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quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Tudo contra o Sporting

"Que conspiração de todos e de tudo contra o Sporting! Que coligações espúrias contra o Sporting! Nunca se viu tal na história do futebol. Ele é Liga, ele é Federação, ele é UEFA, ele é o Tribunal Arbitral, ele é a arbitragem, ele é a comunicação social, ele é este ou aquele sportinguista com opinião diferente, ele é a secretaria federativa, ele é os empresários, ele é os fundos, ele é o Carrillo ele é os outros clubes, ele é os sorteios dos jogos, ele é o não sorteio dos árbitros, ele é as redes sociais, ele é os outros treinadores, ele é os comentadores, ele até já foram os jogadores, etc., etc. Só os bancos amigos e os consagrados VMOC não conspiram contra o clube de Alvalade.
E, claro está, ele é o Benfica desde o porteiro ao presidente, passando pela águia Vitória. Uma obsessão desmedida como se ser benfiquista quase fosse um crime lesa-leões. Acho até que os responsáveis leoninos e o seu treinador falam mais do Benfica do que do seu clube.
Contra o Tondela, foi a mais superlativa incoerência e falta de fair-play: fúria contra um penalty bem assinalado e fúria contra a rectificação de um penalty mal assinalado! Verdade seja dita que os seus jogadores têm dado lições de grande carácter e profissionalismo, tentando alhear-se de todo o folclore à sua volta.
Percebo a ideia de lutar contra um certo conformismo que, de algum modo, se havia instalado no SCP. Essa luta é bem-vinda e faz bem às competições. Mas que diabo, será preciso, para um clube tão importante e prestigiado, incendiar e inquinar tanto o ambiente do futebol? E se o feitiço se virar contra o feiticeiro?"

Bagão Félix, in A Bola

O maestro que também toca piano

"Sobre ele não há a menor suspeita de ter mais afectos do que os merecidos. Nunca foi um bem amado. Impensável substituto de Enzo Pérez no Benfica de 2014/15, foi sempre um jogador com défice de carinho e, em muitos casos, de mero reconhecimento exterior pelo nível que atingiu. Pizzi que, na temporada passada, assumiu o surpreendente papel de interlocutor das estrelas mais brilhantes da constelação encarnada (Salvio, Gaitán, Jonas e Lima), superou as dúvidas e exerceu influência determinante no arranque para o título, desempenhando um papel que, até então, lhe era desconhecido. O treino e o jogo constituíram refúgio de inspiração e encaixe para as considerações menos abonatórias de quem o viu e analisou como figura menor. O arranque da nova época não confirmou logo a excelência do que já conseguira. Precisou de uma oportunidade à 11.ª jornada, em Braga, para se tornar titular indiscutível, precisamente na fase que deu início à retoma benfiquista na Liga.
Os relâmpagos de talento que emite não são enquadrados pelo engano mas pela perfeição. Não é o drible deslumbrante, o truque ou a mentira avulsa que melhor o caracterizam; a sua especialidade é manter a equipa a funcionar, agregando a esse lado mais mecânico a sumptuosidade de o fazer vendo buracos onde quase todos só vêem muros inexpugnáveis. Se o toque está para o futebol como a palavra para a sociedade, Pizzi é um fantástico promotor de diálogo. Dele não se devem esperar malabarismos retóricos mas o primor de uma intervenção sábia, com excelentes resultados práticos. Resta agora saber o que fará Rui Vitória quando em vez de estratégia pretender talento individual, verticalidade e desequilíbrio; quando em vez de um pensador disfarçado quiser velocidade pura junto às linhas; no fundo, quando achar que deve abdicar de uma solução mais elaborada e paciente por outra mais instantânea e contundente que contemple a utilização de Gaitán, Salvio, Gonçalo Guedes e Cervi.
No Benfica de Rui Vitória, Pizzi é o maestro desviado do centro do palco; o cérebro que dirige a orquestra a partir de zonas laterais, de onde concebe e executa em nome de harmonia, coesão e talento. Porque tem ampla visão periférica e entende o jogo como um todo, feito de vasta cadeia de acontecimentos que convém antecipar, a esmagadora maioria dos foguetes que faz estrepitar tem conotação colectiva. Porque entende o futebol e as suas chaves como desporto em que cada um precisa de todos para se realizar na plenitude, funciona como gestor da manobra global ainda que, nas novas tarefas que lhe foram conferidas, seja frequente vê-lo em acções mais avulsas, na exploração do flanco. Pizzi não administra o jogo dos flancos como fazia David Beckham, para quem um simples pontapé na bola abreviava quatro ou cinco passos na aproximação à baliza. O transmontano sai do flanco para dentro (sugerindo a subida do lateral) e vai trocando a bola à espera do momento para fazer a diferença, tomando quase sempre as melhores decisões à custa de um notável instinto simplificador.
Quando chega à linha de fundo, levanta a cabeça e coloca a bola para o último toque. Pizzi acrescenta dotes de solista aos que revela com a batuta na mão. Sendo o denominador comum das soluções criativas, exerce fora do lugar mais próprio (o meio do terreno) mas, em vez de se diminuir, acrescenta argumentos ao vasto reportório de músico excepcional: toca piano com a eloquência dos grandes executantes e, se for preciso, como agora se viu ao selar o triunfo no Estoril anuncia a festa ao toque do bombo - e vão 5 golos na Liga, lançando vitórias sobre Sp. Braga, V. Setúbal e Marítimo. Se Renato Sanches é o motor que põe a máquina a funcionar e lhe confere coesão atrás e soluções à frente, Pizzi é um gerador e multiplicador de futebol no último terço do campo. Tornou-se um jogador precioso."

Mau resultado

Istambul BBSK 3 - 1 Benfica
25-18, 23-25, 25-21, 25-22

Estamos obrigados a não ceder mais de 1 Set na Luz, para levar o jogo para a negra...!
Temos equipa para isso, mas temos que jogar melhor.

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O caminho do Oriente, não foi fácil !!!

Oriental 0 - 1 Benfica


Já no último Sábado na Amoreira jogámos num mau relvado, hoje voltámos a jogar num péssimo relvado. Tão mau, que mudou completamente o jogo... num relvado em condições normais os méritos individuais para uma equipa triunfar são bastante especificas, num relvado nestas condições as qualidades necessárias são bastante diferentes: jogo directo, jogo aéreo, disputas de bola jogadas no limite da agressividade, jogar de primeira e poucos 'rodriguinhos'!!!

A adaptação ao relvado foi demorada, o Oriental entrou muito agressivo, e só recuou com o cansaço. Depois do intervalo o Oriental voltou a entrar com tudo, mas o cansaço chegou mais cedo... com a entrada do Jiménez e do Sanches o Benfica ganhou capacidade física em zona alta, e com o Talisca perto da meia-lua ganhámos remate...!!!

Destaque para as três grandes defesas do Ederson (que fez esquecer um falhanço... cómico!!!), o regresso do Semedo a precisar de ritmo, o regresso do Djuricic com vontade, mas num relvado impróprio para consumo... Em sentido contrário, o Samaris voltou a provar o mau momento, e o Guedes voltou a estar horrível!!!

PS: Uma nota para a carta de despedida do nosso ex-jogador Carlos Marchena.

Desgraça alheia

"«O futebol são 22 homens atrás de uma bola e no fim ganha a Alemanha», disse um dia Gary Lineker, descrevendo com exactidão a superioridade teutónica. O que provavelmente o avançado britânico desconhecia é que os alemães, para além de vencerem demasiado, são os únicos que têm uma palavra que dá corpo ao prazer que sentimos com o falhanço e a derrota dos outros - schadenfreude.
O futebol é o espaço por excelência para a schadenfreude, para o entusiasmo com a desgraça alheia. O prazer que retiramos do jogo depende tanto das alegrias oferecidas pelo nosso clube, como dos desaires infligidos aos adversários. Vibramos com as nossas vitórias, mas vibramos igualmente com as derrotas dos outros. Aliás, há uns meses, a revista 'Líbero' citava um estudo científico, realizado no Mundial'98 e no Euro'2000, que provava que os mais fanáticos dos adeptos holandeses desfrutavam mais com os insucessos da Alemanha do que com as conquistas da Laranja Mecânica.
Já o filósofo Nietzsche defendia mesmo que a Schadenfreude era uma emoção social vital, pois unia as pessoas e criava identidades partilhadas. Ou seja, somos de um clube também porque somos anti outro clube. Sem rivalidade e sem prazer com o infortúnio dos outros, o futebol perdia o sentido. Humano, demasiado humano, este sentimento de vingança que é tanto mais forte quanto mais nos sentimos em desvantagem. Schadenfreude, meus caros amigos: foi um lindo fim de semana de futebol este que passou."

Lugar de presidente não é no banco

"Desta vez, Bruno de Carvalho foi longe de mais. Comportou-se como um daqueles adeptos que cegam pela paixão ao clube e que vêem um malfeitor em cada árbitro. Há muitos adeptos desses em qualquer campo e em qualquer clube de futebol em Portugal. O problema é que Bruno de Carvalho não estava, incógnito, na bancada, a gritar impropérios contra o malandro do árbitro. Continuava a ser o presidente do Sporting e estava no banco dos chamados responsáveis.
Sabe-se que o líder leonino nunca escondeu a pressão que o jogo e a competição lhe provocam. Nem nunca evitou dizer o que lhe vem à cabeça, nos momentos de maior carga emocional. Entende, aliás, como já referiu, que o racionalismo deve ficar para os presidentes dos clubes do crapô. Pois, mas um presidente assim, pode, até, garantir um grande apoio nas redes sociais, entre a massa de adeptos que, como ele, também cega com a paixão, mas acabará, sempre, por causar enormes prejuízos ao clube que verdadeiramente ama e jura defender de todos os inimigos reais e virtuais.
Mesmo que Bruno de Carvalho tivesse tido razão, no tal lance do penalty e da expulsão de Rui Patrício - e não teve - a sua atitude e o seu comportamento não seria tolerável. O que vem, afinal, provar a razão daqueles que sempre defenderam que o presidente do Sporting, como, aliás, qualquer presidente de clube, não deveria ir para o banco, durante os jogos.
Podem sempre argumentar que durante muitos anos também Pinto da Costa foi para o banco do FC Porto. É verdade, mas não quer dizer que, nesse tempo, Pinto da Costa tenha sido um bom exemplo."

Vítor Serpa, in A Bola