter podido ajudar a equipa nesta fase inicial, mas estou certo que nos vai ajudar muito nesta segunda metade do campeonato. Quanto a contractos, sejam eles para jogar ou para dirigir, mais uma vez são coisas que dizem respeito à direcção do Benfica e ao jogador.
- Preocupa-o o facto de Aimar estar parado há tanto tempo?
- Preocupa-me apenas o facto da equipa não poder ter beneficiado até agora das suas capacidades. Tem de estar parado o tempo suficiente de forma a garantir que quando regressar o vai fazer a cem por cento.
- Enzo Pérez tem, finalmente, a cabeça no Benfica'
- Não diria que seja normal, mas diria que é aceitável, num primeiro ano, perante uma realidade totalmente diferente e com as dificuldades que ele teve, nomeadamente uma lesão de meses e a doença da mãe, que não tenha sido a tranquilidade necessária para se adaptar. Mas sim, essa fase está ultrapassada e resolvida e o verdadeiro Enzo está a aparecer.
- Como responde a quem acusa que o Benfica tem demsiados extremos: Salvio, Gaitán, Bruno César, Ola John, Nolito...
- E ainda falta mais um... Urreta (risos) que a partir de agora vai passar a integrar o grupo de trabalho. Estamos em várias frentes e todos vão ter, como já tiveram, oportunidades.
-Gaitán está a ter a época de menor rendimento desde que chegou ao Benfica. Teme que possa desvalorizar-se?
- Quando se tem o talento que ele tem e o futebol que ele pratica e única certeza que tenho é que é um jogador que nunca se irá desvalorizar.
- Ola John foi a principal contratação desta época pelo rendimento que está a mostrar?
- Não foi a principal, foi uma das contratações desta época. Gosto sempre mais de valorizar o grupo, a equipa, do que os jogadores de forma individual, mas não deixa de ter graça que se essa pergunta fosse feita há três meses teria sido feita de outra maneira. Os jogadores precisam de tempo para conhecer e adaptarem-se a uma nova realidade. Há muito gente, mesmo dentro do futebol, que se esquece com muita frequência disto.
- Benfica recusou novo empréstimo de Kardec ao Santos por causa da venda de Danilo ao FC Porto?
- Não. O Santos negoceia com quem quer, mas se negoceia com o Benfica das duas uma, ou aceita as condições do Benfica ou então não se pode depois queixar por ter ficado sem o jogador, nada mais simples...

O BENFICA NÃO VAI ÀS COMPRAS EM JANEIRO
-Como vai ser o posicionamento do Benfica no mercado de Janeiro? Está a ser equacionada a contratação de mais um médio?
- Atento a boas oportunidades que possam surgir, mas sabendo que a equipa tem correspondido às expectativas que depositava nela e, portanto, não estou a equacionar nenhuma contratação. Se ela acontecer não será por necessidade, mas apenas por oportunidade e já a pensar no futuro. O nosso melhor reforço serão os sócios e adeptos presentes nas bancadas da Luz, mas também nos jogos fora. Esse será o nosso melhor reforço de Janeiro.
- Nolito pode sair em Janeiro por empréstimo?
- Não acredito, mas será sempre uma decisão do treinador.
- E de todos os nomes que têm saído na imprensa?
- É algo recorrente, acontece sempre que a janela de transferências se aproxima. É evidente que o nosso departamento de prospeção observa centenas de jogadores, mas isso não quer dizer que os vamos contratar. A verdade é que há sempre muita gente interessada em invocar o nome do Benfica, ou porque isso valoriza o jogador ou então porque isso pode chamar a atenção de outros clubes.
- Como reage a essa situação?
- Já houve tempos em que me irritava profundamente, hoje já me habituei a que isso faz parte do espectáculo e uma necessidade de alguns jornais e de alguns clubes para justificar algumas contratações.
- Portanto é falso o interesse em Centurion ou Fãrina?
- Nós não fizemos nenhuma proposta e não há nenhum empresário com qualquer procuração do Benfica para fazer qualquer tipo de oferta quer seja na Argentina ou na Rùssia, portanto, acompanhei, divertido, a novela que alguns jornais publicaram durante estes dias, mas efectivamente os nossos reforços já estão todos no Seixal.
- Mas houve declarações de responsáveis de um clube argentino a dizer que tinham sido contactados?
- Devem ter-se enganado no nome do clube que os contactou. Lá está, se calhar trazer o Benfica ao barulho é mais uma necessidade para alguns inflacionarem o preço e para outros clubes justificarem as contratações.
- Depois de ficar fora da Champions, o Benfica é candidato a ganhar a Liga Europa?
- O Benfica deve ter sempre a ambição de entrar em campo para ganhar qualquer jogo e qualquer competição, mas deve ter o realismo de saber que o seu principal objectivo é ganhar o campeonato.

RECORDE PRESIDENCIAL E CONFIANÇA DOS SÓCIOS
- O livro lançado recentemente e que retracta o seu percurso no Benfica tem por título «Missão Benfica». É um bom título?
- O Benfica para mim ou qualquer outro presidente tem de ser uma missão, já o disse em várias ocasiões que o lugar de presidente deste clube não pode ser remunerado, porque quando isso acontecer teremos comprometido uma parte significativa da nossa história. Quem vier para aqui tem de o fazer com sentido de missão, é isso que me move e que me trouxe até aqui. O que é que me deixa mais orgulhoso? Todo o percurso que fizemos com os sócios e adeptos.
- Acabou de ser reeleito. Ao fim de quase dez anos a presidência do Benfica é como uma segunda pele?
- Não sei se é uma segunda pele, mas sei que continua a ser um enorme desafio. Porque tudo o que já foi feito e foi muito já ficou para trás, o que nesta casa conta é o que ainda temos de fazer e nesse sentido este é um projecto que nunca se completa.
- O que lhe diz o facto de ser o presidente que há mais tempo está à frente do Benfica?
- É evidente que é motivo de orgulho e de enorme responsabilidade, primeiro porque isso corresponde à confiança e à vontade dos ´socios que sucessivamente me deram o seu voto. Em segundo lugar, porque o projecto que tinha quando aqui cheguei ainda não está concluído, já muito foi feito, mas continua sempre a haver novos desafios.
- Esperava, quando chegou ao Benfica para ajudar Manuel Vilarinho, o percurso que tem feito no clube?
- Há um ditado que diz que o caminho se faz caminhando. Efectivamente ninguém, muito menos eu, poderia naquele tempo imaginar o que seriam estes 12 anos e muito menos imaginar tudo o que faríamos neste tempo.
- Alguma vez sentiu vontade de desistir, esteve perto de desistir ou foi pressionado pela família para o fazer?
- Desistir não, mas é evidente que há sempre momentos de maior frustração, momentos em que pensamos no tempo a menos que dedicamos à família, momentos em que as dúvidas são mais que as certezas, mas isso faz parte do dia-a-dia de quem lidera um clube como este.
-Nestes anos de Benfica, qual foi o momento que mais prazer lhe deu? E o mais complicado?
- Houve momentos de enorme alegria e outros tantos muito complicados. Não vale a pena fazer a contabilidade. O que interessa saber é que temos conseguido ultrapassar os momentos mais difíceis e de cada vez que isso acontecer ficámos mais fortes.

MONIZ, PT NA SPORT TV E DIREITOS TELEVISIVOS
- Que mais-valias pode trazer José Eduardo Moniz para o Benfica?
- As mais-valias que qualquer outra pessoa com o curriculum, a capacidade e vontade dele pode trazer. Creio que é esse o caso.
- A entrada de Moniz teve também a ver com a necessidade de ter, dentro do clube, um perito em televisão?
- Não, não foi por isso que ele integrou o projecto, mas sim porque é alguém com valor para ajudar em várias áreas e não apenas nessa. Mas é evidente que as capacidades que o José Eduardo Moniz tem nessa área têm de ser aproveitadas, seríamos loucos se o não fizéssemos...
- Estamos a entrar em 2013, ano em que finda o contracto com a Olivedesportos. Já pode adiantar em que moldes o Benfica irá colocar os jogos na Luz na Benfica TV?
- A única coisa que nesta altura lhe posso dizer é que estamos a trabalhar nesse modelo e quando for oportuno diremos qual é o caminho que iremos seguir, mas nesta fase não vou adiantar nada mais do que isto.
- A entrada da PT no capital da Sport TV pode ser vista como uma 'manobra' contra a decisão do Benfica?
- Desconheço a lógica que está por detrás da decisão da PT e por isso não vou fazer qualquer juízo de intenções sobre essa matéria.
- Se a Liga insistir na centralização dos direitos televisivos, o Benfica pode ficar de fora?
- O Benfica não está contra o princípio da centralização dos direitos televisivos. Pelo contrário, até acreditamos que essa pode ser uma boa solução para o futuro do futebol nacional, desde que os critérios de distribuição de verbas sejam os mais justos e, sobretudo desde que sejam garantidos os princípios de uma livre concorrência entre candidatos a ficar com esses direitos. Naturalmente que uma Sport TV detida pelos dois principais distribuidores do sinal televisivo (Zon e Meo) limita essa concorrência.

MEDIDAS ANTI-CRISE PARA AJUDAR ADEPTOS
- Apesar da crise, sente que os adeptos continuam ainda a dar muito mais peso ao coração do que à razão, sem olhar a custos?
- Hoje ninguém pode dizer isso. Há uma crise sem precedentes em Portugal e as pessoas são obrigadas a pensar duas vezes onde vão fazer os seus investimentos. Estamos a sentir pela primeira vez uma maior dificuldade por parte de alguns sócios em pagar as suas quotas. Mas felizmente, a esmagadora maioria tem sabido tirar partido dos descontos que o seu estatuto de sócio proporciona e assim, conseguem juntar a emoção e a razão.
- Que medidas anti-crise tem previstas para manter os adeptos no estádio?
- Vamos continuar a manter os preços para sócios dentro de padrões acessíveis. Lançamos recentemente o bilhete família que proporciona um acesso a quatro pessoas a preços extremamente baratos. No estado em que o país está não podemos ficar indiferentes às dificuldades dos nossos sócios e adeptos. Mesmo aqueles que nos ajudaram a construir o estádio, aqueles que adquiriram o título «fundador» vamos ter o cuidado de não os penalizar quando o período do seu lugar terminar. No fundo vamos ter de repensar toda a política de bilhética indo de encontro às necessidades dos benfiquistas.

APOSTA NA FORMAÇÃO E AMPLIAÇÃO DO SEIXAL
- A prazo, com a aposta a virar-se para a formação e cada vez com maior dificuldade em recrutar no estrangeiro, o Benfica arrisca-se a perder competitividade?
- Não, não creio por um lado que deixemos de recrutar no estrangeiro. Devemos é fazê-lo com mais critério. Depois porque não vejo isso como uma dificuldade, mas como uma oportunidade. A nossa formação começa agora a dar, de forma sustentada, indicadores de que vamos poder recorrer ao Seixal com segurança e qualidade. Portanto, vamos continuar a estar atentos à qualidade, esteja ela onde estiver, puxando cada vez mais pela nossa formação.
- Concluídos Estádio e Centro de Estágio, o Museu é a última grande obra de que o Benfica precisa?
- Não. Vamos, por um lado, ampliar o complexo do Seixal com mais dois ou três campos e mais uma bancada no campo número um. Por outro lado, e voltando à questão da memória, vamos desenvolver uma estrutura de apoio para os nossos ex-atletas que por qualquer infelicidade tenham necessidade desse apoio. Foram esses jogadores que fizeram a história do Benfica e nos trouxeram até aqui, agora devemos ser nós a dar-lhes o apoio que alguns deles precisam. E quero que essa estrutura ou «casa» de apoio, se preferir, seja no Seixal, para eles poderem estar próximos das novas gerações de jogadores, para poderem transmitir aos novos a memória do Clube. Espero que até meados de 2013 o projecto possa dar entrada na Câmara do Seixal. Finalmente, quero dar aos sócios um espaço de convívio com todas as comodidades na estádio da Luz. Como disse atrás, o Benfica é um projecto que nunca se completa. Portanto, quem sabe se daqui a quatro anos não estaremos a falar de outra grande obra.

FPF SEM CHEQUE EM BRANCO
- Como avalia o primeiro ano de Fernando Gomes na liderança da FPF?
- Faço, essa avaliação regularmente, não a vou revelar, mas posso dizer-lhe, e o Presidente da Federação Portuguesa de Futebol sabe-o, que não dou cheques em branco e sou exigente quando está em causa a verdade e a transparência no futebol.
- Acredita que a Liga supere as dificuldades de financiamento com que se debate?
- Tenho esperança que assim aconteça e todos nós, clubes, temos de nos envolver para encontrar soluções.
- O Benfica tem uma hegemonia nacional cada vez mais vincada nas modalidades. A política seguida é para continuar?
- Nas modalidades, tal como no futebol, foi necessário recuperar tudo desde a base e a verdade é que os resultados começam a aparecer. Quero ganhar em todas as modalidades, creio que temos condições e ambição para o fazer.


«Afirmações de Proença sobre os observadores têm de ser investigada
AINDA A ENTREVISTA DE PEDRO PROENÇA A A BOLA E O REPTO QUE É LANÇADO À JUSTIÇA DESPORTIVA
-Esta época tem havido mais paz na arbitragem portuguesa?
- Quando os resultados não ficam ligados a erros da arbitragem é normal que assim seja. Mas fico preocupado quando numa entrevista a este jornal, Pedro Proença reconhece que há jovens árbitros que não conseguem subir devido a alguns lobbies, o que é uma afirmação grave. Mas há outra frase de igual gravidade, quando o mesmo árbitro reconheceu que há observadores que não têm qualidade. Vou citar: «Observadores? Ninguém entende que um má prestação tenha uma boa nota.» Estas afirmações - e outras feitas, na mesma entrevista, por Pedro Proença, de igual gravidade - têm de ser investigadas porque não foram feitas por nenhum dirigente, foram feitas por um árbitro internacional. E a verdade em relação aos observadores é que na temporada passada árbitros com erros gravíssimos tiveram boas notas dos respectivos observadores. Isso é normal? Claro que não! Quer um exemplo? O jogo Académica-Benfica! São estas denúncias que devem ser investigadas se queremos que o nível do futebol português suba.
- E o que sentiu quando Pedro Proença reconhece que não se fez justiça no Apito Dourado?
- Isso é aquilo que todos os portugueses sentiram, qualquer que seja a cor do clube. A inocência de alguns, declarada em alguns tribunais deste país, é a maior fraude da justiça portuguesa, mas isso é uma história que algum dia será contada. Não sei se será daqui a 5, a 10, ou a 20 anos, mas algum dia se vai saber quem foram os juízes e as verdadeiras razões que tiveram para ignorar as provas que tinham à sua frente. Infelizmente parece que o bode expiatório de tudo isto acabou por ser o Boavista, mais fácil de condenar e que serviu para tapar muita coisa...
- Tem preferência por algum árbitro para o Benfica-FC Porto?
- Tenho. Um que seja competente, que não prejudique  Benfica e que não venha depois pedir desculpa pelo erro, porque nessa altura já é demasiado tarde Creio que não é pedir muito. O último Sporting-Benfica provou que os árbitros portugueses sabem apitar.

«A actual crise do Sporting? O Benfica estava bem pior...»
O PRESIDENTE DO BENFICA LEMBRA A SITUAÇÃO DE SEU CLUBE EM 2000 QUANDO VILARINHO CHEGOU AO PODER
- A crise desportiva e financeira que está a passar o Sporting é má para a industria do futebol, no seu todo?
- O Sporting faz falta com certeza, mas as crises podem ser oportunidades, depende da vontade e da capacidade de quem enfrentar as crises. Veja o caso do Benfica quando Manuel Vilarinho aqui chegou. Esse Benfica pós Vale e Azevedo, do ano 2000, não tem comparação com este Sporting. Estava bem pior e, no entanto, conseguimos recuperar a grandeza, a credibilidade, as infra-estruturas, as finanças... Lá está, fizemos de um gravíssimo problema uma oportunidade. A solução está sempre nas mãos de quem dirige.
- Os clubes, especialmente os que têm mais adeptos, não deviam encontrar mais plataformas de entendimento, para bem de todos?
- Ficaria surpreendido se lhe dissesse a quantidade de reuniões que os representantes dos clubes, nomeadamente o Sporting, o FC Porto e o Benfica têm, de coordenação, em matérias especificas  As estruturas profissionais dos clubes, independentemente desse trabalho não chegar ao vosso conhecimento.

AS CADEIRAS ARDIDAS E O SMS DE GODINHO
- O Sporting já pagou ao Benfica o valor das cadeiras que arderam no derby da época passada?
- Lamentavelmente não e já lá vai mais de um ano. Isto sim é um problema sério que deveríamos resolver, o tempo que demora a justiça desportiva. Entre recursos para trás e para a frente e outras manobras processuais, a verdade é que aqueles que já deviam ter pago continuam sem o fazer. Isto devia ser motivo de reflexão para os responsáveis da Liga e da Federação.
-Se Godinho Lopes tivesse encontrado em contacto directo consigo, teria sido possível que o último Sporting-Benfica fosse adiado 24 horas?
- Acho que já se perdeu demasiado tempo com isso e não vou contribuir mais para esse folclore.
- Mas o Presidente do Sporting tentou falar consigo, mandou o tal SMS?
- Duas frases e depois nem mais uma palavra sobre o tema: Houve muitos intermediários durante todo o dia e a todos disse o mesmo: ele que me ligue! Não o fez e apenas enviou o SMS quando a Liga já tinha comunicado a decisão de manter o jogo para o dia e hora que estava agendado. A história resume-se a isto. Como pode ver, o Sr. Godinho Lopes nunca me ligou!


«Nunca me arrependi de ter contratado Jorge Jesus»
VIEIRA APRECIA O TRABALHO DE JESUS MAS DIZ QUE AINDA NÃO É A HORA CERTA DE FALAR DE RENOVAÇÃO
- Jorge Jesus, que está a meio da quarta época consecutiva, é o melhor treinador do Benfica desde Eriksson?
- Já ultrapassou várias marcas de Eriksson, ainda há outras por ultrapassar, mas o que interessa é que é um treinador sério e trabalhador que já nos deu muitas alegrias, que formou jogadores. Mas também é justo dizê lo que Jesus beneficiou de uma estrutura que poucos treinadores têm em Portugal e de um investimento em jogadores que nuca antes o Benfica tinha feito. Portanto, nunca ninguém ganha nada sozinho, o sucesso é sempre o fruto do trabalho de equipa.
- Jorge Jesus só renova se for campeão nacional? Ou admite que ele não fique mesmo sendo campeão?
- Este não é o tempo para analisar essa questão e não será seguramente nos jornais. O que posso dizer é que até hoje não me arrependi da decisão que tomei de o contratar.
- Um estudo recente revelou que Jesus é o 14.º treinador mais bem pago da Europa (valores em bruto). É um investimento que tem sido rentável para o Benfica'
- Um jogador ou um treinador podem ganhar pouco e serem extremamente caros e, ao contrário, podem ganhar muito e serem um bom investimento. Jorge Jesus trouxe estabilidade, fizemos boas campanhas a nível europeu, valorizou jogadores... É evidente que quando assinei esse contracto os tempos eram totalmente diferentes. Hoje estamos mergulhados numa crise tremenda que nos obriga a gerir com muita contenção e rigor e todos temos de estar conscientes disso. Os tempos mudaram radicalmente.


«Novo Museu Cosme Damião será um dos melhores do Mundo»
DENTRO DE DOIS MESES LUÍS FILIPE VIEIRA CUMPRIRÁ UMA DAS PROMESSAS QUE FEZ AOS BENFIQUISTAS
- O Museu Cosme Damião, a inaugurar no dia do 109.º aniversário do clube (28 de Fevereiro de 2013), o que representa para si?
- Em primeiro lugar significa que cumpri a palavra, uma vez que tinha prometido aos sócios que o faria. Em segundo lugar é o culminar de um processo de anos, fizemos o Centro de Documentação e o Centro de Restauro que são fundamentais para o Museu e só depois é que avançamos para o Museu.
- O que devem esperar os benfiquistas deste novo espaço?
- Mais uma vez foi um projecto estruturado e por isso é que vai ser um  dos melhores do Mundo. Vai ser um projecto que vai surpreender e que é destinado não apenas aos benfiquistas, mas a todos os portugueses.
-Qual a mensagem que pretende que o Museu passe?
- A mensagem é clara: não podemos ter futuro se não cuidarmos do passado, isso para mim sempre foi claro. Mas sabia que o Museu só poderia ser construído depois de resolver e apagar os incêndios maiores que encontramos quando aqui chegámos.
- Onde têm estado guardados os troféus do Clube?
- A verdade é que era uma dor de alma ver os nossos troféus armazenados sem quaisquer condições nas caves do estádio. Esses dias, felizmente, chegaram ao fim. Sempre quis que este clube recuperasse a sua memória. É muito importante que os benfiquistas tenham memória e o Museu vai funcionar precisamente como memória do clube.
- O Museu Cosme Damião representou um investimento importante e deverá haver por parte da Direcção algumas expectativas quanto às receitas que irá gerar...
- Quanto a receitas, creio que a principal será o reconhecimento dos nossos sócios e adeptos pelo trabalho realizado nesta obra. Essa é a receita que eu, pelo menos, mais valorizo.

«Cuidado que há fundos... e fundos»
O LÍDER ENCARNADO ENTENDE QUE A UEFA NÃO PODE COLOCAR TODOS OS FUNDOS NO MESMO SACO...
- A UEFA quer criar medidas que impeçam os clubes de ceder partes dos passes dos jogadores a terceiros (fundos). É uma medida positiva ou prejudicial para os clubes?
- Depende. Estaria de acordo em limitar os fundos que ninguém conhece e cuja a origem é muitas vezes duvidosa. Mas no nosso caso, fizemos o Benfica Stars Fund com total transparência, com a aprovação e debaixo da supervisão da CMVM.
- A UEFA sabe disso?
- Explicámos tudo isto à UEFA que não nos levantou nenhum obstáculo, excepto dizer que o dinheiro gerado pelo futebol tinha de ficar dentro da indústria do futebol. Eu pergunto: será que os juros que todos os clubes europeus pagam pelos seus empréstimos bancários ficam dentro da indústria do futebol? Ou pelo contrário alimentam a indústria bancária? Será que os dividendos distribuídos pelos clubes aos seus accionistas ficam dentro da indústria do futebol? Ou servem para remunerar adequadamente o capital investido, independentemente de onde ele vem?
- Está, pois, contra a medida da UEFA, nos termos em que tem sido anunciada?
- Não tenho dúvidas em afirmar que se trata de uma medida discriminatória, pouco sustentada, meramente política e contra os países mais pequenos e que têm conseguido dar cartas na Europa. Acho que a UEFA devia reconhecer que há Fundos e Fundos...

Rui Costa tem muitas qualidades
Há uns anos, Luís Filipe Vieira afirmou que via em Rui Costa qualidades para vir a ser, um dia presidente do Benfica...
«Continuo a dizer... que Rui Costa tem muitas qualidades, e por isso integra esta equipa, mas sei que também há outras pessoas com enormes qualidades e com vontade de servir o clube... poucos meses depois de ser reeleito este não é, nem deve ser, um tema... dependerá da avaliação pessoal que o Rui e as outras pessoas fizerem quando esse momento chegar».

Estoril antes do FC Porto
(...)
«todos os jogos são decisivos para o Campeonato, por isso é que antes do Porto temos de nos concentrar no Estoril».
Quanto à partida com os dragões...
«têm sempre uma carga emocional diferentes, mas de nada adianta ganhar esse encontro se a seguir não fizermos bem o nosso trabalho de casa. Porque todos os jogos são importantes e todos os jogos vão servir para definir o vencedor da Liga»."

Entrevista de José Manuel Delgado, a Luís Filipe Vieira, in A Bola


Voando sobre as Aves !!!


Benfica 6 - 0 Aves

O Benfica voou, e o Aves nem um pé conseguiu levantar...!!! O caminho para o Jamor continua aberto...
Bom treino para o Estoril, o jogo que realmente interessa, deu para rodar alguns jogadores com menos minutos, e até deu para testar alguns jogadores fora das suas posições...