"Desde que alguém se lembrou de roubar correspondência privada ao Benfica, truncá-la a servi-la gora a gota no Porto Canal, parece valer tudo.
Como sabemos, seguiu-se um processo judicial por alegada violação de segredo de justiça (coisa que alguma comunicação social faz quotidiana e impunemente), alimentando horas e páginas de mistificação, procurando à força colar o Benfica a práticas de viciação desportiva.
Na semana passada, em dia escolhido a dedo, requentaram uma notícia antiga, insinuando que um árbitro, também ele escolhido a dedo, havia sido corrompido pelo Benfica. Qualquer dia levantam outra qualquer suspeita, sem provas, sem fundamentos, sem pudor, mas com o maior ruído possível, de modo a perturbar o nosso clube e tudo o que o rodeia. Como a justiça é lenta, o ruído mantém-se indefinidamente e sem margem de defesa para os visados.
Com isto criou-se um caldo comunicacional no qual qualquer árbitro se sente hoje condicionado ao apitar uma falta a favor do Benfica ou contra os seus adversários e rivais. De resto, era esse um dos principais propósitos.
Em Moreira de Cónegos, Luís Godinho - juiz que tenho por honesto, mas incompetente e permeável a pressões - ajudou o FC Porto a obter mais uma vitória, depois de consultas o vídeo e ver imagens certamente diferentes das que vimos em casa.
E até no voleibol feminino, uma idosa com falta de vista sentada numa cadeirinha e um rapazola de bandeira na mão subverteram por completo e desenrolar do dérbi de Alvalade, ao ponto de provocar algum constrangimento nos próprios comentadores da Sporting TV.
Até quando isto irá durar?"
Luís Fialho, in O Benfica
