Últimas indefectivações

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

𝗘𝘀𝘁𝗿𝗮𝘁𝗲́𝗴𝗶𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝗗𝗲𝘀𝗲𝘀𝘁𝗮𝗯𝗶𝗹𝗶𝘇𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼.

Catarino...

Cofinices!!!


"O Sport Lisboa e Benfica é um clube que desperta paixões, turbilhões de sensações e loucuras desmesuradas. Os adeptos vivem o clube com muito amor. E como em todos os amores, quando falam mal ou tentam denegrir a sua imagem, reagem.
É o se passa com as constantes notícias que circulam, numa imprensa cada vez mais tendenciosos.
Ora, como já não há mais emails para dissecar e truncar, agora utilizam outros estratagemas para criar divisões e ruídos nos adeptos.
Deixamos a pergunta no ar:
▶️ Como pode uma estação de notícias (CMTV + Correio da Manhã) saber o teor de uma conversa de balneário se nem sabem a tempo quais são os jogadores que o Benfica contrata?
Esta época vale tudo, mas mesmo tudo para tirar o Benfica do rumo das vitórias. E bastou um percalço para aparecerem que nem abutres. Só os falidos são bons e não têm problemas em casa.

P.S: entretanto o processo levantado a Luís Gonçalves (Diretor Desportivo do FC Porto), a respeito das ameaças veladas ao árbitro Vítor Ferreira, foi arquivado. Alguém leu isso na Cofina!? Certo, certo, é que o árbitro desceu mesmo de categoria."

Falta de memória!


"O BTV lançou um vídeo com uma entrevista de Neres, na qual o jogador se mostrou feliz por estar no Benfica.
A cartilha portista logo se apressou a dizer que a entrevista é fictícia e que o jogador foi obrigado a ler um teleponto. Dizem mesmo que nem mostra cara de felicidade.
Para eles deixamos esta entrevista de Corona.
Nem precisou de teleponto para responder... 😏"

CM revela confronto? Se é verdade, é grave, se é mentira, é ainda mais grave!


"1. Se é verdade o diálogo entre Vlachodimos e Schmidt que o CM hoje revela, é muito grave que uma coisa destas, que acontece regularmente em todos os balneários de todos os clubes, apareça escarrapachada na praça pública.
2. Mas se não é verdade, se é mais uma daquelas especulações para vender à custa do clube e, de caminho, procurar desestabilizá-lo, então é mais grave ainda.
3. Seja como for, seja verdade ou mentira, o Benfica, a comunicação do Benfica, não pode continuar a primar pelo silêncio, deixando os adeptos divididos no apoio ao treinador ou ao jogador, ao sabor das notícias e comentários das CMTV e CNN da vida. Se é verdade que o tempo e, sobretudo, as vitórias se encarregam de tudo fazer esquecer, não é menos verdade que confiar nisso é um tremendo risco.
4. Esta época é a mais importante desde a do "penta", porque é absolutamente decisiva para o futuro económico-financeiro entre quem vai e quem não vai à Champions. Só um Benfica muito forte e unido poderá aspirar à transcendente revalidação do título e consequente entrada direta numa Champions que para o ano é ainda - e muito! - mais milionária.
5. Pelo que se vai vendo e lendo, só o Benfica tem jogadores insatisfeitos e a querer sair porque não são titulares. Isto ao fim de três jogos de uma época de mais de 50! (Com o FC Porto e Sporting são tudo rosas.) Quando um treinador tem muitas opções, os comentadores debitam a velha máxima das "boas dores de cabeça"; como é com o Benfica, a coisa está transformada num problema.
ABRE A PESTANA, BENFICA!!!"

5 minutos: Diário...

Visão: Manolis Giakoumakis...

RND - Olhares #1

Terceiro Anel: Diário...

Aquecimento - O Meu Craque #12 - Ederson, Neto e Gaitán...

A Verdade do Tadeia - Flash - Braga...

A Verdade do Tadeia #2024/14 - Onde encaixar o melhor Aursnes

4.ª à Grande...

Contas Feitas, Dúvidas Desfeitas, excerto

Quarta, excerto...

«Mr. Durand, I presume...»


"Sabia que Sehore tinha algo que ver com a história do futebol mas demorou um tempo muito razoável para descobrir o quê na minha memória decididamente afectada pela interpretação de tanto calor e tanta humidade que se me desse ao luxo de retomar o ritmo normal da respiração muito provavelmente cairia redondo, morto por afogamento em suor.

A primeira vez que estive em Sehore estava um calor tão bruto e a humidade tão grande que quase era capaz de apostar que os ovos ficavam cozidos dentro das galinhas. Não há nada de muito especial para se ver em Sehore e eu estava a caminho de Bhopal, capital do Estado de Madhya Pradesh que, essa sim, tem muito para ver embora eu esteja cem por cento de acordo com a velha frase de Henry Michaux: «Na Índia não há nada para ver; é tudo para interpretar». Por isso interpretei todo o calor e toda a humidade que me rodeavam e fui andando pelo meio de centenas e centenas de pessoas que, muito evidentemente, interpretavam o calor e a humidade de uma forma muito diferente da minha. Sabia que Sehore tinha algo que ver com a história do futebol mas demorou um tempo muito razoável para descobrir o quê na minha memória decididamente afectada pela interpretação de tanto calor e tanta humidade que se me desse ao luxo de retomar o ritmo normal da respiração muito provavelmente cairia redondo, morto por afogamento em suor.
O meu processo de reposição de factos antigos exige lembrar algo que me faça lembrar algo para poder recordar algo. Comecei por Stanley quando encontrou o dr. Livingstone em Ujiji. David Livingstone era um escocês que andava por África às custas da Geographic Society tentando descobrir as nascentes do Nilo. Como já há uns anos que dava notícias, Henry Morton Stanley ofereceu-se para encontrá-lo. E encontrou. Numa aldeia de palhotas, com garotos retintos e mulheres de peitos à mostra. Tentou ter graça e não se saiu mal com a pilhéria com que se dirigiu ao único homem branco que viu na sua frente: «Dr. Libingstone, I presume?». Stanley era meio galês e não se chamava Stanley, era John Rowlands, mas agora esse pormenor não vem grandemente a propósito. A propósito vem a canção dos Moody Blues que me ocupou, agora mesmo, uma parte do cérebro:
«Doctor Livingston, I presume
Stepping out of the jungle gloom
Into the midday sun
What did you find there?
Did you stand a while and stare?
Did you meet anyone?».
Pois, lá está, é mesmo assim que se mexem as rodas dentadas da minha memória porque já vou por caminhos que não eram os que desejava, preciso de retomar o rumo, eu queria mesmo era falar de Sir Henry Mortimer Durand, que nasceu em Sehore no dia 14 de janeiro de 1850, mais de 21 anos antes de Stanley dar um vigoroso shake-hands ao Dr. Livingstone em Ujiji, nas margens do lago Tanganyka.
Durand gostava de futebol. Gostava mesmo muito de futebol. Mas o futebol na Índia é mais para interpretar do que outra coisa qualquer. Há gente que tem ataques de riso só por se juntar futebol e Índia na mesma frase. Pois isso é algo de bastante desagradável, se querem a minha opinião e, se já chegaram até aqui é porque querem.
Para lá do futebol, Durand levou uma vida bastante monótona, if I may say so. Era um daqueles burocratas de pai e mãe, embora o Major-General Sir Henry Marion Durand, seu progenitor até tenha passado por várias atribulações quando cumpriu serviço militar nos Bengal Engineers.
Em 1888, ou seja, há 135 anos, Mortimer Durand estava em Shimla, no norte da Índia, a recuperar de uma angina pectoris que o deixou praticamente a pão e laranjas. Não se pode dizer que fosse dono de uma imaginação prodigiosa mas uma ideia esplêndida brotou-lhe das meninges assim de repente: organizar um torneio de futebol entre equipas representativas dos vários regimentos da Indian Armed Forces, E assim nasceu a Durand Cup, que ainda hoje se disputa, e é uma competição tão, tão antiga que pede meças à Taça de Inglaterra, nascida em 1781. Na primeira final da prova, disputada em eliminatórias, os Royal Scots Fusiliers bateram a Highland Light Infantry por 2-1.
Foi preciso ter uma paciência digna de Gandhi para esperar pelo momento em que, com um toque de soberana generosidade, os britânicos aceitassem a participação de clubes indianos na Durand Cup. E foi preciso esperar até 1940 para se assistir ao escândalo: o Mohammedan Sporting Club, de Calcutá, do Estado de West Bengal, venceu o Royal Warwickshire Regiment por 2-1 na final e a festa foi de tal ordem que milhares e milhares de indianos saíram para comemorar o triunfo sobre o domínio do Raj como se comemorassem a independência do Império Britânico, algo que sucederia sete anos depois. Claro que nessa altura já Sir Henry Mortimer Durand batera as botas há que tempos - 1921. Tinha sido embaixador em Espanha e nos Estados Unidos mas definhara com saudades da sua Índia. Os Moody Blues cantam-me na memória:
«There are Indians by the score
In many places that I saw
I’ve still not found what I’m looking for».
Durand era um indiano muito especial, essa é que é essa. Um daqueles indianos que não têm nada para ver mas têm tudo para serem interpretados."

Desporto e identidade


"O desporto desempenha um papel importante no desenvolvimento das identidades - locais, regionais ou nacionais. Os grandes eventos desportivos são um “terreno” ideal para se analisar a relação entre o desporto e as identidades. Na prática, isto significa demonstrações de “banal nacionalismo” (Billig, 1995), que são particularmente comuns durante as competições desportivas. Temos, por exemplo, o vestir a camisola da equipa nacional, acenar com a bandeira do país ou cantar o hino nacional. Tudo isto, se traduz numa “performance” de identidade nacional. Mesmo que seja difícil avaliar em termos concretos, participantes e espetadores podem reforçar o seu sentimento de pertença à nação.
Os espetáculos desportivos podem se tornar parte integrante da “memória coletiva”. Partem de uma série de acontecimentos socioculturais e históricos que constroem a nação e se tornam do conhecimento comum. As grandes competições colocam também em evidência as tensões de identidade nas sociedades.
Os Estados modernos utilizam o desporto para fins políticos, permitindo que o desporto forje novos laços entre as comunidades. Nas grandes competições desportivas, os países de acolhimento apresentam-se como entidades capazes de investir em grandes instalações desportivas e capazes de investir em grandes eventos. As medalhas conquistadas pelos atletas que representam o seu país em competições supranacionais tornam-se uma fonte de orgulho nacional.
A utilização política do desporto pelos governos intensificou-se a partir dos anos 1930, no coração da chamada “Europa totalitária”. Ditaduras como a Itália de Mussolini e a Alemanha de Hitler acolheram os maiores acontecimentos desportivos (Campeonato do Mundo de Futebol, em 1934, em Itália; Jogos de Inverno e de Verão de 1936, na Alemanha) com o objetivo de promover as suas visões da sociedade à escala internacional. De uma forma mais positiva, a organização dos Jogos por Barcelona, em 1992, contribuiu para dar uma imagem dinâmica, não só da cidade, mas também de Espanha, finalmente livre do franquismo e recentemente integrada nos Estados-Membros.
A promoção de uma identidade comum é fundamental para o projeto europeu. A União Europeia (UE) tem uma bandeira, um hino nacional, fronteiras e um número de cidades consideradas capitais, devido à presença das suas instituições. No entanto, durante as grandes competições desportivas, a identidade nacional continua a prevalecer sobre o sentimento de pertença à UE."

Erling Haaland: Um superdotado


"Num fugitivo apontamento pessoal, resumo o que encontrei sobre o norueguês Erling Haaland, um jovem de 22 anos, com a alta estatura de 1,93 m. , diante de quem os adeptos do Manchester City se prosternam, tantas são as vitórias que já lhe devem, um superdotado que é um misto de força física e mental. Trata-se de um futebolista, como já todos sabem, mas que tanto lhe exaltam as qualidades que já lhe vaticinam um lugar entre os eleitos desta fascinadora modalidade desportiva. Ganha, hoje, como futebolista do City, um milhão de euros semanais. De facto, no final da época passada, já tinha conseguido este feito invulgar: 52 golos, em 53 jogos! ”É o primeiro jogador de topo a marcar meia centena de golos, numa época, em 92 anos, desde que Tom “Pongo” Waring chegou aos 50 golos, pelo Aston Villa, em 1930-31. Ainda não chegou ao recorde de Dixie Dean de 63 golos pelo Everton, em 1927.28, quando Stanley Baldwin era primeiro ministro pelos Conservadores e Jorge V o monarca reinante” (revista do Expresso, de 2023/8/11).
Uma qualidade tem ele que, nestes tempos sombrios e tormentosos, vai rareando: parece ser um jovem, em permanente alegria, instintivamente “bem disposto”. Muito dado a piada pronta e desarmante, é o companheiro ideal para um almoço entre amigos, ou num encontro para aliviar o peso (brandamente agoniante) da rotina diária. Os treinos, no City, passaram a ser outros, com a sua presença, pois que, para além de ser um gracejador repentista, imita, primorosamente, a voz dos seus colegas de equipa. A sua eficácia, como rematador imparável, valeu-lhe o cognome de “O Exterminador”. Mas ao Haaland pouco lhe importa o que dele dizem, continua o mesmo de sempre: descontraído e folgazão. Com isto, não se diz que ele seja um estouvanado, um doidivanas, sem princípios norteadores da vida, pois que continua a fazer seus os valores que os pais e os avós lhe ensinaram.
No artigo a que me reporto, refere o articulista da Times, David Collins, que “talvez a maior influência de Haaland seja o seu famoso pai, Alfle Haaland, agora com 50 anos, que jogou pelo Nottingam Forest e pelo Leeds United, na década de 90. E pelo Manchester Ciry no início dos anos 2000, um clube transformado nos tempos modernos pelo dinheiro do Sheikh Mansour, de Abu Dhabi, membro da família real dos Emirados, com um património líquido de 17 mil milhões de libras (19 mil milhões de euros). Em meados da década de 90, Alfle conheceu Gry Marota Braut (…) uma atleta norueguesa e campeã de heptatlo. Casaram e tiveram três filhos: Astor, um estudante de finanças; Gabrielle, uma assistente na área da saúde e personalidade do Instagram; e Erling, o mais novo dos três. Erling nasceu em Leeds, por isso seria elegível para jogar pela seleção inglesa”(op- cit.). Erling, ao contrário dos irmãos, acha des-interessante estudar e super-interessante praticar desporto, mormente o futebol. Um dos seus professores do secundário relata o que lhe ouviu: “Um dia, disse-me, sem receio, que não queria estudar, que não se sentia feliz entre os livros”. E acrescentou: “Mas não tenham receio: vou ser o melhor jogador do mundo”. E o professor não esconde a admiração que nutre pelas qualidades intelectuais do Erling: “E, no entanto, trata-se de um rapaz inteligentíssimo”. De facto, o futebol que, hoje pratica já lhe grangeou as mais exzpressivas manifestações de espanto, no mundo todo. Se não estou em erro, nas sete inteligências, identificadas por H. Gardner (cfr. Frames of mind. The Theory of multiply intelligence, Basic Books, New York, 1983), lá encontramos a corporal-quinestésica, ao lado da lógico-matemática, da musical, da linguística, da espacial, da intrapoeaaoal e da interpessoal. Em produções mais recentes, Gardner propõe a existência de mais três outras inteligências: a naturalista, a existencial e a espiritual. Depois da inteligência emocional e da inteligência social, a teoria das inteligências múltiplas apresenta, no entender de Gardner, as características básicas da inteligência.
Há mais de 25 séculos, a filosofia ocidental vem convivendo com a distinção, com a p+rofinda diferença entre a razão e a imaginação, entre o corpo e o espírito (caminhando-se, hoje, fascinados pelos mitos da hora que passa, para uma naturalização do ser humano). Os gregos logo ensinaram que o logos tem declarada supremacia sobre a physis. A ele cabe o ato de pensar, de refletir, de poder superiorizar-se sobre o mundo físico e de manipulá-lo. Pela reflexão, o ser humano procura, não só respostas para os enigmas da existência, mas ainda o controlo sobre as situações adversas com que a natureza o enfrentava. A definição de homem, como animal racional, acentua bem o valor do logos e o pouco valor da physis que deveria ser conduzida pela razão, o logos, já que na physis se integravam também os sentimentos, as emoções, os sonhos, a fantasia, o imaginário. Dou um salto até Descartes (1596-1650) onde, no Discurso do Método (IV parte) se lê: “Concluí que o eu era uma substância cuja essência ou natureza não é senão o pensar”. Para não me tornar maçudo, direi que a inteligência corporal-quinestésica manifesta-se na capacidade para resolver todos os problemas que emergem do “corpo em ato”, ou da “motricidade humana”. Quem não se lembra dos Galáticos do Real Madrid? Eram todos jogadores de “classe”, a qual não esplendia em todos com igual fulgor, mas todos os galáticos davam tudo o que tinham. A revista QuatroQuatroDois (Lisboa, Novembro de 2013) entrevistou Zidane, Roberto Carlos, Ronaldo e Figo, quatro dos Galáticos. Por todos, falou o Roberto Carlos: “Nenhum de nós se sentia galático”. Luís Figo, saudoso e tranquilo, corroborou: “Acho que ninguém se sentia galático, ou mais importante do que os outros”. O pai de Haaland assevera que o filho tenta seguir uma dieta rigorosa, depois de ter observado que foi com uma dieta saudável que o Cristiano Ronaldo prolongou, durante tantos anos, uma carreira de êxitos. Os êxitos não se conseguem tão-só, com uma dieta medicamente rigorosa. Para além da dieta, há tantas coisas mais a ter em conta, embora a dieta seja fator de importância indesmentível. Até os suaves quebrantos da sua namorada lhe são essenciais…
No entanto, Kevin de Bruyne, Erling Haaland e Lionel Messi, um deles sucede a Karim Benzema como o melhor jogador, para a UEFA, da época de 2022/2023. O médio ofensivo belga, o avançado noroeguês e o avançado argentino são os finalistas da votação, promovida pela UEFA, que anunciará o vencedor, no Mónaco, na cerimónia do sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões, no próximo dia 31 do mês em curso. Em Dezembro de 2019, Haaland assinou pelo Borussia de Dortmund um contrato de 17 milhões de libras (19,8 milhões de euros), com a validade de 4 anos e meio. Após duas épocas na Alemanha, ao longo das quais marcou 85 golos em 88 jogos, Haaland rumou ao Manchester City. Assinou um contrato de cinco anos, no valor de 470 mil euros semanais, subindo pata um milhão de euros com bónus de desempenho. Hoje, quando se salienta o valor dos futebolistas de extraordinária classe, dá-se especial relevo ao dinheiro que ganha. E, por vezes, como sucede com o Haaland, não se esconde que ele não gostava de estudar e, por isso… não estudou! E eu pergunto se educar não é preciso, na vida dos futebolistas. A função primeira do treinador não é educar, mas adestrar. Mas preparar para um rendimento capaz para a alta competição.
E, pergunto ainda, será saudável a alta competição? Na construção do futuro de um futebolista a escola não tem lugar? Faz sentido que a educação dos futebolistas de excecionais qualidades físico-técnicas tenha como professores únicos alguns dirigentes ditos “desportivos”? Já se fala num “novo contrato social para a educação”. O futebol sabe o que isso é? Uma “formação continuada e global” não passa pelo futebol? É preciso descobrir, em qualquer espaço desportivo, o tesouro educativo que dele emerge. E é preciso inovar, para progredir. Eu queria dizer até: é preciso humanizar, tendo em conta um verdadeiro desenvolvimento. É que um futebolista é um cidadão também."

Angola, Brasil e Cabo Verde (CPLP) no Mundial de Basquetebol: Filipinas-Indonésia-Japão-2023


"A 19ª edição do “FIBA World Cup 2023” vai ser realizada, pela primeira vez, em mais do que um país (Filipinas, Indonésia e Japão), no período entre 25 de Agosto e 10 de Setembro do corrente ano. Neste evento, participarão 32 seleções nacionais, o que sucede pela segunda ocasião na história da competição. A primeira aconteceu em 2019 na China. O que também é uma novidade é a presença na prova máxima do calendário internacional de basquetebol, de 3 seleções nacionais (Angola, Brasil e Cabo Verde), membros da Comunidade dos Países de Lingua Portuguesa (CPLP).
Evolução histórica dos Campeonatos Mundiais O inglês William Jones, primeiro Secretário Geral da Federação Internacional de Basquetebol (FIBA), aproveitou o sucesso do torneio de basquetebol nos Jogos Olímpicos de Londres-1948, para criar e aprovar a organização do 1º Mundial de Basquetebol durante o Congresso Mundial da FIBA ali efectuado. O 1º FIBA World Cup realizou-se na Argentina-1950, porque foi o único país que se canditou à sua organização. O factor casa foi fundamental na conquista do título. Os cinco primeiros campeonatos foram efectuados na América do Sul e as seleções do continente americano conquistaram 8 das 9 medalhas nos 3 primeiros eventos. Argentina-1950 (1º Argentina, 2º USA, 3º Chile); Brasil-1954 (1º USA, 2º Brasil, 3º Filipinas); Chile-1959 (1º Brasil, 2º USA, 3º Chile).
Contudo, a partir de 1963, as seleções da União Soviética e Jugoslávia começaram a fazer frente às equipas mais fortes do continente americano. Brasil-1963 (1º Brasil, 2º Jugoslávia, 3º União Soviética); Uruguai-1967 (1º União Soviética, 2º Jugoslávia, 3º Brasil); Jugoslávia-1970 (1º Jugoslávia, 2º Brasil, 3º União Soviética); Porto Rico-1974 (1º União Soviética, 2º Jugoslávia, 3º USA); Filipinas-1978 (1º Jugoslávia, 2º União Soviética, 3º Brasil); Colômbia-1982 (1º União Soviética, 2º USA, 3º Jugoslávia); Espanha-1986 (1º USA, 2º União Soviética, 3º Jugoslávia); Argentina-1990 (1º Jugoslávia, 2º União Soviética, 3º USA).
Entretanto, na sequência do que aconteceu nos Jogos Olímpicos de Barcelona-1992, com a participação do Dream Team (NBA), começou uma nova era nas competições à escala global. Assim, no Mundial de Toronto – 1994, a inclusão dos jogadores da NBA na maioria das seleções alterou de forma significativa os resultados anteriores. O título mundial foi conquistado pelos USA e as medalhas de prata e bronze foram para a Rússia e Croácia, face ao desaparecimento da União Soviética. O FIBA World Cup Atenas-1998, perdeu alguma notoriedade devido ao lockout dos jogadores na liga norte americana (NBA). A seleção da Jugoslávia venceu a Rússia na final e a equipa dos USA, formada por jogadores que actuavam na Europa, ficou no 3º lugar. No evento seguinte efectuado nos Estados Unidos-2002, ou seja, no país em que a modalidade foi inventada, foi um desastre completo para a equipa da casa. Os norte americanos muito mal preparados, convencidos que as camisolas ganhavam os encontros, foram ultrapassados pelas seleções da Jugoslávia, Argentina e Alemanha, todas elas compostas por credenciados atletas que actuavam na NBA.
Em 2006, no Japão, a experiente seleção dos nossos visinhos ibéricos, constituída por diversos Juniores de ouro do mundial de Lisboa-1999, surpreendeu tudo e todos com a conquista do título, tendo Pau Gasol sido nomeado MVP da competição. A seleção da Grécia foi finalista e a equipa dos USA não conseguiu melhor do que a medalha de bronze. Nos mundiais seguintes, realizados na Turquia-2010 e em Espanha-2014, a seleção dos USA veio reforçada com diversas estrêlas da NBA recuperando o título mundial que já não conquistava desde 1994. Turquia-2010 (1º USA, 2º Turquia, 3º Lituânia); Espanha-2014 (1º USA, 2º Sérvia, 3º França). No mais recente mundial, China-2019, a seleção de nuestros hermanos confirmou o valor do seu basquetebol a nível global, arrecadando o mais ambicionado título internacional pela segunda vez nos últimos quatro eventos. China-2019 (1º Espanha, 2º Argentina, 3º França). A seleção de Espanha foi liderada por dois categorizados atletas com larga experiência na NBA, Marc Gasol e Ricky Rúbio (MVP do mundial) que desiquilibraram a competição a seu favor. Medalhas conquistadas por país nos FIBA World Cup.
1º USA (5 ouro, 3 prata, 4 bronze), 2º Jugoslávia (5-3-2), 3º União Soviética (3-3-2), 4º Brasil (2-2-2), 5º Espanha (2-0-0), 6º Argentina (1-2-0), 7º Rússia (0-2-0), 8º Grécia, Sérvia e Turquia (0-1-0), 11º Chile e França (0-0-2), 13º Croácia, Alemanha, Lituânia e Filipinas (0-0-1).

Jogadores mais medalhados nos mundiais.
Jugoslávia: Kresimir Cosic (4), Drazen Dalipagic (4), Vlade Divac (3), Dejan Bodiroga (2), Dejan Tomasevic (2), Pedrag Drobnjak (2); Brasil: Wlamir Marques (4), Amaury Passos (4), Ubiratan Maciel (4), Carmo Sousa (3), Eduardo Schall (3); União Soviética: Serge Belov (4), Alexander Belostenny (4), Modestas Paulaskas (3), Prit Tomson (3); USA: Stephen Curry (2), Rudy Gay (2), Derrick Rose (2), Espanha: Rudy Fernandez (2), Marc Gasol (2).
Países apurados por continente e respectivos rankings: Após a fase de qualificação para o FIBA World Cup -2023, efectuada nos respectivos continentes, ficaram apuradas as 32 seleções nacionais de seniores masculinas que possuem os seguintes rankings continentais e mundiais, actualizados em 27 de Fevereiro de 2023, pela Federação Internacional de Basquetebol (FIBA).
Africa (5): Angola (4º/41º), Costa do Marfim (5º/42), Egipto (6º/55º), Sudão do Sul (7º/62º) e Cabo Verde (8º/64º); Américas (7): USA (1º/2º), Brasil (3º/13º), Canadá (4º/15º), Venezuela (5º/17º), Porto Rico (6º/20º) República Dominicana (7º/23º) e México (8º/31º);
Ásia e Oceania (8): Austrália (1º/3º), Irão (2º/22º), Nova Zelândia (3º/26º), China (4º/27º), Jordânia (5º/33º), Líbano (9º/43º) a que se juntaram os países organizadores Japão (6º/36º) e Filipinas (8º/40º);
Europa (12): Espanha (1º/1º), França (2º/5º), Sérvia (3º/6º), Eslovénia (4º/7º), Lituânia (5º/8º), Grécia (6º/9º), Itália (7º/10º), Alemanha (8º/11º), Montenegro (12º/18º), Finlândia (13º/24º), Letónia (16º/29º) e Geórgia (18º/32º).

Seleções credenciadas não apuradas.
Na fase de qualificação para o Mundial houve algumas surpresas, pelo não apuramento de algumas seleções bem posicionadas no ranking continental e internacional ao não confirmarem o seu favoritismo. Em Africa, as 3 melhores seleções do respectivo ranking, ou seja, a Nigéria (1º), a Tunísia (2º) e o Senegal (3º), ficaram pelo caminho. Nas Américas, a equipa da Argentina, finalista do último campeonato mundial frente à seleção espanhola, 2ª melhor seleção americana logo atrás dos USA e 4º lugar no ranking internacional não conseguiu o apuramento. No continente europeu, a República Checa, a Polónia e a Turquia, que ocupam respectivamente o 9º, 10º e 11º lugares no contexto europeu também não se qualificaram. Sistema de competição.

1ª Fase de Grupos (25 a 30 Agosto):
No sorteio efectuado em 29 Abril de 2023, na cidade de Quezon nas Filipinas, as seleções ficaram englobadas nos seguintes grupos
Grupo A: Angola, República Dominicana, Filipinas e Itália;
Grupo B: Sudão do Sul, Sérvia, China e Porto Rico;
Grupo C: USA, Jordânia, Grécia e Nova Zelândia;
Grupo D: Egipto, México, Montenegro e Lituânia;
Grupo E: Alemanha, Finlândia, Austrália e Japão;
Grupo F: Eslovénia, Cabo Verde, Geórgia e Venezuela;
Grupo G: Irão, Espanha, Costa do Marfim e Brasil;
Grupo H: Canadá, Letónia, Líbano e França.

2ª Fase de Grupos (31 Agosto a 6 Setembro):
As 16 equipas que ficarem no 1º e 2º lugar em cada grupo irão disputar a fase de classificação do 1º ao 16º lugar. Serão divididas por 4 grupos (I, J, K e L) de 4 equipas cada. Nesta 2ª fase de grupos, os dois primeiros classificados de cada grupo ficam apurados para os quartos de final da competição. Os terceiros e quartos classificados são eliminados e posicionados do 9º ao 16º lugar na classificação final. As outras 16 seleções que ficarem no 3º e 4º lugar vão disputar a fase de classificação do 17º ao 32º lugar.

Fase final do mundial (5 a 10 Setembro):
Quartos de final (5 e 6 Set) - Meias finais (8 Set) - Final (10 Set).

Arenas e capacidade para espectadores.
De acordo com as imagens proporcionadas, as instalações desportivas disponíveis parecem ser de excelente qualidade e dotadas de enorme capacidade para os espectadores. Realce para as arenas da cidade de Manila, capital das Filipinas, país com grandes tradições no basquetebol do continente asiático. Manila (Araneta Coliseum (lotação - 14.360) Filipinas; Manila (Mall of Asia Arena) (lotação - 16.500) Filipinas; Manila (Philippine Arena) (lotação - 52.000) Filipinas; Okinawa (Okinawa Arena) (lotação - 8.500) Japão; Jakarta (Indonésia Arena) (lotação - 16.000) Indonésia.

Grandes ausências no mundial
Os atletas da NBA encontram, progressivamente, maiores dificuldades em participar nas provas organizadas pela Federação Internacional de Basquetebol. O campeonato da liga profisional de basquetebol norte americana tem um grau de exigência, a todos os níveis, que dá pouca margem de manobra para grandes aventuras noutras competições. Os jogadores quando ultrapassam uma determinada idade, necessitam de períodos de recuperação (física e psicológica) com cuidados mais redobrados. A época seguinte está sempre ao virar da esquina. No desporto profissional não há lugares cativos para ninguém, pelo que a estabilidade nunca está garantida. Essa, a razão fundamental porque os mais experientes não querem participar nestas provas, mesmo quando se trata de representar as respectivas seleções nacionais. Como exemplo, vejamos o que se está a passar actualmente.
Os dois jogadores mais influentes da equipa dos Denver Nuggets (actuais campeões da NBA), Nikola Jokic (Sérvia) e Jamal Murray (Canadá) não vão estar presentes, assim como, Victor Wembanyama (França), Giannis Antetokounmpo (Grécia), Goran Dragic (Eslovénia), Ben Simmons (Austrália), Danilo Gallinari (Itália), Ricky Rubio (Espanha), Hachimura (Japão), Kristaps Porzingis (Letónia) e Domantas Sabonis (Lituânia). Se a esta parada de estrêlas juntarmos os norte americanos que fizeram parte dos All-NBA 2022-23: Jayson Tatum, Donovan Mitchell, Stephen Curry, Jimmy Butler, Jaylen Brown, De´Aaron Fox, Damian Lillard, Julius Randle e Lebron James, que não estão disponíveis para representar a seleção USA neste mundial, ficamos com a ideia de que os profissionais da NBA não querem correr riscos de se lesionar numa competição que não tem qualquer interesse para a sua carreira desportiva.

Ranking/FIBA das Seleções favoritas para o mundial.
A FIBA, entendeu que a elaboração de um ranking das seleções favoritas à conquista do mundial, no período que antecede a competição, era uma forma de valorização da prova. Nesse sentido, publicou recentemente, sem grande fundamentação, um ranking das seleções favoritas: 1º - USA; 2º - França; 3º - Austrália; 4º - Eslovénia; 5º - Alemanha; 6º - Espanha; 7º - Canadá; 8º - Itália; 9º - Sérvia; 10º - R. Dominicana; 11º - Finlândia; 12º - Lituânia.

Seleções da Comunidade dos Países de Lingua Portuguesa.
Numa apreciação à futura prestação das equipas nacionais de basquetebol de Angola, Brasil e Cabo Verde, gostaríamos de realçar a qualificação de Cabo Verde (1ª vez) para um mundial. Um feito extraordinário para um país insular, que conta com três atletas dotados de enormes recursos técnico-desportivos: Walter Tavares (Real Madrid) MVP da Euroliga, Betinho e Ivan Almeida, que actuaram no Benfica. Passar à fase seguinte seria uma nova proeza.
Angola vai participar pela nona vez no FIBA World Cup, tendo alcançado a sua melhor classificação (10º lugar) no mundial disputado no Japão-2006. Face aos resultados verificados recentemente, parece-nos que a actual seleção está longe das equipas nacionais angolanas que lideraram o continente africano durante décadas e prestigiaram o basquetebol angolano além fronteiras. Oxalá esteja enganado.
O Brasil que participou por direito próprio em todos os mundiais ( 2 medalhas de ouro, 2 de prata e 2 de bronze), foi e continua a ser, uma equipa de topo no contexto internacional. Actual 3º classificado no ranking mundial, recheado de atletas de enorme valor e experiência, pode e deve realizar um campeonato ao nível do seu prestígio internacional."

Exercício e atividade física - passos para a saúde, I


"A partir de agora e sem esquecer a reflexão mais especificamente definida no âmbito do Futebol e suas circunstâncias práticas do jogo quer da formação à alta competição, vou procurar inserir de forma semanal a minha intervenção numa das áreas de fundamental importância nestes tempos de “liberdade condicionada” que tem a ver com a prática da atividade física e do exercício para a conquista duma vida mais saudável.
Recordo que em tempos elaborei para um jornal periódico local “Gazeta de Paços de Ferreira” alguns artigos de referência semelhante, abordando uma análise histórica e evolutiva da prática da atividade física e desportiva, bem como a sua função terapêutica e higiénica anotando algumas notas justificativas para a possibilidade duma maior salvaguarda pela sobrevivência.
Tem vindo a constatar-se neste tempo, felizmente, uma prática generalizada do exercício e da atividade física de forma regular, no sentido duma melhoria e bem-estar e cujos benefícios são capazes de incorporar a prevenção e recuperação duma multiplicidade de doenças em contraponto com uma vida saudável.
De facto, verifico nestes tempos de contraste existencial muita alegria, prazer e entusiasmo no que costumo chamar “festa do corpo” entre muita gente que durante o dia e por vezes noite adentro faz as suas viagens do sonho bem acordado, caminhando, correndo, autênticos caminhantes que desafiam o espaço e o tempo para acudir às noções do belo, do estético e também do ético, colorindo imagens coletivas de alegre civilidade e respeito.
Uma nota que considero de fundamental importância que sempre deve ter em conta: “em termos de exercício e de atividade física fazer o que não deve ser feito ou fazê-lo de forma inapropriada são males do mesmo tamanho”.
Por isso aconselho que, deverá sempre ter atenção uma prévia avaliação de capacidades, com a efetivação dum exame médico-desportivo, no sentido de envolver a prática do exercício e da atividade física, como uma das melhores formas de comemorar a festa da vida.
Na próxima semana abordarei algumas dessas premissas que poderão servir de exemplo.
(continua)"