Últimas indefectivações

sábado, 18 de agosto de 2012

Este Fischer não é nenhum Pratas

"Os nossos árbitros são uns heróis, a História prova-o.
Ninguém ligou pevide ao primeiro título oficial da época. Tratou-se da Supertaça, eficientemente levada de vencida pelo FC Porto frente à Académica. O jogo foi em Aveiro e até deu na televisão. Mas nem os jornais, nem as estações de rádio, nem as estações da TV, nem as conversas de rua nem as de café prestaram a atenção devida ao 72.º troféu conquistado pelo FC Porto desde as suas duas datas de fundação (uma no século XIX e a outra no século XX). No último fim-de-semana o assunto que roubou protagonismo à 18.ª Supertaça dos campeões da Invicta foi apenas este:
Luisão, o TOMBA-BOCHES.
Logo na noite de sábado, sempre previdente, adivinhando o que se ia passar, o presidente do FC Porto entrou em campo e passou à acção: calçou as chuteiras e, como qualquer oportunista da área, aproveitou mais um lapso da fraca defesa benfiquista para perorar, com toda a moralidade, sobre o assunto que infectou o campo do inimigo. E golo! Pinto da Costa logo estabeleceu oportuna comparação entre a ocorrência bélica de Dusseldorf e a correcção com que se disputou a decisão da Supertaça portuguesa na cidade dos ovos-moles.
E disse:
- Esta correcção vem compensar o triste episódio que vimos hoje na Alemanha. Estes episódios é que fazem com que o futebol tenha uma imagem negativa.
Depreende-se, sem grande esforço, que a simpatia toda do presidente do FC Porto vai direitinha para o árbitro, o senhor Christian Fischer, de nacionalidade estrangeira, vítima da inusitada dinâmica de protesto do “capitão” do Benfica.
E quem é ele, uma vez mais?
Luisão, o TOMBA-BOCHES.
Sem receio de ser mal interpretada, devo confessar que eu própria tendo a não antipatizar com o árbitro Christian Fischer. Em boa verdade toda a vida sonhei com um árbitro destes no futebol português. Sonhos, enfim….
Os nossos árbitros são uns heróis. São como as árvores, morrem de pé. Não há, nem nunca haverá, uma bota de um Deco que atire com um Paulo Paraty ao chão. Não há, nem nunca haverá, um José Pratas a quem dê um chilique que o deixasse logo estendido à primeira investida do pelotão. Nem um fiscal-de-linha que soçobre a um Kostadinov.
É um problema do nosso futebol. Excesso de virilidade. Este Fischer não é nenhum Pratas."