Últimas indefectivações

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Derrota muito injusta...

Benfica B 1 - 2 Varzim


Resultado muito injusto... que se explica pelo desperdiço na finalização do Benfica, pela atraso na entrada do Saponjic (o Zé Gomes ainda está muito tenrinho... nestes jogos no Seixal temos que jogar com mais 'peso' na área...) e por um penalty nos descontos, transformado em expulsão do Joãozinho!!! Não deixa de ser irónico o Joãozinho ser expulso, depois de sofrer um penalty, quando o Leonel Olímpio (caceteiro do Varzim) que devia ter sido expulso nos primeiros minutos, ter terminado o jogo!!!

O calvário por que Jesus não esperava

"Daqui a duas jornadas o Sporting joga a época no Dragão. De lá sairá a saber qual o patamar a que ainda pode ascender. Uma verdadeira final...

Será manifestamente exagerado o adeus ao título proclamado por Jorge Jesus depois do jogo do Funchal no passado sábado? É bom lembrar que ainda estão 54 pontos em disputa e é normalmente pouco avisado, no futebol, usar a palavra nunca. Porém, com menos dez pontos do que aqueles que somara na temporada passada (e menos quatro que Marco Silva e menos três que Leonardo Jardim) o trilho que Jesus vai percorrer é deveras exigente e não permite qualquer escorregadela. O que nos remete, quase de imediato, para a transcendente importância do próximo FC Porto - Sporting, da 20.º jornada. Aí, nesse palco, o Sporting vai ter de jogar as fichas todas, não só ainda de olhos postos na possibilidade do título mas, de forma mais directa e evidente, para poder lutar pelo acesso directo à Liga dos Campeões. Esse clássico, para os leões, assume, assim, uma tripla leitura: vencer pode fazer sonhar com o primeiro prémio; ao mesmo tempo manterá a equipa na senda do segundo; e não criará ilusões desmedidas a SC Braga e V. Guimarães quanto a alguma ultrapassagem (que hoje, a 54 pontos do fim do campeonato, se verifica...) que não ficaria bem no currículo verde-e-branco.
Ao mesmo tempo que se fazem estas contas a pontos ganhos dentro das quatro linhas e respectivos cenários, outras vão surgindo, inevitáveis, de carácter eleitoral.
O Sporting vai a votos no próximo dia 4 de Março e até 2 de Fevereiro subsiste a possibilidade de aparecimento de mais uma ou outra lista concorrente, que se soma (ou somam) às de Bruno de Carvalho e Madeira Rodrigues. Conhecendo o espectro eleitoral do Sporting, não deixará de ser curioso, caso mais alguém venha a jogo, procurar perceber a que eleitorado irá lançar a rede. Creio que esta semana será decisiva para fechar essas contas...
No entanto, Bruno de Carvalho parte com vantagem e só mesmo um cataclismo desportivo poderá afastá-lo de mais quatro anos.
PS - Morreu Alberto da Ponte, um gestor que sempre acreditou no futebol como veículo de excelência para a difusão das marcas. Nas várias empresas por onde passou teve sempre esta visão, que abriu perspectivas e horizontes a muitos outros empresários. Nesta hora triste de despedida precoce, o futebol português deve manifestar-lhe gratidão.

Para quem quiser saber um pouco mais de futebol...
«Gostei muito dos festejos, mais do que do golo até. Os colegas sentiram que o Rafa já merecia...»
Rui Vitória, treinador do Benfica
Quando se diz que um bom balneário é essencial para haver uma equipa vencedora, muitos adeptos poderão pensar que se trata apenas de um lugar comum sem importância. Mas não é. A forma como a equipa do Benfica celebrou os golos de André Almeida (Leixões) e Rafa (Tondela) revela um grupo unido e solidário. Chega para ganhar o campeonato? Não. Mas ajuda muito.

ÁS
Leonardo Jardim
Cumpridas 21 das 38 jornadas da Liga francesa o Mónaco de Leonardo Jardim lidera a classificação, com mais dois pontos que o Nice e três que o PSG. A equipa do Principado, a mais concretizadora dos campeonatos europeus de top, é produto de um trabalho coerente e consequente de um grande treinador português!

ÀS
José Couceiro
O Vitória de Setúbal, que ontem venceu no Restelo, ocupa uma posição tranquila na tabela classificativa e vai disputar a final four da Taça da Liga. Trata-se de um pecúlio bem positivo para o clube com menor orçamento na I Liga e revela o trabalho competente que está a ser levada a cabo por José Couceiro na cidade do Sado.

DUQUE
Bruno de Carvalho
Terá sido inteligente a ideia de convidar o treinador do Sporting para a Comissão de Honra, colocando-o entre a espada e a parede, numa altura em que os resultados desportivos estão longe de ser os melhores? Não creio. Nada acrescenta a Bruno de Carvalho e vai contra uma separação de poderes que me parece necessária.

Honra ao mérito
Muitos e difíceis de combinar são os ingredientes que levam ao sucesso de um clube. E como se vê se os clubes estão na senda certa? É preciso olhar para além da espuma dos resultados e ir à procura do único aferidor correcto nesta matéria: a adesão dos adeptos. Ora, o que Carlos Pereira, presidente do Marítimo, está a conseguir, merece aplauso. Porque foi capaz de ter a sabedoria de nunca se deixar levar pelo canto da sereia, recusando entrar em loucuras para formar a equipa de futebol, e teve a persistência necessárias para levar por diante a obra do Estádio dos Barreiros. É por isso que vê hoje o seu Marítimo devolvido à condição de indisputado rei do desporto na Pérola do Atlântico.

Rooney 'forever' na história dos 'red devils'
Dois coelhos de uma cajadada. Com um remate soberbo quase fora de horas, Wayne Rooney salvou José Mourinho de uma derrota que parecia certa no estádio do Stoke City e tornou-se o melhor marcador da história do Manchester United, ultrapassado 'sir' Bobby Charlton. Para a eternidade."

José Manuel Delgado, in A Bola

Do equilíbrio à goleada enquanto o diabo esfrega um olho

"Momento sublime protagonizado por Rafa após passe teleguiado de Jonas.

1. Entrada dinâmica e forte do Benfica apostando na mobilidade ofensiva dos seus jogadores de ataque - reforçados pelo emergente Zivkovic -, para desmontar a densa organização defensiva de um aflito Tondela.
Após 10 minutos interessantes em que se perceberam as intenções do líder em cedo resolver o jogo e cavar o fosso pontual para os seus directos adversários, as ideias ofensivas dos da casa emperravam no forte dispositivo defensivo do Tondela, que, assertivo e concentrado, ia retirando clarividência e inspiração às iniciativas de Jonas e companhia.
A motivação e empenho dos beirões ia garrotando o cérebro e fonte de alimentação de todo o futebol ofensivo dos pupilos de Rui Vitória - Samaris e Pizzi - e ainda encontrava tempo para, em rápidas transições ofensivas, se aventurar e incomodar o sereno guarda-redes Ederson.
Este era o filme de uma equilibrada primeira parte, escrita de pouca inspiração benfiquistas e muito empenho e atrevimento beirão, apostado o conjunto forasteiro em repetir a façanha do Boavista na jornada anterior.

2. Para a segunda parte o nó do jogo benfiquista pareceu desatado,mercê de uma abordagem mais eléctrica e intensa dos seus jogadores ao jogo. A bola circulava a outra velocidade e as dificuldades cresciam a um ritmo alucinante para os forasteiros. Os criativos jogadores encarnados acordavam da longa letargia em que pareciam mergulhados. O público vibrava e ao desinibido e afoito jogo do Tondela ia faltando oxigénio para incomodar as hostes caseiras.
A entrada de Salvio exponenciava a imprevisibilidade do jogo encarnado e a balança pendia definitivamente para os da casa.
A lógica imperava e, após uma bola parada, o golo surgiu e o mais difícil estava feito. A muralha defensiva de Pepa começava a desmoronar-se perante a avalanche das águias. Os golos foram surgindo de uma forma natural e os fantasmas trazidos da jornada anterior iam-se exorcizando, castigando um cada vez mais incapaz e encolhido Tondela.

3. De todos, realce para o momento sublime protagonizado por Rafa, após passe teleguido de Jonas a cereja no topo do bolo na fria tarde de domingo. Do equilíbrio à goleada enquanto o diabo esfregava um olho - assim decorreu a contenda ontem no estádio da Luz e, mesmo depois de um ténue reacção ao 1-0 pela equipa de Pepa, o colete de forças a que foi sujeito pelo vertiginoso jogo encarnado, ceifou qualquer tentativa de reacção à vincada superioridade do líder.
Grandes jogadores nem sempre constroem equipas maiores, mas, se eles não existem, torna-se impossível falar-se de equipas de excepção.

4. Este Benfica teima em ser um sólido colectivo, servido de unidades de valor superlativo. E quando saem Cervi e Mitrolgou e entram Salvio e Rafa, vislumbra-se a excelência do plantel à disposição de um tranquilo Rui Vitória e o porquê da liderança isolada no presente Campeonato.
Ontem o Tondela orientado por Pepa tentou mas encontrou um conjunto melhor apetrechado, com recursos dimensionados para outros objectivos, tanto colectiva como individualmente.
O passar dos minutos foram ajudando a vincar as diferenças abissais entre os dois conjuntos que continuam a ocupar os dois extremos da classificação."

Daúto Faquirá, in A Bola

Sinais da bola

"Eu vim de Bragança!
De Bragança a Lisboa já não são nove horas de distância, mas ainda são quase 500 quilómetros. Antes do pontapé de saída, um adepto, ao lado de duas benfiquistas de Catanhede, provou que quem corre por gosto não cansa. E lá estava ele na Luz vindo de Bragança.

Adeus, Guedes
Os adeptos do Benfica nem tiveram oportunidade de dizer adeus a Gonçalo Guedes, que foi convocado mas assistiu ao jogo da bancada. Está de saída da Luz por €30 milhões. Haverá, seguramente, quem dele sentirá falta.

Vermelhão
Meu coração é vermelho, podiam cantar, ontem, os 56 mil espectadores na Luz. E mais uma brasileira, cantora conhecidíssima, que esteve no palco dos encarnados, ao lado de Paulo Gonzo. Fafá de Belém chegou a adaptar a conhecida canção Vermelho que foi um sucesso na Luz.

Estás a chorar?
Antes do início imagem forte na transmissão televisiva, com choro compulsivo duma benfiquista ao assistir ao voo da águia Vitória. O futebol tem esta capacidade de provocar emoções fortes. Neste caso bem bonitas.

Outra vez
Os jogadores do Tondela deixaram de pedir assistência médica depois do primeiro golo do Benfica. Nem quando Dylan estava deitado no relvado os companheiros atiraram a bola para fora. O problema não é dos jogadores do Tondela, é do futebol português."

Nuno Paralvas, in A Bola

Rafa e o segredo de Rui Vitória

"Ponto final na primeira jornada da segunda volta para os três grandes, marcada pela certeza de que teremos a partir de agora uma luta a dois pelo título, porque o Sporting deu, na Madeira, tiro fatal na esperança de ainda lá chegar. Era, percebia-se, uma ilusão. Agora nem isso... Entre os dois reais candidatos tudo na mesma: pressionado pela vitória do FC Porto sobre o Rio Ave, o Benfica fez aquilo que lhe competia. Bateu o último classificado com goleada convincente, alicerçada numa segunda parte arrasadora - os primeiros 45 minutos devem merecer reflexão.
A destacar, do jogo da Luz, a forma como foi festejado o primeiro golo de Rafa com a camisola do Benfica: um abraço colectivo ao extremo, que merece uma análise mais detalhada por tratar-se de momento que pode ajudar a perceber o segredo destes dois anos do consulado de Rui Vitória: a união do balneário. Notou-se na época passada e continua a notar-se nesta. Todos remam para o mesmo lado, desde os que jogam muito aos que quase não jogam. Todos se sentem importantes. E isso só pode ter dedo de um treinador que, nunca se colocando em bicos de pés, mostra por exemplo que o individual não conta. Só a equipa importa. E quando assim é fica mais fácil focar o grupo naquilo que de facto interessa. Rui Vitória não se desculpa com as ausências (e têm sido muitas) ou com os árbitros. Vai com os que tem e resolve os problemas que lhe aparecem. O Benfica empatou com o Boavista? Sim. Teve razões de queixas da arbitragem? Também. Mas olhou para si próprio e reagiu. Como fazem os campeões. Porque procurar sempre desculpas noutro lado desresponsabiliza quem deve, em primeira instância, ser responsabilizado. E às vezes, quando se percebe isso, já é tarde..."

Ricardo Quaresma, in A Bola

Lei 4 - O equipamento dos jogadores

"Podem perguntar: mas esta é importante? Claro que é! Poderá, por exemplo, um jogador usar brincos, jogar de manga cava ou marcar um golo descalço? Essa e mais respostas, já a seguir... 
Comecemos pelo mais importante: a segurança. Nenhum jogador pode usar equipamento ou artigos considerados perigosos para a sua integridade física ou para a dos restantes colegas de profissão.
Por exemplo, é proibido o o uso de qualquer tipo de jóia (nem é permitido que utilizem fita adesiva para a cobrir).
Para isso, todos os jogadores e suplentes são inspeccionados ante do início da partida.
Na Liga Portugal, duas vezes: a primeira no seu balneário e a segunda, mais tarde, no túnel de acesso ao relvado.
Se algum deles, com o jogo a decorrer, for apanhado a infringir (por exemplo, usando um colar), deve retirar a jóia de imediato ou, caso não possa/consiga, deve então abandonar o terreno na interrupção seguinte, para o fazer.
Se a teimosia for muita e mantiver o artigo (geralmente por crenças religiosas ou supersticiosas), será advertido (já sabem que isso significa ver o amarelo).
Agora vamos a outro aspectos importante: qual é o equipamento obrigatório que deve ser utilizado? 
Vejamos:
Camisola com mangas (sim, a manga cava é proibida); Calções (os GR podem usar calças de fato de treino); Meias (se usarem fita adesiva, devem ter a mesma cor da parte da meia que estão a cobrir); Caneleiras (devem ser cobertas pelas meias e de material adequado, que ofereça grau de protecção suficiente); Calçado (reparem, a lei não diz botas nem ténis).
Vamos às cores? Então é assim: as equipas devem usar cores que as distingam entre si e da equipa de arbitragem.
Os GR devem também usar cores diferentes dos jogadores de campo e dos árbitros (mas se as camisolas dos dois GR forem da mesma cor e não houver alternativas, o jogo disputa-se na mesma). 
E quando está frio, muito frio?
As camisolas interiores são permitidas (obviamente). Devem é ser da mesma cor da cor predominante das mangas das camisolas.
Já os calções interiores / collants, também autorizados, devem ter a mesma cor da cor que predomina nos calções (ou da parte debaixo dos calções).
A ideia é não se ver, nas peças interiores, uma cor diferente que desvirtue a do equipamento original. 
Imaginem, por exemplo, a Académica de Coimbra: habitualmente de preto, certo? Agora imaginem um dos seus jogadores a usar collants brancos e camisola interior vermelha. Destoava, certo?
Já agora, as roupas interiores de cada equipa devem ser todas iguais, ou seja, se o Jogador Y usar uma cor de calças interiores, todos os outros devem usar a mesma.
Outro aspecto importante: protecção. O futebol moderno, mais rápido e físico, trouxe a necessidade de criar equipamentos para evitar lesões.
A lei permite que protectores de cabeça (que têm regras específicas), máscaras faciais, joelheiras e até cotoveleiras possam ser utilizadas, desde que sejam feitas de material aprovado e não sejam perigosas.
Aplica-se esse princípio ainda aos bonés dos GR ou aos óculos desportivos.
Nota ainda para o facto de ser proibida a utilização de qualquer sistema de comunicação entre jogadores (suplentes, substituídos e expulsos incluídos) e equipa técnica.
Por outro lado, podem usar sistemas electrónicos para monitorizar desempenhos desde que não sejam perigosos nem recebam/dêem informações durante o jogo.
Mais. O equipamento dos jogadores - e a roupa interior - não podem conter slogans, mensagens ou imagens políticas, religiosas ou pessoais. Se isso acontecer, o árbitro não mostra cartão. Apenas reporta-o depois no seu boletim de jogo.
Por último, o que deve fazer o árbitro quando acontece uma infracção à Lei 4?
Na prática, o jogo não deve necessariamente interrompido para um jogador corrigir o seu equipamento. O árbitro deve: 
Instruí-lo a deixar o terreno, de forma a corrigir o equipamento; Obrigá-lo sair na interrupção seguinte, a menos que ele já o tenha entretanto rectificado.
Quando o jogador sair por esse motivo, só pode regressar após ser vistoriado por qualquer elemento da equipa de arbitragem e com autorização do árbitro (que agora já pode ocorrer com o jogo a decorrer).
Se assim não for, o jogador que entrou incorrectamente será advertido.
Pergunta de teste: pode um jogador marcar um golo com um dos pés descalços?
Se perder a bota (ou caneleira) acidentalmente, ou seja, por acção do jogo, deve corrigir logo que possível essa situação (o mais tardar, na interrupção seguinte). Mas se, antes disso, jogar a bola e marcar... o golo é válido!
Pois. É isso.
Boas leituras e bons estudos. Ficam a faltar treze. Para a semana, falaremos aqui da Lei 5."

Sporting: quando a bola se perde entre a comunicação interna e o exterior

"Não é do jogo interior que falo ou da necessidade de a bola entrar mais aqui ou ali. Falo mesmo da comunicação interna, aquela que é produzida (e deveria ser gerida) no interior do clube. Mais do que uma questão da equipa de futebol, é à própria estrutura que se pede agora que saiba impor um ritmo adequado aos tempos mais conturbados para o lado de Alvalade.
Bruno de Carvalho e a sua equipa tiveram o condão de agitar as hostes sportinguistas. Trazer-lhes bastantes expectativas e vencer alguns troféus no futebol. Criaram uma onda verde que animou quem segue as competições internas. Mas o ano passado deveria ter trazido alguma aprendizagem. Já sabemos – quem acompanha isto há algum tempo – que Jorge Jesus, sempre que teve oportunidade e mais mediatismo – após a sua entrada no Benfica –, gosta de dizer o que pensa e lhe apetece e que isso nem sempre são boas notícias para as suas equipas e clubes. A estrutura sportinguista deveria na minha opinião estancar a comunicação interna. Quer para o exterior quer no interior da estrutura sportinguista.
Não houve um blackout a sério e o desalinhamento comunicacional é presente. Se isto faz perder jogos? Claro que não. Se pode agitar as águas do clube? Sim. E isso sim, já não é bom para a equipa. Ao contrário do que se apregoa e é possível ler por alguns jornalistas, os estudos sobre a realidade e não o achómetro, demonstram que é a estrutura que vence campeonatos por regra. Há excepções sim, mas não passam disso mesmo: excepções.
Então o que é isso da estrutura? É desde a figura máxima do Presidente aos ínfimos pormenores da gestão e organização interna. Staff, equipa técnica, scouting, equipa médica, órgãos do marketing externo e marketing interno. Bem como a responsabilidade de quem comunica e o que comunica. Penso que aqui o Sporting pode claramente dar um passo grande e até às eleições ganhar mais do que perder. Não falo em campo, falo de tudo o que pode sair cá para fora durante o mês e meio da campanha.
Mesmo que aquilo que seja dito por Bruno de Carvalho possa não ser o que muitos adeptos sportinguistas quereriam ouvir, é preferível que o discurso seja centralizado do que espartilhado por mais dirigentes. Não é altura de afirmar o que se pensa, mas sim aquilo que é o melhor para o presente momento. Ainda falta muito campeonato e, apesar do plantel sportinguista ter qualidade, sabemos que quando as coisas começam a correr mal, a probabilidade de continuarem a correr mal é maior.
Perceberei as palavras do segundo lugar de Jorge Jesus se for para focar a equipa para daqui a quinze dias. E não que seja mais uma opinião sem o filtro de pensar o que poderão pensar os jogadores quando ainda faltam 16 jogos para terminar a época."

Sonhando SLB... São Jorge

O Calcitrin de Luisão, o whatsapp de Lindelöf, o mês sabático de Salvio e as 436 ocasiões de Rafa

"Ederson
Deus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazer discípulos de todas as nações, baptizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho ordenado e, por favor, deixa esses meninos do Tondela atirar mais na baliza, 'tou ficando gelado.”

Nelson Semedo
Na sua essência a vida é monótona. A felicidade consiste, pois, numa adaptação razoavelmente exacta à monotonia da vida. Tornarmo-nos monótonos é tornarmo-nos iguais à vida; é, em suma, viver plenamente. E viver plenamente é ser feliz.“ Foi mais uma exibição monótona de Nelson Semedo.

Luisão
Não é que o tal Calcitrin resulta mesmo? Boa exibição de Luisão, sempre muito atento aos adversários e a erros de colegas. O capitão soube dramatizar cada lance e transformá-lo numa oportunidade para dizer que está vivo e não vai a lado nenhum, confundindo os críticos do costume com uma série de desarmes para a fotografia. Entendeu-se lindamente com Samaris, pelo menos até este lhe perguntar se já tinha lido alguma coisa do Raduan Nassar.

Lindelof
Fez a melhor exibição dos últimos 2 meses, o que, dado o talento ofensivo do Tondela, sugere aquele tom de clemência e condescendência que guardamos para aquele amigo que não gosta de videojogos e por isso acabou de levar 6-0 no FIFA enquanto trocávamos mensagens no whatsapp. É uma questão de lhe dar mais oportunidades, pelo menos até descobrir que a cruz serve para passar. O desarme a Murilo, aos 50’, é um lance de qualidade em qualquer parte do mundo, literalmente. Na China, por exemplo, seria um lance genial. Já pensaram nisso? O rapaz não vai para novo.

André Almeida
O momento mais comovente da tarde aconteceu quando Hélder Conduto se referiu a um lance menos feliz de André Almeida dizendo que “o seu pior pé é o esquerdo”. É aqui que se vê a grandeza dos homens. Pessoas com outra formação humana e intelectual teriam dito “o direito mesmo o único pé que se aproveita”, “entre este e o pé direito, venha o diabo e escolha”, “perdeu-se um magnífico calceteiro”, “Volta Grimaldo” ou “pelo amor de Deus, pára de fazer cruzamentos”. Hélder Conduto optou antes pelo eufemismo, esse nobre instrumento de combate à crueldade do homem. 

Samaris
Sabemos que Samaris fez uma bela exibição quando não nos lembrámos do Fejsa uma única vez ao longo de 90 minutos. Autoritário a recuperar a bola, inteligente a circular jogo, tacticamente irrepreensível, e provavelmente o único jogador em campo que conhece o significado da palavra irrepreensível.

Pizzi
Bom, hoje não temos Pizzi” - benfiquista após 2 passes falhados do melhor em campo.
“Este Pizzi já passava uns jogos no banco, se calhar fazia-lhe bem…” - benfiquista ao intervalo, a falar com amigo a três urinóis de distância.
“GOOOOOLOOOO. Quem foi? Quem foi? Foi o Pizzi? Este nunca falha!” - benfiquista após o 1-0, gozado de imediato por um amigo que ainda se lembrava das afirmações anteriores. 
“GOOOOOLOOO. Outra vez o Pizzi! Parece que me ouviu ao intervalo!” - benfiquista após o 2-0, ainda a ser gozado desde o primeiro golo de Pizzi
“E o Pizzi? Que senhor jogador… Como é que este homem ainda não joga na selecção?” - benfiquista à espera do metro da linha azul.

Cervi
O único jogador em campo que poderia ter fabricado as suas próprias chuteiras regressou à titularidade mas não se entendeu com André Almeida, nem com Zivkovic (excepção feita a um carrossel aos 12’), nem com Jonas, porventura não sabia sequer que Mitroglou estava em campo. Não fez um jogo daqueles, mas ainda assim trabalhou mais do que nós nesta tarde de domingo. Não se queixem. Aproveitou a baixa estatura física para se tentar manter em campo sem ninguém dar por ele, mas Bruno Esteves tem um igual lá em casa que também gosta de jogar às escondidas e topou a manha.

Zivkovic
É bom miúdo, mas escusa de levar tão a sério o estatuto de novo Gonçalo Guedes. Vamos lá ver: todas as jogadas de Zivkovic começam lindamente. O sérvio desarma um adversário, acelera com a bola colada ao pé à saída do meio-campo benfiquista e, sem grande cerimónia, deixa meia equipa adversária para trás. Até aqui tudo bem. Importa agora trabalhar o um-para-um contra o sétimo, oitavo, nono e décimo jogadores, mas também a colaboração com os restantes membros da sua organização. Tudo isto dotará o indivíduo de noções mais avançadas para uma vida em sociedade. Correndo tudo bem, em breve deixará de chegar à linha de cabeceira adversária sem fôlego para fazer um cruzamento em condições ou sequer pedir direcções para o aeroporto. É que o empresário ainda fica apeado e é uma chatice.

Jonas
Passou o jogo a dizer aos colegas que era hoje que ultrapassava Bas Dost na lista dos melhores marcadores e se não tem falhado aos 6’, aos 9’, aos 31’, aos 57’ e aos 76’, talvez tivesse ficado mais próximo do objectivo. Foi por isso uma exibição algo garganeira do melhor jogador do campeonato, que, se hoje marcou, em muito deve esse feito a André Almeida, algo que poucos futebolistas na história da modalidade podem afirmar.

Mitroglou
Tentou participar no jogo, revelando aqui e ali o habitual bom entendimento com Jonas, mas não recebeu uma bola em condições de enfiar na baliza. Isso e jogou numa zona do terreno mais povoada do que Washington na marcha das mulheres. Logo ele, que se limitou a apoiar Trump para chatear o establishment intelectual de esquerda.

Salvio
Eu compreendo que um futebolista ganha demasiado bem para ter direito a anos sabáticos, mas e se fosse só um mês? Fazia-lhe bem, a ele e a nós.

Rafa
Nota-se que estudou bem as ideias do treinador, nomeadamente a célebre máxima “se fosse fácil não era para nós”. Após quatrocentas e trinta e seis ocasiões de golo, Rafa estreou-se a marcar ao serviço do Benfica na oportunidade mais difícil de concretizar que teve até agora. A emoção foi tanta que até o Samaris disse uma asneira.

Celis
Por falar nisso, viram o teaser da nova temporada de House of Cards? Do caraças. Aqueles tipos sabem o que fazem.

Bruno Esteves
Exibição apagada durante grande do jogo, apareceu muito bem na fase final."

Benfiquismo (CCCLVII)

Diamante !!!

Cadomblé do Vata

"1. Sempre que um leigo nos perguntava o que é isso de Ser Benfiquista, respondiamos que é algo que não se explica... agora essa pergunta vai deixar de se justificar... quando um não Benfiquista vê jogar Pizzi e descobre que há adeptos do Glorioso que não curtem do transmontano, conclui logo que há aqui qualquer coisa que realmente não se explica.
2. Gira a nova moda dos calduços aos caloiros da marcação de golos... pena não se terem lembrado disso há um ano, porque eu ia adorar ver o que teria acontecido, quando no SLB - Estoril, o marcador foi inaugurado com o primeiro golo de águia ao peito do Mitroglou.
3. Este Tondela é o último classificado mais difícil de bater pelos grandes... parece o Rocky que está à beira do KO 20 vezes, mas levanta-se sempre a gritar "Adrian".
4. Bem sei que as eleições ainda estão longe, mas quero declarar já aqui o meu apoio à candidatura de Jerónimo de Sousa para a presidência do Glorioso... o relvado da Luz atingiu um tal estado de calamidade, que já só é recuperável com uma Reforma Agrária.
5. O triunfo desta tarde aproximou-nos do Tetra e dificultou um pouco mais a permanência do Tondela na Liga... isto é tudo o que podemos fazer pelo Sporting, o resto do caminho têm que ser eles a percorrer."