Últimas indefectivações

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Roger Schmidt, antevisão...

João Neves, antevisão...

Treino...

Apontamentos sobre as transmissões da SportTV...


"Abre a pestana, Benfica!

... que esta época, mais do que nunca, vêm denunciando critérios incompreensíveis e objetivos duvidosos:
1. Omitem imagens que se desconfia que existem porque outras exibem das mesmas câmaras e dos mesmos ângulos.
2. Na tentativa de induzir o espetador numa determinada conclusão, escolhem a dedo os lances que repetem até à exaustão.
3. Ao contrário, há lances em relação aos quais, por má escolha das imagens e dos ângulos, ficamos impossibilitados de tirar conclusões sobre o acerto ou desacerto das decisões arbitrais.
4. Têm comentadores que não conseguem ou nem querem disfarçar preferências, tal é a forma como analisam os lances, como vibram a favor de certas equipas ou como elogiam descaradamente umas em desfavor de outras."

BI: Antevisão...

Águia: Antevisão...

5 minutos: Antevisão...

Terceiro Anel: Champions...

Outro Olhar - 19/09/23

Quanto vale um ramo(s) de flores?


"Setembro marcou o término das águas agitadas do mercado de transferências. Das notificações que o Twitter insistia em disparar quase a cada segundo e das 'bombas' que tanto a televisão como os jornais lançavam vinte e quatro por sete, exponenciando tudo o que os clubes pretendiam (ou não) fazer passar para os seus adeptos.
Com todo este frenesim, impõe-se uma questão que merece a nossa reflexão: até que ponto a qualidade de um jogador continua a ser o atributo mais importante quando falamos do mercado de transferências?
Certamente já não o é e, se no passado o mundo do futebol pouca atenção dava à vertente comunicacional, atualmente, uma comunicação eficaz é tão ou mais importante para uma transferência, como a qualidade que o próprio jogador apresenta em campo. Certo é que aqui não me refiro ao que se passa dentro do mesmo. Todos sabemos que um bom cérebro e dois pés são muito mais importantes que qualquer palavra que possa sair da boca de um jogador. No entanto, o mercado necessita que esse talento seja comunicado.
Aqui, a capacidade comunicacional dos clubes torna-se fundamental para potenciarem e venderem os seus ativos. Ter astúcia, e saber vender, acaba por ser tão ou mais relevante que a qualidade que o jogador demonstra em campo. Se dúvidas disto existissem, os mais recentes exemplos dissipam-nas. Em Portugal, o caso ganha contornos especialmente interessantes, uma vez que é uma realidade à qual estamos muito familiarizados e onde a própria imprensa tem um papel ativo neste género de "propaganda futebolística", onde se "vendem" jogadores como quem vende flores.
Sabemos que a flor em si pode não ser a mais bela, porém basta a florista fazer um bom arranjo para conseguir encantar o mais exigente comprador. No futebol, se virmos bem, não é assim tão diferente. São cada vez mais recorrentes os casos em que os jogadores são "vendidos" pelo trabalho que o clube faz em termos comunicacionais, em detrimento do rendimento que apresentam em campo.
No nosso país, esta máquina de comunicação parece cada vez mais oleada pelos clubes, uma vez que têm na imprensa o veículo ideal para exponenciarem o valor de um jogador. A saída de Gonçalo Ramos para Paris ou a surpreendente ida de Chermiti para o Everton são exemplos acabados e fazem-me lembrar um passado recente que hoje é alvo de várias críticas, João Félix. Ninguém tem dúvidas da qualidade do jogador português que saiu do Benfica por 120 milhões, mas também todos sabemos que a sua saída foi altamente inflacionada, não só pelas capas de jornais, mas pela tática negocial e comunicacional do Benfica.
Esta estratégia dos clubes vocacionada para a vertente económica, não deixa de acarretar um perigo tremendo, não só para os próprios, como para os seus ativos. Se a curto prazo pode ser (sem dúvida que é) a melhor tática, a longo prazo começamos a ver que, porventura, o impacto poderá não ser assim tão positivo. Quer para os jogadores que ficarão reféns da propaganda gerada em seu torno, quer para os clubes que poderão ver a sua reputação afetada pela falsa expectativa criada, aquando da venda de um determinado ativo.
Ponto que nos leva a questionar sobre qual deve ser o papel da comunicação dos clubes e de que forma estes devem conseguir conciliar a vertente económica com uma comunicação mais humanizada, tendo em conta os interesses de todos os envolvidos.
Afinal, quanto vale um ramo de flores?"

Jogo pelo Jogo #6 - Jardel, U€FA, boné Zé Mota, Ruben Amorim

Ausência de Estado de Direito!



Até a Taça da Liga


"1. Falou bem, muito bem, Luisão em representação do Benfica no sorteio dos grupos da Taça da Liga. 'Temos de ter uma abordagens diferentes do que fizemos na última época porque queremos estar na final four e vencer', disse o ex-capitão do Benfica depois de conhecer os adversários que nos couberam. Neste ponto o que menos interessa são mesmo os adversários. É a 'abordagem' que interessa por ter de ser diferente. Não só por comparação com a última época, mas comparando com as últimas sete edições da Taça da Liga tendo em conta que o Benfica não venceu nenhuma.

2. É que o Benfica nasceu para vencer, até para vencer a Taça da Liga. No palmarés da terceira competição oficial do calendário português, o nome do Sport Lisboa e Benfica consta sete vezes como vencedor. na sua primeira década, o domínio da prova foi de tal modo impressionante e valoroso, que logo foi de tal modo impressionante e valoroso, que logo se ouviu muita gente do exterior a exigir o fim da referida competição por ser uma 'coisa' que só atrapalhava.

3. Como se sabe, há quem diga tudo e faça tudo para menorizar qualquer sucesso do Benfica. E quando os sucessos são sete não é difícil imaginar a indisposição geral que ocorreu extra-Benfica.

4. Não pode o Benfica, no entanto, ficar a modos que envergonhado pelos seus triunfos terem provocado tamanho desprezo pela Taça da Liga. Não gostaram? Paciência! Confiemos nas palavras do grande Luisão - capitão das equipas do Benfica em todas as sete Taças da Liga conquistadas - e confiemos num Benfica sequioso de levantar taças e de festejar com os seus adeptos mais uma jornada triunfal nem que seja da Taça da Liga.

5. A seleção portuguesa de futsal sub-19 cometeu a proeza de conquistar o título de campeão da Europa batendo a Espanha na final do importante torneio. Serve isto, obviamente apenas para relevar que o Benfica conta nos seus quatros de atletas com mais cinco campeões da Europa. São eles Lúcio Rocha, capitão, melhor marcador e eleito o melhor atleta da prova, Diogo Carrera, Pedro Marques, Afonso Serra e Tomás Colaço. Vivam os nossos campeões!

6. O programa televisivo coproduzido pelo Conselho de Arbitragem e pela Sport TV dedicado à revelação dos áudios dos VAR na discussão da Supertaça e das três primeiras jornadas do campeonato revelou-se um fracasso por... falta de material. Foi assim como prometer ao público um concerto da Banda da Marinha para, no fim, aparecerem uns poucos sujeitos a tocar acordeão.

7. No sábado, o Benfica joga em Vizela. Terá a acompanhá-lo muitos e muitos benfiquistas que esgotaram num instante os bilhetes disponíveis para o jogo da 5.ª jornada da Liga. O Benfica nunca está sozinho."

Leonor Pinhão, in O Benfica

Lições jugoslavas


"A chegada e o impacto de Vojislav Gagic, o primeiro treinador estrangeiro a orientar o Andebol benfiquista

A época de andebol de 1972/73 iniciou-se com o anúncio estrangeiro para o Benfica, o que acontecia pela primeira vez na modalidade. Foi pelo contato entabulado entre o presidente da secção benfiquista e o vice-presidente da Federação Alemã de Andebol que se chegou a Vojislav Gagic. O professor de educação física na Universidade de Zrenjanin, hoje na Sérvia, então Jugoslávia, encontrava-se em Munique a assistir aos Jogos Olímpicos de 1972, onde o seu país foi ouro no andebol.
Chegou a Portugal no início de outubro, confessando ser desejo antigo. Para além de andebol, o seu currículo de treinador alargava-se ao futebol e ao atletismo, nas disciplinas de lançamentos. Como atleta, foi internacional de andebol de onze e de triplo salto.
Gagic era um teórico do andebol, carregando consigo uma dinâmica profundamente inovadora. Salientava que Portugal estava 'muito isolado', fazendo 'muita falta uma revista só de andebol. Com artigos de problemática e teoria de andebol. Vocês são muito empíricos'. Tenha vasta bibliografia publicada sobre a modalidade e ansiava escrever um novo livro com Ângelo Pintado, contribuindo para uma 'biblioteca desportiva' do andebol português, 'indispensável para se progredir'.
A sua estreia aconteceu no arranque do Campeonato Metropolitano, em 14 de outubro de 1972, numa vitória frente ao Beira-Mar. Nos jogos seguintes, contou com uma equipa desfalcada no ataque, com Fernando, Vasco e Costa, os seus melhores laterais, impedidos de alinhar por questões médicas e militares. O treinador chegou a aventar a hipótese de contratar um andebolista 'considerado o segundo ou terceiro melhor rematador da Jugoslávia'.
No total, a equipa disputou 14 partidas sob o comando de Gagic, todas para o Campeonato Metropolitano, nas quais se registaram 5 derrotas, 2 empates e 7 vitórias, 6 delas consecutivas e 1 frente ao líder até então invicto, o FC Porto (V 28-24), na 10.ª jornada.
Num tempo em que o Benfica procurava uma dinamização no andebol, Vojislav Gagic veio qualificado como 'o Messias'. Contudo, não teve tempo suficiente para a completar, pois foi obrigado a terminar o vínculo com o Clube em Janeiro de 1973, por motivos familiares.
Apesar disso, beneficiou a equipa com uma melhorada preparação física e alertou para os problemas que impediam o progresso, como o estatuto amador dos jogadores e as consequências que daí advinham.
Conheça mais sobre a história do andebol encarnado na área 3 - Orgulho Eclético, no Museu Benfica - Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

Pensar o futebol


"A iniciativa “Thinking football summit” é boa. Reúne muitos dos protagonistas do futebol português para falarem sobre este, revelando muito do que se vai fazendo com vista ao salto qualitativo necessário, apesar de também expor as diferentes velocidades (e direcções) a que se movem alguns dos protagonistas.
Senão, vejamos:
O presidente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Costa, entrevistado por Vanda Cipriano, coordenadora do departamento de comunicação da Liga Portugal e antiga jornalista do Record, abordou temas como o título conquistado na temporada passada, a ambição de novas conquistas, o sonho europeu, o investimento no estádio e sua envolvente para melhorar a experiência dos adeptos, potenciar o apoio e atrair mais público, a notável procura dos benfiquistas por lugares de época e bilhetes, as perspetivas para o Benfica Campus, a marca Benfica, a eventualidade do naming do estádio, a conciliação entre aspectos desportivos e financeiros na gestão desportiva, a relevância da formação na estratégia definida, o modelo de governação, o trabalho de equipa ao nível das decisões, o papel dos dirigentes no desenvolvimento do futebol, a centralização dos direitos televisivos, o posicionamento do Benfica relativamente à melhoria do futebol português sempre salvaguardando os interesses próprios, os constrangimentos face a campeonatos de outros países e mais algum que me tenha escapado.
Em claro contraste, o presidente do Futebol Clube Porto, Pinto da Costa, entrevistado por Rui Cerqueira, da comunicação do Futebol Clube do Porto, mandou bocas e nada acrescentou.
Não surpreende. Ainda recentemente, o FC Porto não se fez representar no Liga Portugal Awards devido, ao que parece, a uma qualquer querela com a CNN Portugal, tal é o respeito pela Liga e o empenho na promoção do futebol nacional. Já para não referir a míngua de conferências de antevisão aos jogos do treinador portista nesta temporada.
Para quem tivesses dúvidas, assim se esclarece quem é interessado em desenvolver e modernizar o futebol português e quem, pelo contrário, não mais pretende além da insistência em fazer do passado presente, moldando-se às exigências quotidianas com os objectivos, métodos e postura de sempre.
Houve muitos outros intervenientes, uns interessantes (desde logo Roger Schmidt), outros nem por isso. E um momento difícil de assimilar.
Vítor Murta, presidente do Boavista, passados dias de um árbitro se ter deixado ludibriar por mais uma das milhentas simulações de Taremi, a qual, vá lá, foi revertida apesar das comunicações do VAR estarem em baixo por falta de electricidade na fonte de alimentação do sistema no estádio do Dragão, afirmou o seguinte: “O Taremi simula? Qual é o problema? Está lá a fazer o papel dele. (…) Andarmos a falar de tomadas. O Taremi está lá a fazer o papel dele e o árbitro e o videoárbitro que façam os seus. Cada um tem o seu papel, temos de cuidar do futebol e deixar de dar tiros nos pés.”
Concordo com a última afirmação. E sugiro a Vítor Murta que comece por se retratar, pois seria uma boa maneira de não dar (mais) tiros nos pés."

João Tomaz, in O Benfica

Agora já não há problema


"Assim que acabou a caminhada triunfal da seleção nacional masculina de futebol no Estádio Algarve (frente à equipa do Luxemburgo), pensei que estaria com algum problema na receção áudio da televisão lá de casa. Fui ver à Net se a questão também se colocava, e lá estava, exactamente, a mesma coisa. Para onde quer que me virasse, só consegui ouvir elogios à entrega e ao respeito que os jogadores orientados por Roberto Martinez tiveram pelos seus adversários. Então, agora dar cabazada já não faz mal? Não é prejudicial para o futebol?
Lembro-me sempre daquele brilhantismo e do entusiasmo dos 10-0 ao Nacional, em fevereiro de 2019, com Bruno Lage à frente da equipa. O SL Benfica foi cilindrado pelos seus detratores, justamente por ter atropelado a equipa madeirense orientada pelo antigo internacional português Costinha. Na altura, tudo foi apontado: que o Glorioso não sabia ganhar, que era um sinal da falta de competividade do campeonato nacional e uma falta de respeito pelo adversário. Falou-se da diferença de orçamentos entre as equipas, de tudo e um par de botas. Costinha pediu desculpa aos adeptos, considerou o resultado uma 'humilhação', e, durante largos dias, o mau da fita foi o Sport Lisboa e Benfica, porque não tinha tirado o pé.
Já na segunda-feira passada, num grupo de qualificação demasiado fraco para ser verdade, os 9-0 de Portugal ao Luxemburgo foram claramente elogiados, e, ainda o jogo não tinha chegado ao fim, já a narração e os comentários apontavam para previsões de dois dígitos, enquanto o público nas bancadas pedia 'só, só, só mais um'. E que isso, por si só, o não afrouxar do pé, representa respeito pelos adversários. De facto, tudo muda quando se trata do Benfica. Somos mesmo grandes, caramba!"

Ricardo Santos, in O Benfica

Hareid, terra querida


"Se perguntar ao leitor onde fica a recôndita terra de Hareid, provavelmente terá de recorrer ao amigo Google. Calma, não precisa, eu explico. A quase 600 Km de distância da capital, Oslo, Hareid é uma pequena cidade norueguesa, localizada na província de Vestland. Corria o ano de 1995, quando, no dia 10 de Dezembro, Hareid viu nascer um menino que os pais batizaram de Fredrik Aursnes. Apenas e só, porque até a certidão de nascimento o nosso Fred tratou de preencher com humildade. Dois nomes são mais do que suficientes para quem brilha com tamanha simplicidade. A probabilidade de, um dia, algum benfiquista vir a ter de aprender a dobrar a língua para pronunciar o nome de Aursnes era ínfima, mas a verdade é que todos quisemos treinar até saber. Chamar o homem pelo nome era o mínimo que podíamos fazer por este craque norueguês que veio encantar a Luz.
Para quem é competente num limitado conjunto de tarefas como eu, que aos olhos da minha namorada nem a cama sou capaz de fazer em condições, a excelência do Fred é um deleite. Se são tão poucos os jogadores de futebol espalhados pelo mundo com qualidade para jogar no Benfica, o que dizer de um que tem qualidade para jogar no Benfica em meia dúzia de posições? Se joga no meio, joga bem. Se vai para o corredor esquerdo, joga bem também. Se troca para o direito, o nível mantém-se. Defesa-direito? Parece que é de origem. Defesa-esquerdo? Não há nada a temer, até aí o norueguês supera qualquer expetativa. Haverá alguma função dentro de campo que o Aursnes não seja capaz de assumir com distinção? Ainda não lhe encontrei nenhum defeito, mas espero que fique por cá durante muitos anos para ter tempo suficiente para continuar a perder tempo a procurar."

Pedro Soares, in O Benfica

O assalto televisivo


"Por circunstâncias do destino, em apenas 15 dias estive no estádio do Notts County, da 4.ª divisão inglesa, e no S. Luis de Faro, onde se disputa a nossa 1.ª. Enquanto português, o contraste de condições foi embaraçoso. Amanhã, o Benfica jogará num estádio ainda pior, contra uma equipa de uma cidade ainda mais pequena, com ainda menos adeptos.
Qualquer clube inglês é capaz de encher o Wembley. Na liga espanhola vamos representações de grandes cidades e regiões, com população e massa crítica própria. Mesmo nos Países Baixos ou na Bélgica, os estádios estão cheios. É melhor nem falar da Alemanha, e da sua fantástica Bundesliga 2.
Cerca de 95% dos portugueses são do Benfica, Sporting ou FC Porto. São eles que pagam o circo (palavras de CR7). São também estes clubes (aos quais podemos juntar o SC Braga) que pontuam nos rankings, prestigiam o país, geram riqueza, e formam quase todos os jogadores nacionais de alto, médio e baixo nível.
Desviar as receitas televisivas será retirar competitividade internacional ao nosso futebol, e roubar os verdadeiros e únicos adeptos em benefício de plataformas de circulação de dinheiro estrangeiro, muitas vezes de origem duvidosa.
Não se trata de solidariedade entre ricos e pobres. Não estamos a falar de pessoas, mas, sim, de entidades anódinas, sem massa crítica, sem história, por vezes até sem estádio. Nem sequer servem de palco a jovens jogadores portugueses - obrigados a emigrar.
Se se pretende equilíbrio e competividade, o caminho é óbvio: colocar toda essa gente na 2.ª divisão. Como o futebol é autorregulado, e os perus não votam a favor do Natal, o problema é bicudo.
A haver intervenção do poder político, obrigar a reduzir o número de clubes seria, essa, sim, uma decisão de governantes que soubessem o que é, e o que devia ser, o futebol português."

Luís Fialho, in O Benfica

Da rua à inclusão


"O futebol é um jogo universal, uma paixão que transcende fronteiras, culturas e condições sociais, mas, na verdade, a maioria dos seus praticantes em todo o mundo não tem acesso a instalações desportivas, sejam elas de oferta pública ou privada através de clubes organizados. Por isso a rua torna-se o espaço do jogo por excelência, enchendo de vida os espaços públicos onde se encontram e recreiam, onde para acontecer futebol basta gente, vontade e uma bola, mesmo improvisada.
É esse imenso potencial que leva a Fundação Benfica a apoiar e promover esta forma única e inclusiva de jogar futebol. Um futebol orgânico, espontâneo, universal e omnipresente, que transcende barreiras, lança pontes e promove inclusão social, amizade e respeito entre pessoas de diferentes origens. Um futebol assim só pode ser uma ferramenta poderosa para a educação, o desenvolvimento pessoal e a construção de comunidades mais fortes. A CAIS sabe disso, e aplica-se como ninguém no seu desenvolvimento ao serviço de um país melhor onde a pobreza e a exclusão que teimam em persistir, não tenham mais lugar.
Assim pensam e sentem também os benfiquistas, alma dum clube do povo, que quer estar onde quer que o povo esteja. Por isso, promover valores como amizade, respeito e solidariedade através do futebol de rua é uma oportunidade para o Benfica fazer a diferença na vida das pessoas criando um impacto positivo e duradouro.
Obrigado, CAIS, pela parceria."

Jorge Miranda, in O Benfica

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"4,2
A Benfica SAD terminou 2022/23 com um lucro de 4,2 milhões de euros. Nesse exercício foi conseguido o montante máximo de receitas operacionais excluindo passes de atletas (195,8 M€). Incluindo as transações com atletas, os rendimentos ascenderam aos 284,7 milhões de euro, o 2º melhor desempenho de sempre. A dívida líquida decresceu 4,3%. O Ativo e o passivo cresceram na mesma ordem de grandeza, mas o ativo supera o passivo em 113,2 milhões de euros, o valor inscrito no capital próprio, demonstrativo da solidez das contas da SAD;

3
O Benfica conquistou a sua 3ª Supertaça de futebol na vertente feminina;

5
Campeões europeus sub19 de futsal pertencentes aos quadros do Benfica: Lúcio Rocha, Pedro Marques, Diogo Carrera, Afonso Serra e Tomás Colaço;
São 5 os troféus em disputa neste fim de semana: Supertaças de basquetebol, andebol no feminino e futsal no feminino, Elite Cup de hóquei em patins e Taça Vítor Hugo de basquetebol no feminino. Que venha o pleno!

27’45’’
Samuel Barata é o novo recordista nacional dos 10 kms em estrada, batendo um recorde que perdurava desde 1985. Os 27’45’’ minutos na distância baixaram o recorde nacional em 26 segundos. O atleta do Benfica também estabeleceu novo recorde nos 5 kms (13’33’’), 18 segundos abaixo da melhor marca anterior, de 1996;

75%
Ao longo de 2022/23, antes ainda da abertura das bilheteiras, cerca de 75% da lotação do estádio estava vendida em jogos do campeonato. 45266 Red Pass, 1171 executive seats e cerca de 1700 lugares distribuídos por 125 camarotes;

150
Andreia Faria tornou-se na 2ª jogadora a atingir a marca dos 150 jogos oficiais pela equipa A feminina de futebol do Benfica."

João Tomaz, in O Benfica

Proibido nivelar por baixo


"O CIES revelou num estudo recente os cem clubes de futebol que mais investiram na construção dos atuais plantéis (custos dos passes dos membros dos plantéis), evidenciando a distância entre a realidade nacional e a de outros países.
O Benfica, mesmo com receitas operacionais (sem atletas) recorde e as segundas mais elevadas receitas operacionais totais de sempre, é o 45.º na lista (188 milhões de euros).
O FC Porto, que há anos lida com uma situação económica e financeira alarmante e se encontra em falência técnica, surge na 51.ª posição (152 milhões de euros).
E o Sporting, não obstante ter divulgado no último relatório que prossegue com a "renegociação, com o Novo Banco, do Acordo de Quadro de Reestruturação Financeira", um nome pomposo para uma gigantesca limpeza de dívida do seu balanço, terá despendido 151 milhões de euros, ocupando a 52.ª posição.
Nenhum outro clube português surge na lista, sendo que o 100.º, o Estugarda, terá aplicado 54 milhões de euros.
Acima do Benfica estão 18 clubes da Premier League, 7 da série A, 5 da Bundesliga, 4 da La Liga e 4 da Ligue Un, além de outro 6 (3 da 2.ª divisão inglesa - os relegados da Premier League; 2 da Arábia Saudita; 1 dos Países Baixos).
O contexto completo requer o estudo da massa salarial, cujas conclusões não diferirão, por certo, das extraídas dos montantes pagos em transferências, agudizando assim as dificuldades no capítulo da competitividade europeia.
A necessidade levou a que os clubes portugueses se especializassem na formação e na prospeção de talento jovem, desenvolvendo-o e rentabilizando-o como poucos têm conseguido. Não por acaso, segundo o Transfermarkt, o Benfica é o clube que mais lucrou em transferências no século XXI, seguido pelo FC Porto. O Sporting é o 5.º e o SC Braga o 14.º.
A centralização dos direitos televisivos não pode, em circunstância alguma, retirar capacidade de investimento aos maiores clubes portugueses. Só tornaria ainda mais premente a necessidade de venda de passes de jogadores."

Visão: S05E05 - Cheirinho a Rogerball...

Fever Pitch - Domingo Desportivo - O Futebol é outra coisa que não conhecem. Se conhecessem não o tratavam assim

Benfica Podcast #498 - Champions Eve

Terceiro Anel: Diário...

Schmidt e os seus dois amores


"O treinador alemão dá a sensação de ter andado para trás e não ser capaz de extrair o rendimento que deve exigir-se de um plantel que é um luxo

A primeira parte do Benfica em Vizela foi um encanto de futebol para todos e a segunda um suplício para o seus adeptos, tal como se verificara em Barcelos, diante do Gil Vicente, prova de que estas intermitências nenhuma relação têm com as férias concedidas aos jogadores. A questão é mais complexa e foi assinalada por José Manuel Delgado na sua crónica do jogo, em A BOLA.
Tal como escreveu, ao brilhantismo da exibição não correspondeu o necessário «instinto matador» e isso é preocupante porque equipa que é campeã, e quer repetir a proeza na presente temporada, não pode permitir-se a desempenhos tão inconsequentes, de que são exemplos evidentes os dois últimos jogos fora, porque a história do primeiro, derrota no Bessa, é mais difícil de contar.
Ninguém ousa duvidar do valor do plantel do Benfica nem da virtuosidade do futebol que pratica. O que se questiona é a (in)consistência do colectivo e a sua deficiente atitude competitiva, aparentemente programada para dar espetáculo na primeira parte e controlar na segunda, o que, em teoria, nem estará errado desde que à maravilha do jogo exibido corresponda superior eficácia concretizadora. Porque jogar bonito sem marcar golos é o mesmo que caçar com uma fisga.
Em semana da Liga dos Campeões, perpassa a ideia de a águia ainda não ser capaz de voar alto durante noventa minutos. Em Vizela, revelou oscilações preocupantes, mas nem assim ficou abalada a ideia de Roger Schmidt. Fiel às suas convicções, o treinador alemão acredita muito nos titulares por si escolhidos, de aí a relutância em mudar por mudar porque, no seu entendimento, ao gerarem sucessivas oportunidades para concretizar, os encarnados deram sinais de saúde e confiança, embora apenas tivessem assinado dois golos, quando podiam, e deviam, ter apontado mais.
O futebol é assim, sublinha Schmidt, na defesa de uma tese que enriquece a discussão e merece o mesmo respeito de qualquer outra, mas a verdade é que ganha quem marcar mais golos e não quem oferecer melhor espectáculo futebolístico. Apesar de na última época ter feito muito com pouco, sendo a conquista do título 38 a melhor prenda que poderia oferecer à nação benfiquista, que lhe está profundamente grata por isso, dispondo hoje de um grupo com ricas soluções, estranhamente, o treinador alemão dá a sensação de ter andado para trás e não ser capaz de extrair o rendimento que deve exigir-se de um plantel que é um luxo.
Curiosidade tenho eu em ver como vai Schmidt coabitar amanhã, no relvado da Luz, com os seus dois amores. É claro que o Salzburgo é passado, mas foi lá que se projetou e foi lá que ficou a semente de um futebol que enche estádios, arrojado e empolgante, a mesma que trouxe para o Benfica com o objetivo de colher riqueza e sucesso.
O futebol que deixou saudades entre os adeptos do clube austríaco será muito parecido ao que já convenceu boa parte dos benfiquistas, razão pela qual volto a trazer o assunto à colação: a seguir ao jogo com o Gil Vicente, o jornalista Luís Mateus, um estudioso do treinador alemão e autor do livro Schmidtologia - as ideias do revolucionário que chegou, viu e conquistou a Luz, que naturalmente recomendo, escreveu no seu espaço de opinião em A BOLA que lhe falta «fechar de vez o capítulo Salzburgo, onde queria atropelar os rivais», resistir a essa tentação e adaptar a sua filosofia à realidade portuguesa, construída de artifícios tácticos que, do meu ponto de vista, a praga dos três centrais veio acentuar. Não o esquema em si, mas a forma como é interpretado, promotora de estratégias ultra defensivas e desinteressantes. Além de outros pecados, um deles imediatamente identificado pelo avançado sueco do Sporting, Viktor Gyokeres, o qual, apesar de reconhecer que deve ter mais cuidado com os braços, colocou o dedo sobre uma ferida por sarar, criticando o que se permite fazer nos jogos, através de um futebol muito físico, com mais interrupções e simulações em comparação ao que estava habituado em Inglaterra.
Amanhã, em noite de Liga dos Campeões, Schmidt pode receber aplausos da falange de apoio do Salzburgo, porque a gratidão fica sempre bem, mas está obrigado a demonstrar-lhe que é mais e melhor treinador e que o seu grande e único amor se chama Benfica.

Nota final - O FC Porto perdeu Uribe e Otávio, mas o astuto Pinto da Costa sugeriu João Moutinho ao seu treinador. Este, a recuperar de intervenção cirúrgica, terá evitado uma resposta comprometedora. O jogador, sem paciência para esperar, assinou pelo SC Braga, onde se sentiu «desejado, útil e querido». Conceição terá ficado aliviado e António Salvador convencido de que deixara o dragão indignado. Ainda agora a corrida começou, mas o FC Porto segue no frente da classificação, enquanto o SC Braga está no meio do pelotão, atrás de Boavista, V. Guimarães, Casa Pia e Famalicão. Eis a diferença entre portistas e braguistas. Os primeiros são candidatos ao título, os segundos gostariam de ser…"

Este modelo de Justiça serve o futebol?


"O modelo em que se baseia a Justiça aplicada ao futebol português deve ser urgentemente revisto, no sentido de se tornar verdadeiramente célere e eficaz. O que aconteceu com Adán, que cumpriu um jogo de suspensão devido a uma sentença posteriormente declarada nula, mostra de forma cabal que o rei vai nu. Por mais que cada um dos órgãos da estrutura que compõe a justiça no nosso futebol reclame para si rapidez nas decisões, a verdade é que uma teia de possibilidades de recursos, a que recorrem sobretudo os mais ricos (à imagem da sociedade onde vivemos), porque os mais pobres não têm dinheiro para isso, acaba por tornar obsoleto todo o processo, tendo-se chegado ao ridículo de a um jogador de primeiro plano ter sido aplicada uma sanção já depois de ter terminado a carreira. Este é um problema sério, que mina a credibilidade das competições, e devia ser discutido deixando do lado de fora a clubite, em nome do superior interesse do futebol.
Depois da tempestade Rubiales, as Federações de Portugal, Espanha e Marrocos reuniram-se em Madrid para darem para o exterior um sinal de normalidade absoluta da candidatura dos três países à organização da do Campeonato do Mundo de 2030. Do encontro que juntou os presidentes federativos, Pedro Rocha, o anfitrião, por Espanha, e Fernando Gomes e Fouzi Lekjaa, por Portugal e Marrocos, saíram declarações de unidade, uma espécie de renovação de votos, numa altura em que esta candidatura se mantém na pole position para receber o Mundial/30. É evidente que o processo que envolveu Luís Rubiales, pelos contornos de que se revestiu, não beneficiou a imagem de Espanha — apesar da celeridade com que resolveram o assunto — e por consequência da candidatura, mas não haverá danos duradouros e o comboio está de novo nos carris. E lá chegará o dia em que a Ucrânia pedirá, oficialmente, para sair deste filme, pela impossibilidade prática que está a verificar-se, da agressão russa terminar antes de 2024, ano em que será tomada a decisão da atribuição do Mundial do Centenário.

PS — A Vuelta de 2024 sai de Lisboa e haverá três etapas em Portugal. Uma excelente notícia, mais do que para o ciclismo português, para quem gosta de ciclismo em Portugal. E são muitos..."

Dois pesos, duas medidas

Mauro Xavier, in Record

O avençado-mor!!!

Toni: A Razão...

El Mítico #57 - Charla con Antonio Aragoneses sobre el Red Bull Salzburgo