"Se houver leitores que nunca viram Petit jogar, a segunda parte do jogo frente ao Benfica mostra bem o que o treinador do Boavista era enquanto jogador. Agressividade, pulmão e crença. Já Veríssimo sereno como sempre, permitiu à equipa adormecer e perder a vantagem que tinha alcançado.
O Boavista ia para o jogo com o Benfica com algumas baixas na linha defensiva e talvez por isso, Petit, que apenas tinha um central de 19 anos no banco, pensou que seria mais seguro não fazer a equipa esticar no terreno na pressão que normalmente faz e optou por na primeira parte quer seja com 0-0 ou já a perder manter o seu 5x4x1 mas com pressão média baixa.
Ora, na primeira parte o Benfica com espaço e tempo para pensar o seu jogo esteve à vontade para progredir no terreno. Tanto que além de dois golos, conseguiu mais algumas oportunidades para aumentar a vantagem. Os axadrezados várias vezes tiveram problemas na formação da última linha e muita vez jogaram demasiado subidos o que deixou o Benfica confortável no jogo.
O arranque da segunda parte trouxe um Benfica a querer controlar o jogo mas menos eficaz a ferir o adversário o que foi pouco a pouco aumentando os índices de confiança nos comandados de Petit que aos poucos foram subindo cada vez mais no terreno.
A partir daqui só dá Boavista ao ponto do Benfica não conseguir fazer um único remate enquadrado com a baliza na segunda parte. A equipa de Petit começou a pressionar cada vez mais alto, a cortar cada vez mais linhas de passe aos centrais do Benfica e sempre que estes tentavam sair a jogar tinham de bater longo sendo que raras foram as vezes que o Benfica conseguiu ficar com posse de bola.
Tanto Otamendi como Vertoghen acabam por estar ligados aos golos do Boavista após terem sido pressionados e de não conseguirem entregar em condições. Com a subida da pantera o estado anímico já de si frágil dos jogadores de Nelson Veríssimo foi-se se afundando causando um desnorte coletivo. Veríssimo esse que não conseguiu reagir e ajudar a equipa a suplantar as dificuldades que estava a passar ficando algo apático e incapaz de reagir perante o que estava a suceder dentro do campo."