Últimas indefectivações

sábado, 26 de agosto de 2017

Mundial de Canoagem...

7.º lugar na Final do K1 500m, foi o melhor que a Teresa Portela conseguiu...
Na sessão da tarde, voltou a qualificar-se para a Final A do K1 200m (amanhã), onde não deverá ter hipóteses de lutar pelas medalhas...
Mesmo assim, além da Prata do Fernando Pimenta, a Teresa acaba por atingir duas Finais A, algo que todas as outras embarcações portuguesas falharam... Com o João Ribeiro e a Joana Vasconcelos a ficarem pelas Finais B, tanto no K2 como no K4...!

Comissão de Instruídos da Liga

"Tivesse a Comissão de Instrutores da Liga as devidas preocupações ambientais e, certamente, teria elaborado "um auto de flagrante delito" ao Eliseu por ter andado a queimar gasóleo à tripa-forra na "zona técnica" das cabinas do Estádio da Luz para depois, não contente com a desfaçatez, ter o mesmo Eliseu continuado a queimar gasóleo no relvado do referido recinto em piruetas motorizadas para depois, como se não bastasse, ter-se enfiado com o veículo de duas rodas dentro de um autocarro de quatro rodas – o que é proibido pelo código dos transitários – para, finalmente, o mesmíssimo Eliseu desembocar em mais e maiores emissões de dióxido de carbono em voltinhas na Praça do Marquês causando aquele "alarme social" que varreu o país de lés-a-lés na noite do dia 13 de Maio passado. Fosse a Comissão de Instrutores da Liga uma Comissão de Instruídos da Liga, instruídos naturalmente em questões civilizacionais básicas, e o Eliseu estaria algemado desde a festa do "tetra" pelo horror que causou a uma quantidade de gente alérgica a estas coisas. Mas, infelizmente para o bom nome das competições profissionais no nosso país, existe uma Comissão de Instrutores da Liga mas uma Comissão de Instruídos da Liga é coisa que não existe. Pensem nisso.
Um voo proveniente de Bruxelas aterrou em Lisboa trazendo a bordo um adolescente de 17 anos a quem, presume-se, um dia será confiada a baliza do Benfica. É verdade que os fora-de-série Oblak e Ederson eram muito jovens quando se viram de pedra e cal no onze titular mas nenhum deles era propriamente um "teenager" quando Jorge Jesus, no caso do esloveno, e Rui Vitória, no caso do brasileiro, os fizeram alinhar pela primeira vez na equipa principal. O que pretenderá fazer o Benfica com Mile Svilar até ao momento em que o belgazinho estiver maduro para as altas tarefas da competição no mundo dos adultos? Ou já está? O mais jovem guarda-redes que alinhou alguma vez pelo Benfica em mais de um século de história foi Rui Nereu que se estreou aos 19 anos num jogo da Liga dos Campeões com o Villareal. O "teenager" Nereu substituiu Quim que se lesionou à meia hora do jogo no El Madrigal e fez os 90 minutos inteiros na recepção ao mesmo Villareal porque, à data, Quim continuava inoperacional e Moreira também tinha caído à enfermaria. Não foi nada feliz Rui Nereu nessa ocasião com o Villareal no Estádio da Luz e, desde então, a ideia de guarda-redes adolescentes de águia ao peito sempre horripilou um bocadinho os adeptos. A qualidade excepcional de Oblak e de Ederson ajudou, entretanto, a desfazer o preconceito contra a juventude extrema num lugar de tanta responsabilidade. Confiantes depois destes dois magníficos exemplos do passado recentíssimo, os benfiquistas anseiam agora por ver a alegada qualidade excepcional de Mile Svilar estabelecer um novo marco etário nos registos da casa. Ou isso ou esperar."

O fim dos árbitros

"Nicola Rizzoli, árbitro italiano de 45 anos que já apitou finais de Liga Europa, Champions e Mundial, deu entrevista à Gazzeta dello Sport na qual, analisando os efeitos do videoárbitro em Itália, se socorreu de discurso de preparação geral - do estilo, «toda a gente vai ter de habituar-se» - que me soou, felizmente, ultrapassado pela realidade portuguesa. De resto, pelo menos uma das opiniões de Rizzoli sobre a arbitragem, com todo o respeito, pode ser debatida; diz ele que «o VAR não vai acabar com a importância dos árbitros». Lamento, mas vai. Carl Benedikt Frey e Michael A. Osborne, investigadores de Oxford, publicaram em 2013 The Future of employment: how susceptible are jobs to computerisation?, documento no qual antecipam a probabilidade de desaparecimento de várias ocupações nos próximos 20 anos por força da informatização.
A lista incluiu 702 o sectores de actividade e os árbitros de modalidades desportivas estão no lugar 684, com uma probabilidade de 98 por cento de desaparecerem. Por isso, miúdos, se estão a pensar fazer disto vida, pensem melhor. Há pior do que árbitros, é verdade, como operadores de telemarkting e reparadores de relógios. Enfim, Rizzoli também já está no final de carreira e não vai ser afectado. De resto, a outra profissão dele, a de arquitecto, está no lugar 35 da lista, com menos de um por cento de probabilidade de desaparecer. No que me toca, como jornalista, tenho razões para optimismo, porque repórteres, editores de informação, autores e escritores não estão, dizem eles, em risco. O desporto, mesmo sem árbitros, por cá continuará: treinadores, detectores de talentos, cientistas de treino, nutricionistas e atletas estão bem na lista de Frey e Osborne. Os árbitros, portanto, tal como quem gosta de lhes discutir as decisões nos limites primários da inteligência, é que parecem ter os dias contados. O futuro soa muito bem."

Miguel Cardoso Pereira, in A Bola

Benfiquismo (DLXXII)

Bonito...

Jogo Limpo... Champions e o resto...

Uma Semana do Melhor... Realeza!

Uma questão de vírgulas

"A gravação das palavras de Jorge Sousa não foi aprovada por um Juiz

É injusta, deselegante e discriminatória a pena de três jogos de suspensão aplicada pelo Conselho de Disciplina da FPF ao árbitro Jorge Sousa. Foi-lhe aplicado esta semana o castigo por ter posto na ordem um jogador de futebol dirigindo-se--lhe, é verdade que autoritariamente – mas não é essa a sua função? – em termos isentos de perfídia, isentos de deseducação e de vulgaridade tendo em conta (e foi isto, precisamente, que os doutos juízes e conselheiros da justiça desportiva não tiveram em conta!) que o sobredito cidadão Manuel Jorge Sousa nasceu no Porto. Lá nasceu há 42 anos e lá, no Porto, deve ter sido criado desde o berço pelo que, à luz da Academia da Língua Portuguesa – que não existe mas devia de existir – está o árbitro em questão superior e civilizacionalmente autorizado a proferir a palavra "c……" no princípio, no meio ou no fim da cada frase, como soar melhor, sem que se lhe possa atribuir intenções de ofender quem quer que seja ou de se ofender a si próprio por recorrer a baixezas, a grosserias ou a coisas ainda piores.
A condenação absurda de Jorge Sousa começa logo por incorrer num gravíssimo erro formal. A gravação das suas palavras não foi autorizada por um juiz!!! E, no entanto, já todo o país as ouviu. Ora aqui está o famosíssimo erro formal que, em tempos não muito distantes, serviu para safar das garras da lei uma catrefada de acusados de um outro processo em que o vernáculo era rei e senhor num rol infindo de palavras, de metáforas pecaminosas e de interjeições da mais variada estirpe que nada valeram em tribunal mas que continuam disponíveis no Youtube para os estudiosos destas coisas do linguarejar das nossas regiões.
Ao infeliz Jorge Sousa bastou-lhe uns poucos "c……." para se ver castigado pela FPF que tem sede em Lisboa e está, por certo, contaminada pelos falares de uma Capital de snobes onde as frases mais ouvidas nas suas ruas terminam invariavelmente num horrível "ok" – será por causa dos turistas? – e não em "c……" que sempre é nosso porque é português. Deixem que vos relate um caso que vivi há meia dúzia de anos e que ajudará, espero, a ilibar Jorge Sousa perante a opinião pública. Conversava eu com uma simpática portuense que era professora de Língua Portuguesa no secundário quando, ao trigésimo oitavo "c……" em cinco minutos de diálogo, lhe perguntei sem agastamento mas com curiosidade. "Oh senhora doutora, não serão ‘c…….’ a mais?" E que resposta sublime recebi: "Oh, não ligue, sabe que no Porto ‘c……’ é como se fosse uma vírgula!" E com isto logo se me calou a sobranceria alfacinha. E por isto não posso aceitar o castigo a um árbitro só porque abusou das vírgulas quando utilizava o discurso directo numa acção pedagógica. Liberdade para Jorge Sousa! 

Outras Histórias
Conspirações internacionais
A questão da máquina de lavar não tem importância formal
Uma fonte colocada na Comissão de Instrutores da Liga jurou-nos que a dita Comissão, dando provimento à queixa do director de comunicação do Sporting, acaba de abrir um auto disciplinar ao jornaleco "New York Times", esse bastião lampião a um oceano de distância, por se ter atrevido a escrever erradamente o nome do clube português. Aconteceu que o pasquim elaborou uma maçadora peça jornalística e, a propósito não se sabe de quê, entendeu arrolar o "Sporting Lisbon" a uma quantidade de dislates inspirados na teoria, absurda, de que o nosso país se transformou numa "máquina de lavar dinheiro" de uma antiga colónia. A questão da máquina de lavar não tem importância formal porque sendo coisa singela da área dos electrodomésticos nem sequer é notícia. Já o caso da troca do nome do clube configura, em todo o seu esplendor, uma conspiração internacional que foi prontamente denunciada. Como se dirá ao "jornaleiro" do NYT, e em língua americana, "anda lá o quê, c……!"?."

Eliseu promove instrutores a árbitros

"Sumaríssimo a benfiquista abre precedente perigoso

Na terça-feira será tomada uma decisão sobre o auto de flagrante delito levantado a Eliseu por causa da entrada sobre Diogo Viana no Benfica-Belenenses. Seja qual for a decisão, está aberto um precedente que me parece perigoso. Não está em causa a justiça de um eventual castigo. Esclareço: a ação de Eliseu era passível de expulsão, indiscutivelmente. O problema que se coloca é este: a partir de agora, a comissão de instrutores da Liga (que deu provimento à queixa apresentada pelo Sporting) terá a obrigação de analisar todos os lances que possam ter aquele enquadramento. É claro que há a esperança que os árbitros e os vídeo--árbitros não deixem passar infracções tão graves como a que Eliseu protagonizou, mas a verdade é que há muitas que não são assinaladas ou não têm a merecida acção disciplinar. Logo, todas essas podem ser reclamadas. Cria-se, pois, a oportunidade para que os clubes façam mais queixas e os ‘juízes’ das comissões e dos conselhos sejam confrontados com a necessidade de avaliar situações de jogo que não foram observadas pelos árbitros ou às quais estes tenham feito vista grossa.
Convenhamos, não deveria ser essa a sua função. Quando há dez anos o sumaríssimo foi regulamentado, estabeleceu-se um critério: partindo do princípio que todos os lances de disputa de bola teriam, obrigatoriamente, de ser vistos pelo árbitro (e, como tal, julgados), apenas aqueles que escapavam à sua visão poderiam cair na alçada do sumaríssimo. Nesta sua nova ‘vida’, parece-me que seria aconselhável recuperar esse critério.
(...)"

Foi péssimo o sorteio

"A vantagem do Sporting é ninguém acreditar num apuramento, a desvantagem do Benfica é todos lhe exigirem esse apuramento.

O Benfica fez contra o Belenenses uma exibição convincente, venceu por números que podiam ser bem mais expressivos, tantas bolas foram aos postes e tantos lances de ataque com perigo teve a partida. Gostei do jogo e do que ele significou em entregue e compromisso. Em Vila do Conde tudo será diferente, o adversário lidera, ainda não tendo perdido pontos. O Rio Ave é, até agora, o mais sério candidato a acabar junto aos grandes no fim da época. Vamos ter amanhã. Excepção feita aos clássicos, é o jogo mais difícil de toda a época.
No empréstimo de Carrillo aos ingleses ganham todos. Ganha o Watford um bom jogador, ganha Carrillo uma oportunidade com um excelente técnico que já o treinou, e ganha o Benfica a possibilidade de lançar mais vezes Zivkovic (um prodígio) e Rafa, e vir ainda a fazer um encaixe de muitos milhões, com a valorização de um activo no melhor campeonato do mundo. Este negócio é daqueles que agrada a qualquer adepto.
Na Liga dos Campeões só um Benfica em permanente superação pode aspirar a fazer algo que fique na história, e, por isso, mais importante que um bom sorteio, são grandes exibições na europa do futebol. Exibições na linha do pergaminho com que o Benfica foi apresentado ontem no sorteio - «o Benfica duas vezes vencedor da competição, do grande Eusébio» - podem fazer sonhar com uma qualificação muito difícil. Bastava não ter apanhado o CSKA do pote 4 para ter sido um bom sorteio, qualquer dos outros adversários era bom, pois saiu o único que nos estragava a sorte. O Benfica está num grupo onde os dois campeões europeus têm ligeiro favoritismo, mas isso precisa de confirmação em campo porque o CSKA está muito forte e estes suíços são especialistas em surpresas. Porto, com um grupo equilibrado, e Sporting, sem sorte possível (pote 4), vão também lutar pelas suas possibilidades estatísticas. A vantagem do Sporting é ninguém acreditar num apuramento, o que faz baixar as expectativas, a desvantagem do Benfica é todos lhe exigirem esse apuramento. Para mim, foi péssimo o sorteio, pois queria ir a Baku ou Nicósia, mas as bolas de Totti e Shevchenko não deixaram. Eu que fui fã de ambos, não lhes perdoo a desfeita.
Pior é o ainda longínquo 31 de Agosto, que faz com que hoje ninguém saiba quais os plantéis de que se disporá até ao fim do mercado. Meditem nas regras de um futebol onde amanhã, por exemplo, o milionário dono do Man. City pode ir comprar os melhores jogadores dos adversários que ontem lhe caíram em sorte. Justo? Não."

Sílvio Cervan, in A Bola