Últimas indefectivações

domingo, 9 de junho de 2024

Quem diz a João Neves que ele não pode substituir Toni Kroos?


"Se a tendência de janeiro continuar na Premier League, as coisas podem ser muito diferentes daquilo que estamos habituados

Obviamente, Roberto Martínez nunca iria apontar publicamente defeitos a um jogador que está na lista para o Europeu; obviamente, que os colegas de equipa ou seleção têm por norma ser elogiosos para com os seus pares.
E se o selecionador arrisca menos vezes para não se comprometer, também é verdade que Roberto Martinez sempre tratou publicamente João Neves com distinção, em todas as intervenções. Fê-lo, por exemplo, em janeiro em entrevista em A BOLA e fê-lo, agora, num podcast com Rio Ferdinand para toda a Premier League ouvir.
Já Bernardo Silva nunca teve problemas em dizer o que pensa, seja sobre vir a ser um treinador diferente dos portugueses, seja sobre as eleições do Benfica ou olhar para a ida de João Félix para o Atlético de Madrid.
A Figura do Ano de 2023 de A BOLA não hesitou em dizer que levava João Neves para o ManCity, enquanto o selecionador diz que o médio do Benfica tem capacidade para jogar no Manchester United. Parece, assim, indiscutível pela voz de outros a qualidade de João Neves. Usando as palavras de Bernardo…«Não vai ser um jogador muito barato, calculo que não seja fácil entrar na corrida por ele. Que tome a melhor decisão para ele, tem futuro muito bom pela frente.»
Em duas orações, Bernardo Silva disse quase tudo. Quase.
O mercado de transferências tem complexidade, e se os clubes portugueses necessitam de ser mais criativos que outros, podem vir a enfrentar dificuldades acrescidas. A Premier League costumava ser a dona disto tudo, mas como se viu em janeiro, o incumprimento do Profit and Sustainability Rules – o regulamento de sustentabilidade financeira – levou a um desinvestimento brutal. O mercado de verão é sempre maior, mas os sinais que vêm de Inglaterra são de que mais emblemas podem vir a sofrer consequências por incumprimento de regras financeiras e, com isso, haverá então algum refreio no investimento? Em teoria, é possível. O que, a suceder, torna as coisas mais complicadas para todos.
O fenómeno da Arábia Saudita deu uma oportunidade aos ingleses, na medida em que permitiu a que os clubes da Premier League conseguissem encaixar dinheiro com futebolistas cujos ordenados seriam altos para Bundesliga, La Liga, Ligue 1 ou Serie A. Ou seja, mais difíceis de vender. Portanto, perante o receio do PSR, alguma parte dos ingleses pode ter de pensar mais em vender bem do que comprar. Com os ordenados praticados pela Velha Albion, esse será sempre um desafio. No fundo, o que antes se dava quase como adquirido – que a Inglaterra iria comprar muito e por mais, até porque está a um ano de entrar no novo acordo televisivo já negociado e essa, em vez da inflação, é a verdadeira razão dos preços de transferências aumentarem – ficou em dúvida.
Ainda estamos muito no início do mercado de transferências, mas se a quantidade de negócios baixar e, sobretudo, a tendência de janeiro de contenção em Inglaterra permanecer, pode ser fundamental aos grandes portugueses olhar para o mercado através de uma só grande venda, em vez de várias que deem um valente somatório.
É neste contexto que o Benfica – outros igualmente - precisará também pensar quando o tema se trata de João Neves. Inevitavelmente, o médio será o jogador mais cobiçado dos encarnados e, portanto, a maior possibilidade de encaixe. As águias farão tudo para obter o melhor preço e acenarem com a cláusula de rescisão, ideia poucas vezes entendida pelos adeptos como estratégica e quase sempre como condição única para o negócio.
Porém, se o cenário acima se verificar, as contas poderão ser feitas de outra forma, mesmo que, como Bernardo disse, Neves não venha a ser um jogador barato, nem venha a ser fácil entrar na corrida por ele. Depois, claro, há a segunda sentença do canhoto do Manchester City. Que Neves tome a melhor decisão para ele. Imaginemos que o Manchester Utd bate 120 milhões de euros. Agora imaginemos que o Real Madrid oferece 90. Quem é que vai dizer a João Neves que ele não pode ser o substituto de Toni Kroos?"

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Mercado - Ezequiel Fernández, Marco Silva e Kvaratskhelia

Falar Benfica: Orçamento

A igualdade não é sermos iguais


"Um dos argumentos mais reacionários que existem é o de que «se as mulheres querem igualdade têm de fazer as mesmas coisas que os homens». Argumento machista, que baseia a avaliação de competências nas habilitações físicas. Argumento absolutamente desprezível.
A igualdade que se reivindica não é de funções, tarefas, desempenhos ou habilidades – é de oportunidades. Por exemplo: a oportunidade que uma mulher deve ter de seguir uma carreira profissional de sucesso sem que o peso da maternidade seja superior ao peso da paternidade num homem. Há outros.
Não se pretende que sejamos todos iguais, porque somos de facto diferentes. Diria que ainda bem, com todo o respeito pelas várias identidades de género.
É por isso que a Federação Portuguesa de Futebol merece aplauso ao adotar as recomendações da FIFA sobre questões específicas das futebolistas (e treinadoras), como a maternidade ou os ciclos menstruais. O mundo, apesar de tudo, lá vai avançando.

De chorar por mais
Ame-se ou odeie-se, há um clube que parece ter nascido para ser campeão da Europa, em modelo Taça ou Liga. Parabéns ao Real.

No ponto
Devagarinho e sem ondas, o Sporting parece trabalhar o mercado nos exatos timings que pretende. Não chega para ganhar, mas ajuda.

Insosso
Pepe, símbolo do FC Porto e de Portugal, não devia ir para o Europeu como se dele dependesse o seu futuro. Tem 41 anos, merece melhor.

Incomestível
Setúbal, com a sua história e a sua atualidade, deve ter um clube forte. Como se chega ao ponto de descer, subir e afinal não poder subir?"

O perigo das expetativas altas


"A Seleção Nacional carregará, na Alemanha, um enorme peso sobre os ombros. Até porque o sonho de todo um povo pesa, de facto, toneladas

O Campeonato da Europa está à porta e nunca as expetativas dos portugueses estiveram tão altas. Se se fizesse uma sondagem, talvez politicamente incorreta, sobre o que pensam os portugueses sobre as hipóteses de Portugal voltar a ser campeão europeu, os resultados deveriam refletir um entusiasmo quase generalizado. Porque é verdade que Portugal tem uma Seleção com muitos jogadores de uma qualidade notável, porque tem um treinador que tem provado ser competente e fiável e porque a experiência de competições internacionais, ao mais alto nível, da esmagadora maioria dos jogadores, oferece amplas razões de confiança, também, pela maturidade.
É verdade que selecionador e jogadores têm tentado arrefecer a euforia considerando, numa só voz, que a Seleção Portuguesa é uma das candidatas, mas não, necessariamente, a favorita. Porém, os portugueses não entendem bem essa diferença. Porque a racionalidade no futebol não consegue diferenciar as apertadas margens de um rio de sonhos e emoções. E porque os portugueses, fartos de apenas sobreviverem em vidas severinas na segunda divisão desta confusa Europa, encontram, no futebol e na Seleção Nacional, fatores essenciais de compensação, de orgulho e de autoestima.
A verdade é que os portugueses desejam que Portugal ganhe o Europeu, porque precisam que a Europa e o Mundo os olhe com mais admiração e respeito. É difícil explicar racionalmente qual a razão de uma vitória de uma equipa de futebol, mesmo que seja uma Seleção Nacional, ser considerada a vitória de todo um povo e de um país. Mas a verdade é que é assim, por muito que isso irrite o clássico universo tecnocrático e o pensamento liberal vigente, que entende que nenhuma conquista é importante se não assentar na expressão da economia.
A Seleção carrega, portanto, um enorme peso sobre os ombros. Até porque o sonho de todo um povo pesa, de facto, toneladas.
Em vésperas da partida para a Alemanha, as experiências mais recentes deixam, entretanto, perceber alguns sinais de inquietação. Continua a ser uma Seleção do avesso daquela que conquistou o Euro em 2016. Essa era uma Seleção que brotava sempre, cautelosa e desconfiada, de uma raiz defensiva essencial. E esta, que interpreta a visão de Roberto Martínez para o aproveitamento total do talento dos seus jogadores, é uma equipa que não resiste a divertir-se e a divertir os espectadores. Uma equipa de ataque entusiasmante, imaginativo e plural, mas que ainda tenta encontrar as melhores soluções para evitar as más surpresas de adversários ultradefensivos, mas capazes de jogar rápido e bem, em contra-ataque.
Os últimos jogos de preparação deram, de Portugal, uma ideia de uma construção inacabada. Uma equipa sempre subida, pressionante até ao sufoco, capaz de ter soluções mil com a bola nos pés, mas uma equipa que, às vezes, não defende, porque... não se defende.
Além disso, uma equipa que, previsivelmente, não irá prescindir de Cristiano Ronaldo e que, portanto, ainda nem sequer treinou como irá jogar.
A verdade é que depois de uma campanha cem por cento vitoriosa, a Seleção continua a ganhar, mas, agora, com alguns indisfarçáveis e incómodos sobressaltos. Já não há muito tempo para resolver problemas estruturais, mas o jogo de hoje, com a Croácia, um adversário bem mais consistente e competitivo do que a Finlândia, poderá dar sinais importantes a Roberto Martínez sobre a construção de uma melhor solução defensiva da equipa, sobretudo em situação de perda de bola em zonas muito adiantadas do campo.

Dentro da área
Além da dúvida sobre o futuro imediato de Di María, não se conhece o verdadeiro sentimento dos responsáveis do Benfica no que respeita ao desejo na sua continuidade. Sabe-se do politicamente correto, que seria um privilégio ter, na Luz, o argentino por mais um ano, mas não se garante que seja verdade. O problema é que, com Di María, o Benfica precisa de construir uma equipa adaptada a um fantástico jogador, mas apenas quando tem a bola no pé. Sem Di María, os critérios serão mais livres. Seja como for, a decisão será urgente.

Fora da área
Celebrar Luís de Camões nas suas datas de nascimento e morte sempre foi motivo de desavença nacional. Em 1880, no terceiro centenário da morte do poeta dos Lusíadas, os republicanos deram passos decisivos no caminho da implantação da República, ao liderarem, com largo apoio popular, as comemorações nacionais. Duzentos anos depois, os dois maiores partidos portugueses também encontram nas comemorações dos 500 anos de Camões motivos de desavença. Ao menos houvesse algum sentido de Estado."

Retratos - Bernardo Silva

Cromos - António Silva...

Cromos - Rúben Dias...

«Eu quero é ver o Guardiola aqui...»


"Alguns treinadores brasileiros, como Tiago Nunes, desafiam os europeus a experimentar a América do Sul. JJ e Abel ganharam com folga

Tiago Nunes, treinador brasileiro de 44 anos que desde que orientou, com muito sucesso, o Athletico Paranaense, em 2019, fracassou no Corinthians, no Grêmio, no Ceará, no Sporting Cristal e no Botafogo, disse nesta semana que gostava mesmo era de ver Pep Guardiola, treinador do Manchester City, de 53 anos, na Taça dos Libertadores.
«Queria vê-lo contra o Bolívar, em La Paz, ou contra o Binacional, no Peru, a quatro mil metros de altitude, ou contra o Rosario Central, em Rosário, ou diante do Boca Juniors, na Bombonera», afirmou o treinador da Universidad Católica, em entrevista à ESPN Chile. «Vejo os caras lá [na Europa] muito calmos, tudo funciona, gostaria era de vê-los aqui mas, claro, não vai acontecer», rematou.
Nos tempos de escola havia uma piada em que um miúdo, que apanhava uma tareia de outro, muito maior, reagia nestes termos: «Bateste-me porque és maior do que eu, agora vou chamar o meu irmão mais velho, quero ver tu bateres-me à frente dele.»
A seguir, perante o irmão mais velho, o miúdo pequeno voltava a levar do maior. «Bateste-lhe porque estás aqui ao pé dos teus amigos, quero ver lá em cima no monte», desafiava então o mais velho.
Chegados ao monte, sem piedade, o maior batia no menor outra vez. A cena repetia-se em mais uma, duas, três ocasiões até que o irmão mais velho dizia para o mais novo, todo queixoso, dolorido e ensanguentado, «epá, vamos mas é para casa, se não este gajo ainda te parte todo».
A história lembra a relação dos treinadores brasileiros com os europeus porque, já em 2011, Muricy Ramalho, do Santos, às vésperas de ficar todo queixoso, dolorido e ensanguentado após a derrota por 0-4 para o Barcelona no Mundial de Clubes, disse, ainda sobre Guardiola, que «ele é dos melhores do mundo, agora, trabalhar na Europa é mais tranquilo, lá eles trabalham com os melhores jogadores, têm dinheiro e tempo para planear».
E concluiu: «Para mim, eles [treinadores europeus] só vão ganhar uma nota máxima quando forem para o Brasil, disputarem um Brasileirão e ganharem.»
Anos depois, Jorge Jesus não só passeou no Brasileirão de 2019 como ainda ganhou a Libertadores, fora outros títulos. Depois veio Abel e, com mais tempo de trabalho, dobrou a aposta: venceu duas vezes o Brasileirão e duas vezes a Libertadores, fora outros títulos.
Jorginho, aquele antigo lateral-direito que em 16 experiências como treinador no Brasil ganhou um Cariocão pelo Vasco, disse então, quando treinava o Atlético Goianiense, que «no Fla e no Palmeiras é fácil, queria vê-los era em clubes pequenos».
António Oliveira chegou e levou o Cuiabá à Copa Sul-Americana. E Pedro Caixinha disputou o título do Brasileirão de 2023 até à última jornada pelo Bragantino.
O melhor é estes treinadores brasileiros mudarem de discurso (e de atitude) se não estes gajos ainda os partem todos."

A “Saga” do “Doping” no Desporto Profissional


"O Ministério da Educação que publique o montante da verba que despende com isso e depois vão perceber o que acabou de ser escrito.

Há grande e gritante confusão, entre o Desporto verdadeiro, e aquela actividade física, de cariz atlético, que mais não é que “espectáculo desportivo”, que está também 100% equiparado à actividade circense. Quer uma quer outra são de facto o mesmo. Hoje em dia, o “Futebol Espectáculo” nada tem que ver com o Desporto verdadeiro, que deve ser praticado pelos jovens, na idade escolar, na escola, e fora dela, que, esse sim, deve ser rigorosamente vigiado pelas autoridades, no sentido de proteger e de preservar a saúde, e a vida, da juventude Portuguesa.
Jogadores do “Futebol Profissional”, ciclistas, “boxeres”, lutadores, atletas, ginastas, alpinistas, artistas de circo, todos profissionais, etc… etc… não devem ser sujeitos a controlo anti-doping. Parece que certos halterofilistas profissionais estão fora desse controlo quando os seus treinadores, antes dos levantamentos dos halteres lhes dão a “cheirar” um “produto” que os faz entrar quase em “transe”, isto em directo pela T.V. Hoje temos que ser pragmáticos sem, no entanto, perdermos a lógica e a noção da razoabilidade, palavra que, nesta hora de confusão e de dificuldades, nos obriga a tomar opções, a fazer escolhas e, sobre tudo, a eleger prioridades que, defendendo os nossos princípios, defendam também o que é mais importante para o nosso interesse colectivo e, esse, é, sem dúvida alguma, a nossa juventude, pois é o futuro do País.
Os recursos despendidos com o controlo anti-doping dos atletas profissionais podem ser vistos como um desperdício, já que todos sabem que a alta competição “não é para dar saúde a alguém”, Coubertin já o tinha afirmado! Ora os “Jogos Olímpicos” actuais, e não só, são o “circo moderno” e não vemos qualquer interesse em “testar” qualquer artista de circo, que esteja em competição, com qualquer rival, para a atribuição de um prémio. Mas será apenas para evitar a batota e impedir que o “Cascalheira” possa ganhar ao “Porto” ou ao “Benfica”? ou será só com a preocupação da “saúde” desses profissionais? Será? Então o que é feito da vigilância sobre os adolescentes que, no ensino “secundário”, já declararam ter tomado drogas, consumirem álcool e pertencerem a “gangues”? O que é que a sociedade investe para contrariar essa tendência que está em crescendo na razão directa com o aumento da crise?
Se, de facto, sabem o significado, em Democracia, de sociedade civil, de opinião pública, de organizações não governamentais, etc… então não actuem como no tempo “da outra senhora” e sujeitam a questão a um referendo. Não preconizamos o fim desses “comités” de “funcionários” que andam à procura de quem se “dopa” no Desporto Profissional, o que sugerimos é que apontem os seus esforços e os gastos do erário público, na protecção dos jovens escolares que “andam à solta”, sem qualquer espécie de controlo. É que esses não se “dopam”, drogam-se! E isto é que é sério e é preocupante para o futuro do País!!! Mas hoje (10/Dez/2010) só se fala na “Operação Galgo”, da atleta Marta Domínguez e recorda-se também da “Operação Puerto” (2006) do ciclismo Espanhol. Não é, de facto, razoável, porque há uma desproporção enorme entre o que é despendido para “controlar” umas centenas de “profissionais” em relação ao doping, e aquela outra verba para o despiste da utilização de drogas entre a população escolar do “secundário”. O Ministério da Educação que publique o montante da verba que despende com isso e depois vão perceber o que acabou de ser escrito."

COP: Passos - Miguel Nascimento...