Últimas indefectivações

quarta-feira, 31 de julho de 2019

Trailer: Supertaça...

Golos inflamáveis

"1. Belo arraial by Fiusa do Gil Vicente. Entretanto, o Ac. Viseu luta contra a suspensão das provas profissionais: daqui a 13 anos há porco no espeto e Moet & Chandon na terra de Viriato.
2. O Real levou 7-3 do Atlético e Ronaldo foi a Madrid dar um abraço a Florentino Pérez. Craque de afectos. O Presidente Marcelo não faria melhor.
3. Jorge Jesus: «Chegámos à Arábia e ganhámos logo a Supertaça. E só não ganhámos aquilo tudo porque me vim embora. Não é vaidade». Claro que não, é humildade. Ao Brasil chegou como Roque Santeiro e terá de suar para não sair como Escrava Isaura.
4. Messi foi castigado com um jogo de suspensão depois de acusar a Conmebol de corrupção. Copiaram os nossos regulamentos?
5. Continuam por cá os jogos às segundas, com um V. Setúbal-Tondela a abrir o apetite. Já cantavam as Bangles: It's just another manic monday.
6. «Isto é matar um leão todos os dias», disse Caio Lucas sobre a adaptação ao Benfica. Contrato vitalício?
7. O Famalicão apresentou-se com 20 reforços. Mais cinco e era um por cada ano longe da primeira divisão.
8. Dyego Sousa saiu do SC Braga por ultimato de Abel, diz Salvador. É o mesmo Salvador que queria despachar Abel no fim da última época?
9. Há as golas inflamáveis e os golos inflamáveis, como o de Gelson Martins no Dragão e os de Kondogbia e Gameiro em Alvalade. Juntando o Benfica no início da pré-época (derrota com Anderlecht na Luz), os jogos de apresentação dos três grandes mais pareciam jogos de aposentação.
10. O Benfica está a ficar com mais olhos que barriga no mercado. Tudo o que é de mais deixa de ser cirúrgico. Creio que foi a palavra que Vieira usou.
11. A campanha publicitária do aeroporto de Faro a promover viagens a Marselha para fugir da «confusão algarvia» era um referência à discussão entre Danilo e Conceição no estádio de Lagos. Não percebo a indignação."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

Porque a época vai arrancar, aqui ficam oito dicas de (...) para não meter os pés pelas mãos - ou a cabeça

"Este domingo há Supertaça, disputada entre Benfica e Sporting, e o comentador ex-árbitro refresca-nos a memória com as novas regras que acabaram de entrar em vigor. Para ler e reter e memorizar - para, enfim, argumentar

Benfica e Sporting vão disputar, no próximo domingo, o primeiro título da época.
A partida, que se disputará no Algarve, saciará a sede de futebol que todos nós temos acumulado nos últimos meses.
É oficial. Está aí o arranque da nova temporada!
Por esta altura, o caro leitor já terá ouvido falar sobre as muitas alterações que o IFAB implementou nas leis de jogo.
No entanto, diz-me a experiência que as dúvidas só aparecem na prática. Quando as coisas acontecem em campo. Quando os lances surgem e as interrogações se levantam.
Como o saber não ocupa espaço, eis uma amostra do que poderá ver a partir do próximo domingo. 
Antes de se surpreender ou criticar, antes de contestar ou assobiar, perceba que, se calhar, houve mesmo qualquer coisa que mudou.
Quer alguns exemplos?
1. Se, por alguma razão, o árbitro tiver que efectuar uma bola ao solo (e lembre-se, isso só acontece quando o jogo é interrompido sem que tenha havido infracções às leis de jogo), esta não voltará a ser disputada por um jogador de cada equipa, como quase sempre acontecia até aqui. Das duas uma: ou será efectuada para o GR (se o recomeço for numa das áreas de penálti) ou para um jogador da equipa que a detinha antes da interrupção (se a paragem ocorreu em qualquer parte do terreno de jogo).
Os restantes colegas e adversários terão que estar a uma distância mínima de 4m.
Acabou-se o falso "fairplay" (bola atirada para perto da linha de baliza adversária) ou pequenas quezílias na altura de disputar o lance. Ainda bem.
2. Se, por exemplo, um treinador, delegado, massagista ou médico tiverem um comportamento inadequado, é bem provável que lhes seja exibido o amarelo ou vermelho. É que, a partir de agora, os cartões também são mostrados aos técnicos que se excedam nas suas condutas. Se isso acontecer, não estranhe.
A grande vantagem é ficar claro, para todos, quem infringiu, quem foi sancionado e com que gravidade disciplinar.
3. Se, durante o encontro, a bola tocar/tabelar inadvertidamente no árbitro, poderá presenciar uma de duas situações:
ou a partida é logo interrompida e depois recomeçada com uma bola ao solo (se desse toque involuntário resultar um ataque prometedor, uma clara oportunidade de golo ou uma perda de posse de bola); ou o jogo prossegue normalmente, como acontecia até aqui (se não ocorrer nenhuma das três hipóteses anteriores).
Percebido? O jogo pode parar ou continuar.
4. Se um jogador tiver que ser advertido (cartão amarelo) mas a equipa lesada executar o respectivo pontapé livre rapidamente, o árbitro vai permitir que o jogo prossiga para não beneficiar o infractor. 
O cartão em falta será exibido à mesma mas na interrupção seguinte.
Nota - Não se apresse a assobiar. Se calhar o árbitro não contemporizou. Apenas cumpriu a lei.
5. Nas substituições, os substituídos irão abandonar o relvado pela linha mais próxima (a menos que o árbitro - por questões de segurança ou médicas - ordene que o façam por outro local).
Tome nota porque é isso que passará a ver de agora em diante. A medida vai atenuar perdas de tempo desnecessárias e potenciais conflitos/provocações entre atletas.
6. Se, num pontapé livre próximo de uma área, a equipa defensora fizer barreira, nenhum jogador adversário poderá estar a menos de 1m. Para que isso seja necessário, basta que a referida barreira tenha, no mínimo, três defesas. Se, nessa circunstância, houver a tal violação de espaço por parte do atacante, o árbitro punirá a sua equipa com pontapé livre indirecto.
Concorda comigo que esta é outra boa alteração, certo? Acabam assim as pequenas confusões e empurrões desnecessários, que sempre foram uma enorme dor de cabeça para os árbitros.
7. Como já foi amplamente divulgado, os pontapés de baliza (e os pontapés livres favoráveis à equipa defensora, na sua área) têm agora procedimentos diferentes: a bola passa a entrar em jogo não quando sai da área para dentro do terreno - como até então - mas quando for pontapeada e se mova claramente.
Quer isto dizer que assim que o executante tocar na bola e ela rolar, os atacantes já a podem disputar. A única obrigação é que, até esse momento, eles mantenham-se fora da área adversária.
Ah. E sim: o tal pontapé de baliza (bola picada para a cabeça do defesa e devolvida às mãos do GR)... é legal.
8. "Last but not least": não estranhe se vir um avançado punido por mão/braço, ainda que em movimento totalmente involuntário.
É que, a partir desta época, caso um jogador marque um golo (ou leve à marcação de um golo) tocando a bola com a mão ou braço - lá está, ainda que inadvertidamente - o lance será anulado como se de uma infracção deliberada se tratasse.
Importa sublinhar que esta excepção aplica-se apenas aos jogadores atacantes e naquelas acções específicas. Em todas as outras (e também nas mãos/braços dos jogadores defensores) mantém-se o mesmo princípio: só há punição se o ato for considerado deliberado. Não confunda! As mãos defensivas mantêm os mesmos pressupostos: só há penáltis se forem deliberadas!!
Alguma dúvida? Há alguma questão que não tenha ficado clara? Precisa de algum esclarecimento? Então mande-me uma mensagem. Diga se sua justiça.
Encontre-me através de Kickoff_duartegomes (Instagram) ou da minha Página Oficial "Kickoff, no Facebook (@kickoffduartegomes).
Estou ao dispor.
Saber as regras é fundamental. Nem que seja para legitimar a voz que critica. Falar de cor é que não."

E Bernardo Silva, meus senhores?

"Internacional português voltou a ser vítima do afecto da FIFA por produtos de marketing

Podemos começar por falar dos títulos de campeão inglês, vencedor da Taça de Inglaterra, vencedor da Taça da Liga Inglesa e Supertaça de Inglaterra. Um póquer absolutamente inédito: nunca outro clube inglês tinha juntado as quatro taças numa mesma época.
Podemos também, já agora, mencionar o título da Liga das Nações.
Podemos ainda acrescentar-lhes os troféus de melhor jogador da Liga das Nações, jogador do ano no Manchester City, membro da equipa do ano na Liga Inglesa e na Liga das Nações.
Podemos até referir os 51 jogos feitos na temporada, os 14 golos marcados, as também 14 assistências realizadas, enfim, podemos falar de muita coisa e acrescentar-lhe vários feitos.
A temporada 2018/19 foi brilhante em vários sentidos.
Infelizmente para Bernardo Silva, tudo isso parece insuficiente para os senhores da FIFA colocarem o internacional português na lista de dez finalistas ao prémio de melhor jogador do ano.
Vale a pena lembrar, por esta altura, que os dez finalistas a cada um dos prémios individuais do The Best são nomeados por um júri de especialistas. São eles que elegem a lista reduzida de dez possibilidades que depois será votada por seleccionadores, capitães nacionais, jornalistas e adeptos, para se encontrar o melhor jogador do ano para a FIFA.
Bernardo Silva não cabe na lista, como não cabe Alisson, de resto, mas curiosamente há espaço nela para três jogadores que protagonizaram transferências milionárias neste verão.
O que torna muito difícil negar que estes prémios da FIFA se jogam mais fora do relvado do que dentro dele.
Desde que Messi ganhou em 2010, ultrapassando os campeões do mundo Xavi e Iniesta, que a ideia se tornou óbvia: a FIFA tem uma tendência natural para proteger os produtos de marketing que mais lhe projectam a marca. Bernardo Silva é só mais uma vítima."

Andebol 19/20

"O Andebol voltou aos trabalhos. O plantel teve várias saídas e várias entradas. Está na altura de fazer uma avaliação do que aconteceu neste verão.
Guarda-redes
Atletas: Borko Ristovski, Miguel Espinha e Gustavo Capdeville (emp. Madeira SAD)
Saídas: Hugo Figueira (HB Esch)
- Borko Ristovski vai continuar a ser o dono da nossa baliza e muito provavelmente melhor guarda-redes da Liga. Agora, atrás de si não vai estar Hugo Figueira, que defendeu as nossas cores durante seis anos, mas sim o jovem que tem sido chamado à selecção nacional, Gustavo Capdeville. Capdeville vem de duas épocas emprestado ao Madeira SAD e aos 21 anos já é presença regular na selecção. Tem tudo para ser um guarda-redes de topo a nível Europeu e agora tem a oportunidade de trabalhar com um dos melhores. Miguel Espinha evoluiu bastante o ano passado e continua a ser uma alternativa interessante. O Benfica tem também Diogo Valério, que esteve em evidência no Mundial S21, emprestado ao Belenenses que no médio prazo pode ser mais uma alternativa interessante.
Ponta Direito
Atletas: Carlos Martins e Davide Carvalho
Saídas: -
- Nada mudou aqui. Davide Carvalho melhorou bastante com Carlos Resende. Carlos Martins é regularmente chamado à selecção nacional. Só não marcam mais golos porque não jogamos tanto para as pontas. Não acho que seja pelas pontas que estamos atrás dos nossos rivais.
Lateral Direito
Atletas: Belone Moreira, Kévynn Nyokas e Guilherme Tavares (ex-equipa B)
Saídas: Gonçalo Nogueira (emp. Belenenses) e Stefan Terzic (Potaissa Turda)
- Stefan Terzic foi uma aposta que fez sentido. No auge, foi o melhor jogador que vi jogar no Benfica em Andebol. O problema é que o auge foram pouco mais de cinco jogos. As lesões constantes limitaram uma carreira que tinha tudo para ser brilhante. Gonçalo Nogueira é um dos vários jovens que vamos emprestar ao Belenenses. Belone e Nyokas vão continuar ser os nossos laterais com mais minutos. Belone tem tido boas épocas e é já um atleta que sabemos o que contar. Quanto a Nyokas é uma das questões que podem fazer desta equipa uma candidata ao título ou não. Nyokas já foi titular numa selecção Campeã do Mundo. O ano passado entrou com a época a meio. Este ano a preparação já vai ser diferente e o rendimento pode ser outro. Guilherme Tavares é um jovem de 17 anos que começou a jogar Andebol há pouco tempo mas que o físico torna-o um jogador com um bom potencial. Vai trabalhar com a equipa principal.
Central
Atletas: Pedro Seabra, Romé Hebo (ex-1º Agosto) e Francisco Pereira (emp. Madeira SAD)
Saídas: João da Silva
- Pedro Seabra continua a ser, para mim, um dos melhores jogadores nacionais. A lesão do ano passado comprometeu um pouco da época. Mas sem lesões, é um jogador que faz muita diferença. João da Silva mostrou que era um jogador bem acima da média, mas as constantes lesões limitaram sempre muito o que poderia dar à equipa. Desta forma, dificilmente Romé Hebo não será um upgrade ao brasileiro, simplesmente pelo facto que poderá jogar com maior regularidade. Tem um bom remate, fez um grande Mundial, mas é a primeira experiência europeia. Pode dar muito certo ou muito errado. Francisco Pereira volta do empréstimo ao Madeira SAD. É um jovem com um tremendo potencial. Precisa de evoluir e pode fazê-lo neste ano.
Lateral Esquerdo
Atletas: Petar Djordjic (ex-Brest), Nuno Grilo e Carlos Molina (ex-Magdeburg)
Saídas: Alexandre Cavalcanti (Nantes) e Arthur Patrianova (Valladolid)
- Alexandre Cavalcanti é a grande perda desta equipa. Para mim, é já o melhor jogador nacional a par com o Gilberto Duarte. Aos 22 anos chega a uma das melhores equipas do mundo, só podemos ficar felizes por ele. Para tapar o seu lugar fomos buscar o sérvio Petar Djordjic que estava no Brest há 3 anos, equipa que está constantemente na Liga dos Campeões. Tendo em conta que o Alexandre Cavalcanti ainda é jovem e ainda está a evoluir para o grande jogador que vai ser - um dos melhores laterais esquerdos do mundo -, Petar acaba por ter um pouco mais de experiência. Por isso, no curto prazo talvez até possamos sair beneficiados com esta troca. Só o tempo o dirá. Nuno Grilo continua e é uma segunda linha que dá várias garantias. Acho sempre que é um pouco inconstante. Ora faz grandes jogos, ora está um pouco mais apagado. Se tiver uma boa época, temos boas probabilidades de estar no título. Carlos Molina é uma contratação diferente. Molina é um especialista defensivo. Ou seja, só deve entrar para defender na maior parte dos casos. Nesse aspecto, acho que vamos melhorar bastante. O nosso muro defensivo vai desde logo ganhar bons centímetros e terá outra qualidade. Arthur Patrianova era outro cliente habitual do posto médico. Bom jogador, mas as lesões são muito complicadas.
Ponta Esquerdo
Atletas: João Pais e Fábio Vidrago
Saídas: -
- Aqui nada mudou. A história não é muito diferente comparada com os pontas direito. Temos um jogador da casa, João Pais, e um jogador que regularmente vai à selecção, Fábio Vidrago. Nenhum teve grandes números no ano passado, porque também não jogamos muito para eles. Acho que tanto o Fábio Vidrago, como o Carlos Martins podem ser os melhores jogadores da posição no Campeonato. Já o foram no passado.
Pivot
Atletas: René Toft Hansen (ex-Veszprem), Paulo Moreno e Ricardo Pesqueira
Saídas: Ales Silva (Nancy) e Pedro Loureiro (emp. Belenenses)
- Aqui é onde houve o maior salto qualitativo. René Toft Hansen já foi considerado o melhor pivot do mundo, é actualmente Campeão Mundial, foi capitão do Kiel. É uma carreira tão recheada de grandes momentos que ainda é difícil acreditar que assinou pelo Benfica. Com 34 anos ainda vem a tempo de fazer várias boas épocas no Benfica. Paulo Moreno e Ricardo Pesqueira continuam. Pesqueira é um jogador que acrescenta bastante no aspecto defensivo do jogo. Paulo Moreno tem andado a evoluir e pode ganhar muito com Toft Hansen. Ales Silva saiu. Não era mau, mas também não era um jogador que desequilibrasse jogos. Pedro Loureiro foi emprestado ao Belenenses para ganhar minutos. 
Universal
Atletas: Daniel Neves
Saídas: -
- Daniel Neves é a próxima grande promessa do Benfica. Fomos buscá-lo ao Sporting no ano passado. Este ano vai continuar a trabalhar na equipa principal. É um jogador que faz várias posições, todas com grande qualidade.

A equipa do FC Porto aparentemente não vai mexer. Vai manter aquele muro defensivo muito complicado. A equipa do Sporting não sei se já está fechada, mas para já parece-me pior. Nós vamos melhorar. Não vamos melhorar muito. Mas vamos melhorar. Principalmente na defesa. Defender com Molina, Toft Hansen, Djordjic e Seabra é completamente diferente do que fazíamos o ano passado. O título depende sempre de três-quatro jogos e esses três-quatro jogos dependem sempre das lesões. Se dois ou três jogadores se lesionarem ao mesmo tempo, como aconteceu o ano passado, será difícil. Se não houver lesões, o Nyokas e os reforços corresponderem às suas credenciais, Seabra, Carlos Martins, Vidrago e Grilo fizerem uma boa época, é possível."

A estranha ascensão meteórica de Vinicius, de central a ponta de lança dos 17 milhões

"O jornal "A Bola" traça o perfil do avançado do Benfica que começou a treinar às ordens de Bruno Lage

dois anos, Carlos Vinícius, avançado contratado pelo Benfica por 17 milhões de euros ao Rio Ave este verão, ponderou abandonar o futebol. Tinha um filho para sustentar e quem pagava grande parte das suas despesas familiares era o sogro.
Em 2017, a sua carreira no desporto rei ainda não tinha arrancado. Na verdade, o percurso do brasileiro não era muito auspicioso. Ninguém seria capaz de prever o rumo da sua carreira, a chegada aos encarnados, revela a “Bola” esta quarta-feira.
Vinícius, 24 anos, que desde 2017 passou pelo Nápoles e Monaco, ultrapassou várias dificuldades para chegar ao estatuto que tem no momento presente. Este verão tornou-se a terceira contratação mais cara da história do Benfica. Porém, durante anos, Vinícius foi, como se costuma dizer, “pau para toda a obra”: jogou a central, médio ofensivo e foi dispensado mais do que uma vez.
No Santos, equipa onde começou a jogar, o brasileiro chegou como médio ofensivo e acabou dispensado. No Palmeiras, foi trinco, passou a central e apenas no fim de contrato ganhou a primeira oportunidade como avançado. Mas nem assim convenceu a direcção da equipa e acabou dispensado mais uma vez.
Em 2015, Vinícius rumou ao Caldense, onde voltou à posição de central - mas pouco entrou em campo. Depois, foi contratado pelo Grémio Anápolis para aturar como médio ofensivo. Saturado de falta de oportunidades, o brasileiro decidiu mudar-se para Portugal.
Assinou pelo Real… de Massamá. Um pequeno salto levou-o ao Rio Ave e daí em diante a narrativa é conhecida. A sorte bateu-lhe à porta. “Eu represento tudo aquilo que pode acontecer na vida de um jogador de futebol”, disse ao desportivo. É verdade."

Solidariedade com Moçambique

"É com enorme satisfação, orgulho e profunda gratidão que hoje dedicamos a News Benfica à concretização do “Alimentos por Moçambique”, um projecto de solidariedade exemplar. A força social e a capacidade mobilizadora do nosso Clube ficam bem patentes, também, nas iniciativas da Fundação Benfica. E, nestes casos, tendo por fim o auxílio aos mais necessitados, estas características tornam-se ainda mais relevantes.
Em Março passado, a acção devastadora do ciclone Idai, em Moçambique, provocou centenas de mortes e afectou, em diferentes medidas, centenas de milhares de pessoas, além das avultadas perdas materiais. O Sport Lisboa e Benfica foi lesto a emitir uma nota de pesar e a manifestar solidariedade e disponibilidade para apoiar as vítimas da catástrofe: “Estamos com o Povo Moçambicano nesta hora difícil e manifestamos a solidariedade dos Benfiquistas, simpatizantes e dos portugueses com esta verdadeira mobilização nacional.”
Não se ficando pelas palavras, o Sport Lisboa e Benfica, através da sua Fundação, criou uma campanha, a nível nacional, com vários pontos de recolha de alimentos, bem como promoveu várias iniciativas para impulsionar o sucesso da campanha, como, por exemplo, a angariação no Estádio em dias de jogos do Futebol e das Modalidades. Envolvendo Casas do Benfica, Escolas de Futebol do Clube, empresários, estabelecimentos de Ensino, outras organizações e clubes desportivos foi possível reunir 138 toneladas de alimentos, valor que superou largamente o objectivo inicial de 100 toneladas.
Em articulação com o World Food Programme das Nações Unidas, a Associação ESMABAMA foi uma das entidades referenciadas, tendo sido escolhida pela Fundação Benfica em função do seu meritório trabalho em contextos rurais mais distantes e desfavorecidos.
Através desta associação, os bens alimentares angariados foram distribuídos nas comunidades afectadas pelo ciclone Idai, em particular nos distritos de Búzi, Chibabava e Machanga. Estima-se que cerca de 25 000 pessoas possam beneficiar da doação da Fundação Benfica, entre as quais 10 000 crianças em idade escolar. Conforme prometido no decurso da campanha, a Fundação Benfica realizou o acompanhamento integral de todo o processo, culminando com a sua presença no terreno no momento da distribuição dos bens alimentares às comunidades locais. Esta iniciativa, como outras realizadas no passado no âmbito da assistência humanitária (são exemplos o Jogo Contra a Pobreza; o Jogo Gesto Contra a Fome; a doação de apartamentos a famílias e indivíduos desalojados na Madeira na sequência da catástrofe natural de 2010; a colaboração na campanha “Juntos Contra a Fome” da CPLP; a colaboração com a Missão Obrigado Portugal que prontamente colaborou no Nepal em função do terramoto de Abril de 2015; a atribuição, em 2018, de casa em Vila Facaia a família em situação de fragilidade social; ou a atribuição, em 2018, de casa aos jovens órfãos Pedro e Gino Oliveira), fazem parte de uma intervenção mais ampla e contínua.
A Fundação Benfica tem sido, desde que foi criada em 2009, um interveniente capaz nas áreas social, educacional, ambiental e da saúde, cumprindo o desígnio lançado publicamente por Luís Filipe Vieira aquando da constituição da Fundação: “Não podemos desistir da construção de uma sociedade mais justa, mais solidária, mais generosa!” Obrigado Fundação Benfica!"

A Incrível História de Jonas Pistolas

Benfica Podcast #330 - Until Next Time

FIFA anuncia mudanças para o Mundial de Clubes 2021

"A 16ª edição do Mundial de Clubes chega a sua 16ª edição em 2019 e a FIFA já divulgou o calendário.
Pela primeira vez a competição será realizada no Catar e os jogos ocorrerão entre os dias 11 e 21 de dezembro.
O campeão Europeu Liverpool tem vaga assegurada, após a conquista da sua sexta Champions League, com uma vitória de 2 a 0 sobre o Tottenham em Madrid, título que coloca os “reds” como o terceiro clube com mais conquistas na competição, atrás apenas de Real Madrid e Milan.
Quem também já garantiu uma vaga foi o Monterrey do México, ao conquistar a Liga dos Campeões da CONCACAF pela quarta vez, desta feita frente ao rival Tigres e marcar presença como representante da América Central/Norte no Mundial de Clubes 2019.
O terceiro clube a reservar vaga foi o Hienghène, ao vencer o Magenta na disputa da Champions League da Oceânia, na primeira vez em que dois clubes da Nova Caledónia atingiram a decisão da prova. O Hienghène Sport levou a melhor, com uma vitória por 1 – 0, num golo do meio campo que apanhou o guardião adversário de surpresa.
O Al-Sadd do Catar é uma das equipas muito próximas de confirmar uma vaga, neste caso como representante do país-sede, o Catar e só a perderá caso a Liga dos Campeões asiática 2019 seja conquistada por outro emblema caterense.
As outras duas vagas serão ocupadas pelos campeões da Libertadores (América do Sul) e da Liga dos Campeões africana.
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O futuro da prova
As edições 2019 e 2020 do Mundial de Clubes terão lugar no Catar, ambas no final dos respectivos anos civis, uma decisão tomada durante a reunião do conselho da FIFA, em Paris. O formato actual conta com edições anuais disputadas por sete clubes e irá manter-se até 2020. A partir de 2021 chegam algumas mudanças importantes, com o aumento para 24 clubes participantes e com torneios disputados de quatro em quatro anos.
O formato actual vinha sendo alvo de críticas, inclusive dentro da própria FIFA, sendo que já se previa a introdução de alterações como uma das prioridades da actual gestão do organismo.
A FIFA ainda não anunciou como será a divisão de vagas por continente no futuro, mas a CONMEBOL já reivindicou seis vagas para aceitar a proposta de alteração e tudo indica que essa reivindicação venha a ser aprovada. Os critérios de apuramento também não foram ainda definidos ou pelo menos divulgados publicamente.
O novo formato prevê ainda uma primeira fase, com oito grupos compostos por três clubes, com o melhor classificado a avançar para os quartos-de-final.
Do outro lado da moeda, os principais clubes europeus anunciam que não irão participar no novo Mundial de Clubes em 2021 e irão considerar a participação em 2021, com a UEFA e a ECA (Associação Europeia de Clubes) a defenderem que o calendário internacional não permite a realização da prova em 2021 e pedindo a sua revisão.

O calendário da edição 2019
Regressando à próxima edição, eis o calendário do Mundial de Clubes 2019:
Primeira fase: 
11.Dez – Jogo 1 – Al Sadd (Catar – a confirmar) x Hienghène Sport (Nova Caledônia) 
Segunda fase:
14.Dez – Jogo 2 – Equipa A x Equipa B (a definir)
14.Dez – Jogo 3 – Equipa C x Equipa D (a definir)
Disputa do quinto lugar:
17.Dez – Jogo 4 – Derrotado Jogo 2 x Derrotado Jogo 3
Meias-finais:
17.Dez – Jogo 5 – Campeão da Libertadores x Vencedor Jogo 2 ou Vencedor Jogo 3
18.Dez – Jogo 6 – Vencedor Jogo 2 ou Vencedor Jogo 3 x Liverpool
Disputa do terceiro lugar:
21.Dez – Jogo 7 – Derrotado Jogo 5 x Derrotado Jogo 6
Final:
21.Dez – Jogo 8 – Vencedor Jogo 5 x Vencedor Jogo 6"

Época 2019/20 - Pontapé de Saída

"A alguns dias para a marcação do pontapé de saída do primeiro jogo oficial que dá início à época desportiva 2019/20, (muito embora já se registassem alguns jogos correspondentes à Taça da Liga), onde estarão em confronto equipas com objectivos bem diferenciados no que concerne à luta pelo título, candidatura à Liga dos Campeões, Taça U.E.F.A. e demais taças internas, manutenção ou demais sonhos a obter, todos dos que fazem do Futebol um estado de arte e beleza, movimento … eu desejo as maiores venturas.
Alterações significativas de planteis, mudanças de estruturas técnicas e demais condicionantes económicas, sociais, políticas e empresariais, irão confirmar ou negar os processos das dinâmicas introduzidas, perante os estados dos ávidos adeptos, que farão como de costume a sua significativa cultura de exigência.
Veremos equipas com rotinas competitivas de sucesso experimentado a tentar repetir o sonho dos resultados conseguidos; outras, com base numa focada imagem de readaptação de funções proveniente da inserção de novos jogadores com capacidade ou não de se inserirem num “novo” modelo de jogo, advindos de outra tipologia de treino, rendimentos, resultados obtidos, lesões, etc., farão eco da circunstância do apuramento da responsabilidade de quem dirige, treina e aplaude. 
Sempre tenho referido que, quem for capaz de ultrapassar as exigências impostas pela competição, de forma emocionalmente mais equilibrada, refeitos de um lastro de estado de alma e confiança nas acções a converter, no prazer em as realizar, na motivação em se envolver e no orgulho a confirmar, poderá estar mais próximo de bater no tecto do êxito.
Estou convencido de que será esta corrente entre o sentir, o pensar e o realizar, rasgadas que estejam as fronteiras do entendimento para a eficácia da melhor decisão, que irá condicionar o estado da performance.
Esperamos por isso que nesta pré época as equipas se tenham estruturado não apenas no âmbito das qualidades atlético funcionais dos seus activos intervenientes, mas que possam também estar identificados com as competências inseridas dum estado de optimismo pelo clube que representam, sem dúvida geradoras dum estado de crença como força motriz de intencionalidade operante, indutiva duma significante atitude de grandeza para a obtenção do sucesso.
Equipas que estejam potenciadas por um código de valores e que usam a persistência para laborar, a humildade e perseverança para ouvir e corrigir, e que são capazes de transpirar rigor e usar a disciplina energética de combate ao serviço do colectivo, nestas encontraremos o traço ou perfil verdadeiramente Ganhador.
Não devemos contudo esquecer que, como refiro em “À Flor da Relva” pg.60 (2018), As Equipas Felizes Ganham Mais Vezes. Transportam no seu seio uma energia autenticada pela segurança no que pretendem fazer, ocultando o que devem evitar, são capazes de produzir relações de estabilidade, transportando na alma as pegadas da experiência vivida e nos olhos os sinais da esperança, estabelecendo entre os elementos que delas fazem parte um clima de relações mais estável.
Ainda, porque possuem um sistema imunitário mais resistente e duradouro, as vitórias aumentam um forte desejo de as repetir, e nesse trinómio viver – treinar – competir, converge um eixo mediador para uma consciência de vida vivida em felicidade, para um transbordante ciclo expectável dum desejado sucesso.
É claro que isto no âmbito do Futebol, (Jogo/Competição), não se pode admitir como verdade absoluta. Por vezes aparece quando menos se espera um momento único, advindo de uma inspiração como que divina onde a harmonia do gesto até aí esquecida, se torna ora insubordinada, ora inspiradora, fazendo despertar o talento que até àquele momento estava como que perdido na escuridão da sua própria sombra!...
Benvindo Futebol … Saibamos Merecê-lo!..."

Benfiquismo (MCCXLVIII)

Galhardetes...!!!

Perícias da PJ provam que Rui Pinto acedeu mesmo aos e-mails do Benfica

"Quero ouvir Ana Gomes clamar por respeito pelo segredo de justiça e explicar que o "mercado de benfica" foi a suprema obra do seu whistleblower, ao serviço do fair play e da prevenção do crime de branqueamento de capitais. Quero ouvir Pinto da Costa dizer que não sabe qual é o sobrenome do Rui Hacker. Quero ouvir Francisco Marques dizer que não sabe a proveniência dos emails e que é um jornalista no exercício da sua profissão. Quero ouvir o Presidente do Conselho de Disciplina dizer que não existe matéria para abertura de um inquérito. E quero ouvir Frederico Varandas dizer que o SCP não tem nada a ver com isto."

Seferovic 2024

Já tinha havido um 'leak' sobre esta renovação, portanto foi sem surpresa que recebi a notícia. É importante ter jogadores com contratos 'seguros'... ainda por cima quando os jogadores têm 'mercado'!!!
Apesar de ter estado 'longe' da primeiras páginas, o Benfica recebeu várias propostas pelo Seferovic (são as minhas fontes!!!), mas com a saída do Jonas e do Félix, seria complicado explicar como ficávamos de uma época para a outra, sem os nossos 3 avançados!!!
Além disso, o Sefe já provou que dentro do campo é líder... Por exemplo no Benfica 4 - 2 Rio Ave da época passada, após o 0-2 foi o Haris que puxou pelo resto da equipa...!!!

SL Benfica | O meu plantel para 2019/2020

"Dentro de todos os adeptos, existe sempre uma vontade de poder decidir os jogadores que permanecem no plantel para a época que se avizinha.
Faz lembrar o tão famoso jogo Football Manager, aquele mesmo jogo em que a pessoa que o controla decide todo o tipo de assuntos relativos ao futebol profissional.
Pois bem, como eu não fujo a regra, deixo-vos aqui o plantel que gostaria de ver para a época 2019/2020.

Guarda Redes
Obviamente que depois de ter visto estes jogos amigáveis, Odisseias Vlachodimos seria o meu escolhido para titular. Zlobin seria o segundo da hierarquia, com o guarda redes titular da equipa B (espero que se trate de Celton Biai) a ocupar o terceiro posto.
Penso que para Svilar o melhor caminho será o empréstimo, pois com 19 anos o mais vantajoso é ter minutos de jogo num campeonato competitivo. Gostava também de ver Fábio Duarte a receber a oportunidade de ter minutos numa equipa de primeira/segunda liga. Seguramente que seria um guarda redes a oferecer garantias a qualquer treinador.

Defesa Direito
Confesso ser um admirador de André Almeida, por todos os adjectivos que o definem e que só o terceiro anel conhece. Poderão muitas vozes afirmarem que este jogador é curto para uma equipa com tantas ambições, mas mesmo assim André Almeida seria o meu titular.
Para suplente, talvez o melhor fosse uma cara nova. Ebuehi, depois de um ano sem qualquer minuto de jogo, iria precisar de uma reviravolta para se ter uma noção correta e real do valor do jogador. João Ferreira iria ser o dono do posto na equipa B.

Defesas Centrais
Sem necessidade de me alongar muito e por razões óbvias, Ferro e Rúben Dias iriam ser com muita certeza os titulares.
Jardel pela necessidade de ter alguém no balneário com anos de casa e experiência, iria ocupar o terceiro posto, sendo que Pedro Álvaro ficaria para fechar este lugar.
Pedro Álvaro seria uma ponte entre a equipa principal e a equipa B. Iria treinar regularmente com a equipa A e jogaria na equipa B ao fim de semana.
Na minha opinião, Conti seria emprestado ou vendido pois não deposito grande expectativa no argentino.
Por outro lado, Kalaica é um jogador que encaixava bem numa equipa de primeira liga, visto ter sido um elemento de destaque na segunda equipa.
Finalmente, escolheria também Gonçalo Loureiro para fazer dupla com Pedro Álvaro na segunda equipa.

Defesa Esquerdo
Este talvez seja o mais fácil de definir, em todo o plantel.
Grimaldo a titular e Nuno Tavares para o suceder, após a mais provável última época do espanhol. 

Meio campo
Para mim, Samaris seria indiscutível no meio campo a par de Florentino Luís. Embora Gabriel seja uma opção bastante válida, assumo que a minha preferência para o onze incide sobre o grego. Prefiro também ver nesta posição Taarabt e Chiquinho. Ambos têm sido testados em posições diferentes, mas é no meio campo que acredito que os jogadores têm uma maior rentabilidade.
Relativamente a Gedson, é um jogador pelo qual tenho bastante apreço mas como perdeu a pré-época, acho que um empréstimo seria bom para que este possa vivenciar uma outra realidade e voltar mais forte no futuro. Tiago Dantas terá forçosamente de ganhar maior maturidade e experiência na equipa B.
Fejsa é um jogador visivelmente já com alguma dificuldade em atingir um ritmo competitivo, que lhe permita discutir um lugar no plantel. Fruto do excesso de lesões, penso que a melhor opção seria a venda do jogador sérvio.

Extremos
O indiscutível Pizzi na ala direita e Rafa na esquerda, iriam preencher os lugares do onze.
Penso que Pizzi encostado a uma ala (a sua posição de origem e assumida pelo próprio como sendo onde se sente mais confortável) tem mais preponderância. Rafa por sua vez, depois de ter realizado a sua melhor época é também um dos indiscutíveis.
Caio Lucas seria o jogador na sombra de Rafa, sempre à espreita de um lugar no onze. Esteve muito bem nestes jogos de pré época, com assistências e golos, fazendo de tudo por merecer um lugar no plantel.
Jota tem sido um jogador que tem actuado como segundo avançado, mas acredito que quando Carlos Vinícius tiver a rodagem suficiente, as oportunidades para Jota vão encurtar. Vejo também Jota a actuar pelas alas, como muitas vezes fez na equipa B, com Bruno Lage no comando.
Para completar as alas e porque vários jogadores já mencionados podem desempenhar esta função, daria mais uma oportunidade a Zivkovic. Acho que é um jogador com bastante talento, muito bom tecnicamente e já mostrou aos adeptos encarnados que pode ser uma mais valia.
Franco Cervi por já ter percebido que não irá ter uma utilização regular no onze, e por também ser notícia ter manifestado vontade de sair, não entra nas minhas contas para esta época.

Avançados / Ponta de lança
Seferovic e Raul de Tomás, pelo o que já foi visto nos amigáveis, iriam começar de início, sendo que Carlos Vinícius com alguns minutos nas pernas e na plenitude das suas capacidades, irá seguramente provocar uma dor de cabeça a Bruno Lage.
Penso que tal como nas alas, esta posição poderá ser preenchida por outros elementos. Na minha opinião, para Cadiz o melhor seria o empréstimo a uma equipa da liga, sendo já notícia o seu possível ingresso na equipa de Belém.
Posto isto, chego à conclusão que um treinador não tem uma tarefa fácil na decisão de quem deve ficar e quem deve partir.
Irão as decisões tomadas por Bruno Lage ser as mais corretas? Acredito vivamente que sim."

Constatações e curiosidades

"Com estes e outros números, cada qual que tire as suas conclusões, sobretudo quanto à sustentabilidade nos moldes actuais

1. Esta é a última semana sem jogos oficiais a valer. Dentro de dias, eis o dealbar da nova temporada com um jogo a que alguns, exageradamente, chamam uma competição com direito a título. A Supertaça, em boa hora denominada Cândido de Oliveira, é tão-só uma partida (já foram duas) entre o campeão nacional e o vencedor da Taça de Portugal, que até pode ser o vencido se a equipa que levantou a taça tiver feito a dobradinha (não é o caso este ano). Perguntou-me, às vezes, por que razão no caso de o vencedor das duas provas ser o mesmo, não poderia ser antes o vencedor das duas competições, logo também da Taça, a jogar contra o 2.º classificado do campeonato. Acontece que, nos moldes actuais, dá-se mais importância ao vencido da Taça do que ao vice-campeão nacional.
Vem a propósito da Supertaça, falar de uma moda que é completamente falaciosa. Refiro-me a se querer meter no mesmo saco títulos e taças. Títulos só há um que eu saiba: o de campeão. Os outros troféus não o são. Conquistas sem dúvida meritórias, mas tão-só de taças maiores ou menores. Ou será que alguém troca ser campeão pela conquista da Taça de Portugal, Taça da Liga ou da Supertaça em 90 minutos? Não as estou a desvalorizar, tanto que bem gosto de as ganhar, mas apenas a enquadrá-las en su sitio.

2. Neste período entre épocas, ainda há futebol para além do mercado. Certamente não tão excitante, nem tanto de pendor actualista ou fantasista. Falo da análise estatística a que temos acesso por via de números oficiais devidamente avalizados.
Há uns dias, tive a curiosidade e o interesse em analisar o Anuário do Futebol Profissional Português da responsabilidade da Liga de Portugal e da EY (época 2017-18), em boa hora tornado público. Trata-se de um documento bem traçado e com informação preciosa para quem gosta de perscrutar também outras expressões do futebol, para além dos jogos. Da sua leitura, gostaria de salientar alguns dos pontos que me chamaram mais a atenção, no que se refere à Liga correspondente à Primeira Divisão:
- Agregadamente, a percentagem de assistência média face à capacidade dos estádios atingiu 59%, ou seja, cerca de 12.000 espectadores. Se compararmos esta média global com as das principais ligas, verificamos que estamos longe da Alemanha (46 mil) e Inglaterra (38 mil), mas, em menor divergência com a Espanha (27 mil), Itália (25 mil), França (23 mil) e Rússia (14 mil).
Como no site da Liga Portugal podemos também já consultar os dados mais actualizados referentes à época 2018/19, acrescento aqui dois quadros referentes a este período, bem elucidativos quanto à distância entre os clubes.

Assistências na Liga
Clubes             -   Média   -   Total
Benfica          -   53824    -   25,6%
Porto              -   41626    -   19,8%
Sporting          -   33691    -   16,0%
Guimarães       -  18249    -    8,7%
Braga              -  12035    -    5,7%
Boavista          -    8155     -   3,9%
Marítimo         -    6622     -   3,1%
Setúbal           -    4784     -   2,3%
Chaves            -    4550     -   2,2%
Santa Clara     -    4010     -   1,9%
Rio Ave           -     3630    -   1,7%
Portimonense   -    3313    -   1,6%
Feirense          -    3049    -    1,4%
Belenenses      -    2889   -     1,4%
Tondela           -    2702   -     1,3%
Nacional          -    2595   -     1,2%
Aves                 -    2454  -     1,2%
Moreirense       -    2275  -     1,1%

Ocupação Média dos Estádios
Clubes             -    Ocupação
Benfica          -       84%
Porto              -       83%
Sporting          -       67%
Marítimo         -       63%
Guimarães      -       61%
Portimonense  -       56%
Feirense          -       56%
Chaves            -       54%
Tondela           -       54%
Nacional         -        47%
Santa Clara     -        47%
Rio Ave           -        41%
Braga              -        40%
Aves                -        39%
Moreirense     -         37%
Boavista         -         30%
Setúbal           -         30%
Belenenses     -         10%

O Benfica recebeu 25,6% do total de espectadores, ou seja, descontando o Porto, Sporting, Vitória SC e Sp. Braga, mais do que os outros 13 clubes juntos (24,2%), atingindo até um valor médio de número de assistentes (53824) que ultrapassa folgadamente a lotação máxima de todos os outros estádios. Há 8 clubes que, para o acumulado de toda a época, tiveram menos espectadores do que um simples jogo do Benfica! Já os 3 grandes juntos representam 61,4% do valor total. Há 11 clubes com assistências inferiores a 5000 adeptos. A situação ficaria ainda mais desequilibrada e chegaríamos a valores verdadeiramente deploráveis se, para estes clubes, se retirassem os jogos em que receberam SLB, FCP e SCP.
Verifica-se uma razoável correlação entre a classificação final na competição e a média de espectadores. Por exemplo, quanto aos primeiros 5 classificados, apenas há a alteração entre o Sp. Braga e o Vitória SC, o que, aliás, não é novidade face à recorrente diferença da taxa de ocupação do estádio vimaranense (61%) face ao bracarense (só 40%). Curiosa é a situação do Morereinse, que tendo feito um brilhante campeonato (6.ª lugar) ocupa o último posto na média de espectadores (só 2275 por jogo!). Por fim, realçam-se, pela positiva, a média de ocupação do estádio do Marítimo (63%), só superado pelos 3 grandes e, pela negativa, a deplorável média de 10% do Belenenses SAD, a que, entre outros factores, não é alheia a migração para o Jamor. Também muito baixas são as percentagens do Vitória FC no seu velhinho estádio a implorar melhores condições e, como já assinalei, do Sp. Braga no novo e belo estádio.
Se também nos detivéssemos na divisão secundária, poderíamos constatar que há 3 clubes que entrariam na divisão principal de assistências - Famalicão, Paços de Ferreira e Académica -, os dois primeiros, aliás, a ela promovidos. Mendicante é o facto de, nesta divisão, 12 equipas terem uma média inferior a um milhar de pessoas nos seus campos. Com tão pouca gente nos estádios portugueses, talvez devesse, desta vez, ter adoptado o AO escrevendo espeta(dor) em vez de espectador...
- Já quanto às receitas de direitos televisivos, em 2017, o valor total na Liga atingiu 144 milhões de euros, sendo que a fatia francamente maior se relaciona com os três grandes. E se, nestes, tais rendimentos não ultrapassam 21% do total das suas receitas, nos clubes mais pequenos evidencia-se claramente a sua forte dependência dos mesmos, pois constituem quase metade do total de receitas. Ainda aqui a comparação com as maiores ligas é por demais elucidativa. Basta dizer que o último classificado da Liga Inglesa da mesma época recebeu quase tanto como o conjunto de todos os clubes em Portugal (Sunderland, 107 milhões). Ou referir que as receitas de televisão cegaram (em 2016-17) a 3,6 mil milhões na Inglaterra (das quais 45% de exportação para mercados internacionais), seguido pela Espanha com 1,6 mil milhões (38% para fora) e Alemanha com 1,3 mil milhões (14% fora).
- Um outro valor que me chamou a atenção relaciona-se com o gasto em remuneração dos atletas, que atingiu os 198 milhões de euros para um total de 1471 jogadores (das duas divisões profissionais). Assim sendo - e não havendo dados desagregados para a principal Liga - o valor médio de retribuição por atleta foi de 9615 por mês (contanto 14 meses). Esta média, porém, não nos evidencia o certamente elevadíssimo desvio-padrão entre os profissionais dos principais clubes e o conjunto global.
- Na Liga principal, verifica-se que o total do passivo das 18 sociedades desportivas foi de 1283 milhões, superando o total de activos que alcançou 1274 milhões. O valor agregado de resultados líquidos foi de 36 milhões negativos, só havendo 7 SAD com valores positivos.
Estes e muitos outros indicadores dão uma ideia das dificuldades e dos desafios que se colocam às SAD. Assim, como evidenciam um agravamento do fosso entre os principais clubes e todos os outros, quanto a condições logísticas, ao acesso a mercados financeiros, a receitas não recorrentes ou aos direitos televisivos. Com estes e outros números, cada qual que tire as suas conclusões, sobretudo quanto à sustentabilidade da actividade nos moldes actuais.

3. Termino, este breve itinerário da minha leitura pelo excelente Relatório, com algumas curiosidades quanto aos jogos da principal competição:
- nas segundas partes dos desafios marcaram-se mais golos (54%) do que nos primeiros 45 minutos (46%);
- quanto à importância do 1.º golo, verificou-se que quem marcou primeiro saiu vencedor em 67% dos encontros;
- nos últimos 15 minutos dos jogos (ou seja em cerca de 16% do tempo total) marcaram-se 25% dos golos;
- foram mostrados 1330 cartões amarelos, o que dá uma média de 4,4 por jogo;
- houve 87 cartões vermelhos, o que significa 1 por cada 4 jogos realizados;
- houve 33 faltas por desafio. Se consideramos um tempo jogado total de 95 minutos, estamos a falar de 1 falta em cada 2m53s, um número muito elevado que prejudica o espectáculo e, por vezes, a verdade desportiva;
- o factor casa pesou menos que eu julgaria: só em 52% das partidas os visitados venceram."

Bagão Félix, in A Bola

terça-feira, 30 de julho de 2019

Exemplo veio dos emigrantes

"Vieira partiu na frente, ao anunciar o novo lema do seu clube: ganhar pelo Benfica e nunca contra ninguém. Deve dar para todos perceberem...

A menos de uma semana da Supertaça, que assinala a abertura oficial da nova temporada futebolística, destaco a feliz oportunidade de um trabalho jornalístico assinado pelos enviados-especiais de A Bola aos Estados Unidos da América, Paulo Alves e Sérgio Miguel Santos, para acompanharem a participação do Benfica na International Champions Cup, que conta uma história bonita, em que os nossos emigrantes impediram que a estátua de Eusébio fosse depositada numa lixeira.
Em traços gerais, uma réplica mandada construir pelo mesmo emigrante Vítor Baptista, que ofereceu a que está no Estádio da Luz, foi inicialmente colocada no Gillette Stadium, onde se realizou o jogo de anteontem com o Milan, mas teve de ser transferida para o Estádio Lusitano, em Ludlow, pequena localidade próxima, sede do Pioneers, clube de forte influência portuguesa na região, para escapar à morte certa devido à edificação de uma zona comercial.
Os nossos compatriotas, como escreve Paulo Alves, assumiram a responsabilidade pela operação de salvamento da peça já muito mal tratada.
Dedicaram-se de corpo e alma à sua recuperação, um trabalho que implicou prolongado, minucioso e generoso empenho para perseveração da imagem de um símbolo nacional. Demorou um ano, mas a obra ficou concluída e a estátua de Eusébio continua a poder ser vista e admirada por quem vive ou por quem tiver a curiosidade de passar por Ludlow, com 20 mil habitantes, no interior do estado de Massachusetts.
Foi uma tentativa gratificante, até para memória futura. Em tempo de ódios e rancores, os portugueses da América revelaram um sólido espírito de comunhão que deve fazer corar de vergonha os dirigentes vaidosos, os intermediários sem escrúpulos ou os especialistas em comunicação reles, todos eles agarrados ao futebol por sentirem que o pasto é fértil para engordarem interesses e negócios. Porque, ao contrário do que anda por aí a dizer uma senhora, a culpa não é do futebol, mas de quem nele se alberga com más intenções, e gente dessa infiltra-se na política, onde tudo começa, como em todas as áreas da sociedade que cheirem a corrupção e lucro.

Três emigrantes, um do Benfica e dois do Sporting, em representação de muitos outros, julgo poder dizer-se, colocaram o orgulho de serem portugueses acima dos penáltis, dos árbitros e de todas as futilidades que caracterizam as discussões de café sobre um jogo fantástico e com uma força aglutinadora sem comparação em qualquer outro desporto ou actividade social.
Enquanto cidadão cumpridor das suas obrigações, que há décadas acompanha o futebol no que ele tem de bom e de mau e que dispensa a voz protectora dos salvadores da pátria, curvo-me perante a disponibilidade, a coragem e a solidariedade de quem deu um sublime exemplo daquilo que deve ser a verdadeira e pura competição: uma história de encantar contada por Alcino Pereira, adepto do Benfica, e Frederico Grelha e João Bernardo, adeptos do Sporting.

A lição chega de longe dada por gente humilde e que tem do País e do seu futebol uma visão crítica e azeda, mas também sincera e justa. Para quem vive fora, a imagem de Portugal sobrepõe-se às questiúnculas clubistas que por cá assumem relevância excessiva e até doentia.
A população emigrante, seja em que continente for, preza a rivalidade saudável e todos acorrem quando é preciso dar apoio a outros emblemas, sem olhar a cores, porque acima de tudo está o bom nome do País. Na minha experiência profissional de décadas tive o prazer de testemunhar incontáveis situações que traduzem esse admirável sentido de entreajuda.
Lamenta-se, porém, que do lado de dentro de insista em olhar para o fenómeno de uma forma desajustada a uma sociedade moderna. Não é assim, Manuel Fernandes? Começar já a falar de árbitros e de arbitragem a propósito de nada só será entendido pelos maldispostos congénitos. Com tal mentalidade, é difícil as coisas mudarem. Porque de equilíbrio emocional, como refere, precisam mais alguns presidentes do que os árbitros, devendo exigir-se-lhes tento na língua e que se preocupem apenas com o que se passa na casa de cada qual.
Mais uma vez, Luís Filipe Vieira partiu na frente, ao anunciar o novo lema do seu clube: «Ganhar pelo Benfica, vencer pelo Benfica, festejar pelo Benfica e nunca contra ninguém». Deve dar para todos perceberem, os que quiserem, pelo menos."

Fernando Guerra, in A Bola

Adiantamentos e atrasos de vida

"O Benfica teve Beja como porta de entrada em Portugal. Já tinha sucedido, antes, com o Sporting, também em voo vindo dos Estados Unidos. Desta vez, o avião adiantou 40 minutos, coisa que está longe de ser uma raridade em voos intercontinentais, mas o que seria um tempo ganho tornou-se tempo perdido, uma incómoda espera, dentro do avião. Os serviços de estrangeiros e fronteiras vieram, entretanto, a público com um comunicado, explicando que a culpa não era dos serviços, até porque a chegada estava prevista para as 7 e 40 e os seus homens pegaram ao serviço às 7 em ponto e ainda viram as derradeiras manobras do avião a arrumar-se na pista.
Espera-se que a culpa, desta vez, não venha a recair num qualquer pobre adjunto de secretário de estado, como sucedeu nas golas inflamáveis. Aliás, o problema nem foi grave; terá sido, apenas, incómodo. Talvez não seja necessário alguém ter de pedir a demissão, sacrificado como um cordeiro de Deus. Porém, vale a pena lembrar que ainda há poucos meses havia em Portugal uma discussão política sobre para que serviria, afinal, um aeroporto em Beja. Havia, na altura, quem defendesse a importância de uma alternativa a um sobrelotado aeroporto de Lisboa, sobretudo, para voos charters. Ora o futebol tem muito força. Uma chegada, em festa, do Benfica ou do Sporting, certamente iria ajudar à tese de que o aeroporto de Beja não só deve continuar a existir, como deve ser mais utilizado. Infelizmente, uma chegada, das raras que acontecem, com falhas favorecerá a tese de que quanto mais depressa afastarem as avezinhas do Montijo, melhor. Ainda por cima fica perto do Seixal e de Alcochete..."

Vítor Serpa, in A Bola

Mais um treino...

Benfica 6 - 0 Cova da Piedade

Mais um jogo-treino, desta vez no Seixal... e aparentemente com a integração de alguns jogadores que estavam a treinar à parte (Willock... seria interessante perceber se o Kalaica também terá sido utilizado!), além do Vinicíus...

Superação

"Existem imagens que valem mais do que mil palavras. Imagens que falam por si sobre a entrega, a dedicação, a ambição e espírito de equipa quando se trabalha para uma vitória. João Vítor Oliveira voou literalmente para a vitória. O momento do seu mergulho sobre a linha da meta que garantiu o triunfo dos 110 metros barreiras ficará para sempre na memória de quem assistiu. Um momento icónico e único que importa dar a conhecer e registar e que expressa bem o que é a mística do Benfica. A garra, a luta e o poder de superação num momento mágico de luta entre dois atletas que tudo deram em prol das suas equipas.
A vencedores e vencidos, o mesmo respeito quando se defende desta maneira as suas camisolas.
Foi um dos momentos fortes deste fim de semana, em que a equipa masculina de atletismo do Sport Lisboa e Benfica conquistou o 9.º título consecutivo no Campeonato Nacional de Clubes. Aquilo que, à primeira vista, poderia parecer (para alguns adeptos da modalidade) um resultado fácil, não o foi porque também há muita competitividade entre os adversários. Foi mais um triunfo que se justifica pela estratégia e organização, espírito de grupo, elevada atitude competitiva e forte aposta na qualidade da prata da casa.
O segundo lugar da equipa feminina merece também o reconhecimento de todos, num grupo em que perto de 80% das atletas são provenientes da formação e em que Marta Pen foi a referência.
Há um extenso lote de atletas habilitados para representar o Clube (um grande plantel, se preferir) e todos se sagraram campeões nacionais. Destaque, ainda assim, para aqueles que constituíram este ano a equipa efectiva em pista, garantindo novamente ao SL Benfica a presença na Taça dos Clubes Campeões Europeus do próximo ano.
Para eles um justo reconhecimento e o reafirmar de uma estratégia em que a principal aposta passa pela formação, ficando o registo de uma equipa com média de idades a rondar os 24 anos e em que perto de 60% tem caminho feito nos escalões jovens do Benfica.
É este, também, o sucesso do ecletismo. Um sentimento comum de competir e de sentir, com ambição, mas respeito por todos. À Benfica! Uma mística especial que, também no Atletismo, há muito é vivenciada numa modalidade que veste de águia ao peito há 112 anos.
Apesar do bom nível competitivo da prova e da melhoria substancial que se tem notado, por exemplo, na divulgação dos resultados, com actualização quase imediata na página da Federação Portuguesa de Atletismo, nota final para a necessidade de rever e melhorar alguns aspectos. Estes campeonatos, até pelo nível dos atletas em pista, merecem mais promoção e atracção do público para assistir ao vivo. São os próprios atletas mais habituados à elite internacional a alertar: em provas deste nível, exige-se naturalmente maior rigor técnico no registo de marcas e no ajuizamento.
Uma aposta ainda mais forte na formação de juízes, não apenas no aspecto técnico, levará a uma maior credibilização da modalidade e do espectáculo que esta é capaz de proporcionar. Neste como noutros desportos, não pode haver decisões por estatuto ou cor de camisola: ou é nulo ou não é nulo, ou é linha ou não é linha, ou se marcha ou se corre...
Sendo certo que os responsáveis desta Federação têm feito um esforço no desenvolvimento da modalidade — sempre uma das mais carismáticas dos Jogos Olímpicos —, sem nunca esquecer o trabalho e o investimento que é feito pelos clubes, espera-se também que seja reequacionada, por exemplo, a opção deste ano, por uma sessão nocturna que levou a primeira jornada de uma primeira divisão a terminar bem perto das 23h00."

As cabecinhas pensadoras do Seixal

"Uma surpreendente jogada de reposição de bola entre Vlachodimos e Ruben Dias no último jogo do Benfica frente ao Milan gerou uma discussão global nos últimos dias e deu enormes créditos aos laboratórios encarnados, apesar do resultado aparentemente pífio da iniciativa.
As cabecinhas pensadoras do Seixal tiveram boa intenção: toque do guarda-redes, devolução de cabeça pelo defesa e rápida reposição à mão para um lateral em corrida de contra-ataque, ultrapassando pela surpresa a primeira barreira do adversário.
Fica por saber, por enquanto, se o Benfica procura ressuscitar as reposições de bola longas, a que deixara de recorrer desde a saída de Ederson e que também caiu em desuso na generalidade das grandes equipas mundiais, devido à baixa percentagem de sucesso: apenas 30 a 35 por cento dos pontapés de baliza compridos não terminam em posse do adversário. Como, de resto, aconteceu com esta experiência, com Grimaldo a perder a bola e a não conseguir dar sequência ao lançamento do guarda-redes.
Assim, o resultado prático deste movimento, tendo jogadores com qualidade técnica para o executar em segurança tão perto da baliza, será completamente diferente, subvertendo a intenção do Benfica. A devolução ao guarda-redes dentro da grande área vai proporcionar-lhe cerca de 20 segundos de passividade, entre o agarrar, deixar-se cair, levantar-se, passear na área e finalmente repor a bola, sendo propício à “queima” de tempo nas fases finais dos jogos...
Ou seja: o que parecia um inteligente movimento de ataque terá muito mais aplicação como movimento defensivo e de anti-jogo.
Foi por isto, aliás, que muitos acharam imediatamente que se tratava de um lance à margem da lei e que o próprio árbitro americano terá advertido para não se repetir naquele jogo. E que, muito provavelmente, na próxima revisão, o International Board acabará por ilegalizá-lo com uma norma excepcional."

Da América à América com América pelo meio...

"A presença do Benfica no Troféu Charles Miller de 1955 foi marcante na expressão do nome do Clube no Brasil. Seis equipas jogando todas contra todas. Não deu para ganhar, mas foi um jogo dos encarnados, no Maracanã, que atraiu maior números de espectadores: mais de 100 mil!

O Benfica está na América, do Norte, e eu aproveito para ir a um dia em que o Benfica estava na América, do Sul, para jogar contra o América, do Rio. Rio de Janeiro, como está bem de ver.
Ora, isto passou-se em Julho de 1955. Dia 3 de Julho.
Eram aqueles tempos nos quais as digressões do Benfica começaram a tornar-se famosas. Dias e dias e dias a fio longe de Portugal, Férias, para que vos quero. Mas o nome da águia era grande e ia sendo chamado um pouco de toda a parte.
Agora anda o Benfica pelos Estados Unidos.
Então, andava o Benfica pelo Brasil.
O América venceu, no Maracanã, os encarnados por 4-2. Um calor daqueles, sufocantes, próprio de ananases como dizia o divino Eça.
Uma sede incomensurável: os jogadores portugueses sempre a correrem para o banco à procura das garrafas de água, prestes a caírem para o lado de desidratação.
Mas, vamos lá ver: nada de desculpas batatas. Otto Glória, o treinador, conhecia bem o ambiente em que jogava. Reconheça-se, em primeiro lugar, mérito ao adversário, que ganhou bem segunda rezam as crónicas.
Depois, pela ordem natural estabelecida, fala-se dos méritos benfiquistas. Que os houve. Costumo dizer que a história dos grandes clubes está também ela, assente em grandes derrotas. E pode sair-se de campo orgulhoso após uma derrota. Como foi o caso.
Até ao ponto mais alto da coragem
A primeira parte do encontro foi equilibrada e terminou equilibrada: 1-1. Alarcon marcou para o América, Caiado empatou para o Benfica, as coisas decorriam para cá e para lá, golpe e contra-golpe, o publico parecia feliz.
Um periódico brasileiro trouxe à estampa: 'O Benfica foi, durante muito tempo, à força de coração e de aprego à luta, de enorme abnegação, uma verdadeira ameaça para o prestígio do futebol de Santa Cruz. Não surpreende, pois, que os americanos, neste momento a melhor equipa do Rio de Janeiro, hajam redobrado de vontade, pondo em equação, no relvado do Maracanã, toda a sua classe de futebol artístico e prestigioso'.
Ora, portanto, o Benfica punha estes americanos, do sul, americanos-brasileiros, em sentido.
Leónidas fez o 2-1. O Benfica respondeu de imediato e empatou. A meia hora do fim, tudo muito tem-te-não-caias.
Ainda por cima, tal como acontece agora na América (do Norte); disputavam ambas as equipas um torneio bem alargado, Querem ver? Corinthians, América (RJ), Flamengo, Palmeiras, Peñarol e Benfica. Jogando todos contra todos. Chamaram-lhe Troféu Charles Miller.
O Benfica tinha perdido (0-1) com o Flamengo, na jornada inicial. Depois 2-0 ao Peñarol e 2-1 ao Palmeiras.
É altura de o América arrancar um esforço final. Os benfiquistas estão demasiado cansados para responderem. Coluna, que se exibira de forma extraordinária nos confrontos anteriores, estava estranhamente apático. Tal como Costa Pereira, que facilitou muito nos dois golos finais do América.
Depois, nova derrota, frente ao Corinthians. Um quarto lugar final atrás de Corinthians, América e Flamengo.
E um registo para a história de um torneio que ficou guardado para sempre na memória dos brasileiros: foi precisamente o América - Benfica o jogo que chamou mais gente às bancadas. 87.689 pagantes estiveram no Maracãna para uma assistência total de mais de 100 mil pessoas.
É assim, com passadas gigantescas como esta, que se afirmam os nomes incontornáveis do futebol do mundo. Às vezes, mesmo à custa de derrotas...
O Benfica saía do Maracãna de peito enfunado. Sob os aplausos estralejantes de um público encantado."

Afonso de Melo, in O Benfica