"Benfica chega ao Jamor com muito sofrimento ante Famalicão que deixou grande imagem
Contexto
1. O Famalicão vinha de cinco jogos sem vencer e de derrota muito pesada. Com o objectivo de fazer história, João Pedro apresentou a equipa mais forte com o regresso dos dez titulares que descansaram no último jogo. O Benfica, por sua vez, está a atravessar mês de decisões e de encontros de grau de dificuldade elevado. O jogo tinha enorme importância porque podia carimbar a passagem para a final da Taça e porque a equipa pretendia dar reposta à derrota sofrida no Dragão, de forma a ganhar confiança e ainda mais motivação para os jogos que se avizinham. Bruno Lage apresentou onze com 3 alterações: Cervi regressou (Rafa retornou para o meio), T. Tavares entrou no lugar do lesionado A. Almeida e Florentino assumiu o miolo de forma surpreendente (Weigl nem no banco).
Primeiros 20'
2. As equipas apresentaram-se cautelosas e com uma estratégia similar, que passava por condicionar a saída de bola do adversário, tentando de imediato atacar a baliza adversária. Estes primeiros minutos foram caracterizados por uma grande concentração e receio de arriscar.
Erros e eficácia
3. Aos 24 minutos o Famalicão cometeu um erro na saída de bola, Pizzi bem posicionado recuperou-a e num bom envolvimento com Vinícius e Cervi (que passe de calcanhar!) finalizou com tranquilidade. Aos 34 minutos Ferro perde a bola, Martínez isola-se e Vlachodimos faz grande defesa. Este lance permitiu ao Famalicão acreditar, fazendo com que o Benfica perdesse o controlo de jogo. Exemplo disto mesmo foram os últimos 5 minutos da 1.ª parte: Diogo Gonçalves numa iniciativa individual poderia ter feito golo; e fechar a primeira parte um golo invalidado ao Famalicão; boa defesa de Vlachodimos após remate de Martínez. O Benfica respira e vai para o intervalo.
Lage alterou
4. Famalicão entra pressionante e cria algumas situações de finalização (Diogo Martínez e Pedro Gonçalves). O Benfica demonstrou passividade na abordagem aos lances e falta de critério com bola, tanto a definir como a gerir o jogo. Lage, percebendo a forma como o jogo estava a correr, puxou Rafa para a direita e deslocou Pizzi para o meio (4-5-1). Esta alteração e a entrada de Chiquinho permitiram ao Benfica acalmar o ímpeto do Famalicão, conseguindo de alguma forma adormecer o jogo.
Fama arriscou
5. João Pedro arriscou com a entrada de Schiappacasse, alterou o sistema (3 centrais e 2 avançados) e no minuto seguinte foi premiado com o golo. Grande passe de Rakic para Diogo Gonçalves, que serve Toni Martínez para o 1-1.
Lage reforçou a zona central com a entrada de Samaris, sentindo que a pressão do Famalicão se ia acentuar. O Famalicão forçou tudo, arriscou, tendo inclusivamente aberto espaço na retaguarda que não foi bem aproveitado pelo Benfica, que manteve a falta de critério com bola (tanto a gerir como a explorar a profundidade).
O Benfica consegue o objectivo pretendido com muito sofrimento, perante um Famalicão que deixou uma grande imagem."
"Vivemos numa era em que o jogo evoluiu até ao ponto do mais ínfimo pormenor poder fazer toda a diferença entre sofrer ou não sofrer, marcar ou não marcar golo.
Numa era em que o crescimento das organizações colectivas trouxeram de volta a estratégia e o individual como factor relevante.
Agora que o posicionamento colectivo está ao alcance de todos, é de novo o pormenor individual que faz a diferença, em cima da tal organização.
É a forma como o gesto e a decisão altera o jogo ofensivamente, e como mesmo que bem posicionado no espaço, sem uma boa orientação do corpo, se possa pagar por isso.
Bruno Lage referiu que foram descobertos os pontos fracos da sua equipa depois de um ano em que tais pareciam escondidos. Nunca estiveram escondidos, na realidade. Por isso por cá, sempre reconhecendo a qualidade elevadíssima no processo ofensivo quer de Grimaldo, quer de Ferro, nunca houve o “acreditar” ou a “tentação” de os colocar num patamar onde simplesmente não entrarão – Boa equipa Europeia. Embora tantos sejam os que por não perceberem que para se ter bola também é necessário ser-se muito forte sem ela, acreditam que tal é uma evidência.
A série de jogos com sucessivos erros da dupla tem sido mais notada porque a bola caiu no fundo das redes de Odysseas, mas nos jogos de Liga dos Campeões sempre ficou patente para quem quis ver as dificuldades individuais não apenas de ambos, mas de tantos outros.
Contra o Famalicão, centímetros mais para dentro e corpo orientado para poder ir buscar uma possível solicitação do adversário directo na profundidade teriam resolvido o problema."
"Tuffy gostava de irritar os seus companheiros da defesa, Grane e Del Debbio, e entregava de propósito a bola aos adversários
Do lado de cá ou de lá do espelho, já não me recordo, a Alice do Carroll perguntava: «Que importância tem um nome?». Ora, que diacho, pensemos em Napoleão. Se não se tivesse chamado Napoleão como poderia ter sido tão absolutamente napoleónico? Ainda por cima Bonaparte! Alguém de bom senso acredita que um fulano chamado monsieur Denichot poderia ter sido responsável pela Revolução Francesa? Estão a ver a História, assim mesmo, com maiúsculas, recordar para todo o sempre a dolorosa derrota de monsieur Bernard Denichot na Batalha de Waterloo? Ou Ludwig van, o Grande Surdo, a dedicar a sua terceira sinfonia, a heróica Heróica, ao mesmo monsieur Denichot? Pois não... pois não...
Defendo a mesmíssima teoria no que respeita a Tuffy Neugen embora Deus me livre de vir para aqui compará-lo a Bonaparte. Mas é preciso começar por dizer que era guarda-redes, a mais ingrata de todas as funções. Nelson Rodrigues, mestre da crónica que dramatizou o futebol como ninguém, tinha uma bela opinião sobre a matéria: «O problema do arqueiro não se resume ao desgaste físico. Não. Ele sofre um constante, um ininterrupto desgaste emocional. Debaixo dos três paus, parado, dá ideia de um chupa-sangue que não faz nada, enquanto os outros se matam em campo. Ilusão! Na verdade, mesmo sem jogar, mesmo lendo gibi, o goleiro faz mais do que o puro e simples esforço corporal. Ele traz consigo uma sensação de responsabilidade que, por si só, exaure qualquer um. Amigos, eis a verdade eterna do futebol: – o único responsável é o goleiro, ao passo que os outros, todos os outros, são uns irresponsáveis natos e hereditários. Um atacante, um médio e mesmo um zagueiro podem falhar. Podem falhar e falham vinte, trinta vezes num único jogo. Só o arqueiro tem que ser infalível. Um lapso do arqueiro pode significar um frango, um gol, e, numa palavra, a derrota».
A vida de Tuffy Neugen também teve muito de dramática e ele mesmo era um dramaturgo tão bom como Nelson Rodrigues. Equipava-se todo de preto, da camisola às meias e ganhou a alcunha de Satanás. Veem? Em Tuffy não era apenas o nome que tinha importância. Até a antonomásia era supinamente importante. Sim, Tuffy Neugen não era nenhum monsieur Denichot!
Juntava-lhes um feitio levado da breca e um descaramento tão divino como o do Alencar do Eça. Em 1927, já era uma imponente estrela do Corinthians, juntou-se ao seu camarada Luís Macedo Matoso, mais conhecido por Feitiço, que jogava no Santos, e juntos trataram de avacalhar publica e insistentemente a figura de Washington Luís, o último presidente da Velha República brasileira, apeado pela revolução de Getúlio Vargas. Entre outras faceirices tratavam-no por Doutor Barbado, coisa que o advogado de Batatais não encarava com ligeireza. Lá está: a importância dos nomes! Washington Luís foi o criador do Serviço de Inteligência, assim uma espécie de PIDE, e não hesitou a largar os seus cachorros às canelas da dupla, infernizando a vida de Tuffy e Feitiço, assunto que valeu ampla divulgação nacional.
O nome de Tuffy é tão irregular como muito do que sucedeu ao longo da sua carreira: aparece escrito como Neugen, como Neujen e como Neujm, assim um bocado à vontade dos jornalistas que o seguiram de perto desde a primeira vez que ocupou o lugar na baliza da Associação Atlética das Palmeiras, um já extinto clube de São Paulo tão elitista que entre 1902 e 1915 só aceitava jogadores que também fossem estudantes de Engenharia ou de Direito. Tuffy podia não ser nenhum monsieur Denichot mas também não tinha pretensões a magistrado. E era um bocado abandalhado. Gostava de andar com a barba por fazer, uma exibição de preguiça matinal que os italianos transformariam numa moda, e deixou crescer aquilo que os brasileiros chamam de costeletas: umas patilhas a caminho de serem suíças. Tuffy Neugen morreu cedo, com apenas 37 anos, vítima de uma pneumonia dupla. Tinha pendurado as luvas há pouco tempo, ele que foi o primeiro guarda-redes do Brasil a usá-las. Também foi, juntamente com Friedenreich, Formiga e Ministrinho, um dos primeiros jogadores a entrar num filme sobre futebol - Campeão de Futebol - falado em português. Formou com os centrais Grane e Del Debbio uma tripla famosa, mas gostava de espinafrar os colegas entregando de propósito a bola aos avançados contrários para poder brilhar com saídas arrojadas. O povão delirava. Certa vez, num jogo frente ao Guarani, enquanto Lolico corria para bater um penálti, saiu da baliza, deixando-a vazia, e foi roubar o chapéu a um espectador que gritava palavrões atrás de si. Com que então, a Alice tinha a lata de perguntar: «Que importância tem um nome?». Vejam esta equipa do Santos e escolham de que lado querem ficar: Tuffy, Camarão, Araken, Siriri, Ballio, Feitiço, Alfredo, Osmar, Bilu, Marba e Evangelista. Nem o Alfredo destoa."
"Este desporto é apaixonante e emotivo, talvez um pouco irracional. Mas há claramente por aí um vírus no ar que afecta especificamente o discernimento de (alguns) adeptos portugueses.
Com a saúde não se brinca, isso já sabemos, e por isso deixo este alerta à Direcção Geral de Saúde: atenção que anda por aí um perigoso vírus, longe de ser tão letal ou preocupante como o 2019-n(CoV) - vulgo coronavírus - mas que eventualmente pode merecer a vossa atenção num futuro próximo.
Afecta adeptos de futebol fanáticos, e os sintomas são mais ou menos claros. Alheamento da realidade, muita irritabilidade, alucinações, alguns delírios e atribuição de importância absolutamente desmedida ao fenómeno futebolístico. Os sintomas são particularmente evidentes nas caixas de comentários de várias publicações, e o vírus deve ser altamente contagioso, porque os novos casos sucedem-se a um ritmo alarmante.
Agora um pouco mais a sério: é desesperante verificar o ponto a que isto chegou. Há uns dias, o músico António Zambujo escreveu um curto (mas bonito) artigo no Público sobre o FC Porto - SL Benfica. Um texto, diria eu, inatacável, com recordações de infância, o confesso gosto pelo clube da Luz, mas elogios também ao percurso do clube portuense. Mas nem o talentoso Zambujo escapa às farpas dos fanáticos. «Já sei porque te odeio!», dizia um, a confundir o seu gosto musical com as opções clubísticas de um excepcional músico. E mais um rol de insultos que nem vale a pena referir.
Já agora, outro exemplo do mesmo tipo. Quando foi anunciado o concerto dos Blind Zero na magnífica Festa do Avante!, choveram críticas nas tais caixas de comentários. Pessoas apreciadoras de outro estilo de música? Não! Adeptos de futebol que não concordam com as opiniões públicas do portista e carismático vocalista Miguel Guedes… «Oportunidade de apertar o papo ao palhaço do Guedes», dizia um.
Chegamos, portanto, a isto: todo e qualquer assunto passa pelos óculos vermelhos/verdes/azuis/amarelos/pretos aos quadradinhos dos adeptos portugueses.
Comportamento: insultar e vilipendiar qualquer rival, defender acriticamente qualquer assunto relativo ao próprio clube (há excepções, claro).
O fenómeno repete-se. Famalicão perde 0-7 com o Vitória? «Deviam descer, estão a dar tudo para ganhar ao Benfica na Taça!», berram uns. «Incrível, já estão a preparar terreno para entregarem o jogo ao Benfica!», gritam outros. É isto em loop. Treinador contratado para o clube X? «Já vai para lá abrir as pernas ao [inserir clube]!». «Este só vai para lá porque quando estava no [inserir clube] roubou pontos ao meu [inserir clube], é uma vergonha!». Guarda-redes faz uma boa defesa. «Contra o [inserir clube] mandou um frango, estava comprado!». Ou a alternativa: “Fez esta boa defesa porque estava comprado pelo [inserir clube] para defender bem!».
E assim sucessivamente.
É tóxico. E é toda uma realidade paralela e delirante que não tem fim. A polémica faz parte do futebol, a discussão sobre essas polémicas também. Mas há limites para o fanatismo, para a falta de capacidade crítica e para o insulto fácil. Estou certo que muitos dos que escrevem por essa internet fora, se parassem uns minutos para pensar a sério quando batem furiosamente no teclado, seguramente pensariam: «oh diabo, isto que eu estou a escrever não tem sentido nenhum». Quero acreditar nisto.
E portanto, perante este cenário, retomo o tom de brincadeira, e pergunto à DGS e às autoridades competentes: será que haverá cura para o vírus do fanatismo desmedido? Se não houver, dá para manter estes «doentes» em quarentena ou isolamento? Apenas para a coisa não se espalhar ainda mais.
PS - não se sabe bem quem disse, mas: o futebol é a coisa mais importante das coisas menos importantes. Sugiro que pensem nisso."
"Já se imaginou o que seria uma sociedade cheia de Ruis Pintos, a vasculhar os computadores de toda a gente, a penetrar nos sistemas informáticos dos bancos e a transferir dinheiro, a fazer chantagem com informação obtida desta forma?
Vinte e quatro horas depois de ser publicada a notícia segundo a qual tinha sido Rui Pinto a fonte do Luanda Leaks, veio o próprio (e os seus apoiantes) pedir para lhe ser atribuído o estatuto de ‘denunciante’. Afinal, ele tinha prestado um serviço público… E logo a seguir, o mesmo Rui Pinto veio dizer que tinha muito mais coisas para denunciar – só que a Justiça não o permitia, mantendo-o preso. A Justiça tornava-se assim cúmplice dos próprios criminosos. Encobridora de crimes, não deixando um ‘investigador’ por conta própria denunciá-los.
E o curioso é que muitos media embarcaram neste discurso. E não faltaram figuras públicas a invadirem as televisões para, com grande alarido, defenderem o ‘herói’ Rui Pinto e atacarem a ‘malandra’ da Justiça que o mantinha preso.
Ora, vamos com calma. Rui Pinto diz que, ao fazer outras buscas, ‘tropeçou’ naqueles 715 mil documentos sobre Isabel dos Santos. Ou seja, não foi ele que os escolheu nem os ‘pescou à linha’, documento a documento, como os hackers costumam fazer. Nem tal seria possível. Gastando apenas 5 minutos a seleccionar cada documento (entre os milhões disponíveis sobre a Sonangol), Rui Pinto levaria qualquer coisa como 20 a 25 anos de trabalho, não fazendo mais nada.
Portanto alguém seleccionou previamente os documentos – e depois enviou a respectiva ‘pasta’ para o computador de Rui Pinto ou lhe passou para as mãos o disco rígido. E foi este disco rígido que Pinto entregou a um advogado de uma tal Plataforma contra a corrupção em África, que por sua vez o passou ao Consórcio Internacional de Jornalistas.
A questão é, portanto, esta: quem preparou a ‘pasta’ com os 715 mil documentos? E com que intenção? A intenção foi, naturalmente, comprometer Isabel dos Santos. E quem preparou a pasta só pode ter sido alguém de Angola, a mando do próprio Presidente ou de algum adversário político da família Santos. Julgo que isto é claro.
Mas por que razão foram os documentos enviados para Rui Pinto? Obviamente, para os credibilizar. Se fosse alguém de Angola a entregá-los ao Consórcio de Jornalistas, este levantaria suspeitas. Mas sendo um hacker, a informação seria credível.
E o motivo que levou Rui Pinto a aceitar fazer de pombo-correio também é óbvio. Exactamente para se poder apresentar perante a Justiça como um ‘denunciante’, como alguém que presta um serviço louvável, usando depois isso como estratégia de defesa.
E, repito, muita gente foi atrás deste embuste.
Mas já se imaginou o que seria uma sociedade cheia de Ruis Pintos, a vasculhar os computadores de toda a gente, a entrar nos computadores do Ministério da Justiça, a penetrar nos sistemas informáticos dos bancos e transferir dinheiro, a fazer chantagem com informação obtida desta forma?
Os que defendem os hackers já reflectiram bem na monstruosidade que representaria uma sociedade assim, onde tudo fosse devassado, traficado, usado para roubar e chantagear?
E se a Polícia aceitasse colaborar com esta gente, já se pensou no que isso significaria? Na promiscuidade que resultaria de polícias e hackers investigarem paredes-meias, numa confusão terrível, uns a fazerem escutas e a vasculharem computadores com autorização judicial, outros a devassarem tudo por conta própria e sem quaisquer regras?
Estou em crer que aqueles que defendem Rui Pinto ainda não pensaram bem no assunto.
Com o aumento da criminalidade, da corrupção, as pessoas entram em paranóia e aceitam todos os meios para atingir os fins que acham justos. Mas há que pôr a cabeça no sítio. Se os meios não são aceitáveis, se os métodos são eles próprios criminosos, não se caminhará no sentido de fazer justiça mas do caos.
A história de Rui Pinto suscita outra reflexão: a fragilidade da sociedade digital que estamos a construir. Hoje tudo se faz digitalmente – transferências bancárias, circulação de documentos, facturas, procurações, declarações de amor, envio de fotografias íntimas e não íntimas, etc., etc., etc.
Ora, nos tempos que correm, só há meia dúzia de Júlios Pintos – por isso este é tão importante. Mas cada vez haverá mais. E como poderá resistir a sociedade digital aos ataques de toda essa gente?
Dir-me-ão que os mecanismos de segurança vão melhorar. Que tudo será de dia para dia mais seguro. Só que também os hackers se irão aperfeiçoando!...
Estamos perante um desafio terrível, de uma sociedade cada vez mais carregada de interrogações."
"Sérgio Cosme é piloto de salvamento e foi o primeiro a chegar perto de Alex Botelho, no meio do monstruoso mar da Nazaré. O surfista estava "atordoado e com um olhar muito distante", depois de bater contra um jet-ski. Só à quarta vez é que alguém conseguiu alcançar o português na água. Este é o relato cru de como se lida, à distância e bem de perto, quando algo corre mal e há vidas a depender da vontade de ondas gigantes
Longe, dentro de um carro lotado de urgência, Nicolau Von Rupp começou a “rezar muito”. Não é religioso, não costuma pedir coisas ao além, mas estava longe, em trânsito desde o porto da Nazaré rumo à Praia do Norte, fechado no veículo da organização e a ressonância do que se estava a passar era um walkie-talkie. Era o único ouvido para a tragédia em curso.
Apenas lhes chegava o relato, tinham que pintar um cenário sem o ver, dava para entender que “a coisa estava feia”. Alex Botelho já fora socorrido, o corpo deitado na areia, feito o mais difícil, gente a falar, a perguntar e a responder, muitas palavras cruzadas e Nicolau a perceber que “não estava a reagir à reanimação”.
Depois, fez-se silêncio durante um minuto.
E o silêncio, neste contexto, é o concerto dos berros pessimistas, a ausência de som a causa para a consequência inevitável de se imaginar o pior e temê-lo, por garantido, até ao ruído voltar. Foi “das piores sensações” da vida de Nicolau, ciente, no momento, de que o silêncio “diz tudo”, mais ainda se suceder a “uma frase a dizer que não estavam a conseguir reanimá-lo”.
Alex Botelho foi reanimado, recuperou a consciência, estava rodeado de auxílio e acabou no hospital de Leiria, onde ainda se encontra internado, a ser avaliado e a recuperar da colisão com um jet-ski, na terça-feira. Ele, a máquina e mais Hugo Vau, que a conduzia, foram cuspidos por uma vaga de água na Praia do Norte, onde a monstruosa manifestação do mar convocou o Nazaré Tow In Challenge, etapa do circuito mundial de ondas gigantes.
Sendo engolidos pela fúria de água salgada onde, de todo, é suposto algum humano estar, tocam os alertas do socorro. Das cerca de 15 motas na água, a de Sérgio Cosme foi a primeira a alcançar Alex Botelho entre a confusão das espumas. Sérgio é piloto de salvamento há muito, é múltiplo repetente destas adrenalinas e apercebeu-se que “as coisas estavam bastante graves” quando o viu atordoado, de olhar perdido, ali a boiar com o corpo, mas não com a consciência.
Era urgente agir, puxar pelo treino e confiar no instinto a engatar no meio da catástrofe iminente, onde há apenas cinco ou 10 segundos para decidir e uma vida para salvar. Só à quarta tentativa foi possível alguém, na água, agarrar Alex Botelho, que chegou a estar virado de barriga para baixo.
O relato de Sérgio Cosme, na primeira pessoa:
"Estava em cima do Alex. Fui o primeiro jet-ski a chegar perto dele. Na primeira vez que chego, há uma coisa que faço quando o surfista não me vê. Chamo-o, para que ele olhe para mim e comece a preparar o resgate. Tenho esse procedimento porque nem sempre os surfista estão virados para o lado que queres. Uma coisa é aparece o jet-ski por trás, outra é saberes de onde vem, olhas e preparas-te.
É normal que o surfista, às vezes, não te ouça, pelo barulho do mar e da mota. É natural. Comecei a chamá-lo e chamá-lo. Não me ouvia. Chego ao lado ele, dou-lhe o sled - a prancha que está atrás do jet-ski - e o Alex estava com um olhar muito distante, não sei o que clinicamente se chama a isso, mas não estava 100% consciente. Estava atordoado. Só tive tempo para fazer marcha atrás, dar-lhe o sled, dizer-lhe para o agarrar - 'agora, agora, agora!' - e, mesmo assim, não conseguiu.
Nunca aconteceu muitas coisas destas, mas já são muitas horas passadas dentro de água, em resgates. Apercebi-me que as coisas já estavam graves. Vou dar a volta e pensei em saltar do jet-ski. Achei que não era a melhor opção. A questão não era ficarmos os dois ali, no mar. A questão era se largo o jet-ski para o agarrar e, mesmo que o conseguisse, não era garantido que, depois de levar com uma onda, ainda consiga estar agarrado a ele. E aí seria pior, porque estou lá, ok, mas ia parar à areia, não seria um problema, mas ficava sem um meio.
Se perdesse o Alex por alguma razão, não era capaz de voltar rapidamente para perto dele. Uma coisa é ter de nadar cinco metros, outra é que ter de acelerar no jet-ski para fazer esses cinco metros. Isto tudo são decisões de experiência, instinto, muitas horas na água e erros que já foram feitos por nós. Continua a ser uma aprendizagem para, da próxima vez, fazer melhor.
Mas, pronto, cheguei ao pé do Alex, ele não me ouve, dei-lhe o sled, ele não consegue agarrá-lo. Tive que o deixar lá, saí, dei a volta e, quando regresso, já só vejo uma coisa preta. Achei que pudesse ser o jet-ski virado ao contrário, mas fui direito até lá e era ele. Já estava de barriga para baixo. Voltei a tentar puxá-lo para o jet-ski e não consegui. Estou aqui a falar e nós nem 10 segundos temos para tomar várias decisões. Esperas, sempre, fazer a melhor opção.
Também sou nadador-salvador e a única coisa que consegui foi virar-lhe a cabeça, para colocar as vias respiratórias fora de água. Estive sempre a tentar puxá-lo até chegar a onda seguinte. Tive que voltar a sair e, quando lá vou a terceira vez, basicamente, já sabia que não o conseguia tirar. A minha preocupação era manter as vias respiratórias fora de água e, enquanto estivesse ali perto, as probabilidades ficavam um pouco melhores.
Ainda pensei, outra vez, em saltar para a água, mas, como não tinha a certeza se teria forças para o agarrar e como não vi outro jet-ski ali próximo, decidi que iria ser uma melhor ajuda se estivesse com o jet-ski. Quando lá vou uma quarta vez, já vejo um jet-ski sozinho. Reparei que era o do Alemão de Maresias. Fiquei mais descansado, pensei que, pelo menos, já teria ajuda. O Alemão, na primeira vez que o agarra, leva com uma onda e não o consegue segurar. Perdemo-lo.
Tive que ir buscar o Alemão para, depois, ele me ajudar a tirar o Alex da água. Conseguimos agarrá-lo, colocá-lo no sled, mas, quando acelero para sairmos dali, o Alemão não conseguiu agarrar-se ao sled e ao Alex ao mesmo tempo. Caíram para a água - o Alex é grande, é pesado, tem porte atlético, o homem é um touro. Nisto, quando o Alemão o agarrou de novo, conseguiu ficar com ele, mesmo a levar com ondas.
Vi, numa das ondas, que o Alemão estava com pé. Eu já estava no inside, a levar com ondas, e pensei que, se levasse com uma e me virasse, ainda podia levar com o jet-ski ou pôr mais uma pessoa inconsciente. Era um risco enorme e tens que pensar isto em cinco ou 10 segundos para tomar a decisão correta. Torna-se tudo muito mais difícil. Daí o importante treinar, pensar sobre estes assuntos e falar com as pessoas, não para apontar dedos, mas para todos melhorarmos.
Reparei que estavam entre 10 a 15 pessoas para ajudarem a tirar o Alex da água. Pensei que, se virasse o jet-ski perto desta gente toda, ia ser muito pior. No momento em que vejo o Alemão com pé, acelerei direto à areia para fazer uma saída controlada e ter a certeza que aquele jet-ski não magoava alguém. Depois, corri para tentar ajudá-los, já lá estavam as tais pessoas. Conseguiram tirá-lo de lá, já com os nadadores-salvadores e o Alemão, que levou muita pancada, teve uma garra e um sangue frio enormes para manter o Alex no inside enquanto as pessoas tentavam ajudá-los.
É de enaltecer todo o trabalho da Equipa de Segurança em Terra que conseguiu pôr o Alex a respirar e consciente.
Já fiz a análise dentro de mim, ene vezes. Quero sempre fazer melhor para que nada falhe e, às vezes, até vou procurar problemas onde não existem. Prefiro colocar-me nessa posição para, pelo menos, manter o nível na próxima vez ou, se detectar algo que fiz mal, aprender a fazê-lo bem. Ainda ontem falei com o Alemão de Maresias e perguntei-lhe se achava ter tomado a melhor decisão quando saltou para a água.
Disse-me que o viu e teve de saltar. Se ele ou eu nos perdêssemos, estávamos, digamos, bem. Íamos levar pancada e chegar cansados à areia, mas íamos chegar bem, caso ninguém nos resgatasse. Mas, a grande questão é, se perdes o náufrago e ele está cinco metros ao lado, o tempo para nadar até lá é o tempo de vir a próxima onda - e aí ele já foi ao fundo e desapareceu.
Eu, com jet-ski, mesmo que tenha de ir dar a volta mais perto da areia, muito rapidamente chego lá. Por exemplo, faço mais rápido 20 metros do que alguém faz três metros a nadar. Por isso disse ao Alemão: 'O trabalho foi perfeito, não quero apontar nada, só estou a perguntar no intuito de tentar perceber se, para a próxima, vale a pena uma pessoa mandar-se para a água'. Pensei em atirar-me três ou quatro vezes, mas entendi que era uma máquina melhor e mais prestável com um jet-ski. Já levei pancada, já fui duas vezes do outside até à areia e estou cá para contar, não é essa a questão - é como consegues prestar o melhor serviço.
Pode ser o teu pior inimigo, a pessoa que menos gostas, mas vê-lo naquela situação... Vi a cara dele roxa, vi a cara de um morto. O Alex é um grande amigo, começou a surfar na Nazaré comigo. Mexeu comigo psicologicamente, só me lembro de estar na água a gritar, a pedir ajuda. Ainda tentei falar no rádio, não sei se consegui. Tentei dar o meu melhor e graças a Deus que está vivo. O Alemão de Maresias foi incansável, sem palavras para o que fez.
Se, da próxima vez, a coisa correr assim e a pessoa estiver viva, já não é mau. Mas temos de garantir que, para a próxima, tudo corre pelo menos igual e não pior. O Alex está bem e estável. Está sob vigilância durante 48 horas. Queria falar com o médico porque estou um bocado receoso que pensem que o Alex ficou inconsciente devido ao afogamento, porque creio que o que desencadeou tudo foi uma pancada no jet-ski.""
"Nas 26 finais do Grand Slam que Djokovic disputou, nunca foi o preferido do público
Na televisão é sempre difícil avaliar o comportamento do público nos estádios, mas julgo que a maioria dos espectadores na Rod Laver Arena apoiou mais Dominic Thiem do que Novak Djokovic na final do Open da Austrália.
Não é inédito na carreira do n.º 1 mundial, que sofreu reacções verdadeiramente negativas das bancadas nas finais do US Open de 2015 e de Wimbledon em 2019.
Mas nessas finais defrontou Roger Federer, o ‘Deus vivo’ do ténis, que consegue a proeza de ter mais público do seu lado quando defronta Jo-Wilfried Tsonga no Court Philippe Chatrier em Roland Garros, Andy Murray no Centre Court de Wimbledon ou Lleyton Hewitt na Rod Laver Arena do Open da Austrália.
Nas 26 finais de torneios do Grand Slam que Djokovic disputou na sua ilustre carreira, cinco foram diante de Federer e oito frente a Rafael Nadal. As restantes foram face a Andy Murray (sete), Jo-Wilfried Tsonga, Stan Wawrinka, Kevin Anderson, Juan Martín del Potro e Dominic Thiem.
Não me recordo de ‘Djoko’ ser o preferido do público em alguma destas finais.
Nos confrontos com Federer e Nadal compreende-se porque são os campeões mais populares e consensuais da Era Open, a par de Bjorn Borg e Rod Laver.
Wawrinka, del Potro e Tsonga conseguem sempre, de uma forma natural, uma química com as bancadas.
Mas quando o fenómeno se repete com Murray, Anderson e Thiem o caso já muda de figura.
Djokovic é mesmo o mais mal-amado supercampeão da modalidade. Tirando raras excepções, não detecto uma animosidade contra ele como chegou a acontecer por exemplo com John McEnroe. É diferente, é mais quase uma recusa visceral da multidão anónima em dedicar-lhe o carinho e a idolatria que mereceria um desportista de excepção, que caminha a passos largos para deter um dia os recordes mundiais de títulos de singulares do Grand Slam e de semanas no topo do ranking mundial.
O artista de banda desenhada de culto Enki Bilal, nascido em Belgrado, deu esta semana uma entrevista na qual tem algumas declarações elucidativas.
«Federer e Nadal ultrapassam a pertença a uma nação. Pertencem a todo o mundo. O problema de Djokovic é que pertence a um país particular. (…) Houve essa guerra da ex-Jugoslávia na década de 1990 que conduziu o mundo ocidental a designar os bons e os maus (…) e o sérvio tornou-se no mau, do qual devemos desconfiar».
Análise que, não sendo original, é fascinante. Eu acrescentaria ainda que ao sérvio faltou ter sido capaz de transmitir uma imagem de autenticidade. Roger e Rafa são genuínos aos olhos do comum dos fãs. Djoko parece fabricado. É pena, pois merecia mais."
"Três anos depois, estamos de volta ao Jamor para tentarmos conquistar a prova-rainha do futebol português pela 27.ª vez desde que é denominada Taça de Portugal.
Conseguido o apuramento para a final, vale a pena recordar os adversários derrotados pelo caminho: Cova da Piedade, Vizela, Braga, Rio Ave e Famalicão. Um percurso que merece redobrado realce por constarem três das equipas mais fortes do futebol português na presente temporada, tão-só os actuais quarto, quinto e sexto classificados da Liga NOS.
Na derradeira eliminatória, houve a disputa do clássico entre a primeira e segunda mãos, perfazendo três jogos intensos em apenas oito dias, no seguimento de um calendário já de si sobrecarregado. Ainda assim, a nossa equipa foi capaz de superar o adversário e carimbar a passagem para a final.
Pizzi, que leva agora 22 golos na presente temporada (mais um pela Selecção), voltou a marcar ao Famalicão (fê-lo nas três partidas com os famalicenses esta época), desta vez assistido magistralmente por Cervi, e Tomás Tavares e Florentino regressaram ao onze inicial e demonstraram, mais uma vez, a utilidade e qualidade do seu contributo. Grimaldo completou 150 jogos em competições oficiais pelo Benfica. E todos os golos são importantes, mas é justo relembrar o carácter decisivo daquele obtido por Gabriel ao cair do pano na Luz e a afirmação cada vez mais consistente da qualidade de Odysseas.
Nota também para o mérito do Famalicão nesta eliminatória, em linha com o que tem feito ao longo da época. Trata-se indubitavelmente de um projecto muito interessante que veio acrescentar qualidade à nossa Liga.
Agora não há tempo para mais nada que não seja descansar e preparar o confronto com o Braga. A competência dos arsenalistas é indiscutível e é inegável que se encontram num grande momento. Desde que Rúben Amorim assumiu o comando técnico da equipa, já venceu por duas vezes o FC Porto e outras duas vezes o Sporting, tendo sido premiada com a conquista da Taça da Liga.
Apelamos, desde já, por casa cheia no próximo sábado, às 18 horas, e pelo apoio fervoroso habitual prestado à nossa equipa. Aos detentores de Red Pass que não possam marcar presença no Estádio, relembramos que podem partilhar o seu lugar ou disponibilizá-lo no mercado secundário.
"1. Como correu bem, vamos começar com uma piada... desde o início da temporada, a Liga já atribuiu 5 prémios de Melhor Guarda Redes do Mês e nenhum deles foi para o Vlachodimos.
2. Bruno Lage não acertou em nenhuma das substituições... meteu 3 jogadores e nenhum deles foi o Botija de Oxigénio, o Ventilador ou o Pulmão Novo.
3. Bonita homenagem dos comentadores da RTP ao Vata... o angolano marcou com o braço e disse que foi com a cabeça; o Taarabt abriu um lanho na cara do Assunção com a cabeça e o pessoal do canal público disse que foi com o braço.
4. Ferro e Grimaldo andam a jogar tão mal que nem podemos dizer que são o lado esquerdo da defensiva... já chegamos ao ponto de nos termos de referir a eles como o lado bombordo da defesa.
5. Foi claramente um jogo condicionado pelo cansaço acumulado no jogo no Dragão há 3 dias... isso ou daqui a 9 meses vão nascer 11 pequenos benfiquistas."
Não há porcos que cheguem. Depois do coronavírus ter acelerado as exportações de carne de porco para a China, mais um grande impulso para o sector. O Benfica está no Jamor. Daqui a alguns meses, quando derem por vocês num estado lastimável às onze e meia da manhã, lembrem-se do grego que tornou a festa possível.
Tomás Tavares
As voltas que a vida dá. De titular supostamente imposto pelo presidente a opção válida e aplaudida pelos adeptos, a adaptação ao futebol sénior tem corrido bem. Aliás, se o compararmos hoje aos colegas da defesa o miúdo chega a parecer um veterano. Ontem vi-o cavar uma falta aos 92 minutos como se fosse um lateral do Aves a tentar segurar um pontinho em Famalicão, e eu, amigos, celebrei como se fosse golo, assim como toda a gente no banco de suplentes. Não sei bem o que isso diz sobre nós, mas em breve perceberemos, de uma maneira ou de outra.
Rúben Dias
Ontem, depois de um desarme magnífico ao Toni Martinez aos 21 minutos, dei por mim a escrever no google “quanto pesa um piano de cauda” com o objectivo de perceber se o quarteto defensivo que o Rúben anda a carregar às costas pesa mais ou menos. É ela por ela.
Ferro
Não gosto de falar sem saber, por isso decidi informar-me. Ao que parece, a literatura sobre stress pós-traumático coloca Ferro na fase de salvamento, durante a qual o indivíduo, já consciente do que aconteceu, começa a processar o trauma. Desengane-se quem acha que o problema está resolvido. É comum nesta fase assistirmos a episódios mais ou menos intensos de ansiedade, confusão, negação, pesadelos, tristeza, desespero e intervenções inexplicáveis que colocam a bola nos jogadores do Famalicão. Um ponto muito importante que resulta da minha pesquisa no Google: em nenhum momento a literatura sobre stress pós-traumático indica o prática de desporto de alta competição como terapêutica adequada.
Grimaldo
Proponho que a próxima festa do título se faça entre o Ferro e o Grimaldo. É mais espaçoso do que o Marquês.
Florentino
Não calçava desde Dezembro, factor que não terá ajudado o rapaz a encher o campo. Demonstrou vontade e agressividade, mas acabou por mas esteve longe de fazer o suficiente para encerrar o Grande Debate Benfiquista acerca de quais são as melhores soluções para o meio-campo, que inclui todos as opções do actual plantel, da equipa B, dois miúdos dos sub-23 e um sub-16 que aquele nosso amigo viciado em BTV garante ser o novo Camavinga.
Taarabt
A jogar pelos cotovelos desde 2019. Vai com calma, Adel, que a sorte não dura para sempre. Os outros querem ver-nos debaixo da terra, mas nós queremos subir a estátua. Não te esqueças disso.
Pizzi
E pronto. O Pizzi fartou-se das críticas acerca do seu desaparecimento quando enfrenta adversários mais fortes e resolveu eclipsar-se num jogo contra o Famalicão, não sem antes marcar um golo decisivo. Achei muito correcto da sua parte.
Cervi
Um dos melhores, como já se esperava. Devia ter-se apresentado mais cansado em virtude de uma exibição plena de génio e sacrifício no Dragão. Mas não, pareceu fresco que nem uma alface.
Rafa
Foi avistada no Estádio Municipal de Famalicão uma sombra que em tudo aparenta ser a do jogador Rafael Alexandre Silva, Rafa para os consócios. Testemunhas no local descrevem um comportamento estranho, explicando que a sombra se movimentou no terreno de jogo com a mobilidade característica do jogador em causa, acompanhada no entanto de um corpo estranho incapaz de acertar um passe.
Vinicius
Muito bem na primeira parte a assistir Pizzi. Aproveitou a segunda parte para deixar meio estádio a rir com uma imitação perfeita de Seferovic, em muito ajudada pela inacção dos colegas.
Samaris
O central da semana segundo votação da UEFA após os oitavos de final da Champions em Março de 2016 entrou para ajudar no meio-campo.
Chiquinho
Recta final endiabrada que teve apenas um problema: enquanto o Chiquinho corria para marcar, alguns dos seus colegas pareciam espera apenas pelo final do jogo. Para a próxima tem que levar um daqueles papéis com recadinhos do treinador, de preferência um que diga “Acordem #$%%&LHO!”
Seferovic
Eu ia escrever algo como “foi a cereja no topo do cocó”, mas sinto que devo ser superior a isso. Aguente-se. É o que temos e é com ele que vamos ser campeões."
"Três anos depois, o Benfica está de volta ao Jamor, apesar de ter empatado - e de ter sofrido - em Famalicão (1-1). Valeu à equipa de Bruno Lage a vitória da 1ª mão, na Luz (3-2)
"Conseguimos esconder os nossos problemas durante um ano, mas agora estão mais visíveis porque estamos a sofrer golos. Nós temos pontos fracos, tal como os nossos adversários, e eles conseguem perceber isso na análise dos nossos jogos. Durante muito tempo conseguimos esconder isso… Agora é trabalhar para ser o mais competente possível em todos os momentos."
- Bruno Lage, na conferência de imprensa de antevisão do Famalicão-Benfica, a propósito dos (muitos) golos que a equipa tem sofrido
Não é preciso saber de futebol para perceber a frase que se segue: quem feio ama, bonito lhe parece. A analogia é simples e explica-se deste modo: no futebol, enquanto se vai somando vitórias, é difícil antever defeitos de qualquer espécie, particularmente aos adeptos e agentes desse clube.
Mas, quando as derrotas batem à porta, como aconteceu com o Benfica no Dragão, o caso muda de figura - até porque, mesmo não perdendo, têm sido recorrentes os jogos em que os benfiquistas tremem na defesa. Aconteceu na Luz, na 1ª mão das meias-finais da Taça de Portugal, frente ao Famalicão, mas, então, o Benfica conseguiu na mesma superiorizar-se nos golos marcados: 3-2.
Esta noite, em Famalicão, na 2ª mão, foi mesmo esse detalhe a fazer a diferença, porque, de resto, houve muito pouco Benfica para ver. Ou, utilizando as palavras de Bruno Lage, a verdade é que os problemas do Benfica estão cada vez mais visíveis... mesmo com a equipa a avançar para a final da Taça de Portugal.
Numa noite marcada pelo regresso de Florentino - já não jogava desde 21 de dezembro de 2019, frente ao Vitória de Setúbal, para a Taça da Liga -, o onze do Benfica até não fugiu muito do habitual (Vlachodimos, Tomás Tavares, Rúben Dias, Ferro, Grimaldo, Pizzi, Florentino, Taarabt, Cervi, Rafa e Vinícius), mas a exibição ficou muito aquém do que a equipa de Bruno Lage já fez esta época.
Na verdade, depois de uma boa entrada da equipa da casa, que esteve sempre a um nível mais consistente na partida, o Benfica conseguiu fazer o 1-0 logo no primeiro - e único... - remate enquadrado à baliza de Vaná.
Aos 24', aproveitando um mau passe de Riccieli, Pizzi recuperou a bola, lançou Vinicius no corredor e, de seguida, já no interior da área, rematou para golo.
A vantagem dava muito mais conforto à equipa de Bruno Lage, que aumentava assim a liderança na eliminatória, obrigando o Famalicão a ter de marcar pelo menos mais dois golos.
E a equipa de João Pedro Sousa bem tentou: somou ataque e oportunidades - bem mais do que o Benfica - e chegou mesmo a marcar naquela que parecia ser a altura ideal, antes do intervalo. Contudo, o lance que deu em golo de Patrick seria invalidado pelo VAR, por fora de jogo de Gustavo Assunção. Antes, o abono de família tinha sido Odysseas, que impediu os golos de Toni Martinez e Diogo Gonçalves.
Na 2ª parte, a toada acentuou-se. O Famalicão empurrou o Benfica para junto da própria área e o MVP do jogo passou a ser muitíssimo claro: Odysseas Vlachodimos. O guarda-redes do Benfica defendeu praticamente tudo, independentemente dos intervenientes, e foi essencial para suster o ímpeto com que o Famalicão entrou na 2ª metade.
Com o 1-0 a manter-se, o ritmo foi baixando - nesta altura, o Benfica já só saía para o ataque em transições, mas sem criar qualquer perigo - e João Pedro Sousa tentou tudo para inverter a tendência, mudando então o 4-3-3 habitual da equipa para um 3-5-2.
O balanceamento ofensivo iria dar frutos, com Toni Martinez finalmente a marcar, após grande passe de Diogo Gonçalves para a área, aos 78'.
Contudo, o tempo já escasseava e, até final, o empate manteve-se - também por "culpa" do Benfica, que pouco mais fazia do que ir tentando suster as ofensivas do Famalicão, gelando o jogo sempre que possível.
Mesmo com uma exibição pobre, o Benfica está, assim, novamente numa final da Taça de Portugal, três anos depois da última vez em que esteve no Jamor, quando venceu o Vitória de Guimarães, por 2-1. Resta saber quem será o outro finalista: Académico de Viseu ou... FC Porto?"
Mais um jogo desgastante para o nosso keeper. Como se não bastasse o facto de continuar, jogo após jogo, a safar as nossas redes com grandes intervenções, ainda tem de ter pulmão para gritar com o Ferro e o Grimaldo por causa da Avenida da Liberdade que entretanto tem vindo a crescer no eixo esquerdo da defesa. Não desistas de nós, Ody, vais ser preciso.
Tomás Tavares
O nosso puto, sempre com aquele ar de quem está com uma valente broa, viu a sua subida de forma interrompida de forma abrupta com o regresso de André Almeida. Ontem, de regresso num jogo bastante exigente, não brilhou, mas também não foi por ele que a coisa não se deu. Vamos a isto, TT, tens tudo.
Rúben Dias
Podia fazer copy paste da análise de Vlachodimos, mas o Ruben merece umas palavras. É vê-lo a deslizar em tackle de um lado para o outro, a meter respeito nos adversários, a liderar a equipa e sempre, sempre, com personalidade, sem medos. Ainda consegue bater palmas ao Ferro por ser o verdadeiro capitão, mas já não consegue esconder uma expressão facial que denuncia algumas saudades de ter um parceiro que dê uma ajudinha, pelo menos de vez em quando. Nunca mudes.
Ferro
Ferro, amigo, todos nós já estivemos na tua posição. Aquelas fases da vida em que um tipo sente que tem o Toque de Merdas. Tudo o que fazes corre mal, e de mal vai a pior. Claramente precisas de descansar um bocadinho, mas não há alternativas, não é, burros do c*? Como diria Obi Wan Kenobi:
Grimaldo
Um dos nossos craques anda cansado, até porque leva uma porrada de jogos sempre a rasgar. E meio desamparado, também (ver Ferro). Ainda assim, o nosso Frodo fez um jogo esforçado (é o melhor que consigo dizer) e notou-se no seu olhar uma certa gratidão por ver o seu Sam mais à frente no flanco esquerdo.
Florentino
Continuo a achar que o Tino se faz, mas também continuo a olhar para ele e a ver uma criança que ainda não domina bem alguns conceitos básicos da vida. Trouxe algum poder de choque ao meio-campo e ainda fez um ou outro desarme ao seu estilo. Bora lá, Tino, é continuar a estar com atenção nas aulas.
Taarabt
Nunca pensei dizer isto, e acredito que não é um bom sinal, mas o nosso marroquino tem sido, nos últimos tempos, dos mais esforçados e esclarecidos jogadores de águia ao peito. Naquele meio-campo onde anda toda a gente à nora, Adel lá vai fazendo uns cafunés à redondinha. Keep it up.
Pizzi
Andas cansadinho, amigo. Nota-se. Ainda assim lá vais acumulando golos e assistências. Notou-se que fizeste um esforço extra para lutar pela recuperação da menina, mas defender, para ti, é mesmo um mistério insondável. Tudo bem, man, desde que vás somando lá à frente.
Cervi
A certa altura do jogo, virou-se para o Grimaldo e disse: «Let's face it Mr. Frodo, we're lost»!
Rafa
El Presidente ainda anda à procura da melhor forma, nota-se pela quantidade de decisões erradas que aqui e acolá vai tomando. Estou certo que ainda vai acumular uns 10 golinhos e 10 assistências até ao fim do ano. Continuas a ter o meu voto, Rafael.
Vinicius
Sou um fã incondicional do Carlos - que craque. Dá o corpo às balas, luta, acerta no fundo da baliza com uma eficácia assombrosa, e mesmo quando não joga grande coisa - como ontem - faz sempre algo digno de registo, como o cruzamento que deu origem ao golo de Pizzi (com o toque genial do Cervi pelo caminho). Calminha com a febre das vendas, Orelhas.
Chiquinho
Tentou colar o buraco gigante entre meio-campo e a ilha Vinicius e acrescentar uns pontos à estatística de posse de bola. Não esteve bem, nem mal. Antes pelo contrário.
Samaris
Volta e meia Lage lembra-se do Andreas (geralmente quando estamos à rasca para segurar resultados). É uma espécie de booty call táctico. Não sei bem o que pensar sobre esta relação estranha.
Seferovic
Haris, ninguém tem pachorra para pessoas amuadas. Aproveita os minutos que tens, trabalha, tenta acertar na baliza e dá-te por feliz: jogas no Benfica.
Lage
Bem ao assumir, ainda que ao de leve, que não jogámos nada. Eu gosto mesmo de ti, mister, mas ando um bocadinho preocupado, parece-me que andas um pouco à deriva e sem saber que rumo táctico dar à equipa. Ânimo e já sabes: vamos pra cima deles!"
"A Crónica: O Conto de Uma Viagem Sem Brilho de Tons Encarnados
Depois da vitória por 3-2 no Estádio da Luz, a equipa do SL Benfica deslocou-se a Famalicão para garantir o apuramento para a final da Taça de Portugal.
Este segundo jogo começou muito equilibrado com ambas as equipas a tentarem ter bola, construir jogadas e sem correrem grandes riscos. Do lado do SL Benfica jogava-se com a vantagem trazida da primeira mão e do lado do FC Famalicão com um futebol paciente, sabendo que o 1-0 o apurava e que não havia pressas para o conseguir.
Com o passar dos minutos a equipa da casa foi consolidando o seu futebol – construção a partir dos defesas e tentativa de passes curtos, com os extremos a tentar causar os desequilíbrios com maior criatividade. Já do lado das águias começou cada vez mais a jogar-se com o erro do adversário – forçado ou não forçado. Mais uma vez vimos um Sport Lisboa e Benfica a jogar sem bola e sem iniciativa de jogo, procurando explorar o espaço em momentos de contra-ataque ou em esporádicas pressões à defesa adversária.
É num desses momentos de maior pressão que os encarnados se colocam em vantagem. Vinícius pressiona, Pizzi recupera, Vinícius cruza, Cervi habilmente serve e Pizzi finaliza.
O golo abanou o jogo, entusiasmou os jogadores encarnados e fez tremer os jogadores da casa. Foi um efeito de 5 minutos que precedeu quase uma hora de jogo, onde só a equipa do FC Famalicão tentou jogar, tentou criar e tentou marcar. Valeu ao SL Benfica tanto o VAR como Odysseas.
Foi já no minuto 78, numa altura em que o jogo parecia estar mais moribundo, que o empate surgiu. Racic abrir na direita, Diogo Gonçalves ganhou a linha e cruzou para o espanhol Toni Martínez finalizar.
Foi um Benfica totalmente recuado que viu o jogo arrastar-se até ao final, com um adversário já sem inspiração para causar grandes desequilíbrios.
Tenho de dizer que esta equipa do Sport Lisboa e Benfica não mereceu vencer na Luz, não mereceu empatar em Famalicão e não fez por merecer estar no Jamor. Sem ser superior, o Futebol Clube de Famalicão foi sempre superior.
A Figura
Diogo Gonçalves – Já tinha brilhado na Luz e voltou a fazê-lo hoje. O extremo do FC Famalicão foi um diabo à solta naquele corredor direito. Nem Grimaldo, nem Cervi, nem Ferro conseguiram lidar com a criatividade do português. Rasgou o corredor, criou oportunidades de golo para si e para os seus colegas e ainda serviu o ponta de lança para o golo do empate. A evolução deste jogador é evidente e se começar a ter mais golo será certamente mais reconhecido.
O Fora de Jogo
Bruno Lage – Podia facilmente falar de Ferro e do seu péssimo jogo defensivo. Podia facilmente falar da primeira parte horrível de Taarabt, onde falhou passes atrás de passes e, pelo segundo jogo consecutivo, poderia facilmente ter acabado na rua. Mas quando há demasiados maus desempenhos individuais e colectivos, o verdadeiro responsável só poderá ser o treinador da equipa. Não se percebe aquilo que Bruno Lage quer fazer ao futebol encarnado. Coloca jogadores para jogar em posse, mas dá iniciativa do jogo ao adversário. Quer a equipa a defender, mas o processo defensivo é todo ele um desespero de desorganização. Esta equipa parece cada vez jogar pior seja quais foram os jogadores titulares. Paupérrimo.
Análise Táctica - FC Famalicão
João Pedro Sousa lançou exactamente o mesmo 11 do jogo da primeira mão. Um 4-3-3 com extremos abertos e três médios a apoiar a construção curta do quarteto defensivo. Na frente um ponta de lança fortíssimo a ganhar quase todas as bolas e a conseguir segurar jogo na espera de apoios. De louvar a forma fiel como o FC Famalicão se mantém ao seu estilo de jogo.
Na linha de três médios destaco a diversidade de características. Gustavo Assunção dava o primeiro apoio aos centrais e tinha maiores preocupações no recuperar da bola, Uros é o médio de construção mais recuado e Pedro Gonçalves o médio com instruções para surgir mais em zonas de finalização, dando maior apoio ao ponta de lança.
Para mim a maior curiosidade foi mesmo o posicionamento do lateral esquerdo Coly. Em duas ou três ocasiões mostrou-se muito forte na progressão com bola, contudo o que vimos foi um jogador que muito raramente subiu no terreno de forma a criar, no momento do ataque, uma linha defensiva com três elementos com o intuito de precaver os rápidos lances de contra-ataque do SL Benfica.
11 Inicial e Pontuações
Vaná (5)
Ivo Pinto (6)
Riccieli (6)
Patrick William (6)
Racine Coly (6)
Gustavo Assunção (7)
Uros Racic (5)
Pedro Gonçalves (5)
Diogo Gonçalves (8)
Fábio Martins (6)
Toni Martínez (7)
Subs Utilizados
Walterson (4)
Schiappacasse (5)
Rúben Lameiras (-)
Análise Táctica - SL Benfica
Bruno Lage manteve-se fiel ao seu 4-2-3-1. Desta vez optou por um meio-campo com Florentino, o que na teoria daria maior liberdade criativa a Taarabt e maior capacidade de cobertura das laterais. Também no contexto desta maior preocupação defensiva com as laterais, optou por lançar Cervi.
Inicialmente vimos um SL Benfica tacticamente equilibrado e bastante fechado. Os laterais recuados, um médio totalmente defensivo e o outro com o papel de ser o principal municiador do ataque no momento da posse. Só o ponta de lança jogava de forma mais subida e os três médios ofensivos também muito instruídos na ocupação dos espaços. Foi um Benfica que entrou em campo com o objectivo de não oferecer espaço ao adversário para criar. Por outro lado, e sabendo da insistência dos defesas adversários em jogar curto, ficou claro que os quatro da frente tinham instruções para procurarem ir condicionando a construção adversária de forma a se recuperar a bola em momentos de desequilíbrio.
Com o passar dos minutos, e já depois de estar em vantagem, foi uma equipa cada vez mais preocupada em ocupar os espaços defensivos, mais alheada da bola e mais focada em fazer o tempo passar.
After the disappointing loss at the Dragão that shortened Benfica’s lead over FC Porto at the top of the league table, the team travelled up north once more, to try and finish up an open cup tie against Famalicão. The first leg of the Cup semifinal yielded a tight 3-2 win at Estádio da Luz, in which Benfica trailed 1-2 at the 73rdminute.
The highlight of the team Lage picked for tonight was Florentino, who came back into the fray three months to the day after his last match as a starter in the league – he had since played two League Cup matches. Dropping Weigl for Florentino means that Lage has identified Benfica’s struggles in defensive transition, but instead of treating it as a collective issue, he looks to solve it by direct player-by-player swaps.
The other new new faces in the eleven were Tomás Tavares, filling in for the (once again) injured André Almeida, and Cervi, who started out left at the expense of Chiquinho – Rafa moved into his supporting striker role.
Player ratings:
Vlachodimos: 7.
Had two great saves in the first half – in the 34th and 39th minute – that made up for two Ferro mistakes. A word regarding Famalicão’s goal that was called off for offside: he was right in coming off his goal, but executed it poorly, and was caught off by Patrick who scored a lovely first-time lob that was called off.
Tomás Tavares: 6.
Overall, Tomás Tavares is a net positive over there is nothing that André Almeida brings to the team that Tomás doesn’t provide, whereas there are strengths to his overall game that André Almeida lacks. Sporadically, he commits mistakes that are natural in a 20-year-old, but he must be nurtured if he's to grow into the defender he has the potential to be.
Rúben Dias: 5.
Another average match from the centreback. A defender of his profile – an aggressive one that’s unafraid to jump into a challenge – is less exposed in a disorganized defense than someone of Ferro’s build.
Ferro: 2.
His horrendous run of form continues: he was once again responsible for several individual mistakes that led to danger from Famalicão. The northerners exploited his side of the defense for their goal, just like Porto had done time and time again.
Alex Grimaldo: 4.
After the disaster show that Benfica’s left side was against Porto, his weak defensive positioning was once again exploited. He’s wholly unprepared for Racic’s long ball that leads to Famalicão’s goal: Diogo Gonçalves’ movement dragged him off his position.
Pizzi: 5.
His goal started with him recovering the ball very high up, which caught Famalicão on the wrong foot. Despite that, his defensive workrate was poor as usual.
Adel Taarabt: 6.
Playing next to Florentino, his creativity during build up is relied on even more. It’s a shame that Benfica’s weak offensive organization often forces him to either play long balls out wide or try to play a ball over the top of the defense – both of these passes yield a low success probability.
Florentino: 5.
Weigl couldn’t put his passing ability in practice and his defensive frailties were getting exposed because the team’s poor defensive transition isolates the central midfielders. Therefore, bringing Florentino back into the team made sense – it should be noted that him being dropped never made sense to begin with. However, the team’s defensive transition remains weak, because it’s a collective issue that a single player is unable to fix by themselves.
Cervi: 5.
The Argentinian recovered his starting spot as Lage looked for more defensive solidity. Although he didn’t do much on the offensive end overall, he provided a gorgeous assist for Pizzi’s goal.
Rafa: 3.
A weak match from him, who started as a second striker. Because of that, he was subbed off for Chiquinho around the hour mark.
Vinicius: 4.
An unusually quiet game from the striker. Given his importance to the team over the course of the season, if someone’s allowed an off night, it’s him.
Overall:
Even with a two-goal lead, Benfica was unable to control the match, whether with or without the ball. Toni Martinez’s goal was completely deserved and Famalicão had the better of that second half. Famalicão was one goal away from Jamor; Benfica played like they weren’t one goal away from elimination.
Before going ahead, Benfica were pressing high and Famalicão were struggling to play through the press. In one occasion, it led to a goal. After the goal, as Benfica backed off, Famalicão grew and completely dominated the second half.
The weaknesses on show today were the same on show at the Dragão and the same that the team has showcased over the past months. Both transitions – offensive and defensive – are weak and disorganized. In defensive organization, players are often too far apart from each other, which makes it easier for opponents to exploit the middle of the park. Benfica is going through its worst form of the season with no signs of improvement."
"As duas equipas vinham de maus resultados. Se o Benfica perdeu na casa do seu concorrente directo na disputa da liga, o que dizer da pesada derrota caseira do Famalicão com o Vitória Sport Clube. Posto isto, a expectativa deste jogo seria ver qual das equipas iria reagir melhor face a estes desaires. Acabaria por ser o Benfica a ter mais dificuldades, mas foi quem conseguiu alcançar a tão desejada final da taça. Desculpem, não é só a final da taça, é a maior festa do futebol português, é (ainda) das poucas coisas boas que este tem e o que melhor lhe destinge do resto do mundo. Sou um confesso apaixonado pela final da taça e pelo Jamor, foi lá que me fiz benfiquista de coração cheio, foi lá que se deu o click, corria o ano de 2004, perdoem-me o egoísmo.... Vamos ao que interessa.... Vamos ao jogo!
Estava ainda fresco na nossa memória o jogo da primeira mão. Se havia ilação a tirar daí, seria a seriedade com que tinha de ser encarada a segunda mão. A equipa do Benfica tem vindo a denotar algum cansaço nos últimos jogos (Pizzi, André Almeida principalmente) e casos sérios de má forma (Ferro, Grimaldo e Seferovic). A juntar a isto poderíamos ainda ter eventuais jogadores que não tivessem recuperados fisicamente do último jogo. Relembro que Vinicius, Rafa, Weigl e Ferro não tinham sido titulares na primeira mão. Seria de esperar que jogadores como Cervi, ou eventualmente Samaris, entrassem na equipa. Tendo a certeza de que pelo menos André Almeida seria substituído por Tomás Tavares. Outro aspecto a ter em conta era a frescura do nosso adversário, já que este não havia utilizado os melhores jogadores no ultimo jogo do campeonato.
O Benfica acabou por apresentar o seguinte 11: Vlacho, TT, Ruben, Ferro, Grimaldo, Pizzi, Tino (a surpresa), Taarabt, Cervi, Rafa e Vinícius. Este alinhamento faz lembrar Paços e a estratégia acabou por ser muito semelhante à desse jogo, mas a falta de “pernas” e “pulmão” não deu o efeito esperado. Principalmente no aproveitamento dos espaços. O cansaço leva a decidir mal e foi isso que se viu em muitas ocasiões de contra ataque.
Entramos bem no jogo. Intensos, pressionantes, a circular. Mas o Famalicão apresentou-se muito competitivo. Era o jogo mais importante na vida daqueles jogadores, não nos esqueçamos disso. Tivemos 30 minutos muito bons e fizemos um golo originado por uma boa pressão colectiva. Nos últimos 15 minutos já se notou algum cansaço e incapacidade para ter bola.
O tal cansaço teve a companhia de alguma intranquilidade em alguns jogadores na segunda parte. Faltou personalidade colectiva. Critério com bola. Agressão à defesa contrária através de contra ataques. Conseguimos equilibrar as coisas com as substituições e o jogo foi melhorando com a sucessão delas. Tanto com a entrada de Chiquinho como com a entrada de Samaris deu mais alguma segurança e não atingimos o pleno com a de Seferovic porque este teve mais uma perdida glamorosa. O problema das substituições foi só um, foram feitas demasiado tarde!
No cômputo do jogo chegamos à conclusão que algo tem de mudar nesta equipa. Foi muito sofrível e não fosse o nosso guarda redes, não estaríamos já a activar grupos no Whats app para preparar a festa no Jamor. A arbitragem foi outra vez muito má, fazendo jus às arbitragens da AF Porto. Quero ainda dar os parabéns a este Fama. Tem uma equipa muito capaz e bancadas cheias de alma. Que este projecto assim continue.
Destaques Individuais:
9 - Vlachodimos
MVP! Imaginem se lá estivesse outro que não ele. Levou-nos ao Jamor. Só não leva nota máxima devido ao erro no golo anulado do Famalicão. Mas mesmo depois disso recompôs-se. Deu sempre confiança aos seus colegas, numa defesa que tem estado muito frágil. Obrigado Ody!
6 - Tomás Tavares
Esteve seguro a defender. Na primeira parte ainda subiu, mas definiu mal. Nota para a maturidade demonstrada na parte final do jogo. O miúdo não abanou.
7 - Rúben Dias
Acho que podemos dizer que não faz jogos maus, mesmo que à sua esquerda esteja tudo a arder. Fica na retina um corte imperial ainda na primeira parte e os cumprimentos fervorosos que dá aos seus colegas.
2 - Ferro
Já não dá para aguentar. Tem de sair da equipa. Sabemos que é bom jogador, mas parece que simplesmente não está em campo. Tem sido um autêntico buraco na defesa e quando pega na bola faz passes sem nexo. Esperemos dias melhores para este jogador, que recordo, tem valor…
3 - Grimaldo
Caso semelhante ao de Ferro. Está a acusar algum cansaço e o pior é que parece que Nuno Tavares deixou de contar. Precisa de descanso. Hoje teve a ajuda de Cervi mas o central do seu lado não o consegue dobrar. Têm sido difíceis os últimos tempos para aqueles lados. Quanto ao ataque, pouca ou nada se viu. Está longe do seu melhor futebol.
7 - Pizzi
Jogo de enorme esforço de Pizzi. Foi muito adulto. Soube dosear os ritmos do jogo e a pouca bola que tivemos foi devido à sua acção. Não fez mais porque simplesmente acabaram as pilhas. Na jogada do golo é ele que recupera a bola na pressão e finaliza. Justificava a substituição, mas BL não quis tirar a sua experiência dentro de campo.
6 - Tino
Foi a surpresa no 11. Não esteve mal para quem não jogava desde Dezembro (Novembro para o campeonato). Na primeira parte foi importante na definição dos tempos de pressão. Na segunda precisou da ajuda de Samaris para se sentir minimamente confortável. Importante a impedir diagonais de Fábio Martins. Na construção foi limitado.
6 - Taarabt
Jogo positivo do marroquino, mas não lhe peçam para segurar a posse de bola. Houve alturas de segurar, mas Taarabt só sabe jogar para frente. Às vezes precisamos de jogadores assim, mas a equipa hoje não estava para aí virada e havia uma ida ao Jamor para conquistar. Contudo deu-se ao jogo e esteve bem nos duelos.
6 - Cervi
Jogo ao nível de Taarabt. Combativo como sempre. Desta vez com um toque especial no golo para assistir Pizzi. Ajudou a defender, mas não conseguiu transportar a equipa quando se exigiu e teve algumas perdas de bola.
4 - Rafa
Não se viu Rafa em campo. Foi uma desilusão ver aquele espaço todo para se meter contra ataques. Ansiei durante o tempo que esteve em campo por uma arrancada daquelas. Precisamos do Rafa de Alvalade e de Paços…
5 - Vinícius
Foi uma ilha durante todo o jogo. Deu apenas 21 toques na bola… Ainda assim foi combativo e foi importante na pressão inicial. Jogo ingrato para o artilheiro.
5 - Chiquinho
Veio para refrescar. Mas não foi efectivo na pressão, não ajudou a matar o jogo nem se quer conseguiu segurar a bola. Valeu pelo pulmão.
NA Samaris
Veio para dar força a um meio campo preso por arames. Devia ter entrado mais cedo. Samaris dá confiança e experiência à equipa.
NA Seferovic
Podia ter-nos poupado 5 minutos de sofrimento. Apesar de fresco não conseguiu ganhar faltas nem segurar a bola. Não trouxe nada…
4 - Bruno Lage
Jogo muito pouco conseguido. Apesar de se notar preparação face ao adversário, como provam a pressão na saída de bola e as boas variações de flanco. Tem sido amplamente discutido o método de preparação de Lage para os jogos, dando uma atenção especial ao adversário e adaptando a sua estratégia jogo a jogo. Isso funciona quando o colectivo está forte, coisa que no momento não está a acontecer. Há jogadores que pura e simplesmente precisam de sair para descansar física e psicologicamente. São jogos maus uns atrás dos outros por parte de alguns jogadores. Começa a ser uma questão de tempo até ao Benfica perder pontos contra uma equipa que não o seu adversário directo. Alguma coisa tem de ser feita. Quero ainda destacar o facto de as substituições, apesar de acertadas, terem sido feitos muito tarde. Acorda Lage!
PS. Apesar de tudo…Estamos no Jamor! Venha a 27ª! Temos obrigação de melhorar o nosso registo na prova rainha. Nunca é demais repetir. São 3 taças em 20 anos!"
"Curtas de um jogo onde para o Benfica, o resultado foi bastante melhor que a exibição.
- Entrada tranquila no jogo não faria prever as dificuldades gigantescas que a equipa de Bruno Lage sofreu na etapa complementar – Marcou numa recuperação alta, situação que garantidamente havia estado presente no plano de jogo como opção estratégica, afinal é por ali que o Famalicão tem vindo a oferecer consecutivamente golos aos seus opositores;
- O golo em Transição tem o excelente e habitual movimento de Vinícius de dentro para fora para receber na profundidade e usar o pé esquerdo para procurar colegas na área, e um toque genial de Franco Cervi para facilitar a finalização a Pizzi. Depois do golo, praticamente não houve mais Benfica. Mesmo quando tentou manter a posse (e na primeira parte foi quem mais a teve), foi perdendo bolas por parecerem os seus jogadores estar algumas velocidades a menos do que o próprio jogo – Pizzi é um caso óbvio de quem defensivamente ou não ocupa o espaço convenientemente, ou quando está, é sempre batido sem causar grande dificuldade aos adversários. O seu corredor é uma fonte de desequilíbrios que obriga toda a estrutura a readaptar o seu posicionamento;
- No corredor esquerdo não mais é possível esconder as debilidades de Ferro e Grimaldo no momento defensivo (Tantas vezes referenciadas cá, bem antes dos golos sofridos do Benfica). Um clube grande que tem obrigatoriamente de em muitas situações num jogo ter a sua última linha a defender espaços largos, sofrerá sempre em demasia quando há individualidades muito fracas nos duelos. Com a qualidade de execução que ambos têm, é precisamente tudo o que é defensivo que os trai e impede de serem jogadores atractivos para outras Ligas;
- Segunda parte de elevada capacidade de criação do Famalicão. Cada ataque chegou a zonas de finalização, e de forma bem perigosa. Mexeu tarde Bruno Lage com a entrada de Samaris. O Benfica foi ao longo de toda a segunda parte incapaz de suster a entrada para zona de criação do Famalicão e exigia-se a entrada de Samaris e a mudança para um sistema com uma protecção à linha média a 4 bem antes de tamanho sufoco. É certo que o resultado (Benfica em vantagem) foi permitindo deixar adiantar o tempo sem fechar o campo, mas as dificuldades no jogo estavam a fazer adivinhar o que poderia ter acontecido mais cedo;
- Regresso de Florentino marcado pela simplicidade habitual com bola – Pouco erro, mas sem conseguir carregar a construção, e maior incapacidade no momento defensivo do que outrora. Continua a ser um jogador de potencial imenso, mas que claramente está hoje atrás dos colegas;
- Enorme exibição do Famalicão, que mesmo com erros em zonas importantes, que valeram o golo ao Benfica, e outros poderiam ter acontecido, foi capaz de chegar a zona de finalização como nenhuma outra – Nem mesmo o FC Porto – na realidade nacional."