"Sassá. Imorou. Rodrigo Defendi. Sami. Balú. Kiko. Tinoco. Ouattara. Amessan. N'Jock. N'Djeng. Issan El Adoua. Barrientos. Josué. Balú. Dedé. Kelvin. Guardado. Rinaudo. Vitor Golas. Alex. Dzsudzsak. Bamba. Domeneghini. Fabiano Freitas. Uche. Jonathan Maidana. Jonathan Bottinelli. José Angel. Bobô. Christophi. Arias. Kerrouche. Sunnil Chhetri. Ivan Piris. Sotiris Ninis. Takashi Usami. Ansaldi...
Eis uma amostra de jogadores contratáveis ou simplesmente aflorados para jogar na nossa Liga. Principalmente pelos grandes de Lisboa. O defeso no seu esplendor!
Uma verdadeira torre de Babel de nacionalidades, de línguas e de culturas. A globalização futebolística, enxameada de intermediários que impingem jogadores por catálogo de conveniência e vídeos criteriosamente seleccionados ou amputados.
Nestas alturas, pergunto-me se, no nosso Portugal, não há jogadores capazes de ombrear com tão ilustres desconhecidos dos quatro cantos do mundo. E imagino os sonhos desfeitos, ou pelo menos adiados, de tantos jovens portugueses que fazem a sua iniciação futebolística e depois desaparecem no nevoeiro do esquecimento. Até nos escalões mais jovens, há já estrangeiros em boa dose.
Nada tenho contra jogadores de outros países. Mas já sou contra a xenofilia do estrangeirismo, como moda e cartão de modernidade. Porque, tirando alguns jogadores de excepção, as alternativas portuguesas em nada são inferiores às da estranja. Com uma diferença: falam a nossa língua, conhecem a nossa realidade e podem ser melhor acompanhados na fase crítica da juventude.
A liberalização deveria ter limites que defendessem o mercado interno. Como noutros países. E que evitassem equipas totalmente ou quase totalmente sem um jogador português."
Bagão Félix, in A Bola