Últimas indefectivações

segunda-feira, 21 de abril de 2025

Capitão, Humberto...

BI: Guimarães...

Limpou? Não é possível!!!

A tropa do Benfica


"O que também se viu no relvado em Guimarães Bruno Lage disse mais do que uma vez esta época estar impressionado com o compromisso dos jogadores, especialmente dos mais velhos, que já ganharam muitas coisas mas continuam com fome de conquistas. O treinador do Benfica diz liderar mais que uma equipa, também uma família, uma tropa, a tropa do Benfica.
Foi um pouco esse o sentimento que as águias conseguiram transmitir no jogo de Guimarães, onde sofreram bastante de mãos dadas para conseguirem um resultado que foi muito bom, de 3-0, mas não reflete a dificuldade que sentiram no relvado em duelo com o Vitória.
Depois do empate com o Arouca (2-2) no jogo anterior, passar em Guimarães era fundamental e mais que a estratégia, que a houve, certamente, os jogadores mostraram sentido de realidade e determinação no que era mais importante quando faltam apenas quatro jornadas para o final do campeonato: a conquista dos três pontos.
Acreditando que Benfica e Sporting já deram os tiros nos pés que tinham para dar esta temporada, e deram vários — ambos trocaram de treinadores e subiram e caíram do primeiro lugar da tabela —, as duas equipas partilham a liderança na tabela classificativa, com 72 pontos, e existem possibilidades muito fortes de o vencedor do título de 2024/25 ficar decidido somente no que resultar do jogo da penúltima jornada, que coloca precisamente Benfica e Sporting em confronto com palco no Estádio da Luz. Pelo que se viu dos jogos deste fim-de-semana, nenhum dos dois candidatos dá sinal de estar melhor ou pior que o outro."

As armadilhas na Liga Portugal


"Reinaldo Teixeira, recém-eleito presidente da Liga Portugal, tomou posse esta semana. Tomou posse de uma Liga em declínio e que está a perder espaço face aos seus concorrentes diretos (Bélgica e Países Baixos). Internamente o clima é turbulento. A suposta união entre todo o futebol profissional, aos dias de hoje, é uma miragem. Se estes motivos não bastassem, Reinaldo Teixeira ainda terá de lutar contra um conjunto de armadilhas que está a encontrar pelo caminho…

Eleições: a primeira armadilha
O processo eleitoral da Liga foi a primeira armadilha que Reinaldo teve de ultrapassar. De uma candidatura única e unânime passou a ter um oponente inesperado e que tinha o poder de decidir qual a data em que as eleições se iriam realizar. Adicionalmente, ao longo do processo eleitoral, Reinaldo Teixeira foi alvo de ataques pessoais e tentativas de descredibilização. A mensagem que tentaram passar era que as eleições estavam muito renhidas e o resultado final iria ser muito próximo. No final, o atual presidente da Liga deu a melhor resposta com uma vitória suportada em 42 votos a favor e apenas 10 para o seu opositor. Em termos percentuais, Reinaldo Teixeira foi eleito com 81% dos votos totais.

A debandada: a segunda armadilha
Reinaldo Teixeira herda uma Liga desunida, com pouca credibilidade e onde a competitividade é cada vez mais reduzida. O seu mandato é de dois anos, uma vez que estas foram eleições intercalares. Ninguém tem dúvidas que este mandato, que começou com Pedro Proença há dois anos, é um dos mais importantes tendo em conta o futuro que podemos vir a seguir no futebol profissional. Então o que se impunha?
Numa primeira fase, conforme tenho vindo a escrever, impunha-se estabilidade, compromisso e responsabilidade, algo que Pedro Proença não teve. Porquê? Porque colocou a sua ambição pessoal à frente do interesse do futebol nacional. Se já condeno a forma como Pedro Proença pensou mais em si do que no compromisso que deveria ter com a importância do mandato que tinha pela frente na Liga Portugal, o que posso dizer sobre a transição de 40 funcionários da Liga para a FPF? Será que Pedro Proença está a pensar no interesse do futebol nacional ou nos seus interesses pessoais? Depois de ter deixado a meio, por ambições pessoais, o mandato mais importante da Liga Portugal, o que poderíamos exigir a Pedro Proença? No mínimo, deveríamos pedir bom senso, compromisso e solidariedade por quem o sucede na Liga Portugal.
Por muito que pense, não consigo perceber esta postura por parte de Pedro Proença. De uma forma muito simples explico o meu raciocínio. Reinaldo Teixeira acaba de chegar à presidência da Liga Portugal. Tem dois anos de mandato efetivo. Tem de pegar e gerir dossiers de enorme relevância para o futuro do futebol profissional. Além da dificuldade da missão ainda se vê confrontado com a debandada de 40 funcionários, muitos dos quais com funções fundamentais no seio da Liga Portugal.
Esta tomada de posição por parte de Pedro Proença é mais uma armadilha que Reinaldo Teixeira terá de ultrapassar. Com o barco em andamento, e numa altura de grande exigência, Reinaldo Teixeira tem a difícil missão de ter de criar uma equipa do zero com as skills ideais, de os integrar e adaptar a uma realidade diferente (futebol) e, em simultâneo, tentar criar um clima mais sereno e desenvolver dossiers que são fundamentais para o futuro do futebol nacional.

Direitos televisivos: 3.ª armadilha
O discurso da tomada de posse de Reinaldo Teixeira expôs muito daquilo que foi feito ou não foi feito nos últimos anos. Citações como «a realidade é crua e pede urgência» ou «as narrativas não podem sobrepor-se à realidade» vão ao encontro daquilo que durante anos nos quiseram fazer acreditar. Numa primeira análise parece que, finalmente, temos um presidente da Liga que não quer viver na ilusão, mas sim na realidade.
No seu discurso teve a coragem de abordar o tema que irá ter uma importância vital para o futuro do futebol profissional. Ao referir que «hoje, dia 16 de abril de 2025, a Liga não tem nenhuma proposta de aquisição de direitos na mão. Hoje, a 16 de abril de 2025, a Liga não tem, ainda, uma chave de repartição futura aprovada pelas Sociedades Desportivas. É este o nosso ponto de partida». Estas declarações deixaram-me confuso. Ora, este não era o ponto de partida quando, em 2021, o estado aprovou o decreto-lei onde ficou estabelecido que a partir de 2028/29 os direitos de transmissão de TV dos campeonatos profissionais seriam objeto de venda centralizada? Em quatro anos não existiram desenvolvimentos substanciais nesta matéria?
Reinaldo Teixeira vincou ainda o seguinte: «Temos de sair rapidamente dos estudos e ir falar com o mercado.» Aqui volto a ficar perplexo! A anterior Direção não estava a falar com o mercado? Por fim, não posso deixar passar a diferença de tratamento que o recém presidente da Liga Portugal está a ter relativamente a este tema, ao referir «as avaliações à nossa Liga podem ficar aquém do esperado». Realidade em detrimento da ficção!

Arrendar o 5.º piso: será armadilha?
Nas últimas semanas surgiram notícias de um interesse da FPF em arrendar um piso completo na nova sede da Liga Portugal. Este desejo deixa-me algumas questões: com instalações incríveis na Cidade do Futebol, por que motivo a FPF pretende arrendar um piso inteiro no Porto? Será que, depois de ter deixado a presidência da Liga Portugal, Pedro Proença pretende controlar ou condicionar a Liga?
Aparentemente foi estabelecido um acordo entre a FPF e a Liga Portugal para que este arrendamento fosse uma realidade. Contudo, quem tratou desse processo foi Helena Pires que, por sinal, está de saída para a FPF! Acredito que toda esta situação, e a forma como o processo foi desenvolvido, tenha deixado Reinaldo Teixeira desconfortável. Parece-me que o único caminho a seguir pelo atual presidente da Liga Portugal será o de colocar a decisão de concretizar este acordo nas mãos dos clubes.

A valorizar: Ruben Amorim/Paulo Fonseca
Grande jogo de futebol, com muita emoção, adrenalina e fair-play. Mereciam passar os dois!

A valorizar: Rodrigo Mora
Aos 17 anos já é uma das grandes figuras da nossa Liga."

Vitória sólida


"O tema em destaque nesta edição da BNews é o triunfo do Benfica, por 0-3, na visita ao Vitória SC.

1. Juntos
O treinador do Benfica, Bruno Lage, mostra-se "plenamente satisfeito pela entrega, atitude e dinâmica. Somos uns justos vencedores e são três importantes pontos na nossa caminhada". E enaltece os Benfiquistas: "Foi fantástico, o tempo como estava, e os adeptos do Benfica deram um apoio muito importante e determinante para esta vitória."

2. Focados
O autor do segundo golo do Benfica, Carreras, frisa que "era um duelo direto que tínhamos de vencer" e reforça que "estamos completamente focados em cada partida, seja quem for o rival. Pensamos em nós, na nossa equipa e sabemos que vamos dar muito todos juntos".

3. Homem do jogo
Veja os melhores lances de Florentino, considerado o Homem do Jogo.

4. Ângulo diferente
Veja, de outro ângulo, os três golos marcados pelo Benfica frente ao Vitória SC.

5. Parabéns, Humberto Coelho!
A glória do Benfica celebra o 75.º aniversário de vida.

6. Meia-final em aberto
Benfica e Valadares Gaia empataram a duas bolas no jogo da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal de futebol no feminino.

7. Triunfo no dérbi
O Benfica venceu, por 85-87, na deslocação ao pavilhão do Sporting e garantiu o 1.º lugar na classificação final da fase regular.

8. Outros resultados
A equipa feminina de futsal ganhou, por 1-3, no reduto do Leões Porto Salvo. A equipa feminina de basquetebol foi derrotada, por 74-64, na visita ao Quinta dos Lombos.

9. Arranca a final
Amanhã, às 20h00, o Benfica recebe o SC Braga no primeiro jogo da final do Campeonato Nacional de voleibol no feminino. Angélica Malinverno faz a antevisão e pede o apoio dos Benfiquistas.

10. Futsal na Luz
Também amanhã, mas às 18h00, o Benfica recebe o Ferreira do Zêzere.

11. Contributo internacional
Três atletas do Benfica ajudaram Portugal a sagrar-se Campeão Europeu Sub-23 de hóquei em patins.

12. Iniciativa do Museu
Veja as melhores imagens da "Caça aos ovos da Páscoa", uma iniciativa do Museu Benfica – Cosme Damião, que contou com cerca de 40 participantes."

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Atypical: My Current Sneaker Rotation as a Pro Basketball Player (2024-2025)

Que Vitória!!! Que Vitória!!!

"Guimarães 0 - 3 Benfica

18h20 chegamos ao ponto de encontro definido pela PSP. Chove como se não houvesse amanhã. Com os vidros do carro bem fechados, ouvem-se no exterior cânticos dos nossos que já cá estão - e são muitos. A equipa tem sempre apoio, está sempre acompanhada, mesmo nos dias de intempérie em estádio adverso. Isto é o Benfiquismo na sua versão mais pura e desinteressada.
19h45 encontro Francisco Benitez, falamos pela primeira vez, nunca antes havia acontecido, aprecio nele a vontade, igual à minha, de acompanhar a equipa sempre nas bancadas destinadas aos adeptos visitantes.
20h00 Como está o relvado? Aquecimento, jogadores das duas equipas lá em baixo, a bola parece rolar razoavelmente bem. A ver vamos com o decorrer do jogo.
20h30 de mangas arregaçadas e barbatanas se necessário, é para dar tudo em cada lance, em cada disputa de bola, correr pelo menos tanto como eles, a nossa qualidade fará a diferença.

E VAMOS AO JOGO! (visto do piso superior da cabeceira norte)
05 eles entraram com tudo... 15 estamos a suster os gajos mas sem saída de bola, só jogo direto
20 fdx que transição linda! Tudo milimetricamente bem feito: PA-VLI-DIIIIIIIS!!! Estamos na frente!!!
25 o Aktur está endiabrado! Estamos a pressionar muito melhor. 28 outra jogada dos tomates, está fora de jogo? Daqui não dá para perceber... é do outro lado.
33 há aqui um gajo do lado direito deles que está a dar água pela barba ao Carreras. Bem, que defesa do outro mundo do Trubin - mas porque é que ele não saiu ao cruzamento? Emendou bem!!!
40 5 minutos no meio das tochas, não faço ideia do que se passou no relvado, mais uma experiência surreal a somar a tantas outras.
43 o Di María está cá? Ainda não deu uma pra caixa - e tanta bola perdida. Mas do nada pode sacar do bolso uma jogada de mestre, uma assistência de drone, um golo
45+2 vamos lá descansar e preparar bem a segunda parte. 46 voltam os mesmos, agora atacam para a nossa baliza, bem podem oferecer um ou mais golos a toda esta malta que não pára de apoiar.
47 arbitragem tão, tão manhosa...
50 Di María lesionado? Entra outro. 60 não sei se o Schjelderup estava fora de jogo, sei que não pode falhar uma bola destas de um para um com o Varela. Tochas no relvado, atiradas pelos adeptos deles.
63 Carreras tem saídas de bola incríveis.
65 estamos com pouca bola. Não gosto disto. Eles atiram-se para o chão à entrada da nossa área e este manhoso dá lhes livres diretos. Mais um. Ja passou... 66 Tomás Araújo acabou para o jogo?
70 vamos lá pegar no jogo, crl! 75 até que enfim! Mais uma transição que merecia golo que o Varela não deixou.
77 CA-RRE-RAS!! És o maior! És o maior! És o maior!!! Tudo a saltar, tudo a saltar, SLB, SLB, SLB!
83 PA-VLI-DIIIIIIIS!!! Três-zero! Este jogo é nosso!
84 olhó Bruma! Vamos lá que ainda vens a tempo de voltar a ajudar. 90 LA-LA-LA-LA-LA EU AMO O BENFICA! EU AMO O BENFICA! BENFICA!
90+5 Que vitória tão importante! Há 10 jogos que não perdiam na liga. E nós não podíamos deixar aqui pontos. Foi bom, foi muito bom isto no Afonso Henriques hoje. CARREGA BENFICA!!!"

O conforto do Benfica em ser matreiro e esperar para ver


"Nos primeiros 20 minutos o Vitória pressionou, rematou, dominou a bola e encostou o adversário à área, mas, na primeira vez que desmontou a pressão alta, o Benfica marcou. E a equipa passou grande parte do jogo com a mesma postura: não se importou com a iniciativa não ser sua, juntou linhas e esperou. Assim ganhou (0-3) com um bis de Pavlidis e uma limpeza cartões amarelos indesejados

Na chuvosa intempérie de Guimarães, durante bastante tempo houve uma equipa mandona no jogo, escorreita nos seus processos e as suas peças movidas a certeza: tinha o médio mais recuado, o coloquial 6, a deslizar nas costas da primeira pressão, desengatilhando as saídas de bola de trás com simplicidade; os outros dois meiocampistas orbitam na sua frente para o trio combinar até colocarem um passe no apoio frontal do avançado, esperto a surripiar-se do alcance dos marcadores; os extremos apresentavam-se destemidos e descarados, indo para cima dos laterais; e os defesas eram calmos a filtrarem os primeiros passes.
Ao minuto e quinze segundos, essa equipa fez um cruzamento supimpa, tenso e com efeito, cair nas costas do lateral esquerdo adversário, ao segundo poste, onde o extremo acerta com o pé nas orelhas da bola. Antes dos 10’ tinha jogadores a esbracejarem contra o árbitro, barafustando por o guarda-redes adversário demorar no pontapé de baliza e, só aos 18’, viam o avançado contrário tocar pela primeira vez na bola dentro da sua área, um toque cuja indiferença contou a história: veio de um corte, em carrinho, do defesa central, a redimir um outro corte que foi na direção indesejada.
Deixando-nos do quem é quem, foram 20 minutos não avassaladores, mas contundentes, de um forte Vitória, decidido a encostar o adversário à sua baliza, a pressionar alto, a querer ter os seus médios a ditarem as operações sem demasiadas cantilenas ao ouvido da bola. Usando o simplismo de um lugar-comum, era um Vitória a jogar à grande, com pretensões de grande, a querer o protagonismo de um grande no campo. E que findo esse tempo teve a cabeça de Filipe Relvas, no alto de um canto, a extrair do instinto de Trubin a defesa da noite à queima-roupa, antes do embalado Nélson Oliveira, ainda fora da área, aferir a atenção do ucraniano.
Contados aqueles 20 minutos de uma equipa a reclamar os focos, a que marcou foi a outra.
Na primeira vez que superou a pressão subida dos vitorianos, o Benfica chegou à baliza atalhando caminho, a precisar de poucos passes, feita uma equipa predisposta a conspirar com as intenções alheias como fizera, há um par de semanas, no Dragão. Florentino olhou para a frente, cortou um passe rasteiro para Pavlidis, ato que desmontou o assalto vimaranense. Recuado para servir de apoio, receber e lançar Aktürkoglu, na esquerda, onde o turco esperou pela corrida de Kökçü para servir o conterrâneo. Bruno Varela pôde contra o seu remate, mas sem impedir a recarga do avançado grego. O 26.º golo da época de Pavlidis não soou o toque de despertador para os encarnados, antes confirmou a certidão de uma postura.
O Benfica não desfez o bloco médio, nem projetou os seus para a frente ou se prestou à ousadia a sair da área com passes curtos. Os pontapés de baliza de Trubin continuaram longos, as bolas abandonavam Otamendi e António Silva muito pelo ar, Kökçü olhava no passe diretamente para os apoios de Pavlidis e este queria pôr Aktürkoglu a correr na profundidade. A intenção era esta. O Vitória queria jogar, os encarnados estavam confortáveis a que tentasse.
Era um jogo de comodismos, mesmo que ambivalentes nas expetativas. Händel e Tiago Silva faziam por mandar na bola, tentavam triangulações com João Mendes com o claro intuito de lançar Gustavo Silva na esquerda, contra o desamparo de Tomás Araújo face ao atraso das ajudas de Di María. Mesmo assim, o melhor do argentino até seriam as quantas vezes que recuperou a bola: no usufruto dela, espremeu-se um quase nada seu, teimoso a insistir em passes longos da esquerda para a direita, a querer virar o centro do jogo como um quarterback exibicionista. Pouquíssimo contribuíra no ataque quando, aos 50’, se agarrou a uma coxa e pediu a substituição.
Ao intervalo havia paridade nos remates na baliza (três) e pobreza partilhada nos passes certeiros (56 do Vitória, 54 do Benfica), ilustrações de um jogo aguerrido, com fumarada de tochas nas bancadas, barulho diverso, mas, de jogo jogado, fazia-se mais dos latidos daqueles foguetes de criançada no carnaval. O Vitória não largaria a iniciativa, o Benfica apenas lá para meio da segunda parte começaria a ter posses de bola mais largas na metade adversária.
O predomínio dos vimaranenses na bola acentuou-se quando Luís Freire desacelerou a equipa, tirando Gustavo Silva para lhe dar um quarto médio. Um mentiroso na esquerda, Nuno Santos reforçou a bola da equipa na bola com as suas incursões pelo meio, embora o crucial da sua contribuição não fosse na relva: por duas vezes cabeceou cruzamentos, ambos perigosos. Já sem gente para apressar as jogadas e trocar a velocidade dos processos, além de Chucho Ramírez na área, essa era a forma em que o Vitória redundava acabar as suas investidas.
A espera do Benfica junto à sua área, coeso no bloco, os jogadores próximos, tornou-se menos atarefada. O despejo de cruzamentos teve uma exceção, quando a receção-passe de João Mendes, espremido entre a multidão, deixou à mercê do avançado venezuelano a bola que ele rematou para se corrigir uma afirmação - agora sim, e espetacularmente, Trubin emendou a sua própria distinção, indo ao instinto buscar a parada da noite. O ucraniano ter saído de Guimarães com a defesa rainha e a sua herdeira será uma pista de que o Vitória dispôs das suas chances, o seu jogo não foi vazio de conteúdo, nem será de abdicar a convivência de tantos médios de qualidade em campo. Faltar-lhe-ão armas para lhe dar outro vazão nos derradeiros 30 metros e afastar a equipa da unidimensionalidade. E do soçobrar na eficácia: dos 17 remates, nenhum golo.
E ao Benfica, apontem-se dedos a estratégias, posturas ou intenções devido à vontade em se querer ver mais, sobrou conforto em apresentar-se desta forma. Apesar de Trubin, do perigo que teve na sua baliza, da menos bola usufruída e do menor número de remates, num plano a basear-se no recato os encarnados voltaram a encontrar vida. Pode não ser a mais deleitosa de assistir, será a apropriada ao olho que Bruno Lage deita ao plantel e ao uso que lhe pretende dar.
Sem médios que nutram o carinho adequado pela bola em ataque posicional além de Kökçü, coxa a equipa na largura por só ter um lateral carrilero (o problema físico de Tomás Araújo fê-lo durar, de novo, coisa de uma hora até ter de ser substituído) e juntem-se as dificuldades evidenciadas em ser dominante a ter a bola com calma, o Benfica prospera sendo assim: em esperar por adversários que se atrevem, em vê-los a tentar aprisioná-los e a entrarem nas ratoeiras de uma equipa que em Guimarães nunca se pôde descrever como nos primeiros parágrafos desta crónica, porque prefere a mordacidade dos matreiros.
Quando se esfumaram, em definitivo, as fumaradas da pressão do Vitória e se foi o seu combustível, o Benfica feriu o adversário sem piedade. No derradeiro quarto de hora ligou várias transições de área a área, lestas e incisivas, ‘matando’ os anfitriões em dois golpes. Na primeira jogada de chuteira em chuteira, Schjelderup mostrou-se ao centro para lançar Carreras na largura, o espanhol ter a raridade de sair do drible para fora e fuzilar a baliza entre Bruno Varela e o poste. Na segunda, mais uma vez houve um remate de Kökçü que suscitou uma recarga para Pavlidis. E outra correção: 27.º golo na temporada do grego. Era um 0-3 contra a equipa que não sofria golos em casa há cinco jogos.
A equipa que mais tempo jogou de forma mandona, pressionante e ostentadora da bola não foi o Benfica, sem tal ser sintoma de inferioridade. O proveito letal pertenceu aos encarnados, neles esteve a clareza de uma intenção e a execução mais eficaz de uma estratégia, porque “tudo é estratégia”, reconheceu Bruno Lage no rescaldo. Até o cartão amarelo que sussurrou a Florentino Luís que provocasse, ao demorar a bater um livre, quiçá também o visto pouco antes por Ángel Di María, no banco, por palavras. Se é bonito? Não. Se todos o fazem? Certamente.
O argentino e o português vão cumprir suspensão no próximo jogo, contra o aflito AFS, portanto encarado como uma missão menos complicada, logo dispensadora das valias do médio que vira polvo e ganha tentáculos dentro desta postura coletiva de recuar o bloco e agrupar jogadores. O campeão do mundo teve o complicómetro de bateria cheia em Guimarães e as transições encarnadas respiraram melhor quando tiveram o apeadeiro de Schjelderup. O Benfica não terá adversários, nem neles características e formas de jogar, para encarar todas as partidas que lhe restam com esta abordagem. Mas ser a equipa que espera, a que gosta de espreitar ataques rápidos, vai-lhe dando proveitos."

V. Guimarães-Benfica, 0-3 Afonso Henriques emprestou a espada da vitória a Trubin


"Sim, é verdade, Pavlidis foi importante ao marcar dois golos e Carreras foi gigante na jogada do 0-2. Mas a chave do triunfo escarnado esteve na fechadura topo de gama que o guarda-redes ucraniano colocou na baliza benfiquista.

Melhor em campo - Trubin (8)
Diz-se há muito tempo que um guarda-redes de eleição pode valer meia dúzia de pontos nas contas finais do campeonato. Em Guimarães, o ucraniano Trubin, que com alguma celeuma à mistura substituiu o grego Vlachodimos nas redes encarnadas, foi a peça mais importante da máquina de Bruno Lage, para garantir uma vitória que pelo menos apagasse a nódoa do empate caseiro com o Arouca. Trubin, que defendeu bem uma meia-distância perigosa de Nélson Oliveira aos 37 minutos, assinou duas paradas que qualquer guarda-redes do mundo gostaria de ter no portfolio, primeiro, aos 34 minutos, a deter miraculosamente um cabeceamento, à queima-roupa, de Relvas; e depois, aos 80, voando à velocidade da luz para enviar para canto uma bola rematada, de muito perto, por Nuno Santos.

5 – TOMÁS ARAÚJO - Entre pinças e algodões, o jovem central do Benfica, adaptado à direita na sequência da lesão de Bah, teve um jogo muito ingrato, onde contou pouco com a ajuda de Di María, e demasiadas vezes teve de se haver com dois adversários em simultâneo. A bateria de Tomás Araújo, que devia durar hora e meia, ficou sem carga aos 72 minutos...

6 - ANTÓNIO SILVA O central dos encarnados fez um jogo posicional muito certo, entendendo-se bem com Otamendi. Abdicando correr riscos que já lhe provocaram amargos de boca, deu segurança ao setor, exceto num lance, aos 37 minutos, em que escorregou e deixou Nélson Oliveira visar as redes de Trubin.

7 – OTAMENDI No jogo em que ultrapassou os 5.000 minutos na época (e ainda faltam quatro jogos de Liga, um ou dois de Taça, e o Mundial de Clubes) foi o patrão do costume, a voz de comando que decide a forma como a equipa sai a jogar, se em futebol direto à procura de Pavlidis, se a partir de Trubin, convidando a equipa adversária a subir. Um esteio.

8 – CARRERAS Jogou para nota 7, mas vai premiado com 8, porque há que descriminar positivamente a brilhante jogada individual que concluiu com um petardo na cara de Varela, no lance do 0-2 para o Benfica. Acabou como terceiro central do lado esquerdo, ficando Dahl como ala desse lado.

8 – FLORENTINO Foi de menos a mais e terminou a partida num nível altíssimo. Logo aos quatro minutos teve uma perda de bola comprometedora, mas a partir daí foi sempre a subir, transformando-se num verdadeiro polvo que cortava as iniciativas atacantes do adversário. Ao mesmo tempo, ganhou confiança e passou a distribuir jogo com muito mais critério.

5 – AURSNESApesar de ter sido obrigado, várias vezes, a ajudar a direita em momento defensivo, não teve a lucidez e o discernimento de outras jornadas, contribuindo, por omissão, para alguns períodos de superioridade vimaranense a meio-campo. Fez-lhe bem passar apara lateral direito (72), se calhar o lugar onde, ao dia de hoje, é mais útil à equipa.

6 - KOKÇU - Pivot da equipa, Kokçu não assinou uma exibição brilhante, mas esteve no lance do 0-1 – um remate seu recargado por Pavlidis) e nunca recusou ajuda a Florentino. Marcou, com força mas à figura, o livre que Varela largou e Pavlidis aproveitou para o 0-3

4 – DI MARÍA - Pouco capaz de fornecer ajuda defensiva, a diferença que fez na parte ofensiva limitou-se a algumas mudanças de flanco para Carreras. Saiu com uma lesão muscular aos 50 minutos.

8 – PAVLIDIS O que é que se pede a um ponta-de-lança? Golos! E o grego, com faro pela baliza, não desaproveitou para recargar por duas vezes bolas defendidas por Varela, tornando-se assim num dos elementos mais importantes do Benfica. Mas é notável o número de primeiras bolas que ganha e a forma como segura o esférico, a meio-campo, de costas para a baliza contrário, dando tempo à sua equipa para subir no terreno.

7 – AKTURKOGLU Um bom jogo. Iniciou a jogada do 0-1, foi sempre um apoio defensivo importante para as subidas no terreno de Carreras, e ainda fez um passe açucarado para Schjelderup (76), que viu Varela negar-lhe o golo.

6 SCHJELDERUP Boa entrada em jogo, aos 52 minutos, para a esquerda, onde não só teve preocupações defensivas, como viu Varela negar-lhe um golo d ebelo efeito (76) e ainda sofreu falta para ‘amarelo’ de Samu.

6 – BARREIROA lesão de Tomás Araújo obrigou Lage a puxar Aursnes para lateral direito, e o internacional luxemburguês substituiu, com vantagem para o Benfica, o norueguês a meio-campo. Mais lúcido, mais fresco e mais capaz, foi responsável pela melhoria da qualidade da posse de bola dos encarnados.

5 – BELOTTI Fez o que lhe foi pedido, ou seja, impedir facilidades na saída de bola do Vitória, numa altura em que o Benfica tinha optado por jogar em 5x4x1, deixando-o entregue à sua sorte

5 – BRUMA Entrou para esquerda nos minutos finais (Schjelderup foi para a direita) e foi um travão aos avanços vimaranenses pela direita.

5 – DAHL Lage passou a três centrais e o sueco foi chamado a jogo para fazer o flanco esquerdo, sem comprometer."

V. Guimarães-Benfica, 0-3 Águias dão lição de eficácia e mostram que sabem sofrer


"Encarnados conseguem vitória gorda na 30.ª jornada em duelo muito difícil

O jogo entre o Vitória e o Benfica começou ligado à corrente, com o terreno pesado em algumas zonas e rápido noutras, em consequência da chuva.
Num 4x3x3 agressivo, a equipa de Luís Freire entrou muito melhor, a querer e a conseguir pressionar a saída de bola das águias e a conseguir, também, ganhar a segunda e terceiras bolas. Tomou conta do corredor interior e nesta altura projetava-se sobretudo pelo flanco esquerdo, colocando dificuldades a Tomás Araújo, que via à frente dele Di María errar passes e dribles e sem capacidade para defender bem. O perigo rondava a baliza de Trubin, mas sem muitos lances de golo iminente à exceção de um, logo aos 2', em que Telmo Arcanjo teve tudo para marcar mas atirou ao lado.
O Benfica — no habitual 4x3x3 que se transforma num 4x4x2 no momento de defender, com Aursnes a juntar-se a Pavlidis na pressão alta e Kokçu e ligar-se a Florentino para fechar ao meio — ia resistindo e pareceu ter na cabeça a estratégia de chamar, dar protagonismo ao Vitória para depois se lançar em transições rápidas. O problema é que a equipa ia ficando refém de maus passes e más decisões. Até que, aos 21', soube construir uma jogada fantástica que começou em Trubin e acabou no festejo de Pavlidis — Tomás Araújo combinou com Florentino junto à linha, à direita, este deu para Aursnes, devolução, Florentino passou para Pavlidis, o grego fez grande variação para a esquerda, onde Akturkoglu ganhou metros com a bola nos pés e lançou Kokçu; remate, defesa de Bruno Varela e Pavlidis com um timing perfeito fez o 1-0 para os encarnados.
O Benfica ganhou confiança e mais tranquilidade quando tinha a bola. Kokçu conseguiu finalmente ter tempo para respirar, levantar a cabeça e ligar um pouco melhor a equipa. Mas a resposta do Vitória foi à altura da exigência. Até ao intervalo, Trubin fez duas grandes defesas (especialmente a primeira, brutal), a remates de cabeça de Filipe Relvas e de fora da área de Nélson Oliveira. Deu claro sinal que não iria entregar o resultado com tanta facilidade.
Previa-se um jogo difícil para o Benfica em Guimarães, mas a primeira parte foi realmente de muito aperto para os homens liderados por Bruno Lage. O Benfica construiu muito pouco e teve de sofrer bastante até ao intervalo.
A segunda parte devolveu um Benfica com dificuldade para ter bola, a errar passes de transição. E um Vitória a querer mais vertigem, mas mais desequilibrado.

Equipa melhorou com a saída de Di María e a entrada de Schjelderup
Ao minuto 50, Di María ficou agarrado à coxa e pediu substituição, o que enervou um pouco a equipa. Entrou Schjelderup e o Benfica melhorou substancialmente, o norueguês deu mais consistência defensiva, velocidade e imprevisibilidade ao ataque. Porém, quase de seguida, aos 54', Gustavo Silva quase fez golo, depois de abordagem em esforço de António Silva. Os sinais aumentavam a incerteza sobre quem poderia vencer o jogo.
Freire lançou em campo Nuno Santos e a aposta trouxe coisas novas ao Vitória. Poderia ter trazido o golo, mas Nuno Santos rematou de cabeça por cima da trave.
Ao minuto 67 novo problema para os encarnados: Tomás Araújo ficou estendido no relvado. Ainda aguentou mais uns minutos, mas saiu aos 72'; Lage fez entrar Leandro Barreiro e Aursnes passou para lateral-direito.

Tomás Araújo saiu e Aursnes voltou a ser lateral-direito
A partir desta altura o Vitória pareceu perder energia e o Benfica ganhou-a, instalou-se mais em zonas de potencial perigo. Em consequência dessa oscilação, Schjelderup teve nos pés o golo, mas Bruno Varela fez uma grande defesa. O guarda-redes, porém, não conseguiu parar a finalização de Carreras, aos 77', depois de grande trabalho do lateral espanhol.
Até final, mais uma defesa enorme de Trubin, a remate de Jesús Ramírez, e mais um golo do Benfica, marcado por Pavlidis na recarga a livre de Kokçu e na sequência de má intervenção de Varela.
O Benfica terminou com um resultado gordo e improvável tendo em conta o que foi contando o jogo. Mas lutou muito, sofreu, defendeu bem e mereceu, sendo muito eficaz, a conquista dos três pontos. E faltam 4 finais, para Benfica e Sporting, no caminho para a conquista do campeonato..."

Vinte e Um - Como eu vi - Guimarães...

Kanal - Kubiko do Zé...

Terceiro Anel: Guimarães...

Visão: Guimarães...

5 minutos: Guimarães...