Últimas indefectivações

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Jogo Pelo Jogo - S02E15 - Fizemos as pazes com o Benfica?

Tailors - Final Cut - S03E29 - Rui Santos...

Zero: Ataque Rápido - S06E16 - Bruno Andrade: «Sempre tive um fascínio pelo campeonato português»

Em boa hora


"1. O facto, indesmentível, de o Benfica ter vencido por 4-1 o FC Porto depois de quase 60 anos sem ter conseguido 'dar' 4 ao seu rival da invicta não deslustra nem diminui o nome do Benfica, nem, muito menos, deslustra a exibição da nossa equipa de futebol na noite de 10 de Novembro na Luz. A vitória foi categórica e perentória.

2. Ao diagnóstico de 'reumatismo' que foi, na semana passada, endereçado a Di Maria pelo ex-árbitro-indiagnosticável a atual-comentador-indiagnosticável, Jorge Coroado, respondeu o jogador argentino com uma performance de alto nível e com 2 desses 4 golos aplicados na baliza da equipa que, em boa hora, nos calhou receber na 11.ª jornada do campeonato.

3. O tento de honra foi obtido pelo FC Porto no final da primeira parte do clássico sob um intenso nevoeiro cerrado, tipo Choupana. Sem querer desmerecer o autor do golo dos visitantes nem ignorar o lapso de comunicação entre Otamendi e Trubin, aquele tento teve a autoria moral de uns poucos idiotas historicamente impunes que lançaram tochas para o relvado interrompendo o jogo num momento em que o Benfica dominava e pressionava o adversário.

4. Mas esta gente é do Benfica? Não há ninguém que tenha mão nisto?

5. Vamos lá então à histórica das boas goleadas. O Benfica não dá 3 ao FC Porto há 14 anos (final da Taça da Liga), não dá 5 ao FC Porto há 88 anos (Campeonato Nacional), não dá 6 ao FC Porto há 52 anos (eliminatória da Taça de Portugal), não dá 7 ao FC Porto há 79 anos (Campeonato Nacional), não dá 8 ao FC Porto há 72 anos (festa e inauguração do Estádio das Antas) e não dá 12 ao FC Porto há 81 anos (Champions Nacional). E não dá 4 ao FC Porto há coisa de 5 dias.

6. Voltemos ao verbo dar, mas desta vez pela pena de Francisco J. Marques, ex-diretor de comunicação do FC Porto condenado em tribunal pelas suas tropelias, chamemos-lhe assim. O resultado de domingo permitiu-lhe colocar em público a seguinte questão: 'Sabem quantas vezes, enquanto presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa sofreu 4 golos do Benfica?' Como? 'Quantos vezes' o seu patrono 'sofreu' 4 golos do Benfica? Mas o ex-presidente do FC Porto também foi guarda-redes do FC Porto para não sofrer golos do Glorioso? Coisas escritas muito à pressa, compreende-se dadas as circunstâncias.

7. Vem aí a pausa das seleções. No caso do Benfica abrange mesmo muitas seleções porque são 13 os jogadores que vão abandonar o Seixal para irem representar os seus países. Que voltem todos bem. Quando ao que interessa, o Benfica, só volta em 23 de Novembro para receber o Estrela da Amadora para a Taça de Portugal. Que saudades de vencer uma Taça de Portugal, vamos lá, Benfica!"

Leonor Pinhão, in O Benfica

Um nome a recordar


"Armando Murta juntou as suas duas paixões, e o seu nome ficou para sempre associado a ambas

A procura e o desejo pela eternidade existem desde sempre, havendo várias formas de os expressar. Há quem diga que nos mantemos eternos, mesmo após a nossa morte, desde que exista alguém que ainda se recorde de nós. Homero, na Ilíada, contava outra perspectiva. O Rei Peleu, na cerimónia de apresentação do seu filho, Aquiles, para acompanhar Agamémnon e Menelau na missão de resgatar Helena das mãos dos troianos, aconselhou-o a atingir façanhas inauditas por forma a que o seu nome se tornasse eterno.
Quando somos jovens, achamos que todas as proezas estão ao nosso alcance. Em 1 de Fevereiro de 1928, Armando Murta conseguiu um dos seus principais objetivos, ser admitido como sócio do Benfica. No Clube conheceu Jaime Santos, com quem partilhava duas paixões: o Benfica e o tiro desportivo, o que fez com que se tornassem amigos inesperáveis. Em 1934, como membros da Comissão Administrativa da Sede, situada na Avenida Gomes Pereira, enquanto vasculhavam uma arrecadação à procura de objetos para a preparação de uma festa, encontraram duas espingardas antigas. Armando Murta teve de imediato uma ideia que iria resultar na junção de duas das suas paixões!
'Lembro imediatamente a Jaime Santos que aquelas velhas armas poderiam ser o começo de mais uma secção do Benfica. De facto, daí em diante, não havia noite em que não houvesse animado tiroteio nas dependências da sede'. O entusiasmo dos sócios foi suficiente para que a Direção encarnada criasse a secção de tiro. 'Um mês depois, ainda com armas quase pré-históricas', inscreveu uma equipa numa prova organizada pelo Grupo Columbófilo da Amadora'. Armando Murta extasiado.
Contudo, o destino prega partidas quando menos se espera. Em Agosto desse ano de 1934, quando seguia na sua motocicleta para ir ao encontro dos ciclistas do Benfica que participavam na prova Porto-Lisboa, sofreu um acidente de viação. 'O seu desaparecimento mergulhou na maior consternação os habituais frequentadores da Sede, todos seus dedicados amigos'. No seu seguinte, a secção de tiro prestou-lhe uma digna homenagem ao instituir um troféu com o seu nome a Taça Armando Murta.
Disputada entre Abril e Maio, Jaime Santos esteve muito próximo de a ganhar, vendo a vitória escapar-lhe por apenas um ponto. Alguns anos depois, o atirador continuava inconformado, confidenciando: 'O maior desgosto da minha vida desportiva foi não ter vencido a primeira edição da prova'. Ainda assim, não precisou de a vencer para eternizar o nome Armando Murta, que se manteve vivo na sua memória e na história da modalidade. A façanha estava já alcançadas!
Saiba mais sobre o tiro no Clube na área 3 - Orgulho Eclético, do Museu Benfica - Cosme Damião."

António Pinto, in O Benfica

O futebol é uma selva


"Não vi o clássico dos 4-1 em direto. Por motivos profissionais, encontravam-me em Manaus, no Brasil, quando decorreu a lição de futebol dada pelos jogadores do SL Benfica à equipa orientada por Vítor Bruno. Fui seguindo o que se passava através  da Internet e do ar estarrecido de três adeptos portistas com quem me encontrava no Brasil. Desde cedo percebi que os ventos nos eram favoráveis, até sentir o primeiro (e único) motivo de alegria dos nossos adversários. 'Atiraram umas tochas para o relvado, e marcámos logo a seguir', disse-me a sorrir um dos meus companheiros de viagem. Pensei que ele estava a brincar. Então, a nossa equipa marca ao rival, está por cima do jogo, e vai de atirar artefatos pirotécnicos para o relvado sagrado e, assim, fazer com que o jogo seja interrompido? Não pode ser.
Ninguém é assim tão pouco inteligente. Mas era verdade. Além do mau comportamentos e das multas pecuniárias, lá teremos de lidar (novamente) com a possibilidade de interdição da Catedral. Por causa de alguns, os poucos vão pagar os outros, os muitos. Consigo entender perfeitamente a paixão clubística, as coreografias de apoio, a maior parte dos cânticos, os adereços o esforço despendido em bilhetes e viagens, a entrega, a criatividade e a irreverência típica dos grupos de apoio, mas não compreendo esta demonstração de sei que não estou sozinho nisto, a ver e a ouvir pelo coro de assobios com que foram brincados os artistas das tochas. Provavelmente conseguiram aquilo que desejavam: ser falados. Mas, mais uma vez, pelas piores razões."

Ricardo Santos, in O Benfica

Benfica 4 - 1 FC Porto? Rumo ao 39!


"O Benfica deu 4 ao Atlético de Madrid, e, logo a seguir, houve uma paragem por causa dos jogos das seleções. O Benfica deu 4 ao FC Porto, e, logo a seguir, lá veio mais uma paragem pelo mesmo motivo. Com isto, eu não se fico irritado com estes compromissos internacionais, porque aparecem sempre em contextos inoportunos tendo em conta o bom momento do Benfica, ou se fico irritado com estes compromissos internacionais, porque deviam aparecer de 15 em 15 dias, tendo em conta que, assim, o Glorioso aviava os adversários com 4 batatas todos os jogos. Desta forma, não teríamos de esperar mais 60 anos para ver o Benfica a golear o FC Porto com mais de 3 golos.
A equipa de Bruno Lage não era a pior do mundo depois do jogo com o Bayern, nem é a melhor do mundo depois do jogo com o FC Porto, mas o Di Maria continua a ser um dos melhores do mundo antes e depois de ambos os jogos. As pernas do nosso Fideo até podem ter 36 anos, no entanto, aquele pé esquerdo continua com uns 18. Se diziam que ainda não tinha marcado aos dragões quando regressou há um ano, antes da Supertaça, de lá para cá já o fez por quatro vezes. Dependendo do monumento, Di Maria até pode não ser um jogador para o jogo todo, mas é sem dúvida um jogador para qualquer jogo. Só faz sentido prescindir desta magia refinada se houver outro tipo de magia superior à disposição, contudo não me parece que a tenhamos no nosso plantel, e são muito poucos os plantéis espalhados pelo mundo onde essa fantasia distinta pode ser encontrada.
Nunca tinha visto o Benfica a marcar 4 golos ao FC Porto. O meu pai também não. O entusiasmo é inquestionável, mas apenas porque a conquista do 39 ainda é uma questão. Continuamos a depender apenas de nós para sermos campeões, e esse é o verdadeiro entusiasmo. È por isso que somos do Benfica - por amor ao Benfica."

Pedro Soares, in O Benfica

Banho de bola


"Não tenho memória de triunfo tão expressivo do Benfica sobre o FC Porto.
Há 40 anos que não marcávamos 4 golos ao rival nortenho em jogos do campeonato, há mais de 20 que não vencíamos por 3 de diferença, e é preciso dizer que, no clássico de domingo, os números ficaram aquém da imensa demonstração de superioridade que se viu em campo ao longo dos 90 minutos.
Ao contrário do que afirmou o treinador portista no fim do encontro, a primeira parte só foi equilibrada no marcador: o Benfica podia ter ido para intervalo com uma vantagem tranquila, o que não sucedeu devido a um erro do árbitro, a uma escorregadela de Otamendi, e a alguma infelicidade no momento da finalização.
Na segunda parte faz-se justiça, e os números foram crescendo com naturalidade. Acabou nos 4. Podiam ter sido 5 ou mesmo 6.
Já neste temporada vimos o Benfica atropelar o Atlético de Madrid, com outra exibição de luxo, a outra goleada histórica. O clássico teve, aliás, muitas semelhanças com essa noite, e tal não é coincidência.
Esta foi uma vitória importante (até pela magnitude que assumiu), mas valeu apenas 3 pontos. O Sporting tem vencido todos os jogos,  e o FC Porto só não ganhou em Alvalade e na Luz. O campeonato está muito desequilibrada (a metade de baixo da tabela tem equipas a mais e futebol a menos) e os pontos que perdemos em Famalicão e Moreira de Cónegos (ainda sem Bruno Lage) estão a ter um peso maior na classificação do que na altura de supunha. O Benfica demonstrou nesta jornada que é bastante superior a esta FC Porto. Terá de demonstrar que também o pode ser face ao melhor Sporting das últimas décadas. E sobretudo há que manter a consistência exibicional, pois, com 5 pontos perdidos nas primeiras jornadas e um jogo por disputar, a margem de erro continua a ser nula."

Luís Fialho, in O Benfica

Para ti...


"Se não faltares, claro! O nome do projeto diz tudo numa comunicação clara e direta com cada jovem. Já vão 15 anos, 6 milhares de jovens em contratos de 3 anos letivos perfazendo 18 mil vagas em escolas de vários pontos do país do 4.º ao 9.º ano.
A receita é simples:
Encontram-se escolas que precisam e querem projetos socio-educativos para atrair os jovens menos motivados e iniciar com eles caminhos de integração e sucesso educativo. Envolve-se a comunidade educativa, professores, auxiliares, famílias e instituições locais com as autarquias e organizações sociais 
á cabeça. Partilha-se a visão e estabelecem-se parcerias com todos a remar para o mesmo lado e a criar investimento conjunto e sinergias com a Fundação Benfica.
Depois selecionaram-se os jovens que querem aderir, pelo seu potencial e por talentos muitas vezes mal aproveitados ou desperdiçados pelos próprios. A esta maioria junta-se uma minoria de jovem-modelo de idêntico potencial que nas mesmas circunstâncias socioeconómicas conseguiram por si próprios motivar-se a alcançar o sucesso educativo. Faz-se de todos eles uma grande equipa, um coletivo com um grande objetivo comum, e junta-se uma equipa técnica de proximidade a trabalhar todo o ano na escola com todos a cada um, incluindo as famílias. Exige-se a assiduidade e o comportamento, promove-se o trabalho e o resultado escolar. Traçam-se em conjunto pequenos e grandes objetivos intermédios e de final do ano, junta-se Benfica e futsal e mais uns ingredientes estudados cada caso. Mantém-se o lume acesso todo o ano, e premeiam-se os pequenos e os grandes resultados, a vontade e a atitude, o esforço e os resultados. Repete-se 3 anos a fio com cada jovem, e no final olha-se de boca jovem, e no final olha-se de boca aberta para tudo o que conseguem alcançar, com exemplos de superação inimagináveis e níveis de sucesso acima de 95%! A gosto, junta-se orgulho em fazer parte desta chama imensa que invade tudo, da baliza adversária às coisas mais importantes da vida!"

Jorge Miranda, in O Benfica

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"4
O Benfica não marcava 4 golos ao FC Porto desde 31/3/1975 (vitória por 5-1, num particular disputado em Paris). Em competições oficiais, a última vez que havia conseguido 4 ou mais golos numa partida acontecera em 20/4/1972 (6-0, na Luz, nas meias-finais da Taça de Portugal). No Campeonato Nacional, ocorrera em 13/12/1964 (4-0 na Luz);

12
Di Maria passou a ser, a par de Seferovic, o 12.º estrangeiro com mais jogos oficiais de águia ao peito (188). É o 69.º neste ranking;

13
Otamendi tornou-se no 13.º com mais tempo de utilização pelo Benfica em competições oficiais neste Estádio da Luz (8950 minutos, incluindo tempos adicionais). Está a 40 minutos do 12.º Nuno Gomes;
Aursnes chegou às 13 assistências para golo em jogos oficiais no Estádio da Luz, passando a integrar o top 20 neste ranking liderado por Gaitán, que fez 56;
E passou a ser o 18.º, nas últimas 20 épocas (desde 2005/06), com mais assistências em jogos oficiais (21);

15
Com os 2 golos apontados ao FC Porto, Di Maria é agora, com Saviola, o 15.º melhor marcador do Benfica em jogos oficiais no atual Estádio da Luz (22). É o 7.º em assistência (23), o 13.º em jogos oficiais (95) e o 18.º em tempo de utilização (6910 minutos, incluindo tempos adicionais);

30
Florentino alcançou o top 30 dos futebolistas do Benfica com mais jogos oficiais neste Estádio da Luz (66), a par de David Luiz e Léo. Está a 2 jogos de igualar o futebolista formado no Benfica Campus com mais partidas, Rúben Dias. No atual plantel segue-se António Silva, com 49;

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Na partida com o FC Porto, o Estádio da Luz registou a maior assistências da temporada. Nos 6 jogos do campeonato, a média situa-se nos 59971,5."

João Tomaz, in O Benfica

Chuveirinho #103

TNT: Melhor Futebol do Mundo...

ESPN: Futebol no Mundo #399 - Punição ao Lyon, explicações de John Textor e possíveis desdobramentos

Falsos Lentos - S05E12

Encomenda...

Meninos especiais!

Um verdadeiro: "não castigo!"

Injustiça!

A outra Liga dos Campeões


"Entre as épocas de 2013/2014 e 2018/2019, o Benfica juntou a liderança desportiva no futebol nacional, a uma aceitável performance económica. Venceu cinco Ligas e obteve um 2º lugar, domínio que coincidiu com resultados económicos sempre positivos, acumulando nesse período 131M de euros de lucro.
Em 2020/2021 deu-se uma queda abrupta, um 3º lugar na Liga, a nove pontos do vencedor e, no exercício económico, prejuízos avultados de 34M de euros. A gestão do clube não foi capaz de reduzir os custos operacionais, de molde a enfrentar a quebra de rendimentos, causada pela pandemia.
Entre 2021/2022 e 2023/2024, com a atual Direção, o desempenho do futebol foi insuficiente (apenas uma Liga em três épocas) e, na óptica dos resultados económicos, acumularam-se 71M de euros de prejuízos, dos quais 31M em 2023/2024.
No universo empresarial, a função de dirigente desportivo é talvez a única em que é possível acumular-se prejuízos sucessivos e passar-se razoavelmente despercebido.
Na época em curso, após o arranque medíocre que levou, finalmente, à saída de Schmidt, Bruno Lage, com muito mérito, recuperou a equipa oferecendo a perspetiva de ainda se alcançar o triunfo na Liga.
Contudo, o Benfica necessita não apenas de dominar as competições nacionais, mas também de ser competitivo na Liga dos Campeões. Neste plano, Bruno Lage foi amplamente criticado, sobretudo após a derrota na Alemanha, frente ao Bayern de Munique. Não tenho a fineza de análise de outros benfiquistas, igualmente não ligados profissionalmente à área do futebol, que depois dos acontecimentos, têm a perspicácia de identificar as táticas e planos de jogo alternativos e a distinta composição do onze titular, que o treinador, que decidiu a priori das ocorrências, supostamente deveria ter utilizado.
Mas a meditação sobre a fraqueza histórica do treinador profissional de futebol faz parte da riqueza intelectual destes comentários, que se repetem ao longo do tempo, contemplando sucessivos treinadores.
Na Liga dos Campeões, sem retirar valor aos enérgicos comentários críticos transversais ao "futebolês", para se ser competitivo, de uma forma constante, não parece suficiente focar-se na equipa de campo ou na figura do treinador. A competitividade tem de ser gerada a partir das Direções dos clubes.
Nas últimas cinco edições, das 20 vagas de semifinalistas, apenas duas (10%) foram ocupadas por equipas "atípicas". Os recursos financeiros não asseguram o êxito supremo (exemplo do PSG, com três meias-finais nesse período, mas sem nenhuma vitória), mas o sucesso constante não se se assegura sem recursos financeiros. Num jogo avulso, como na excelente vitória do Benfica frente ao poderoso Atlético de Madrid, tudo é possível. No conjunto dos jogos, cinco anos das últimas edições, dizem-nos que em 90% dos casos, quem tem músculo financeiro é quem alcança o top-4 da Europa.
Esta é a outra Liga dos Campeões, que não se joga no campo, mas sim na qualidade e eficiência da gestão dos dirigentes. Nessa Liga, o Bayern de Munique alcançou em 2023, 419M de euros de receitas das atividades comerciais, dos quais 264M de patrocínios. O Barcelona, outro rival na Champions atual, obteve em 2023/24, 370M de dólares apenas em patrocínios. Recentemente, fechou um contrato de Naming do seu estádio por 70M anuais (Spotify). Há quantos anos está o Benfica à procura de uma parceria deste tipo? Há apenas uns dias Joan Laporta, Presidente do Barça, fechou um contrato com a Nike de 127M de euros anuais e um bónus de assinatura de 158M. O valor total do contrato de longa duração é de 1700M de euros.
Segundo o Relatório e Contas, o futebol do Benfica encaixou em 2023/2024, 22M de euros de patrocínios, 12 vezes menos que o Bayern de Munique e cerca de 15 vezes menos que o Barça. Estas diferenças abismais, não podem ser apenas explicadas pela habitual remissão para a escassa dimensão nacional. Espanha tem uma economia de cerca de 35% da economia alemã. Contudo, tanto o Real Madrid (+13%), como o Barcelona (+69%) superaram o Bayern no total dos seus rendimentos operacionais em 2022/2023. O fator critico decisivo, pois, tem que ver com a eficiência da gestão empresarial dos clubes.
Após a recente grande vitória sobre o FCP, os dirigentes do Benfica, simpaticamente, anunciaram que, jogando a equipa sempre com o mesmo empenho, será possível ganhar todos os jogos no futuro.
Porém, talvez mais importante que dissertar sobre metas irrealistas, seja fazer um avanço significativo e constante na recuperação do diferencial de receitas, sobre as quais assenta hoje a dominância dos nossos rivais atuais, Bayern, Barça e Juventus, e de outros colossos europeus. Basta consultar o Relatório e Contas do Barcelona 2022/2023 para encontrar uma vasta panóplia de atividades geradoras de receitas, incluindo inovadoras iniciativas no digital.
Isso amenizaria a tentação mercantilista em que assenta o atual modelo de negócio do Benfica: a venda anual do melhor jogador da época. Um ano, Ramos, depois Neves, amanhã Tomás Araújo. Com o correspondente empobrecimento desportivo do plantel e a instabilidade da equipa-base.
Não é pois apenas, nem principalmente, Bruno Lage, que deve estar em avaliação na Liga de Campeões.
Esta Champions oculta, distante da atenção mediática, determinará, no horizonte dos próximos anos, o sucesso da Champions desportiva. Nesta outra Liga de Campeões, que se disputa no terreno da competência da atuação empresarial, estamos hoje em situação precária, longe da norma de efetividade do topo europeu, como se viu nos indicadores acima. Cada função tem a sua Liga dos Campeões para enfrentar e, no final, todos, treinador e dirigentes, cada um no momento apropriado, deverão ser avaliados pelos resultados que alcançaram e pelo legado que deixaram."

5 minutos: Diário...

Terceiro Anel: Diário...

Zero: Tema do Dia - Há crise de pontas de lança na seleção?

SportTV: O Futebol é Momento - S03E15 - Insondáveis são os caminhos do senhor

DAZN: The Premier Pub - Especial Rony Lopes: "Em Manchester não há muito onde passear"

Segundo Poste - S04E16 - "Rafael Leão é vítima da ditadura dos números”

Observador: E o Campeão é... - O que podemos esperar da 2ª linha da seleção?

Observador: Três Toques... - Combate entre Tyson e Jake Paul foi uma desilusão?

Feira da Liga #8 - Numeiro, Tyson e seleção

Rescaldo do fim de semana


"Esta edição da BNews é dedicada à atualidade benfiquista.

1. Atividade nas seleções
Trubin, Bah, Kaboré, António Silva, Otamendi, Kökcü, Aktürkoğlu, Schjelderup, Amdouni e Pavlidis representaram as suas equipas nacionais.

2. Datas e horários definidos
Os jogos do Benfica da 13.ª à 19.ª jornadas do Campeonato Nacional estão agendados.

3. Nona vitória consecutiva
As Inspiradoras somaram mais três pontos na Liga BPI ao vencerem, por 3-0, frente ao Valadares Gaia. Filipa Patão elogia a exibição e considera que há margem para evoluir: "Dominámos o jogo todo e criámos muitas situações. Temos de continuar a trabalhar para termos resultados mais dilatados, quando somos tão superiores."

4. Resultados equipas masculinas
Em basquetebol, o Benfica ganhou ao Queluz por 108-82. Em futsal registou-se um empate a dois golos na visita ao Leões Porto Salvo. Em hóquei em patins, vitória, por 9-4, ante o Riba d’Ave. Em voleibol, derrota, por 1-3, com o Sporting. Os Sub-15 receberam e venceram o Farense por 3-1. No râguebi, derrota com o Cascais nas meias-finais do Torneio de Abertura (35-17).

5. Resultados equipas femininas
Em basquetebol, o Benfica triunfou no reduto do Quinta dos Lombos por 52-63. No futsal, vitória, por 0-4, na deslocação ao Novasemente. Em hóquei em patins, receção ganhadora frente à Académica (8-1). Em voleibol, nova vitória ante o Clube K (3-0). No râguebi, triunfo, por 10-63, ante o São Miguel.

6. Compromissos europeus
Amanhã há duas partidas que envolvem o Benfica nas competições europeias. Em andebol, as águias recebem o Kadetten Schaffhausen, na Luz, às 19h45, a contar para a fase de grupos da EHF European League. Em voleibol há a 2.ª mão dos 16 avos de final da CEV Volleyball Cup no reduto do Calcit Kamnik (19h00).
Na quarta-feira começa a participação benfiquista na fase de grupos da WSE Champions League. O jogo de hóquei em patins com o Valongo é na Luz, às 20h00.
Na quinta-feira, há embate com o Besiktas, em basquetebol no feminino, na Luz às 20h30.

7. Protagonista
Mariana Sousa, lateral da equipa feminina de polo aquático do Benfica, é a entrevistada da semana e assume a ambição europeia: "Queremos ganhar a Challenger."

8. Uma viagem pela mística
Fez ontem 117 anos que Félix Bermudes e Cosme Damião se estrearam, em jogos oficiais, pela primeira equipa do Sport Lisboa.

9. Títulos no paintball
O Benfica sagrou-se campeão nacional de paintball. A equipa B benfiquista também venceu o título da 2.ª Divisão nacional.

10. Concerto agendado
O Estádio da Luz é o palco do concerto dos Calema, agendado para 7 de junho de 2025.

11. Revisão dos Estatutos
Os trabalhos da revisão dos Estatutos do Sport Lisboa e Benfica prosseguem no próximo dia 14 de dezembro."

Profetas!


"A nova bandeira da lagartagem é a última projeção da UEFA em que da uma possibilidade de 62% do Sporting acabar no top-8 da atual edição da Champions League.
Motivo para festejarem como se não existisse amanhã, lançar foguetes e beber champanhe..
As projeções da Liga Europa davam o FC Porto como favorito à vitória. Passado umas semanas desceram para UM DOS favoritos, depois passou a ser AINDA favorito e agora é jogo a jogar a ver se passam à próxima eliminatória.
Estes lagartos não aprenderam nada...😏"

BolaTV: Rivalidades #9 - O dérbi do Norte de Londres

BolaTV: Este Futebol Não É Para Velhos #12 - Ser titular, ficar no banco ou vender?

Quinas, olimpismo e Villas-Boas


"A grandeza com que José Manuel Constantino andou pela vida foi homenageada em dois eventos distintos. O seu exemplo devia frutificar, a ganhar ou a perder…

Na última semana, dois eventos de caráter social marcaram a vida desportiva portuguesa. Na segunda-feira, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), levou a cabo, no Centro Cultural de Belém, a Gala das Quinas de Ouro, e no dia seguinte o Pavilhão Carlos Lopes, ao Parque Eduardo VII, em Lisboa, foi palco da apresentação de dois livros, da autoria dos excelentes jornalistas António Simões e Rogério Azevedo, sobre o campeoníssimo Carlos Lopes, primeiro português a ganhar ouro olímpico, em Los Angeles/84 (e na plateia estava Rosa Mota, para mim a melhor maratonista de todos os tempos, campeã olímpica em Seoul/88). O que aconteceu no CCB e no Pavilhão Carlos Lopes, teve um denominador comum, José Manuel Constantino, que foi presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), até a vida extinguir-se-lhe, exatamente ao mesmo tempo em que, em Paris, se extinguia a chama olímpica. No CCB, a FPF dedicou uma parte da cerimónia a homenagear o olimpismo e o paralimpismo, e os quatro portugueses que trouxeram ouro de Paris (Iúri Leitão e Rui Oliveira, no Madison, Cristina Gonçalves no BC2 de Boccia, e Miguel Monteiro, no lançamento de peso) e a maior ovação da noite (uma prolongadíssima ‘standing ovation’) teve por objetivo, mais do que honrar a memória, agradecer a José Manuel Constantino tudo o que fez, muitas vezes tornando-se incómodo para os poderes instituídos, pelo nosso desporto. No dia seguinte, o ex-presidente do COP, que teve a iniciativa de ‘encomendar’ os livros sobre Carlos Lopes, que foram editados pelo Comité Olímpico, foi novamente alvo de uma sentida homenagem, numa cerimónia dignificada pela presença do presidente António Ramalho Eanes. Há personalidades que, pela sua grandeza, transcendem os tempos, e são imortais na memória das gentes…
No CCB, a FPF (que pena não terem sido recordados Artur Jorge, Manuel Fernandes e João Rodrigues…) decidiu agraciar com as Quinas de Ouro os clubes que atualmente representam Portugal nas competições da UEFA e que, por sinal, também são os que têm mais presenças na Europa: Benfica, Sporting, FC Porto, SC Braga e VSC de Guimarães. Enquanto Rui Costa, Frederico Varandas, António Salvador e António Miguel Cardoso estiveram presentes em representação dos seus emblemas, André Villas-Boas delegou no gestor executivo dos dragões, Henrique Monteiro. Obviamente que comparou mal. E, repare-se, não tinha sido só o FC Porto a perder na jornada do fim-de-semana anterior: também os vimaranenses, nos Açores, e os arsenalistas, em casa, frente ao Sporting, tinham sido derrotados e não confundiram conjuntura com estrutura.
André Villas-Boas, que não só recebeu um clube financeiramente nas ruas da amargura (acaba de anunciar dois empréstimos, que andarão por 150 milhões de euros), também enfrenta uma guerrilha interna que procura miná-lo, sempre que os resultados desportivos são negativos. Compreendendo todas as dificuldades e estados de alma, há obrigações institucionais que devem estar para lá de tudo isso."

José Manuel Delgado, in A Bola

Para refletir


"O que motiva os consumidores de desporto, nos dias de hoje?

Competição séria ou espetáculos burlescos? Juntaram-se 70.000 almas, no estádio dos Dallas Cowboys, que pagaram entre 74 e 1800 euros por bilhete, para verem um combate de boxe (?) entre o ex-campeão Mike Tyson, 58 anos, e o youtuber Jake Paul, de 27. Paul venceu aos pontos e arrecadou 38 milhões de euros, enquanto Tyson ‘abichou’ metade. Assistiram ao vaudeville, uma produção da Netflix, 280 milhões de telespetadores em todo o mundo. There’s no business like (global) show business…"

InZone: o jogo da inclusão


"A semana desportiva foi dominada pelas ondas de choque da expressiva derrota do FC Porto na Luz, mas também pela polémica em torno da falta de reconhecimento de habilitação profissional do novo treinador do Sporting pela Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF).
A derrota do FC Porto aparece num momento em que o clube precisa de resultados que gerem confiança no projeto desportivo, que possam repercutir-se na melhoria da respetiva situação financeira no médio e longo prazo. O FC Porto necessita de gerar receitas e para isso terá de ter sucesso desportivo, mas sem abdicar da sua vocação de instituição de utilidade pública comprometida com o fomento da prática desportiva de proporcionar meios de recreio e de cultura, tal como está instituído nos seus estatutos, onde também são afirmados os valores do desportivismo, do fair-play e da não discriminação.
Num outro plano, o Sporting, que compete entre os melhores do futebol europeu, vê-se também obrigado a dar uma resposta imediata à perda de um líder altamente valorizado, e escolhe fazê-lo recrutando internamente um treinador que ainda não viu reconhecida a qualificação necessária para o desempenho da sua profissão ao mais alto nível.
É possível ser sustentável, sem abdicar dos seus valores? É possível apresentar competência prática, sem reconhecimento formal de pares, incumprindo regras? Os desafios dos clubes são, em abstrato, o espelho dos desafios societais com que nos vemos confrontados noutros contextos.O FC Porto deu recentemente uma resposta ao primeiro desafio, o da sustentabilidade, sem comprometer aquilo que é o verdadeiro DNA de um clube com a sua grandeza. Com efeito, o espaço InZone, uma parceria entre o clube, a Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto, e uma empresa de apostas desportivas (Betano), foi mesmo distinguido com o prémio de acessibilidade da Associação Europeia de Gestão de Estádios e Segurança (ESSMA). A sala sensorial InZone possibilita que as pessoas com perturbação do espectro do autismo, disfunção do processamento sensorial, défice Intelectual ou doença mental possam assistir a jogos de futebol no estádio.
A relevância de criar espaços como o InZone é validada por vários estudos empíricos e modelos teóricos interdisciplinares que integram a psicologia, a saúde pública, a pedagogia, e estudos de inclusão no desporto, que apontam para a necessidade de ambientes adaptados para atender à diversidade de necessidades. Este espaço adaptado permite que adeptos com necessidades específicas disfrutem do jogo num ambiente confortável, controlado, seguro e com o mínimo de experiências de sobrecarga sensorial.
O Sporting, tudo indica, dará, enquanto não for possível obter o reconhecimento formal da habilitação plena seu novo treinador, uma resposta que cumpre os requisitos legais, colocando formalmente um treinador devidamente habilitado no banco da equipa.
No passado, o problema da deficiência e da doença mental foi abordado com as pseudoteorias do eugenismo, mas também com as fogueiras que procuravam combater de forma radical tudo aquilo que, na ignorância, se pensava ser a expressão do mal. O nosso conhecimento evoluiu, e procuramos hoje dar condições para que todos possam ser incluídos em todas as esferas da vida. De igual forma, em diversos planos, criamos regulamentos e percursos de formação validados, procurando proteger e desenvolver as pessoas, as organizações e a sociedade em geral. É por isso que certificamos médicos e psicólogos criando percursos formativos exigentes, baseados em conhecimento científico, e os preparamos para, com supervisão, ter a melhor garantia de que nos cuidarão naquilo que forem as nossas necessidades de saúde mais prementes. Fazemo-lo para proteger a saúde de cada um e de todos, porque fazemos parte de uma espécie que vive e prospera em comunidade e em cooperação.
A organização do nosso futebol, que investiu em estruturas físicas e formativas de alto nível, traduziu-se em resultados que são reconhecidos em todo o mundo. As nossas equipas de futebol competem internacionalmente com as melhores, porque formam e recrutam os melhores profissionais nesta área. Na procura de soluções de curto prazo, podemos correr o risco de regredir. Não podemos repetir práticas do passado, desvalorizando o conhecimento científico, ou contratando pseudoprofissionais. Veja-se o caso do coaching praticado por não psicólogos, ou das teorias holísticas, que já mereceram o parecer de ameaça à saúde pública por parte da Ordem dos Psicólogos. Precisamos de continuar a investir na criação de condições para que todos possam ter acesso aos espaços de cultura e de lazer, bem como oportunidades de formação que com rigor, e em tempo útil, preparem todos os profissionais que precisamos."