Últimas indefectivações

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

Cadomblé do Vata (desLiga!!!)

"A Liga Portuguesa está empenhada em ter o campeonato mais peculiar da Europa e o desejo de atingir tamanho desiderato é tal, que nem uma pausa para jogos de selecções foi obstáculo a esta corrida a caminho da vergonha. Na verdade o mais recente passo dado, até começou na semana que antecedeu o início da competição nacional.
O Rio Ave - Benfica foi o último jogo disputado no Estádio dos Arcos na temporada 18/19. Entretanto passaram-se 3 meses sem utilização do recinto e a menos de 7 dias do primeiro jogo da temporada 19/20, descobriram-se problemas na bancada geralmente destinada aos adeptos visitantes. A menos que eu tenha perdido alguma informação, não houve até hoje explicação sobre o fenómeno que terá assolado as cadeiras vila condenses nos três meses em que não viram rabo algum sentar-se nelas.
Tendo em conta os estragos descobertos, o jogo foi adiado e um Vitória que se iria apresentar na quase máxima força, vê-se obrigado a ir a jogo adiado por culpa do adversário, com 18 ausências, entre lesionados, castigados e não inscritos. Se dos não inscritos nada há a apontar e julgando os lesionados como de extremo azar, nos castigados o caso torna-se castiço: Rochinha não jogou porque teria que cumprir o castigo reservado para a primeira jornada; Tapsoba e Davidson não jogaram porque tiveram de cumprir o castigo reservado para a 5ª jornada. A penalização de Rochinha não avançou para a 2ª jornada, mas as dos expulsos na 4ª ronda, passaram para o que deveria ser o primeiro jogo da época.
Mas a estranheza não fica por aqui: o jogo foi adiado porque uma bancada não podia ser utilizada. Ao fim de 1 mês é disputado, com a mesma bancada fechada ao público. Possivelmente os cadeados não estavam disponíveis para o primeiro fim de semana de campeonato. Por acaso, a bancada afectada é de onde agora é feita a transmissão televisiva. Assim, em vez de um jogo observado por cadeiras vazias, ficamos a ver atentamente uma partida com uma bancada com metade da lotação ocupada. seria uma visão digna, não se desse o caso de estarem adeptos na rua."

Basquetebol 2019/20

"O Basquetebol recomeçou os treinos nas últimas semanas. O plantel teve várias saídas e várias entradas. Sendo que este ano houve também uma alteração à regra dos estrangeiros. Até ao ano passado só podíamos ter quatro estrangeiros. A partir de agora podem ser cinco. Está na altura de fazer uma avaliação do que aconteceu neste verão.

Base Organizador
Atletas: Aljaz Slutej, Rafael Lisboa e Toure’ Murry (ex-Piacenza, Itália-Serie A2) 
Saídas: Juan Cantero e Miguel Maria (CB Almansa, Espanha-LEB Oro)
Já desde da saída de Jesse Sanders que o clube tem tido dificuldades especiais nesta posição. Juan Cantero chegou a meio da temporada passada mas nunca foi muito constante com as boas exibições. A saída acaba por ser natural. Já no caso de Miguel Maria pareceu-me uma consequência do grande Europeu S20 B de Rafael Lisboa, onde foi o MVP da prova. Era preciso dar minutos aos jovem português, algo que dificilmente poderia acontecer com o Miguel no plantel. Toure’ Murry é um americano com bom tiro e bom drible. Tendo passado pela NBA onde fez 56 jogos entre 2013-2015. Aljaz Slutej terá os minutos que restar. Há já algum tempo que as lesões andam a travar a sua carreira.

Base Atirador
Atletas: Tomás Barroso e José Silva
Saídas: Jacques Conceição (Ovarense)
Eu não desgostava de Jacques Conceição. Aquilo que contribuía para o plantel era limitado, mas acrescentava alguma coisa. Na final contra a Oliveirense foi o único que soube defender bem o Travante Williams. Mas defender bem acaba por ser pouco. Tomás Barroso e José Silva são internacionais portugueses. Dada a qualidade do jogador médio português são jogadores com capacidade para fazer a diferença cá, principalmente pelo tiro exterior. Dada a quantidade de extremos de grande qualidade no plantel, não me espantaria que acabassemos por jogar com outros jogadores nesta posição.

Extremo
Atletas: Micah Downs, Fábio Lima e Betinho Gomes (ex-Trento, Itália-Serie A1)
Saídas: -
Aqui é a posição onde temos qualidade de sobra. O Betinho é O jogador mais espectacular que vi no Benfica. Aos 34 anos de idade ainda pode acrescentar muito ao Benfica pois é um jogador extremamente completo. Fábio Lima é, a seguir ao Betinho, o nosso melhor português. Micah Downs deixou bem claro no ano passado que foi o melhor jogador a passar em Portugal neste milénio. É uma excelente notícia a sua continuidade.

Extremo-Poste
Atletas: Damian Hollis (ex-Roma, Itália-Serie A2), Gonçalo Delgado e Arnette Hallman
Saídas: Álex Suárez (Iberostar Tenerife, Espanha-Liga Endesa)
Álex Suárez tinha tiro exterior, mas tirando isso não acrescentava muito à equipa. Damian Hollis é um jogador mais completo, que já conhecemos porque já tinha passado por cá há dois anos. Será particularmente interessante ver como é que Carlos Lisboa vai utilizar Hollis, Downs e Betinho. É que podemos alegar que estes são os três melhores jogadores do Campeonato. Arnette Hallman é um jogador muito combativo e numa equipa com tanto jogador capaz de fazer a diferença sozinho, ter um jogador mais de equipa é importante. Gonçalo Delgado é mais um jovem que o ano passado chegou a assumir alguma importância no plantel. Não se sabe bem que tipo de minutos terá, mas tem muito talento.

Poste
Atletas: Eric Coleman (ex-Oliveirense) e Gary McGhee (ex-Aris, Grécia-Ethniki A1)
Saídas: Cláudio Fonseca (Sporting) e Mickell Gladness (SeaHorses, Japão-B.League)
O Benfica fez uma coisa muito inteligente aqui. Ao poder ter cinco estrangeiros e sabendo que a maioria dos jogadores portugueses com qualidade acima da média não jogam a poste, o Benfica optou por ter dois postes estrangeiros. Algo que pode fazer muita diferença nos desafios com um jogo interior mais evoluído. Nós não precisamos de alguém que faça muitos pontos. Para isso já temos Hollis, Downs e Betinho. Precisamos de alguém que defenda e ressalte. Gary McGhee é um muro autêntico. Tem 2.08m, boa envergadura física, experiência em bons campeonatos e sem um historial de lesões graves. Eric Coleman não é tão alto, mas o ano passado mostrou que era o melhor poste do Campeonato. Tem muita explosão. Como poste suplente encaixa-se perfeitamente.

O Benfica está noutro Campeonato este ano a nível de qualidade. Agora é prová-lo. Quer no Campeonato, quer lá fora. Acho que a longo prazo o plantel irá acabar por encurtar. Temos 13 jogadores. Todos vão jogar. Mas se tivéssemos 11, não se notava muita diferença. Entre Zé Silva e Tomás Barroso, um deles poderá sair quando o respectivo contrato acabar e assim alocar o dinheiro noutra modalidade que precise, como por exemplo o Hóquei, que precisa de alguém para competir com Pedro Henriques na baliza ou o Andebol que tem uma primeira linha limitada a nível de opções."

A Selecção e o risco dos tais 'big four'

"Fernando Santos é o que se pode chamar um treinador conservador. Não é pejorativo. Um treinador conservador é aquele que assume uma escola que procura evitar o risco e apostar, sempre, na racionalidade.
De facto, há um argumento indestrutível: o futebol já tem demasiados vectores imponderáveis, que não se podem controlar, para ainda se abdicar daquilo que é objectivo.
Muitos faltavam, de uma Selecção portuguesa no seu esplendor máximo, com a destemida entrada dos big four - Bernardo Silva, Bruno Fernandes, Cristiano Ronaldo e João Félix. Nunca acreditei que num jogo quase decisivo, tal fosse possível. Fernando Santos não iria, nunca, descurar o equilíbrio da equipa. E por isso, também contrariando os mais afoitos, jogou com Danilo e não com Rúben Neves. E por isso também jogou com Gonçalo Guedes e não com João Félix.
O problema do futebol é que nunca alguém consegue ter razão antes do jogo. Se as coisas não tivessem corrido como correram, Fernando Santos estaria, agora, a ser fustigado pela crítica dos que nunca erram depois dos jogos jogados. Mas correram bem. A Selecção portuguesa não apenas ganhou como liderou o jogo e o adversário, apesar dos persistentes pessimismos de alguns analistas televisivos, que acham sempre que vendem melhor as suas ideias se disserem mal.
Eu acho que Portugal fez uma bela exibição. Plena de personalidade, paciente, madura, inteligente e com um indisfarçável toque de classe. Claro que se notaram algumas fragilidades defensivas, fruto de uma obrigatória mudança central. Nada que tenha enevoado uma jornada de sucesso."

Vítor Serpa, in A Bola

PS: Extraordinário como apesar das evidências, continuam a 'vender' a ideia que o Bruno Fernandes está de um certo modo no mesmo nível do Bernardo, do Ronaldo ou do Félix!!! Inacreditável... Tudo isto depois de um jogo, onde perdeu a bola 16 vezes, 'assistiu' a Sérvia para um golo, não oferecendo nada à equipa... Neste momento, o velhinho Moutinho, o Renato, ou até o não convocado André Gomes, são melhores opções para aquela posição...!!!
E nem comparo com jogadores como o Rafa ou o Pizzi que no Tugão, tem muito melhores 'numeros' que o dito cujo!!!

Formação e deformação

"Acompanho de perto a formação e posso testemunhar tudo o que se tem relatado com demasiada frequência: distúrbios e comportamentos vergonhosos nas bancadas, com adversários, árbitros e, em inúmeras ocasiões, a equipa apoiada e até os próprios filhos com alvos. São urgentes políticas para a sua erradicação. Alguns clubes criaram regras rígidas para os pais e o caminho passará inevitavelmente por aí.
O ambiente constrange os jovens jogadores e muitos, por não conseguirem criar anticorpos e imunidade, desistem ou não confirmam potencial. Claro que não nasce do vácuo. Pode ter origem em atletas, treinadores ou árbitros. É por isso que quando se escolhe alguém para um papel de orientação, também deve ter-se em consideração as valências pedagógicas. Não se trata apenas de saber tudo sobre o treino, o jogo ou as regras, mas ainda como extrair os melhores comportamentos de quem se orienta.
Olhando para o papel de orientador, é importante que os técnicos aprendam de vez que são os jogadores que decidem e não eles, e que há sempre várias decisões possíveis. Umas melhores, outras piores. Torná-los extensões suas poderá até garantir vitórias a curto prazo, mas terá consequências no futuro.
Queixamo-nos ainda de que perdemos o futebol de rua, mas, em vez de vermos reminiscências a ser trabalhadas para usá-las no momento certo, permitem-se excessos de egoísmo também em nome do que garante ao resultadismo. Por outro lado, será que os que nascem altruístas são mesmo valorizados?
Por fim, a falta de noção. Treinadores a resolver tudo à gritaria, esquecendo-se do impacto que o vernáculo excessivo e irracional tem em diferentes mentes, não aceitando explicações ou contraditório. A formação evolui, mas ainda a várias velocidades. Nas bancadas sim, mas também em muitos brancos."

Luís Mateus, in A Bola

Dos ‘kits’ ao novo desafio

"Muita coisa mudou desde a primeira viagem de Luís Filipe Vieira a Cabo Verde como presidente do Benfica. Em 2005, pouco depois da conquista daquele campeonato sofrido com Giovanni Trapattoni, Vieira andava numa roda-viva pelo mundo benfiquista para espalhar o célebre ‘kit sócio’, sendo até motivo de alguma chacota por parte dos rivais. Mas o tempo deu-lhe razão. Conseguir capitalizar a enorme base de adeptos em receitas para o clube - fosse através de quotizações, de venda de bilhetes ou merchandising - foi o passo que lançou o Benfica definitivamente para o sucesso dos últimos anos. Tudo o resto, como títulos e transferências milionárias, surgiu depois.
Catorze anos depois, Vieira está de novo no arquipélago da ‘morabeza’ e o momento é bem diferente. Como o próprio referiu ontem, o clube agora não está em cacos. Não é a potência europeia e mundial que ambiciona ser, mas tornou-se uma referência em várias áreas do negócio, especialmente em termos de formação e valorização de futebolistas. A prioridade deixou de ser vender ‘kits de sócio’, mas encontrar formas de dar ao Benfica a dimensão extramuros que lhe permitirá estar na linha da frente para as transformações que se avizinham no futebol europeu. E a ligação à África lusófona pode ser um trunfo importante nessa batalha."

Volta, Bruno, estás perdoado

"O título é, evidentemente, irónico. Bruno de Carvalho está muito bem onde está – quieto e calado. Mas Frederico Varandas é uma enorme desilusão.
Nos cargos de liderança há momentos decisivos. E, aí, os líderes ou impõem a sua vontade, e serão respeitados no futuro, ou vão atrás das massas, e todos lhes perderão o respeito.
Luís Filipe Vieira foi confrontado com uma situação dessas depois de uma época em que perdeu tudo. A “nação benfiquista” exigia a cabeça de Jorge Jesus. Mas Vieira resistiu – e hoje é respeitado por aqueles que então defendiam o contrário do que ele fez. Se tivesse cedido, teria entrado numa espiral negativa.
Depois da derrota com o Rio Ave, os habituais bota-abaixistas do Sporting puseram a cabeça de fora. Um exaltado adepto, que também é comentador televisivo, vociferava que os sportinguistas querem ganhar – e que quem não ganha vai para a rua.
Ora mente do homenzinho não alcançava que “ganhar” querem todos. A questão não está em “querer ganhar” – está em “como ganhar”. E para ganhar há uma condição necessária: estabilidade. Sem estabilidade, não se constrói nada, nem na política nem no futebol. Como é que o FC Porto se tornou durante muitos anos um vencedor crónico? Com a estabilidade que lhe trouxe Pinto da Costa. Como é que o Benfica reconquistou (até ver) a hegemonia do futebol português? Com a estabilidade que lhe trouxe Luís Filipe Vieira.
Depois dos terríveis acontecimentos que envolveram o fim do consulado de Bruno de Carvalho, o seu sucessor tinha uma missão essencial: reconquistar a estabilidade. Ora, Varandas começou logo mal ao despedir Peseiro. O importante na altura era acalmar as águas, e não agitá-las outra vez.
Mas, tendo despedido um treinador para ir buscar este Keizer que ninguém conhecia, Varandas deveria saber bem o que estava a fazer. Conhecer bem os seus métodos e o seu trabalho. E o homem até surpreendeu: numa época em que não se esperava que o Sporting ganhasse alguma coisa, venceu duas taças. Assim, teria pelo menos mais uma época para mostrar o que efectivamente valia. Mas não: à quarta jornada foi despedido.
Se, ao despedir Peseiro, Varandas mostrou falta de maturidade, ao despedir Keizer mostrou falta de personalidade. Porque não foi capaz de resistir à pressão dos adeptos mais básicos, onde se juntaram os tais que dizem querer ganhar sempre aos saudosos de Bruno de Carvalho – que querem instabilizar o clube e não se importam de o destruir.
Frederico Varandas teve uma oportunidade de ouro para se afirmar perante essa gente desmiolada. Mas fez o oposto: cedeu-lhe. Fez-lhe a vontade. Daqui para a frente será um factótum nas mãos daqueles que, por estupidez ou por raiva, arrastarão o Sporting para o abismo.

Há vida para além do encerramento da Janela de Transferências

"Na semana passada encerrou o período de transferências de verão, no entanto após essa data podem ainda ser inscritos os chamados "jogadores desempregados". Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 6.º do "Regulamento do Estatuto e Transferências de Jogadores da FIFA", bem como do "Regulamento para a Inscrição de Jogadores Desempregados" (Anexo II ao Regulamento das Competições organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional"), é "autorizada a inscrição de jogadores desempregados fora dos prazos e condições que resultam das normas em vigor do Regulamento de Competições organizadas pela Liga Portugal, desde que o jogador a inscrever" se encontre "na situação desemprego desde o dia 30 de Junho último e ter tido actividade como jogador profissional de futebol no decurso da época desportiva que cessou nesse dia" (art.º 1.º do Anexo II).
E "o jogador profissional de futebol com relação ao qual tenha ocorrido, até à referida data de 30 de Junho último, a caducidade do seu contrato de trabalho desportivo, ou vínculo equiparado, pelo decurso do prazo contratual de duração do mesmo, ou que tenha promovido e concretizado, até à mencionada data de 30 de Junho último, a rescisão unilateral do seu contrato de trabalho desportivo com justa causa, desde que esta se mostre devidamente reconhecida e verificada" (art.º 2.º do Anexo II), ou "que tenha promovido por acordo a cessação de contrato de trabalho desportivo, ou vínculo equiparado, a que se encontra vinculado desde que essa desvinculação contratual por acordo tenha sido realizada antes do fim do primeiro período de inscrições" (art.º 3.º do Anexo II).
Assim a inscrição enquanto "jogador desempregado" fica sujeito ao preenchimento de dois de três requisitos: ter sido jogador profissional de futebol na época anterior (1.º requisito) e o referido contrato de trabalho desportivo ter caducado ou ter sido denunciado unilateralmente com justa causa até 30 de Junho (2.º requisito) ou tenha sido alvo de revogação por mútuo acordo até ao último dia dos período de inscrições de verão, ou seja até ao dia 31 de Agosto (3.º requisito).
Por fim, gostaria, ainda de salientar, uma solução regulamentar inovadora emitida pela Federação Francesa de Futebol, que permite aos clubes da Liga 1 e Liga 2 a possibilidade de poder contratar um jogador fora da "janela" de transferências de verão (que, em França, terminou em 31 Agosto e a 2 de Setembro em Portugal) desde que a mesma ocorra até ao início do período de transferências de inverno e esse jogador já esteja inscrito na federação francesa. Foi com base neste "joker" que o Olympique de Marseille contratou Valentin Rongier ao Nantes na semana passada. Solução esta que merecia ser, também, consagrada noutras ligas, entre os quais a nossa."

A Ordem Natural das Coisas

"Se há coisa de que os treinadores não gostam é de jogos que ganham vida própria, que se emancipam dos planos longamente congeminados durante uma semana e começam a voar em círculos imprevisíveis de anarquia e caos a que o talento de certos jogadores vem devolver alguma ordem. Quando um jogo se torna anárquico impera quase sempre o talento individual. E os treinadores têm horror a confiar numa variável tão volátil. Sobretudo os pragmáticos, como é o caso notório de Fernando Santos.
Lembram-se daquele jogo contra a Hungria no Euro-2016, que acabou empatado a três e nos valeu uma passagem pouco gloriosa aos quartos de final? Quase no fim, o seleccionador reforçou o meio-campo com Danilo para segurar o empate, mesmo que um golo húngaro nos pusesse no voo de volta a Lisboa. Fernando Santos justificou-se: “Não sou maluco.” No final da partida, o capitão Ronaldo descreveu assim os noventa minutos: “foi um jogo de loucos.” Indiferente à pragmática sanidade do treinador, o futebol jogado seguiu o seu próprio caminho de loucura e, no final, loucura e racionalidade convergiram e Portugal lá avançou com o credo na boca.
Não há como negar o sucesso da abordagem santista. Os dois títulos conquistados falam por si. Além disso, Fernando Santos tem toda a razão quando diz que é muito difícil ganhar a esta equipa. Não se esperem revoluções tácticas da cabeça do engenheiro, não se espere um futebol de encantar, não se espere nada a não ser o desespero dos adversários por não conseguirem desmoronar por completo uma estrutura que, não raras vezes, abana que se farta. Vi o jogo da Holanda com a Alemanha que os holandeses venceram por 4-2. Ora, há pouco mais de dois meses esta renovada laranja foi incapaz de derrubar a nossa selecção. Não é apenas sorte, há ali método. E quando o método não chega, aparece o talento individual, um Bernardo, Um Ronaldo, um São Patrício. Ou a sorte.
Veja-se o jogo contra a Sérvia. A primeira parte decorreu numa toada amena e um tanto aborrecida, menos um jogo de futebol do que uma transposição quase exacta dos apontamentos do seleccionador para o relvado. A certa altura, a posse de bola estava nos 70/30 favoráveis a Portugal e as balizas eram elementos meramente decorativos. De vez em quando, os sérvios aproveitavam o original sentido de posicionamento de Nélson Semedo para causar algum perigo, mas toda a gente sabe que a exibição dessas vulnerabilidades funciona como uma espécie de engodo que atrai os adversários e acaba por os expor a ferroadas letais, mesmo que estas sejam aplicadas pelo menos letal dos jogadores, como é William Carvalho. No fim da primeira parte, o jogo estava tão parecido com Fernando Santos que só lhe faltava um crucifixo ao peito e um terço no bolso.
Já a segunda parte, para desespero do seleccionador, ganhou vida própria. Não enlouqueceu por completo, como aquele jogo contra a Hungria, mas teve os seus desvarios. A selecção, com menos bola e mais dentes, mostrava-se mais aventureira e também mais propensa ao erro. A diferença é que dois dos erros foram aproveitados pelos sérvios para marcar dois golos e o pragmatismo de Santos teve de confiar nos poderes sobrenaturais do talento individual. Quando a equipa tremeu, quando o jogo ficou meio louco, surgiu resplandecente e salvífico o pé esquerdo de Bernardo, um jogador tão bom que prospera em qualquer ambiente, seja o do rigor maníaco de Guardiola, o da ordem espartana de Santos ou o do alegre caos para onde certos jogos inevitavelmente resvalam. Quando o jogo fica partido, é o pé esquerdo de Bernardo que cola os cacos, com o auxílio de uma trupe de artistas de sapatinhos de veludo e meiazinhas de algodão.
Até Ronaldo parece ser apenas mais um, mesmo que um especial. Nem o problema que foi para alguns seleccionadores, nem a única solução que foi noutras ocasiões, o capitão joga mais leve. Mérito também de Fernando Santos que conseguiu resolver a dificílima equação que atormentava o país futebolístico: como aproveitar todo o talento e eficácia de Ronaldo sem comprometer o equilíbrio da equipa? Dizem as estatísticas que Ronaldo nunca marcou tanto na selecção como na era Fernando Santos e esses golos, 39 ao todo, não foram estéreis, ajudaram a conquistar os tais dois títulos. Nas conferências de imprensa, Santos não perde uma oportunidade de afagar o ego da sua estrela, sublinhando o seu estatuto de primus inter pares. Mais do que um estratega, revela-se um jardineiro cuidadoso sempre preocupado em verificar a temperatura emocional da estufa para que a sua flor mais preciosa não definhe por falta de mimos. Se não é a quadratura do círculo, anda lá perto.
Como bom pragmático, Fernando Santos tem sólidos princípios de que não abdica. Um deles, talvez o mais importante, é o princípio de que nenhum princípio é mais importante do que o resultado. Ele sabe que quando um jogo enlouquece o melhor é não o contrariar e deixar que seja o talento dos jogadores a repor a ordem natural das coisas que ele tanto aprecia."

MC Almeida !!!

Extraordinária recepção

"A forte implantação do Benfica na África Lusófona é impressionante e sobejamente conhecida, demonstrando inequivocamente que o benfiquismo é imune à distância. No caso particular do povo cabo-verdiano, a intensidade com que sente e vive a paixão pelo Benfica é inspiradora e imensamente gratificante.
A comitiva benfiquista, liderada pelo Presidente Luís Filipe Vieira, sabia ao que iria quando iniciou a visita a Cabo Verde na passada sexta-feira. No entanto, apesar da convicção generalizada de que seria alvo de uma calorosa e muito participada recepção, a forte presença e o enorme entusiasmo dos muitos benfiquistas nas imediações do aeroporto internacional da Praia superou as já elevadas expectativas.
O banho de benfiquismo comoveu todos os que o viveram e esse sentimento perdurou nas horas e dias seguintes. O cortejo, desde o aeroporto ao hotel, mais pareceu as ocasiões em que os cabo-verdianos celebram títulos do Clube, tal foi a presença e espírito festivo dos milhares de benfiquistas que acompanharam a nossa comitiva nesse trajecto. O mesmo se passou nos eventos programados e em ocasiões espontâneas. O Benfica é o maior e o mais amado clube na África Lusófona e a sua grandeza saiu reforçada de Cabo Verde.
A onda vermelha invadiu a Praia, em mais um exemplo indubitável de que, como cantam os nossos adeptos, “o Benfica é maior que Portugal”. Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro de Cabo Verde, resumiu brilhantemente a magnitude do benfiquismo: “O Benfica é o embaixador maior de Portugal no mundo.”
Neste périplo, o Benfica foi recebido pelo primeiro-ministro de Cabo Verde no Palácio do Governo, o qual agraciou o Clube com a Medalha de segundo grau de Mérito desportivo pela História e pela dimensão que emprega junto dos países que compõem a CPLP.
Foi também recebido na Sala do Munícipe nos Paços do Concelho da cidade da Praia pelo presidente da edilidade, Óscar Santos. Houve igualmente um encontro com a Embaixadora de Portugal no país, que se mostrou impressionada por ver ao vivo “esta paixão pelo Benfica”. Houve a visita à sede do Clube Desportivo Travadores, uma das nossas delegações espalhadas pelo mundo. Luisão teve oportunidade de dar uma palestra subordinada ao tema “Vontade de vencer” na Universidade de Cabo Verde. E, finalmente, foi inaugurada oficialmente a Casa do Benfica da Praia, situada no largo Eusébio da Silva Ferreira, no bairro da Achada de Santo António, o maior da capital de Cabo Verde. 
As instalações da nossa Casa foram insuficientes para acolher todos os benfiquistas interessados em participar no evento. Os cerca de dois milhares que se deslocaram à sede do benfiquismo na Praia tornaram o evento inesquecível e reforçaram a convicção de que o futuro será risonho para a primeira Casa do Benfica 2.0, um conceito de Casa mais amplo – social, desportivo, educacional e cultural – e que começa agora a dar os primeiros passos.
E Luís Filipe Vieira deixou uma promessa que muito entusiasmou e orgulhou os benfiquistas em Cabo Verde: nas comemorações do 38, “que tudo faremos para que seja já no final desta época”, a equipa deslocar-se-á ao país para celebrar o título. Estamos certos de que será uma réplica do Marquês no Atlântico!
Por fim, hoje cabe-nos igualmente destacar a conquista da Supertaça pela nossa equipa feminina de futebol, imensamente apoiada pelos muitos benfiquistas presentes no Estádio João Cardoso, em Tondela.
O golo extraordinário de Pauleta foi suficiente para garantir a vitória ante o Braga, o campeão nacional em título, numa partida em que a nossa equipa foi a melhor e mereceu o triunfo. Desde a estreia, na temporada passada, ganhámos todos os títulos e troféus disputados: Campeonato Nacional da 2.ª Divisão; Taça de Portugal; Supertaça.

P.S.: Saudamos também a excelente vitória obtida pela Selecção Nacional na Sérvia e fazemos votos para que amanhã, terça-feira, na Lituânia, continue na senda dos triunfos."

Benfiquismo (MCCLXXXVII)

Balde de água fria!!!

1.º Supertaça

Braga 0 - 1 Benfica
Pauleta


Grande vitória, com um golo monumental...
Não foi fácil, as ausências da Geyse e da Tayla foram importantes... juntando-se ainda a Ana Vitória que começou no banco, porque tem estado lesionado! São três jogadoras, das mais influentes da equipa, nos três sectores: defesa, meio-campo e ataque!!!

Mesmo assim fomos justos vencedores. No 1.º tempo, podíamos ter 'ganho' uma vantagem considerável, e ao intervalo estava 0-0: penalty falhado, penalty não assinalado.golo mal anulado, tudo no 1.º tempo!!!
O golão apareceu no arranque do 2.º tempo, pouco depois a Cloe 'arrancou' o 2.º amarelo a uma adversária, parecia que a jogar contra 10 poderia ficar mais 'fácil', mas faltou 'pernas' na parte final: o Braga já fez vários jogos oficiais esta época, na Europa, enquanto para o Benfica, este foi o primeiro jogo oficial da nova temporada!!!

Quem acabou por ser decisiva, foi a Dani Neuhaus, que fez um par de grandes defesas (muito criticada o ano passado, a Dani tem de facto dificuldades nos Cruzamentos, mas entre os postes, tem muita qualidade). Uma nota para a jovem Ana Seiça de 19 anos (em condições normais a nossa 4.ª Central), que com a lesão da Raquel Infante, entrou para segurar o resultado... As contratações Nycole e a canadiana Cloe jogaram muito bem... Foi pena a Lúcia Alves só ter entrado no final, porque tem muita qualidade...

Como não podia deixar de ser, palavras completamente aparvalhadas do treinador do Braga no final, num jogo onde foi claramente beneficiado, mas mesmo assim, o mau perder com o anti-Benfiquismo primário, deixa qualquer um, estúpido dos cornos!!!
Por falar em anti-Benfiquismo primário, o Canal 11 deixou mais uma prova, de como a FPF não tem vergonha nenhuma: tanto os comentários, como a Realização foi absolutamente vergonhosa!!!

PS: No Basket voltámos a vencer hoje, desta vez ao Gran Canária, outra equipa da principal divisão Espanhola, mesmo com algumas ausências!!!
83-77 (23-13, 17-19, 19-23, 24-22)
O Gran Canária mesmo assim, acabou de vencer o Torneio devido à diferença de pontos!!!
Micah(26), Barroso(18), Murry(14), McGhee(8), Lima(7), Delgado(4), Lisboa(4), Hallman(2), Betinho, Slutej
Como escrevi ontem, apesar do potencial do plantel anda tenho 'dúvidas'. Ofensivamente, temos muito para melhorar, com demasiadas acções individualizadas... O Betinho, por exemplo, tem que ter outra atitude!!!
O Benfica publicou hoje a informação médica sobre o Coleman: sofreu uma contusão no ombro.
Seria importante estar recuperado, para o jogo Europeu, na Terça, 17 de Setembro, na Luz, antes do confronto como Leipzig para a Champions!