Últimas indefectivações

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Invictos !!!

Belenenses 23 - 37 Benfica
(13-20)

Mais um jogo avassalador... contra uma equipa que está a fazer um excelente campeonato.
Defesa intratável... com o Figueira em grande; contra-ataques demolidores e excelente eficácia...; ataques diversificados com combinações 'fáceis'; com todos a contribuírem...
E até a arbitragem absolutamente inacreditável (no inicio), teve que se render às evidências, e quando o resultado ficou 'decidido', 'desistiram' de inclinar o pavilhão!!!

O Terzic voltou a ter alguns minutos... e o Cavalcanti também... Destaco a confiança dos jogadores no momento do remate: uma diferença da noite para o dia, comparando com épocas recentes!!!

Na próxima jornada, recebemos os Lagartos, será uma boa oportunidade para observar o que é que esta equipa pode fazer com os 'milionários' do BESA!!!

O meu Benfica

"Importa que sejamos capazes de não anular o passado numas semanas de uma exageradamente chamada crise

Caminho da pedras
Têm sido, de facto, penosas as últimas semanas do futebol apresentado pelo Benfica. Não há como negá-lo. Ainda que com uma defesa enfraquecida face à temporada passada, custa a compreender a constante falta de controlo de jogo no meio-campo e o distanciamento incompreensível entre linhas. Agora não há lesionados, mas parece haver cansados. Mistérios que são difíceis de decifrar. No jogo em Basileia, a copiosa derrota até poderia ser uma daquelas noites em que tudo corre absolutamente mal e que, afinal, todas as equipas têm, mesmo as maiores. No ano passado, o Barcelona perdeu por 4-0 em Paris e o PSG retribuiu com um impensável desaire por 6-1. Nesta mesma jornada de agora, o Bayern só não apanhou mais de 3 golos por muita sorte. Porém receio que a noite negra na Suíça não tenha sido um mero acaso em que o futebol é pródigo. Neste campeonato, está a ser custoso ver o meu clube desperdiçar pontos com exibições muito vulgares, senão mesmo muito deficitárias. Há um pormenor do jogo da Champions que vale a pena ser retido. A equipa só fez 5 faltas (segundo o quadro da transmissão televisiva, embora 8 segunda A Bola)! Qualquer destes algarismos parece evidenciar uma equipa de insustentável leveza. Não me lembro de alguma vez o Benfica ter feito tão poucas faltas. E, neste domínio, é caso para dizer nem 8 nem 80, ou seja, nem poucas faltas, nem excesso de faltas. Um outro aspecto que me entristeceu foi o de observar a frustração imerecida de tantos portugueses que lá estiveram e que, imagino, no dia seguinte de trabalho se sentiram vexados.
Contra o Marítimo - equipa bem organizada - um batatal travestido de relvado pseudo composto nas vésperas do jogo, o Benfica, uma vez mais, foi incapaz de segurar um resultado positivo depois de um golaço de Jonas. E já lá vão quatro (CSKA, Boavista, Braga e Marítimo). Um jogo em que poderíamos ter vencido, mas que também poderíamos ter perdido. Houve vontade, empenho, mas tal não foi suficiente. Houve excessivas perdas de bola no epicentro do campo. Há um aspecto que eu - treinador de redpass - não compreendo de todo e que foi bem visível no jogo do Funchal. Onde está o ponta-de-lança? Mitroglou já cá não está, ele que, mais tosco ou mais habilidoso, fixava estabelecimento na grande área e por ali andava para marcar uns golinhos. Jonas tem sido (e bem) um jogador que ocupa e cria espaços para fora da área. Jiménez é muito esforçado e trabalhador, mas joga quase a extremo, numa posição para mim incompreensível! Houve uma série de jogadas em que os alas olhavam para a área e não morava lá ninguém!
Fazendo-se, porém, a comparação com o que aconteceu, no ano passado, com as equipas que o Benfica já defrontou, nesta temporada o resultado não é muito diferente: menos dois pontos. Mas a jogar muito menos.
Este fim-de-semana, afinal tudo na mesma na classificação, o que é uma má notícia.

Ser do Benfica
Nos momentos difíceis é necessário que a emoção descontrolada não tolde a razão. O que se passou na Assembleia-geral do Benfica da passada semana é, a todos os títulos, deplorável. Sem perdermos a capacidade crítica e o dever de escrutinar as decisões dos órgãos eleitos (e estes perceberem que os nossos estados de alma devem ser tomados me conta), importa que sejamos capazes de não anular o passado numas semanas de uma exageradamente chamada crise.
Ser benfiquista só quando se ganha é fácil, mas é uma ligação interesseira, conjuntural que não resiste à mínima brisa perdedora. Ao longo da minha vida, já passei por momentos gloriosos e por acontecimentos desoladores. É assim o desporto. Não se ganha sempre e não se perde sempre. No fim, o que para mim sempre contou, conta e contará são três palavras mágicas unidas no nome do meu clube - Sport Lisboa e Benfica - essa identidade trinitária consagrada no lema E pluribus unum. O seu espírito fundacional, a sua história, os seus sucessos são a imagem indelével de um clube tão português e ecléctico quanto saboroso.
Às vezes me pergunto porque sou do Benfica. Sou e chega. Sou amante, até ao tutano da minha alma. E, como bom amante clubista, em regime de monogamia absoluta. Cega, mesmo. Porque nenhum outro me interessa, para além do Benfica.
Um desaire do meu Benfica perfura-me o ânimo, sem cuidar da anestesia. Uma vitória do meu Benfica alimenta-me mais do que o mais calórico dos alimentos e anima-me mais do que uma mão cheia de antidepressivos. Na vitória, o amor ao clube é partilhado, mas na derrota a solidão dá-lhe uma expressão infinita e incondicional. Como acontece com a pessoa amada, o verdadeiro teste do afecto concretiza-se nos momentos difíceis.
O Benfica é, para mim, afecto e privilégio, coração e razão, vitamina e analgésico, fermento e adocicante, saudade e desafio, cumplicidade e aconchego.
O Benfica acontece em mim. E nesse acontecer, funde-se a minha personalidade, com o sentimento de pertença. De paixão. Onde tudo o resto do clube se apaga, excepto isso mesmo: a ideia de ser Benfica. Sem personagens, sem fronteiras, sem referências. Apenas a imanência de o Benfica estar dentro de mim e eu dentro do Benfica. Ganhando ou perdendo. Com papoilas saltitantes. E sonhos dentro do sonho.

Eusébio Cup
aqui falei da inoportunidade de o Benfica ter acordado o desafio correspondente à Eusébio Cup no início de Outubro, no Canadá. Fiquei, pois, satisfeito com o seu cancelamento, independentemente das razões que possam ser invocadas.
No entanto, entristece-me a desvalorização a que vem sendo submetido este troféu criado para homenagear eternamente o grande Eusébio da Silva Ferreira. Começou por ser um jogo com grandes clubes (Inter, Milan, Arsenal e Real Madrid), passou depois para clubes medianos (Tottenham, São Paulo, Ajax) e, nos últimos anos, desembocou em partidas pouco apelativas como, por exemplo, contra o Monterrey (no México!) e o Torino. Aparentemente, deixou de ser o verdadeiro jogo de apresentação da equipa no Estádio da Luz. Este ano, depois da tentativa falhada com o Chapecoense (aqui até se percebe o efeito emocional depois do trágico acidente que vitimou a equipa brasileira), ajustou-se o jogo com o novo Glasgow Rangers (não confundir com o consagrado e velho Glasgow Rangers...), agora anulado. Ainda haverá a 10.º edição. da Eusébio Cup? Tenho pena, embora compreenda quão difícil é encontrar datas e equipas que valorizem o troféu.

Contraluz
- Número I: 1601
Os dias desde o último de campeão (tricampeão) do FC Porto (18 de Maio de 2013).
- Número II: 5624
Os dias desde o último título de campeão do Sporting (12 de Maio de 2002).
-Número III: 136
Os dias desde o último título de campeão (tetracampeão) do Benfica (20 de Maio de 2017)
- Palavra: Crise
Deriva do grego Krisis que significa decisão. Já para os chineses, crise=perigo+oportunidade. A palavra que na vida, na política, na economia, no futebol mais se ouve e repete. A nossa idossincrasia ciclotímica mais parece um registo de um sismógrafo. Da euforia à crise num ápice e, de regresso, da crise ao seu esquecimento à distância de um nada. Agora, que já não temos cá a troika, é a vez do Benfica alimentar convulsivamente o diário nacional das crises... até parecendo que não ganhou 12 dos 16 títulos nacionais das últimas 4 temporadas!
- Pensamento:
«A verdadeira crise, é a crise da incompetência. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo»
(Albert Einstein, 1879-1955)"

Bagão Félix, in A Bola

O futebol visto por Albert Camus

"Benfica, Sporting, FC Porto, Belenenses e V. Guimarães foram multados em 765 euros pelo CD da FPF pelo facto dos seus adeptos terem desrespeitado o minuto de silêncio em memória do antigo árbitro José Pratas. Há alguns aferidores do estado civilizacional dos povos e o respeito perante a morte é um deles. E obviamente, por estes exemplos. Portugal fica mal colocado no ranking.
Nos três estádios onde os cinco clubes multados, jogaram, estiveram 58.086 espectadores e não andarei muito longe da verdade se disser que os energúmenos que assobiaram o minuto de silêncio não terão sido mais do que um por cento. Poucos, é certo, mas em número suficiente para dar do futebol e de quem vai ao futebol uma imagem, perdoem-me o termo, rasca.
Infelizmente, não dei conta de que algum dos clubes agora multados tenha lamentado o comportamento daqueles adeptos e dele se tenha demarcado. Lembrei-me das palavras de Fernando Gomes e da necessidade de batalhar contra a cultura de ódio instalada e contras as agressões verbais que são prática corrente entre as franjas mais radicais, fazendo pedagogia e ensinando, a quem não recebeu, nem em casa nem na escola, os princípios básicos da civilização, o exemplo de Albert Camus, que disse que tudo o que sabia de moralidade e dever era graças de moralidade e dever era graças ao futebol. Aos 99 por cento de espectadores respeitadores e civilizados que estiveram em Alvalade, nos Barreiros e no Restelo, lanço um repto, que já não perco tempo a fazer aos dirigentes: mostrem aos hooligans dos vossos próprios clubes que não são bem-vindos aos estádios. Não sei deixem nivelar por baixo..."

José Manuel Delgado, in A Bola

Conversa entre BdC e PC

"O impensável aconteceu. Bruno de Carvalho e Pinto da Costa lado a lado na tribuna de Alvalade. Num mero exercício de bem-disposta imaginação, mas baseado em factos reais (ou, neste caso, bocas reais), o diálogo poderá ter sido mais ou menos assim - depois de um longo período de silêncio, e já com o jogo a decorrer há algum tempo, foi Bruno de Carvalho, o anfitrião, a quebrar o gelo.
BdC - Jorge, desculpa ter dito que estás senil e és um rufia e um labrego, que nem a idade te dá vergonha...
PC - Ok, Bruno. Desculpa também ter dito que não sabia quem eras e ter-te chamado adjunto do Jorge Jesus. E aquilo da venda do Moutinho para o Mónaco...
BdC - O que lá vai lá vai, interessa agora é o presente. Temos de estar unidos. É como aquele clássico dos Starship, não sei se conheces, Nothing's Gonna Stop Us Now... Se o Sporting não ganhar o campeonato, que seja o FC Porto. Mas Jorge, já imaginaste se o título for decidido entre nós?
PC - Bruno, com o banho de bola que estás a levar, em principio não precisas de te preocupar com isso... Quando ao resto, vamos viver um dia de cada vez, espero que a nossa amizade dure ate fazermos uma daquelas trocas em que eu acabo com o Bas Dost e o Gelson e tu com o Vaná e o Reyes...
BdC - És um brincalhão, Jorge! Olha, vou fazer um churrasco lá em casa para a semana e estava a pensar...
PC - Vamos com calma, Bruno. É tudo muito recente. O importante é que continuem a voar cadeiras do outro lado da Segunda Circular.
BdC - Bom, o jogo acabou, gostei muito deste bocadinho, Jorge.
PC - Obrigado pelo convite, Bruno. Se eu soubesse como ia ser o jogo, o Casillas tinha-se sentado aqui connosco.
BdC - Lá estás tu na galhofa, Jorge!
(Já com Pinto da Costa a abandonar a tribuna, Bruno de Carvalho chama-o de longe e grita?
- Jorge, tens Facebook? Adiciona-me!"

Gonçalo Guimarães, in A Bola

​Évora? Oleiros? Que horror…

"O futebol maior do nosso país raramente sai da zona litoral, a sua zona da conforto, e, quando o faz, é por via da Taça de Portugal.

Primeiro fazem-se as regras. Na primeira oportunidade, contrariam-se essas regras. Esclarecendo: em tempos, foi decidido que na primeira eliminatória da Taça de Portugal em que entrem as equipas grandes, leia-se Liga NOS, é obrigatório que os jogos que sejam encontrados no sorteio se realizem sempre no terreno dos tidos por mais pequenos.
Por força desse sorteio realizado recentemente, ao Sporting coube a deslocação a Oleiros, ao Futebol Clube do Porto uma saída até Évora, tendo o Benfica como adversário o Olhanense na cidade do sotavento algarvio.
De imediato, surgiram as primeiras reacções negativas: tanto em Oleiros como na cidade museu não há condições satisfatórias para que os jogos sorteados ali se disputem.
No caso do Lusitano foram até adiantadas alternativas, no caso Campo Maior, Setúbal e até, imagine-se, o Estádio do Restelo.
O Lusitano de Évora foi um clube dos mais prestigiados nos anos 50, com equipas que fizeram a delícia dos adeptos do futebol e conquistaram posições de grande relevo.
Oleiros tem uma história muito mais recente, mas merece louvor o esforço que tem vindo a ser desenvolvido numa vila da zona do pinhal interior, recentemente devastada por incêndios inclementes, que ainda povoam as nossas memórias.
O futebol maior do nosso país raramente sai da zona litoral, a sua zona da conforto, e, quando o faz, é por via da Taça de Portugal. E quando tal acontece a festa ultrapassa os limites dos resultados do jogo, e fica a constituir um marco na história das pequenas colectividades.
Exige-se, pois, que seja feito um esforço por parte de todas as entidades abrangidas por esta situação, com a Federação Portuguesa de Futebol à cabeça, para que a festa da Taça não sofra um rombo incalculavelmente pesado.
A história de Évora merece esse esforço, e o entusiasmo de Oleiros também.
Portanto, não os desiludam."

A 'ciência' do sucesso

"Os factores associados à determinação do sucesso encontram, desde há muito tempo, grande receptividade nas mais diferentes áreas que estudam o comportamento humano.
De facto, uma rápida consulta às livrarias nacionais (online) revela uma montra de quase 1000 títulos - e, internacionalmente, acima de 200.000 - sobre o tema.
A atracção pelo sucesso que o ser humano aparenta ter, torna este assunto alvo de contínuas investigações e um êxito (quase) garantido de um top 3, num qualquer ranking de vendas.
Não considerando a bibliografia de inspiração quase "mágica", onde a aparente "mentalização do sucesso" se apresenta como uma ferramenta para o alcançar, vendida quase sempre como algo materializável a "curto prazo", de facto, observa-se uma tendência claríssima na constatação de que o sucesso resulta de uma construção sistematizada, maioritariamente, a médio-longo (às vezes, longuíssimo) prazo.
Senão, vejamos (a título de exemplo):
No livro Outliers, de Malcolm Gladwell, o autor discute, fundamentando, como a prática continuada e sistematizada de uma qualquer competência (ex: violino), pode conduzir à manifestação de talento acima da média. A partir deste exemplo, brinda-nos com um conjunto de outros exemplos, onde este tipo de fenómeno pode ser observado (como foi o caso dos Beatles, que tocavam ininterruptamente, anos a fio sem sequer fazerem pausas...).
Na realidade, este autor defende que o principal indicador de excelência, não é aquilo que é comummente reconhecido como talento inato mas antes, o que resulta de esforço continuado (no caso, o autor refere 10.000h de prática, como exemplo).
Corroborando esta tendência, o próprio Einstein defendeu que a Genialidade derivaria de 1% de talento e 99% de trabalho árduo.
Angela Duckworth, no seu livro GRIT (best seller), defende a mesmíssima ideia de que a Determinação (activada através da paixão e resiliência) seria a principal "culpada" pelo sucesso consolidado que pode ser observado em determinados indivíduos, independentemente do seu contexto de performance.
Para esta última autora, o SUCESSO (estudado pela sua equipa de investigação em variadíssimos cenários de top-performance) resultaria de uma fortíssima autodisciplina, combinada com a paixão dirigida a um propósito específico a longo termo, independentemente dos reveses que tenham que ser ultrapassados.
Por esta razão, seja pelo relato (ou exemplo) directo de grandes performers ou pelo resultado da investigação científica dirigida para este âmbito, o Sucesso, enquanto resultado consistente e consolidado, aparenta derivar de um esforço continuado, durante um período consideravelmente alargado e independentemente dos contratempos que possam surgir.
A superação das lesões e o retorno à top performance por parte do Nelson Évora ou da Telma Monteiro, são um bom espelho deste tipo de fenómeno.
Curiosamente, e apesar de toda a evidência científica, continuamos a lidar muito mal com a percepção de insucesso, invariavelmente enquadrada num time-line de curto prazo, inevitavelmente contaminado pelas emoções associadas à frustração resultante de um qualquer resultado pontual - frequentemente experenciado como um produto definitivo do nosso esforço.
Demasiadas vezes, é vivido como fonte de humilhação e de incompetência e, por essa razão, também demasiadas vezes se observa a adopção de um comportamento de evitamento (do "risco")... e assim, se "treina" a Motivação para Evitar o Fracasso e não o que se deveria de facto "treinar" - a Motivação para o Sucesso.
A gestão (emocional) do insucesso e do erro, emerge assim, estejamos a falar de contexto desportivo, empresarial ou académico, como um ponto fulcral que deve ser trabalhado... quando pretendemos, mesmo... ser bem-sucedidos(as).
Efectivamente, a única possibilidade de nos mantermos focados e motivados, face aos diferentes e inúmeros contratempos que irão surgir, resulta da integração do erro/insucesso como fonte de informação e aprendizagem, num percurso que se pretende de superação e especialização a longo-termo.
Por esta razão, o erro e o fracasso, se devidamente enquadrados, não são apenas um "mal-necessário", como um claro "laboratório" que alavanca o sucesso desejado.
Urge, assim, uma mudança de perspectiva, enquadrando o sucesso como o produto de uma "Maratona" e não de um "Sprint de 100m".
Urge "treinar" desafio (continuado) e não Medo."

Segurança rodoviária e desporto

"Em relação aos condutores era preciso que a disciplina de Actividade Gímnica e Desportiva funcionasse

Max Cunha dizia que, quando jovem, “afirmava coisas sem lógica, era repreendido pelos pais e professores; mais tarde, quando passou a dizer coisas com lógica, era ‘agredido’ pela sociedade”...
1 – Vem isto a propósito da segurança rodoviária, ou melhor, da falta dela, já que há da parte de certas “autoridades”, ligadas ao assunto, uma enorme hipocrisia, uma grande falta de lógica e também algum cinismo, mas acima de tudo uma enorme desonestidade intelectual que está na base de tudo isto.
Ora vejamos: há “autoridades” (só de nome) que entendem que se deve desprezar a tecnologia e que os carros, independentemente do ano de fabrico, devem poder andar todos à mesma velocidade.
Será que a tecnologia automóvel não evoluiu nada em 50 anos?
É aqui nesta “apreciação”, em que o legislador demonstra a sua profunda arrogância e ignorância, já que as condições de segurança são completamente diferentes do que eram há 50 anos, que das duas uma: ou um Fiat 500 não poderá ultrapassar os 60 km/h numa autoestrada, ou então um Mercedes poderá andar, na mesma autoestrada, a 150 km/h. A não ser assim, não há lógica, e quando isso é reconhecido pelos condutores, eles próprios corrigem esse lapso.
Mas há muito mais: é que o próprio Estado usa de má-fé e dá-se ao “luxo” de mandar cobrar altas taxas para os carros de alta potência, que dão velocidades superiores a 200 km/h, e depois manda multá-los porque ultrapassaram os 120 km/h!
Pensamos que o Estado, então, não deveria autorizar a venda de carros que possam atingir mais de 120 km/h. Isto é que seria lógico, sério e decente – só que o Estado perderia milhões de euros em impostos e em multas!
Mas, meus amigos, se querem um raciocínio lógico e querem dar um exemplo de seriedade, têm de mudar de práxis, ou então ficam com o odioso da falta de honestidade, como no AIMI para casados em comunhão de bens!
2 – Mas falemos de segurança rodoviária. Há três vetores a considerar: as estradas, as viaturas e os condutores.
a) As estradas, por vezes, não são cuidadas com rigor, e inclusive não são eliminados pontos negros onde se verificam repetidos acidentes, com mortos e feridos, sem que nada mude.
b) Em relação às viaturas, não há uma política séria de análise de viaturas que, como já foi dito, não tem qualquer lógica, ou seja, deixam um carro com 50 anos de idade e de pequena cilindrada circular a 120 km/h numa autoestrada, enquanto impõem a mesma velocidade (120 km/h) a um Mercedes, a um Audi, ou um Jaguar, etc., etc., novos, com uma tecnologia moderna e com sistemas avançados de segurança.
É que, de facto, não tem lógica e não é sério!
c) Em relação aos condutores era preciso que a disciplina de Atividade Gímnica e Desportiva, nas escolas, funcionasse de modo eficaz, o que não acontece, já que a maioria dos condutores não sabe o que é o estereótipo motor-dinâmico, não tem coordenação óculo-manual nem espácio-temporal, não sabe gerir uma sinergia muscular e também não faz ideia para que lado deve virar o volante quando, com chuva, o carro derrapa para a direita ou esquerda.
O A.C.P. e a Faculdade de Motricidade Humana, da ex-Universidade Técnica de Lisboa, poderiam ter um protocolo, permanente, para estudar e propor às autoridades responsáveis como fazer para evitar esta mortandade nas estradas. Mas será que alguém estará mesmo preocupado com o assunto? Então porque continua tudo na mesma?"

Benfiquismo (DCXVI)

Samua !!!

105x68... rescaldo