Últimas indefectivações

terça-feira, 30 de julho de 2024

Di Maria e mais dez


"17 golos e 13 assistências. Foram estes os números de Di Maria na última temporada. Só nas provas europeias marcou cinco vezes (mais de um terço dos golos do Benfica na Europa), no FC Porto duas (garantindo a Supertaça, o único troféu da época, bem como o triunfo na Luz para o Campeonato) e ao Sporting uma (que não valeu, mas podia, e devia, ter valido a presença no Jamor). Foi o segundo melhor goleador da equipa, mesmo sem ser ponta-de-lança - apenas atrás do Rafa, que também não era, o que diz muito sobre aquele que foi o verdadeiro problema dos encarnados em 2023/24. Estes foram, aliás, os melhores números da carreira do astro argentino desde 2019, quando tinha Mbappé e Neymar a seu lado, no PSG. Juntamente com João Neves, Angelito foi quem mais brilhou na equipa do Benfica. Por vezes foi mesmo o único a remar contra uma maré de fatalidades, assumindo o seu papel de estrela no melhor sentido da palavra, e resolvendo vários jogos - mesmo quando, aqui ou ali, poderia parecer adormecido. Não foi de modo algum por ele que o Benfica perdeu o Campeonato.
Confesso até que o seu rendimento me surpreendeu. Não pelo talento, que unanimemente lhe é reconhecido, mas pela condição física que resolveu, fazendo jogos a fio sem revelar sinais de desgaste. Para além do mais, Di Maria é um peso pesado no balneário, com toda uma enorme experiência ao mais alto nível, profissionalismo à prova de bala e conhecimento dos cantos da casa, sendo importante na integração dos mais jovens - alguns também sul-americanos que entraram na Europa pela mesma porta que ele. Aos 36 anos ainda pode, no Benfica, e na Liga Portuguesa, ser determinante.
O campeão europeu Real Madrid também não prescindiu de Modric - que tem mais dois anos de idade. Também Di Maria é um craque. E é uma sorte mantê-lo por cá."

Luís Fialho, in O Benfica

Férias merecidas


"Quando se trabalha como estes jovens trabalharam é bem merecido, e devido, o descanso. Foi um ano intenso, este que agora finda, com a escola a pedir esforço e resultados e com as famílias a esticar orçamentos no conjuntura de crise que todos vivemos. Mas a vida é feita disto e os nossos jovens sabem-no bem, mas também sabem que a principal lição do desporto é a resiliência. Por isso, cultivam-na e treinam-na nos nossos projetos, aprender a querer sempre mais, a levantar-se quando tropeçam e a ajudar os companheiros em dificuldade, como uma equipa. Foi assim desde o primeiro momento no projeto Para ti Se não faltares!, com alguns jovens incrédulos e pouco seguros de si perante uma dúzia de negativos ou soterrados em faltas e má relação com professores e colegas, sem fim à vista, parecendo-lhes, assim como às famílias, mais uma condição irreversível que uma situação alterável.
No entanto, encontraram neste projeto uma saída, uma oportunidade diferente, que os compreendia e estimulava para o sonho de querer mais e os treinava para as dificuldades da conquista. E no final, claro, celebrava invariavelmente com eles o sucesso. Pelo caminho, ao longo de todo o ano letivo, estes jovens, uns com resultados modestos outros com excelentes notas, inspiravam-se mutuamente e aprenderam a ser equipa, a trabalhar e resistir em conjunto através do exigente programa de trabalho da Fundação Benfica. Aprenderam a lição dos vencedores: de todos um!"

Jorge Miranda, in O Benfica

Núm3r0s d4 S3m4n4


"7
Nos primeiros 2 jogos de pré-época 2024/25, foram 7 as estreias absolutas pela equipa de honra do Benfica: André Gomes, Bajrami, Leandro Barreiro, Leandro Santos, Pavlidis, Pedro Santos e Tiago Parente;

8
Nos Campeonatos Nacionais de regatas em linha, foram 8 as medalhas para canoístas do Benfica, 6 de ouro (Fernando Pimenta, K1 1000 metros; João Ribeiro, K1 500 metros; Teresa Portela, K1 500 metros; Messias Baptista, K1 200 metros; João Ribeiro e Messias Baptista, K2 500 metros; Fernando Pimenta, João Ribeiro, Messias Baptista e Pedro Casinha, K4 500 metros);

10
O Benfica venceu, pela 10ª vez, a Taça de Portugal de hóquei em patins no feminino;

14
O Benfica é tetradecacampeão nacional de atletismo;

23
No conjunto das 5 modalidades de pavilhão, masculinos e femininos, o Benfica conquistou 22 títulos e troféus em 2023/24 (mais o oficioso Futsal Women's European Champions). Ou seja, ganhou quase 60% de todas as competições nacionais existentes, claramente acima de todos os outros clubes em conjunto;

28
O Benfica conquistou, em seniores, divisão cimeira, 28 Campeonatos Nacionais em 2023/24. Nos masculinos: atletismo (ar livre, pista coberta, corta-mato longo e curto, estrada, milha em estrada, estrada 5 Kms), basquetebol, natação e voleibol. Nos femininos: futebol, andebol, aquatlo, atletismo em pista coberta, basquetebol, futsal, hóquei em patins, luta, minitrampolim, natação, marcha (10, 15 e 20 Kms), polo aquático, rugby (15 e Sevens). Mistos: judo, triatlo (estafetas);

42
Os nadadores benfiquistas ganharam 42 medalhas (22 de ouro) nos Campeonatos Nacionais de natação seniores, juniores e juvenis. 23 em seniores foram (9 de ouro, 13 de prata e 1 de bronze)."

João Tomaz, in O Benfica

Entre Ioannidis e Neves: 'timing' de golpes


"A esperança é maior na pré-época, mas a saída no timing errado pode ter consequências no entusiasmo

A pré-época é como uma sexta-feira. O dia mais otimista da semana encontra relação no período estival onde as esperanças são, de algum modo, renovadas, independentemente do passado recente.
Até mesmo quem vem da derrota mais dura encontra na pré-temporada algo sonhado. A hipótese de recomeço arrebata sobretudo adeptos e se com essa oportunidade vier alguma mudança na estrutura as desilusões passadas desvanecem-se lentamente, enquanto se há conquistas anteriores essas têm quase uma certeza de repetição.
É nestes mundos que vivem Benfica, FC Porto e Sporting.
Resultados e exibições deixaram adeptos ansiosos pelo próximo jogo e, daqui até ao Clássico da Supertaça, só mesmo um golpe de mercado pode abanar qualquer expectativa.
Na Grécia, o presidente do Panathinaikos nem quis ouvir Ioannidis. Em Inglaterra, os jogadores colocam pedidos oficiais de transferências; e por cá, joga-se de uma maneira se for para comprar e outra diferente se for para vender.
Dito de outra forma, os clubes usam estratégias para contratar jogadores e os adeptos criticam-nas por um lado e desejam que resultem por outro.
Imaginemos Ioannidis, então. O Sporting sabe que conta com a vontade do avançado grego e, por isso, sabe que tem um argumento de valor na batalha negocial. Faz parte de um plano, bastante comum até, para contratar jogadores. Ao fim e ao cabo, não terá sido isso mesmo que trouxe Viktor Gyokeres até Alvalade?
O reverso é o Sporting - ou outro qualquer clube - estar sujeito ao mesmo, e os seus adeptos olharem para a mesma situação com opinião diferente.
Há sempre quem entenda a ambição do futebolista, mas o adepto é o único personagem no futebol que se pode dar ao luxo de mover-se por paixão. Na maior parte das vezes, quando a estrela da companhia admite sair, sobretudo com a pré-temporada e todas as esperanças de um clube a serem alimentadas, a euforia transforma-se em desalento e a depressão instala-se.
Os clubes sabem disto muito bem, porque, como dizia, aproveitam-se e sofrem desta mesma maneira de fazer as coisas.
Têm de ser pacientes quando estão a comprar e, sobretudo, têm de saber gerir timings se estiverem para vender. Talvez seja isso que o líder dos gregos esteja a fazer, Não seria descabido que na Luz o fizessem também com o dossiê João Neves. Até porque, dizia lá acima, a esperança pode ser atingida por um golpe de mercado. Mas há semanas melhores para levar golpes do que outras…"

Um plantel em construção


"A pré-época do Benfica aproxima-se do final e começa a haver matéria suficiente para algumas observações iniciais sobre o plantel para a época 2024/25.

Trubin
Indiscutivelmente titular. Tenho as melhores expectativas para a sua segunda época no clube. Estará mais confortável na pele não apenas de titular, mas de referência da defesa. Apesar de já ter mostrado muita qualidade, também comprometeu em alguns momentos. Tenho para mim que é um dos jogadores com maior margem de progressão no plantel.

Samuel Soares / André Gomes
Não é evidente que esteja aqui a solução para uma eventual lesão ou suspensão de Trubin. A margem para erros num clube como o Benfica é demasiado curta.

Bah
O melhor Bah é titular de caras. Resta saber quem será o seu suplente, o que é especialmente relevante quando se observa no dinamarquês alguma propensão para lesões (isso ou algum azar). Protagonizou alguns erros comprometedores, mas a capacidade de envolvimento no ataque, a cruzar ou até a aparecer dentro da área em condições de rematar, torna-o uma opção mais do que válida neste plantel. A versão mais pressionante e eficaz em transições passará sempre por jogadores como Bah.

António Silva
A última época revelou alguns sinais preocupantes e uma evolução diferente da que esperávamos num segunda ano no plantel principal. Não é evidente que continue no clube, mas continua a ter todas as condições para ser determinante e reafirmar o seu valor.

Morato
Sempre que vejo Morato em campo, lembro-me de quanto custou, da promessa que trouxe, do tempo que já leva no clube e da expectativa que terá em agarrar a titularidade de uma vez por todas. Olhando para as opções da defesa, não me parece que essa gestão vá ser fácil. Morato seria titular em muitas equipas de bom nível, mas não é nada linear que isso venha a acontecer no Benfica esta época.

Tomás Araújo
Continua a mostrar sinais muito promissores, em particular pela capacidade de conciliar uma boa leitura de jogo com a qualidade do passe. É um defesa que conjuga como poucos no futebol português a elegância e a agressividade que a sua posição exige. Está por demonstrar a consistência numa época longa e sinuosa, mas é dos jogadores em que mais apetece apostar neste plantel.

Otamendi
Tenho dificuldade em aceitar as duas competições de seleções no espaço de 2 meses. Compreendo que os jogadores tenham as suas aspirações pessoais, mas acho que não podem ser impostas ou excessivamente acarinhadas. Otamendi continua a ser uma referência dentro e fora de campo, mas os índices físicos tenderão a ceder à passagem do tempo. Talvez este possa ser o ano em que o vemos mais vezes fora do relvado. Sei que muitos fantasiam com centrais que jogam até aos 50 anos e antecipam os atacantes com o poder da mente, mas parece-me uma renovação necessária quando se pensa na exigência da época que aí vem.

Beste
Parece um jogador à medida do melhor futebol das equipas de Roger Schmidt. É cedo para tirar grandes conclusões, mas a mentalidade que traz de uma liga super competitiva poderá ser muito útil e tornar os desafios da liga portuguesa mais simples de ultrapassar. Tenho especial predilecção por atletas pouco sorridentes que parecem apostados fundamentalmente em realizar o seu trabalho com a máxima competência e intensidade. Espero que as primeiras impressões se confirmem. Seria a solução para um dos maiores problemas da última época.

Carreras
Os sinais dados esta época parecem mostrar um jogador em progressão física e tática. Se isso se confirmar, pode ser útil num onze com alguma rotação, se tal vier finamente a acontecer. Não me parece uma opção tão fiável em termos defensivos, mas é legítimo afirmar que o Benfica tem finamente dois laterais de raiz em condições de competir pela posição. É um salto quântico face à época passada, mas falta perceber que gestão será feita.

João Neves
É um dos símbolos do clube. Podia dizer que isso não tem preço, mas tudo indica que estarei enganado. Não é compreensível que um clube como o Benfica seja gerido ao ponto de tornar a venda de João Neves a única opção financeira válida para garantir o equilíbrio das contas do clube. A gestão desportiva e financeira do Benfica, mesmo assumindo um modelo tendencialmente vendedor, deveria privilegiar sempre a manutenção de jogadores como João Neves por mais tempo. A confirmar-se a saída, fica a sensação clara de que se poderia ter feito mais para combater a inevitabilidade dos milhões de outras ligas. Adiar esse momento tem um preço que o clube devia pelo menos estar disposto a pagar quando falamos de alguém como João Neves. Um clube que contrata em volume e valor como o Benfica tem contratado devia acautelar a manutenção da qualidade de quem já cá está. Pode chegar um camião de dinheiro, mas ficaremos mais pobres no dia em que sair.

Florentino
O futebol mais desenvolto dos novos colegas no meio-campo torna Florentino um jogador mais lento e com menos progressão, mas a sua melhor versão é também a que esteve na origem do Benfica com melhor reação à perda durante as últimas épocas. Será naturalmente titular neste início da época, muito provavelmente para dividir responsabilidades com Barreiro, mas resta saber que outras opções terá o plantel se João Neves sair. Ao contrário de outros jogadores jovens neste plantel, Florentino parece ter atingido o seu pico de desempenho. Não é uma crítica negativa. É um jogador feito. O Florentino que vemos jogar hoje é muito provavelmente o jogador que veremos daqui em diante, e não vejo motivos para que não continue a ser útil ao Benfica.

Fredrik Aursnes
Espero que o altruísmo da época passada, que quase o colocava a jogar na baliza, possa ser recompensado com o regresso à posição natural dentro de campo, mas a sua titularidade indiscutível parece menos certa perante as opções do plantel.

Leandro Barreiro
Poucos toques na bola, quase todos para a frente e a libertar colegas para correrem com a bola, muita agressividade da boa, e talvez a melhor interpretação - frente ao Feyenoord - da pressão alta que permitiu a Schmidt conquistar os adeptos na sua primeira época. Muito curioso por ver se estes sinais se confirmam.

João Mário
Parece ter tudo para continuar a ser uma referência no onze de Roger Schmidt. João Mário teve sempre a seu favor uma ideia de critério e equilíbrio que parece garantida quando a bola passa por ele, mas também passou por ele a crise de soluções coletivas na época passada. Veremos quem se cansa primeiro, se ele ou eu.

Kokçu
Tenho sinceras dúvidas que seja uma opção para o Benfica 2024/25. Não sou muitos de rancores, mas a verdade é que não gostei nada da entrevista que deu há uns meses e ainda não a esqueci. Tudo me leva a crer que não será titular neste plantel, e tudo me leva a crer que isso voltará a ser um problema.

Schjelderup
Seria injusto avaliá-lo pelo pouco que fez antes de se lesionar, mas parece ter chegado com a genica necessária para tentar ser uma opção de banco regulamente utilizada para refrescar a equipa e lhe dar maior profundidade, em particular à medida que a época for exigindo maior gestão do plantel.

Neres
É sempre difícil avaliar um jogador que não quer ser suplente e que apresenta muitas vezes futebol para ser titular. É um desafio para Schmidt. A sua provável saída deixará uma lacuna importante no plantel, das que não convém protelar.

Prestianni
Não me quero entusiasmar demasiado, para não ter que me desiludir, mas o facto é que Prestianni mostrou uma combinação rara de qualidades durante esta pré-época. É, talvez, o jogador deste plantel que mais condições tem para fazer esquecer a saída de Rafa, um mal amado que decidiu muitos jogos. Se esta impressão se confirmar, pode tornar-se um dos desbloqueadores que tanta falta fazem nos dias mais difíceis da liga portuguesa.

Rollheiser
Talvez o jogador mais azarado desta pré-época e um dos que mais me impressionou pela positiva. Só mais algum tempo permitirá tirar as medidas a Rollheiser. Veremos que papel Schmidt tem para ele, mas vai começar no pior lugar possível deste plantel, com um regresso de lesão diretamente para o banco de suplentes e um onze titular que parece estar em acelerada consolidação.

Tiago Gouveia
Ainda parece acusar alguma pressão típica do miúdo que tem de levantar uma bancada da qual faz parte (no coração). A razão diz-me que não é evidente que seja uma segunda opção consistente para a lateral. É nestas decisões de construção de plantel e adaptação de jogadores disponíveis que se poderá jogar o sucesso da equipa. Esse risco deveria ser reduzido ao mínimo possível e não me parece que Tiago Gouveia seja a solução mais estável para esta lacuna do plantel.

Marcos Leonardo
Os momentos de carrossel em que participou na pré-época e a eficácia que demonstrou na primeira época fazem dele a solução mais que óbvia para alternar com Pavlidis ou complementá-lo nas áreas próximas da baliza. Permite desenhar diferentes configurações de ataque e é bom finalizador. Tem uma mobilidade e uma genica que fazem dele, na minha opinião, um jogador ainda mal apresentado aos Benfiquistas. Espero muito mais dele. Veremos se esta época confirma os bons sinais que já foi mostrando.

Di Maria
Um dos maiores desafios da próxima época, em especial para Roger Schmidt. Será que consegue gerir a presença de Di Maria no plantel sem fazer dele um fator de bloqueio à manobra da equipa? Parece um contra-senso dizer isto acerca de um jogador tão talentoso, portanto conto com o argentino para mostrar que mantém a condição física adequada a mais uma longa época, capaz de inventar soluções em ataque posicional e mas transições rápidas que tantas vezes valem 3 pontos no futebol de Schmidt. Se assim não for, que o treinador mostre a capacidade de decidir e liderar que nem sempre tem demonstrado.

Arthur Cabral
Não chegou para ser suplente e acima de tudo não é um investimento que faça sentido manter sentado no banco, mas tudo indica que é isso que vai acontecer se continuar no clube.

Tengstedt
Não me parece que valha a pena continuar a tentar. Se os sinais positivos do plantel se confirmarem, Tengstedt ficará naturalmente para trás. A sua saída e a de Cabral, se negociatas atempadamente, poderiam abrir espaço para uma opção alternativa a Pavlidis e Marcos Leonardo que garanta soluções e lide melhor com o estatuto de suplente.

Pavlidis
Não acontece muitas vezes, mas há jogadores que pisam um relvado pela primeira vez e parecem ter passado uma vida inteira à espera daquele momento, daquele local e daquele clube. Ver Pavlidis marcar na sua primeira titularidade na Luz parece ilustrar um desses casos raros. Ou muito me engano ou tem tudo para ser feliz no Benfica. O futuro desta época vai ser muito definido pela capacidade de servir Pavlidis de forma adequada e recorrente. Esse é mesmo o sinal mais positivo da equipa até agora, que rapidamente esse caminho pareça ter sido encontrado. Mérito da equipa e de um jogador com excelente sentido posicional e um grande faro para a baliza.

Roger Schmidt
É mesmo a maior incógnita para esta época. Rui Costa deu a Roger Schmidt uma nova oportunidade que poucos costumam ter num clube como o Benfica. A responsabilidade será partilhada por ambos, na saúde e na doença. Para já, a expectativa é só uma: regressar imediatamente aos títulos e ao futebol avistado nos já míticos 6 meses da primeira época. Mas não é só isso que se pede a Roger Schmidt. Esta nova época pede-lhe que aprenda com os erros e demonstre que a sua ideia de jogo, uma vez estabelecida, não depende de uma mão cheia de jogadores quando há mais 2 mãos cheias no plantel. De pouco valerá se voltar a demonstrar, por força de omissões ou de opções estranhas como jogar uma época inteira sem laterais de raíz, que o plantel disponível não satisfaz as suas necessidades. Este parece ser o plantel que o treinador pediu. A Roger Schmidt, exige-se por isso o mais difícil, que é precisamente a missão para a qual se alistou quando chegou a Portugal, e uma que raramente cumpriu ao longo da sua carreira enquanto treinador: que vença sem apelo nem agravo, e que saiba gerir o grupo por forma a garantir que chega ao fim com a mesma força e consistência do arranque. Se é verdade que o gegenpressing do treinador do Benfica já deslumbrou todos os adeptos, também é verdade que não soube manter esse registo. Os primeiros sinais da pré-época parecem indicar que se está a chegar a uma versão aproximada dessa ideia de jogo. Falta o teste do algodão. Agora que a sua ideia de jogo é bastante mais familiar para os treinadores da liga portuguesa, veremos como se portam os rapazes e o seu respetivo condutor. Que seja uma época de regresso aos pergaminhos do clube, é o que todos desejamos."

Relembrar as alterações na arbitragem


"No pontapé de penálti, a partir desta época, a bola não tem obrigatoriamente que estar colocada sobre/em cima da marca dos onze metros, basta que a toque ou sobreponha

A poucos dias do arranque oficial do futebol profissional - vem aí o Sporting-FC Porto, a contar para a Supertaça Cândido de Oliveira -, parece-me importante rever as alterações mais relevantes aprovadas para a época 2024/25.
Uma das principais - e para mim a mais justa e esperada - é a desvalorização da aproximação ilegal de jogadores aquando da marcação de pontapés de penálti, desde que a ação seja inócua. Ou seja, deixa de ser sancionada a entrada indevida na área ou na área de círculo de penálti (a chamada meia-lua) de defesas e avançados que não impactem no desfecho do pontapé. Até aqui, a intrusão era sempre punida, embora na prática poucos fossem os árbitros que o fizessem. Agora só haverá sanção caso os atletas retirem benefício da infração ou perturbem o executante/guarda-redes que defende.
Nota ainda para outra alteração no que diz respeito aos pontapés de penálti: a partir desta época a bola não tem obrigatoriamente que estar colocada sobre/em cima da marca dos onze metros. Basta que a toque ou sobreponha (exatamente o mesmo que acontece com a área de canto ou linha de baliza). Mais atrás, ao lado ou à frente... tudo certo. Acabou o pretexto para o ruído de circunstância que o momento por vezes gerava.
Mais uma mudança interessante: como sabem, se um jogador seguir isolado para o golo e for carregado na área adversária por um defesa que não tente jogar a bola, a infração resulta na expulsão do infrator (não se aplica aí o tal fim da tripla penalização). Acontece, por exemplo, com cargas nas costas, empurrões, saltos sobre o adversário ou quando o defesa joga a bola com o braço/mão. No fundo, tudo o que não envolva pés/pernas não é interpretado como tentativa de disputar o lance de forma legal. Mas a partir de agora, as «faltas não deliberadas cometidas com as mãos» deixam de ser sancionadas com cartão vermelho, passando a ser equiparadas às que o jogador tenta a bola. Isso significa que mãos/braços de defesas que queiram jogar de forma justa mas que sejam traídos por uma qualquer volumetria inesperada, serão punidas só com advertência, mesmo que evitem uma clara oportunidade de golo. Pela mesma ordem de ideias, não haverá cartão se apenas cortarem um ataque prometedor. Que fique claro que as mãos deliberadas (as que o jogador procura intercetar a trajetória de bola) terão a mesma sanção que até aqui: se evitam golo, expulsão.
Agora uma boa notícia para os jogadores que gostam de ser criativos em relação ao seu equipamento de jogo: a partir de agora as caneleiras não têm quaisquer restrições em termos de tamanho. Basta que garantam uma proteção razoável e estejam cobertas pelas meias. Cabe ao atleta a responsabilidade do seu uso e adequação. As tais micro que se vê por aí podem ser utilizadas. Mas se este passo foi dado, é importante acrescentar que a outra moda recente, a das meias rasgadas/cortadas, continua a ser proibida pelas leis de jogo. O árbitro pode advertir e/ou impedir o atleta que infrinja de participar na partida enquanto não regularizar o equipamento.
A um nível menos prático, passou a estar consagrado na letra da lei a obrigação de uso da braçadeira do capitão, que tem que ser emitida/autorizada pelo organizador da competição, ser de cor única e conter a palavra capitão ou pelo menos a letra C.
Nota final para a já muito falada «regra do capitão», que não sendo uma lei em si, convém ser olhada com muita atenção: é fundamental que equipas técnicas e jogadores (sobretudo os mais propensos à contestação) percebam a mudança de paradigma. Não haverá qualquer tolerância para protestos ou conversas menos respeitosas com os árbitros, ainda que en passant. Apenas o capitão de equipa - ou o jogador escolhido em seu lugar, se esse for o guarda-redes - pode pedir esclarecimentos ao árbitro e em tom adequado. Na prática, a medida musculada pretende estancar o aumento substancial de contestação e falta de respeito para com as equipas de arbitragem, capazes de gerar animosidade dentro e fora do relvado. Como a mensagem pedagógica, repetida vigorosamente desde sempre, não passou... passará seguramente aquela que sanciona quem não se controla emocionalmente. Os jogadores estão para jogar, os treinadores para treinar, os árbitros para arbitrar."

Terceiro Anel: Diário...

BI: Brentford...

O Goleador Que Chegou Com Um Ano de Atraso


"Vangelis Pavlidis

1. A pré-época tem-me oferecido vários sinais positivos. O primeiro de todos eles é o de que vai crescendo, jogo após jogo, a convicção de que RUI COSTA acertou em cheio na contratação do ponta-de-lança para 2024-25.
2. PAVLIDIS é um avançado com grande mobilidade, que não se fixa na área à espera que a bola lá chegue para concluir, que não se dá, portanto, à marcação. Por isso o vemos aparecer, do nada, com raro sentido de oportunidade, nas zonas de finalização.
3. Não é um avançado egoísta, como tantos outros, que procura resolver através de jogadas individuais; pelo contrário, o grego vai dando mostras de privilegiar o coletivo através de combinações e entendimentos com os colegas, quer no ataque à profundidade, quer no jogo em apoios. Reparem que, com ele, MARCOS LEONARDO e PRESTIANNI têm aparecido em excelente nível.
4. Fisicamente possante, PAVLIDIS trabalha muito no primeiro momento de pressão, sendo o nosso primeiro defensor a partir da linha da frente, aspeto altamente importante e decisivo para um modelo de jogo que privilegie a pressão alta.
5. E golos, que é o que primeiramente se pede a um ponta-de-lança, não tem parado de os marcar: nunca ficou em branco nos 5 jogos em que participou, e leva já 7 marcados, à média de 2,5 por cada 90 minutos jogados!
6. Sabendo-se que a concretização foi um dos mais graves problemas da equipa na época passada, pode-se dizer, a confirmarem-se - repito, a confirmarem-se - os atributos que até agora lhe temos observado, que PAVLIDIS chegou com um ano de atraso. E que pelo valor pago por ele - 18 milhões de euros - podemos vir a estar na presença de um verdadeiro achado.
APETECE MESMO CAIR NO LUGAR COMUM:
COM VANGELIS A MÚSICA TEM SIDO OUTRA!"

Terceiro Anel: Bola ao Centro - S02E60 - O craque Argentino não é Angel, é um demónio!!

5 minutos: Diário...

Zero: Mercado - Diogo Costa, Gyökeres e David de Gea

Zero: Tema do Dia - Os novos tempos nas apresentações dos grandes

Terceiro Anel: Diário...

Tailors - Final Cut - S03E12 - Rui Malheiro...

ESPN: Futebol no Mundo #365 - Barcelona tenta contratar, Juve apresenta Douglas Luiz e um giro olímpico!

Chuveirinho #86

Pizzi no 11 !!!

O modus operandi...

Imagino como deve estar aquele balneário... A ferro e 🔥🔥🔥

A linguagem universal do Desporto


"Boa sorte aos franceses, que estão a organizar uns Jogos Olímpicos de alto risco. E Portugal? Não serão as medalhas, muitas ou nenhuma, a definir o estado do nosso Desporto…

Num Mundo que tem 193 Estados representados nas Nações Unidas, há 204 Comités Olímpicos nacionais (a que se juntam delegações dos Refugiados e dos Sem Bandeira, que agrega russos e bielorrussos), a competir nos Jogos Olímpicos de Paris. E embora, dos ideais do Barão Pierre de Coubertin quanto à prática desportiva, seja agora feita uma interpretação muito lata, a verdade é que nenhum outro evento é capaz de fazer morar, durante 17 dias, delegações de países desavindos, na mesma aldeia, comendo no mesmo ‘refeitório’, e partilhando os mesmos espaços de lazer, como que a dizer que, realmente, é possível viver em concórdia. Esta interpretação, que à primeira vista pode parecer ingénua, deixa de o ser se pensarmos no contributo inestimável que a visibilidade dos Jogos Olímpicos deu à luta contra o racismo e o apartheid; ou se constatarmos a importância dos Jogos na normalização da igualdade de género, processo ainda em movimento através do incremento das equipas mistas. O Desporto, através da sua linguagem universal, e da inevitável meritocracia que lhe subjaz (ganha o melhor, independentemente de cor, religião, orientação sexual, ou seja o que mais for…), é um instrumento de Paz e desenvolvimento social que não pode nem deve ser subvalorizado.
Não posso dizer que tenha ficado surpreendido com o ataque às linhas de TGV francesas, porque haverá sempre quem queira parasitar os Jogos, especialmente em países onde proliferam os movimentos inorgânicos e não é possível comprar tréguas com o crime organizado, como tantas vezes tem sido feito noutras paragens. Reconheço coragem aos franceses, que proporcionaram ao Mundo uma cerimónia de abertura cheia de perigos potenciais, que acabou por transformar-se numa recusa de sucumbir perante o medo, mesmo que alguma disrupção tenha ido além do razoável. Mas, com vários eventos espalhados pelos locais mais emblemáticos da cidade-luz até 11 de agosto, o risco estará sempre presente, há que ter consciência deste facto, e abandonar as lamúrias quanto às preocupações com a segurança.

PS – À delegação portuguesa desejo tantas medalhas quanto possível. Mas, sejam muitas ou nenhuma, nunca poderá ser esse o aferidor do estado do nosso Desporto…"

FIFA e Federações: combate de milhões


"Nos últimos anos as grandes transformações no futebol mundial aconteceram por causa de decisões dos tribunais da União Europeia.

A FIFA está novamente em conflito com as federações nacionais entre as quais a Federação Portuguesa de Futebol. Publicamente, o conflito é apresentado como resultante do número excessivo de jogos que os jogadores são obrigados a jogar, por força do novo Mundial de Clubes. Esta questão tem, porém, subjacente o dinheiro e a sua influência no futebol. Um desporto que é (infelizmente) cada vez mais um negócio. E isso leva a que os clubes, que são quem investe, quem cuida, queiram ser mais ressarcidos financeiramente.
Nos últimos anos as grandes transformações no futebol mundial aconteceram por causa de decisões dos tribunais da União Europeia. Ainda no passado ano, o Tribunal de Justiça da União Europeia decidiu a favor dos clubes e contra a UEFA, dizendo que as normas que exigem a aprovação de novas competições, por esta entidade, violam as leis europeias da concorrência. Dito de outra forma: pode existir uma Superliga Europeia à margem da UEFA. Esta queixa vai agora no mesmo sentido. Vamos conhecer a razão.
O Tratado da União Europeia proíbe, no seu Art.º 101, «acordos entre empresas que restrinjam ou distorçam a concorrência dentro do mercado interno da União Europeia». Este Art.º tem uma exceção quando essas «práticas contribuam para melhorar a produção ou distribuição de produtos ou para promover o progresso (...) económico, contando que aos utilizadores se reserve uma parte equitativa do lucro dai resultante (...)».
É com base nesta exceção que a FIFA/UEFA - monopólios internacionais – e as federações de futebol de cada país, que são monopólios nacionais, tem vivido. Entende-se a necessidade das federações: alguém tem de organizar os campeonatos. E esse alguém vai ser um monopólio ou um oligopólio (dois, três ou quatro grandes organizações). Lendo o Art.º 102, constata-se que se proíbe as organizações de abusarem do seu poder dominante. E as federações nacionais e os clubes estão simplesmente a tentar alterar as regras do jogo, para ficarem com mais dinheiro.
A FIFA teve receitas de 7.5 mil milhões de euros entre 2019-22, e a UEFA 4.5 mil milhões na época de 2022-23. Parte deste dinheiro é distribuído pelas federações nacionais e pelos clubes. Estes, compreensivelmente, querem mais: são os clubes que pagam aos jogadores, têm os estádios e os fãs. As burocracias federativas cresceram de forma exponencial. Por outro lado, a função da FIFA e da UEFA é importante: organizam competições, resolvem disputas, produzem regras, etc.
Nesta luta por receitas entre clubes, ligas, UEFA e FIFA, o campo de jogo é agora a Comissão e os Tribunais Europeus. São as decisões destes órgãos que contam. E podem acabar por não agradar a ninguém!

O Direito ao Golo vai para João Almeida que fez uma fantástica Volta à França onde conseguiu um excelente quarto lugar. E para Nuno Borges, tenista português que venceu Rafael Nadal na final do torneio de Bastad! Já todos podemos começar a acreditar que Portugal não é um país assim tão pequeno."

Por Eusébio, à Benfica


"As águias conquistaram a 12.ª edição da Eusébio Cup, ao vencerem o Feyenoord, por 5-0, com uma grande exibição perante 54 317 espectadores no Estádio da Luz. Este é o tema em destaque na BNews.

1. Entrada de rompante
Foi um Benfica endiabrado que iniciou a partida frente aos vice-campeões neerlandeses, chegando aos 4-0 à passagem do 19.º minuto de jogo. Pavlidis bisou, Prestianni, Beste e Arthur Cabral marcaram os restantes golos benfiquistas. Triunfo expressivo e reforço das boas sensações deixadas pela equipa ao longo da pré-temporada.

2. Chegada especial ao Estádio
A chegada do plantel às ordens de Roger Schmidt ao Estádio da Luz serviu o duplo propósito de homenagear Eusébio e de reforçar a proximidade aos adeptos. A BTV acompanhou em direto.

3. Ambição
Prestianni releva o papel dos adeptos na prossecução dos objetivos da equipa: "Que nos apoiem, nós vamos dar tudo desde a primeira partida em todas as competições. Vamos tentar ganhar tudo o que tivermos pela frente."

4. Outro ângulo
Veja os golos do Benfica frente ao Feyenoord de um ângulo diferente no Instagram oficial do SL Benfica.

5. "Euséb10"
Realizou-se, ontem, o pré-lançamento da fotobiografia oficial de Eusébio, da autoria de João Malheiro.

6. Jogos Olímpicos
Acompanhe, no Site Oficial, o desempenho dos 32 atletas do Benfica participantes nos Jogos Olímpicos.

7. Inspiradoras
A equipa feminina de futebol do Benfica prossegue a preparação de pré-época, e Filipa Patão faz um balanço positivo das primeiras semanas de trabalho.

8. Jogos de preparação da Formação
Foram várias as equipas da Formação do Benfica em ação ao longo do fim de semana.

9. Ajustes na estrutura das modalidades
A figura de coordenador de modalidade, já existente no voleibol e protagonizada por José Jardim, é estendida às restantes modalidades de pavilhão. Tomás Barroso ficará com o cargo no basquetebol, Miguel Campos no hóquei em patins e Raul Moreira no futsal.

10. Aniversário do Museu
Leia a reportagem sobre a celebração do 11.º aniversário do Museu Benfica – Cosme Damião. Neste âmbito, Nélson Veríssimo participou na iniciativa "O nosso melhor onze".

11. Novidades no voleibol
O distribuidor Francisco Leitão regressa ao Benfica. A oposta Isidora Ubavic e a central Angélica Malinverno renovaram o contrato."

1 Minuto


- Minuto...

Águia: Feyenoord...

Bigodes: Feyenoord...

Terceiro Anel: Feyenoord...

Esteves: Feyenoord...

BenfiquistadeGaia: Brentford & Feyenoord...

Royale: Feyenoord...

O Benfica na pré-época: a dança de Prestianni e a eficiência de Pavlidis ativam a nostalgia de tempos ainda recentes


"A equipa de Roger Schmidt arrasou o Feyenoord por 5-0 na Eusébio Cup, uma exibição que, principalmente no início da 1.ª parte, trouxe reminiscências de outros tempos do treinador alemão na Luz. Prestianni voltou a fazer toda a gente questionar-se como se falou de um empréstimo e Pavlidis continua a marcar que se farte

O QUE SE VIU DE NOVO
Um Benfica que parece trazer de novo algumas dinâmicas do primeiro ano de Schimidt. Pressão alta eficaz, grande reação à perda, novas ligações criadas. Na 1.ª parte, os encarnados vulgarizaram o Feyenoord, marcaram quatro golos e poderiam ter sido mais, com destaque para a exibição de Prestianni (é mesmo verdade que não contava para Schmidt?) e para a facilidade de Pavlidis se mover na área. Os reforços (isto se ainda pudermos considerar o argentino um reforço), aliás, tiveram ligação umbilical à vitória, aos golos, ao melhor que o Benfica fez neste jogo da Eusébio Cup.
Aos 16 minutos, o Benfica já vencia por 4-0, graças a uma pressão sufocante que se juntou a um descalabro defensivo de uma equipa agora órfã de Arne Slot, treinador que seguiu para Liverpool. Mas mesmo com um adversário muito frágil no processo defensivo, o Benfica teve mérito na forma como construiu cedo a vantagem, com o último golo a aparecer já no final, por Arthur Cabral. No 1-0, Pavlidis mostrou presença na área, capacidade de guardar a bola, com Prestianni a responder com um remate cruzado esplendoroso. Aos 13’, de novo o jovem argentino na jogada, no lado direito, a lançar João Mário (bom jogo também), que deu atrasado para Pavlidis encostar, como encostaria no 3.º, onde mais duas novas caras foram decisivas: Leandro Barreiro na forma como recuperou a bola e avançou no terreno e Jan-Niklas Beste no cruzamento a partir das esquerda. Beste que ainda marcaria de livre.
Na 2.ª parte, o Feyenoord equilibrou o jogo, também perante a diferença de ritmo do Benfica, que baixou de uma quinta mudança para uma, quanto muito, segunda. Ainda assim, pouco foi permitido no ataque aos neerlandeses, cujas poucas oportunidades chegaram de momentâneas faltas de atenção encarnadas. Tiago Gouveia voltou a entrar para ala direito - parece aposta de Schmidt para essa posição, onde ainda há carências no plantel encarnado.
Fica então um bom teste para o Benfica, mais um, com a ideia que, este ano, houve acerto nas contratações.

OS REFORÇOS
De onde saiu este Gianluca Prestianni, que parecia prontinho para entrar no carrossel de empréstimos do Benfica? A ser verdade que não contaria para Schmidt, a resposta do jovem argentino é notável. Sem medo de arriscar no remate, marcou aos 9’, esteve no segundo golo e ainda rematou à barra aos 38’. Com liberdade no corredor central, deu soluções, com processos simples e a olhar de frente para o jogo. Não sendo reforço, é reforço. Saiu ao intervalo, para alívio, seguramente, dos jogadores do Feyenoord.
Já Jan-Niklas Beste trouxe de novo agressividade e a capacidade de atacar a linha e cruzar que tinha ido embora no mesmo avião que Grimaldo. O alemão é uma excelente mais-valia a atacar, resta perceber como se sairá em jogos mais exigentes do ponto de vista defensivo. Marcou de livre direto, ainda que com a ajuda da barreira, e ainda ofereceu uma assistência. Carreras, na 2.ª parte, também fez um bom jogo. A concorrência será benéfica para Schmidt.
Vangelis Pavlidis continua a marcar que se farta, este domingo foram mais dois golos e ainda esteve no primeiro golo do Benfica. Não sendo o avançado mais elegante, fareja o golo e tem grande facilidade de remate. O avançado efetivo que pareceu faltar ao Benfica na última época. Boa exibição também de Leandro Barreiro, agressivo na pressão, na recuperação de bolas e na hora de levar o jogo para a frente. Único jogador de campo a fazer os 90 minutos.
Roger Schmidt lançou ainda Bajrami, João Rego e Martim Neto, gente do Seixal, sem grande tempo ou oportunidades no jogo para anunciarem a sua chegada.

COMO COMEÇOU
Anatoliy Trubin; Alexander Bah, Morato, Tomás Araújo, Jan-Niklas Beste; Florentino, Leandro Barreiro, João Mário, Frederik Aursnes, Gianluca Prestianni, Pavlidis

COMO ACABOU
Anatoliy Trubin; Tiago Gouveia, António Silva, Adrian Bajrami, Alvaro Carreras; Martim Neto, Leandro Barreiro, David Neres, João Rego, Marcos Leonardo, Arthur Cabral

O MELHOR
Pela influência que teve no resultado e pelo que foi oferecendo à manobra ofensiva do Benfica, Gianluca Prestianni merece a distinção. Excelentes 45 minutos do argentino de apenas 18 anos, já de grande personalidade, a distribuir soluções em qualquer um dos corredores. Seguramente o Benfica já não irá abrir mão da sua continuidade.

A BANDA SONORA
Prestianni vem de Ciudadela, a uma rua de distância de Buenos Aires, a mesma cidade de Thiago Almada, Fernando Gago ou Carlitos Tevez. Ainda que este domingo o jovem do Benfica tenha sido todo ele alegria, na beleza dos remates, na facilidade em mover a bola, até na pureza dos dentes ainda desalinhados, por aquelas terras dançam-se tangos demorados e cantam-se tristezas, como Tomi Lebrero, também ele daquelas paragens."

Primeira parte de luxo, bem digna do Rei Eusébio!


"Benfica 5 - 0 Feyenoord

> Todas as comparações são subjetivas quando os jogadores não são ou foram contemporâneos. Que me perdoem os fans (ou fanáticos) do CR7, mas a minha opinião é esta: EUSÉBIO DA SILVA FERREIRA foi o melhor futebolista português de todos os tempos.
> O treinador do Brentford ficou espantado com a presença de mais de 40 mil na Luz para um amigável de pré-época? Pois hoje estiveram precisamente 54.317 nas bancadas da Catedral.
> PRESTIANNI oh lá lá, de pé esquerdo, que golo! Falava-se de empréstimo? Esqueçam. E mandou outra à barra.
> PAVLIDIS a ser Pavlidis: no sitio certo, imparável, aos 14 min já tinha marcado dois!!! Fora tudo o resto, que não é pouco, nada pouco.
> Que pressão e intensidade, que velocidade em posse: um, dois toques na bola e já está. Assim, sim.
> BESTE, para além do livre, que deu golo, a mostrar como se assiste. Muito bom para uma equipa que em 90% dos jogos tem que assumir o ataque.
> Nunca me cansarei de elogiar o AURSNES!
> LEANDRO BARREIRO muito bem: pulmão que nunca mais acaba, ocupação de espaços, raramente mais do que um toque na bola. Não cria, mas acelera.
> TOMÁS ARAÚJO! O Schmidt que decida quem vai jogar ao seu lado. Que seja o ANTÓNIO SILVA.
> Quebra na segunda parte. Agradeceu o Feyenoord, que vinha de pré-época só com vitórias e teria saído da Luz vergado a uma derrota histórica. Ainda deu para ver CARRERAS muito bem e TIAGO GOUVEIA a assistir primorosamente para o ARTHUR CABRAL faturar de cabeça."

5 minutos: Feyenoord...