Últimas indefectivações

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Luz sobre roubo de computadores?

"SOS: transparência na arbitragem no futebol. Nela, e em seu redor, transparentes... só ganas de meio mundo, querendo controlá-la (amiúde com êxito), e de outro meio mundo, pretendendo virar do avesso o desfecho dessa tremenda luta pelo poder - por quase todos os dirigentes de clubes considerada... decisiva! Pelo meio, os árbitros...; alguns não vítimas de tal refrega, sim procurando subir na carreira sob impulso da mais forte maré, ou, pelo menos, tendo o cuidado de não a contrariarem...
A BOLA tem dado tónica à revolta dos árbitros, sob liderança dos internacionais, contra o CA, por causa de novas regras de classificação. Ontem, projectámos o contraste; explicações sobre o novo caminho traçado pelo  CA da FPF: visará bloquear o cozinhado de influências (exemplo de topo: escolha de observadores para determinados árbitros, em função de acesso a como vão estando classificações...), prática apontada em acórdão do Apito Dourado... Dá que pensar... Até porque a surpresa de novas regras colocou vários árbitros internacionais em medíocres posições. Será que se faz luz sobre o assalto no edifício da FPF unicamente para roubar os computadores de Fernando Gomes e de Vítor Pereira?"

Santos Neves, in A Bola

A minha primeira visita aos gloriosos troféus

"Na semana de 15 a 19 de Janeiro de 1979 fui um benfiquista em apuros. Queria um bilhete para assistir ao jogo, na Saudosa Catedral, referente à 17.ª jornada (segunda na segunda volta) do campeonato nacional a realizar no domingo, 21 de Janeiro, frente ao FC Porto e a lotação estava esgotada. Alguém que sabia do assunto disse-me que já só havia bilhetes de sócio. Mas para ter acesso a esses bilhetes tinha de ser associado do Clube. Na sexta-feira, em 19 de Janeiro de 1979 tomei uma resolução que seria para toda a vida. Inscrever-me como associado do "Glorioso". Como não conhecia nenhum associado dirigi-me à Secretaria, onde no último andar um empregado (também sócio do Clube) fez o favor de ser o meu sócio proponente. Inscrevi-me como associado do Benfica, comprei o "rectângulo mágico" para domingo que tinha inscrito "Dia do Clube" e recebi um conselho do meu desconhecido "sócio proponente" do tipo (cito de memória), «Não quer visitar a sala de troféus? Fica no piso de baixo!» Assim fiz. Dirigi-me a um empregado que estava no salão dos bilhares e ele encaminhou-me para uma porta ao fundo que dava acesso a uma outra porta que se abriu. Quando ligou a luz fiquei esmagado e orgulhoso. É uma imagem que nunca mais esqueci, já lá vão mais de 34 anos! Arrepiante! A luz, qual sol, iluminou um mar prateado de taças e troféus infindáveis. Ondas e ondas de troféus, quais vagas de mar encapelado, sobrepostos em anfiteatro encarnado, cintilavam perante o brilho da luz ensolarada.
No chão, o cinzento fazia realçar o pano vermelho onde brilhavam os troféus prateados e dourados. Senti-me um príncipe num harém. Estava incrédulo perante uma grandeza avassaladora. E ao mesmo tempo orgulhoso em pertencer como associado, ainda que há um par de minutos, a um clube que tinha tamanha grandeza, que eu, benfiquista desde pequeno e desde a Figueira da Foz, nem sonhava ser tão gigantesca. Ao mesmo tempo, começaram-me a "tremer as pernas". Na minha ingenuidade dos 18 anos, feitos há pouco tempo, pensei: "Se agora sou sócio do Benfica, como é que vou assegurar ou contribuir, com a minha quota-parte para manter esta grandeza! Que responsabilidade!"
O guia (que mais tarde, quando comecei a interessar-me pela história do Clube soube ser Álvaro Curado) talvez vendo-me tão atrapalhado (certamente, de boca aberta e olhos arregalados de espanto) para "complicar a minha vida" disse-me (cito de memória): «Veja como o apego dos sócios ao clube e o empenho dos atletas têm conseguido trazer tamanha glória. Estão aqui as nossas relíquias.» Percebi rapidamente! O Benfica era o Benfica! De clubes só conhecia (por dentro) o GD Graça, clube do bairro onde vivia! Ser sócio do Benfica era muito mais que "conseguir com mais facilidade" um lugar na bancada do estádio da Luz ou comprar bilhetes mais baratos para "ir à bola"! O Benfica era "Glorioso"!
(...)"

Nada nem ninguém acima do Benfica!

"Fernando Martins nasceu a 25 de Janeiro. Não terá sido por acaso que Eusébio da Silva Ferreira escolheu esse mesmo dia para vir ao mundo...

Denis Diderot, filósofo francês do século XVIII, escreveu um dia que «a imortalidade é uma espécie de vida que nós adquirimos na memória dos homens.» Assim sendo, é na memória dos homens que perdurarão figura e obra de Fernando Martins, ontem desaparecido, aos 96 anos. Homem simples, que subiu na vida a pulso, teve o Benfica por paixão e no clube da Luz deixou marca indelével. Foi presidente do Benfica num tempo em que engenharia financeira não tinha virado moda e soube administrar o clube sem gastar o que não tinha. É possível encontrar paralelismo entre Joaquim Bogalho e Fernando Martins (e estamos a falar de dois dos mais importantes presidentes do Benfica!). Ambos com forte sentido de património; um e outro de contas ao tostão; cada um deles apologista da disciplina e da ordem; ninguém podia estar acima do Benfica.
Quis o destino que me cruzasse com Fernando Martins, que até no último dia tratei por «presidente».
Em 1982, jogava eu no Portimonense e era Fernando Martins presidente do Benfica, este convidou-me a transferir-me para a Luz «por sugestão de Lajos Baroti». Acertámos agulhas (naquela negociação e nas duas renovações que se seguiram) aprendi a respeitar um homem que tendo uma imagem exterior de alguma dureza, era capaz de manter a porta aberta para resolver os problemas de quem o procurava.
Depois, Fernando Martins tinha uma vertente supersticiosa muito marcada, basta dizer que para os jogos, de verão ou inverno, levava sempre o mesmo fato creme; e antes da equipa subir ao relvado, na cabina, normalmente depois do treinador das as derradeiras instruções, Fernando Martins lá vinha avisar que estivéssemos preparados «porque todos querem ganhar ao Benfica. Ninguém dá um pontapé num cão morto. E se nos querem dar pontapés é porque sabem que mordemos.» Era esse o momento em que, invariavelmente Carlos Manuel perguntava, «então presidente, não se esqueceu de nada?» E Fernando Martins lá dizia, «ok, o prémio hoje é a dobrar.» Até nisso Fernando Martins andou à frente do seu tempo. Conseguiu, durante o seu consulado, implementar uma política de salários baixos (quando comparados com Sporting e FC Porto) e prémios altíssimos. Que funcionou ou não tivesse conquistado três campeonatos, duas Taças e levado o Benfica, 15 anos depois de Wembley, a uma final europeia. E fechou o terceiro anel, obra ciclópica que dotou o estádio da Luz de 120 mil lugares. A seguir, a vulgarização da TV (e o Euro 2004) acabou por justificar um estádio menor.
PS1 - Fernando Martins nasceu a 25 de Janeiro. Não terá sido por acaso que Eusébio escolheu esse mesmo dia para vir ao mundo...
PS2 - À família, em especial ao engenheiro Raul Martins, um abraço amigo.

MUSEU COSME DAMIÃO
Há, muito que Luís Filipe Vieira fala com paixão do Museu do clube que abrirá portas ao público na próxima quinta-feira. É natural que os benfiquistas olhem para esta obra com orgulho e dela queiram desfrutar. Mas não é menos verdade que Lisboa acabou de ser dotada com um espaço de referência que entrará de imediato nos 'tours' turísticos da capital. E não me enganarei se afirmar que no 'Cosme Damião' vão ser batidos todos os recordes de afluência a museus em Portugal. E quem sair daquele espaço, benfiquista ou não, não deixará de admirar a excelência arquitectónica e a modernidade museológica.

Quase seis meses: e a polícia não descobre nada?
«Informaram de que tinham sido furtados os computadores do presidente da FPF e da secretária, mas houve furto de um terceiro portátil, do presidente do Conselho de Arbitragem»
Fonte policial, Lusa
Em Fevereiro passado, um ladrão entrou na FPF, cortou-se e deixou sangue e impressões digitais espalhados e o rosto foi captado pelas câmaras de videovigilância. Furtou os computadores de Fernando Gomes e da sectária e ainda de Vítor Pereira. Para quê? Mistério. E mais misterioso é que se tenha evaporado. Com tantos indícios e as autoridades policiais nada apuram?

(...)"

José Manuel Delgado, in A Bola

Pobre Taça de Honra

"1. Recomeçou mal a Taça de Honra. Primeiro, com a falsificação da sua história (espero que a nossa Direcção já tenha tomado posição perante a AFL...). Depois, com o menosprezo a que foi votada pelos dois principais clubes lisboetas, que apresentaram autênticas equipas B (ou C). Finalmente, e no que nos toca, pela muito triste presença. No jogo com o Sporting, faltou-nos, acima de tudo, atitude perante uma equipa jovem que se entregou à luta e acabou por ganhar bem, mesmo entrando praticamente a perder. A competição é secundária, mas o Benfica tinha obrigação de ganhar e muito pouco fez por isso. Houve demasiada passividade, de toda a gente. Não gostei nada...

2. Volto ao tema. A lista de vencedores da Taça de Honra que a AFL divulgou (e aparece em todos os jornais e repetida nas rádios e TV's) é uma autêntica aldrabice. Esta foi apenas a 37.ª edição (e não a 65.ª), o Benfica tem 18 vitórias (e não 19), o Sporting conseguiu agora a 12.ª (e não a 30.ª!), o Belenenses tem seis (e não 12) e o Império uma. O Benfica não pode cruzar os braços e se dependesse de mim não participaria em mais nenhuma edição se não fosse reposta a verdade. Ganhar o antigo Campeonato de Lisboa e, nos anos em que não houve Taça de Honra, ser-lhe atribuído também (automaticamente) este troféu não tem pés nem cabeça. Entre 1960 e 1994, quando a competição se realizou, nunca estas contas foram feitas assim. Basta consultar os jornais da época.

3. Quando os leitores estiverem a ler este número do nosso Jornal, já se terá provavelmente consumado a saída de Cardozo. Tenho pena, embora saiba que, com 30 anos, provavelmente não seria possível novo negócio como este daqui para a frente. Só espero é que não venhamos a sentir saudades dos seus golos. Quanto à sua atitude no final da Taça de Portugal, claro que a lamento e critico.
Embora pense que uma multa exemplar teria resolvido a questão. Numa altura daquelas, até se pode admitir que, face a mais uma derrota tão inesperada quanto dolorosa, um jogador perca a cabeça. Não deveria acontecer, mas acontece. Como aconteceu uma 'cabeça perdida' castigada com dois amarelos em poucos minutos, a qual nos terá feito perder o Campeonato do ano passado. E até uma cabeça perdida no sábado passado, com vermelho directo, que só não foi tão grave porque a Taça de Honra não tem (nem pouco mais ou menos) a importância de um título nacional. Obrigado Cardozo, pelo muitos golos que marcaste!"

Arons de Carvalho, in O Benfica

Desonra

"No baú das muitas memórias que o Futebol já me vai deixando, tinha da Taça de Honra da AFL uma ideia longínqua, de quando, ainda criança, vivia cada jogo como se fosse o único, e cada dérbi como se fosse o último.
Lembro-me da alegria proporcionada por uma vitória nos penáltis sobre o Sporting (1978?, 1979?), a que correspondeu um desses troféus. Aconteceu numa pré-temporada, quando as saudades do Futebol mais apertavam. Jogavam Bento, Humberto, Shéu, Chalana e Nené. Foram tempos que me ajudaram a crescer, e me ensinaram a ser benfiquista.
Com o passar dos anos, entre dificuldades de calendarização, e rotatividades de plantel, a Taça de Honra foi perdendo importância e interesse, definhando progressivamente até à morte. A ideia de a recuperar pareceu-me excelente. Adoro (vencer) o Campeonato, mas também a Taça de Portugal, a Taça da Liga e até a Supertaça. para quem o Futebol significa festa, quando mais competições se disputarem, melhor. E gosto de comemorar todas elas, independentemente da importância relativa de cada uma.
Com transmissão televisiva em canal aberto, em estação pública e horário nobre, sem outros jogos a atrapalhar, esperava, no passado Sábado, um Dérbi mais ou menos oficial, que definisse, mais ou menos, um Campeão de Lisboa. Nada disso aconteceu.
A verdade é que esta Taça de Honra foi um fiasco absoluto, e envergonhou aqueles que, ingenuamente, nela depositavam alguma expectativa. Não fui ao Estoril porque não pude, e só depois me apercebi do logro em que poderia ter embarcado. Talvez a AFL não merecesse muito mais. Mas também me custa a entender porque jogámos com todos os titulares frente ao Etoile Carouge, e nos expusemos, entre suplentes e Juniores, a uma desnecessária derrota perante o Sporting - na qual, francamente, já custo a distinguir a equipa B da equipa A.
Gostava de reviver as tais Taças de Honra do passado. Mas, a ser assim, bem pode a prova regressar lá para 2033, que não lhe sentirei a falta."

Luís Fialho, in O Benfica

Jornalistas para a esplanada

"No dia 21 de Setembro de 1985, o Benfica defrontou o Dínamo de Bucareste num jogo particular que assinalou a inauguração do fecho do 3.º Anel do Estádio da Luz. Acho que foi o dia mais feliz da intensa vida do benfiquista Fernando Martins, um homem de empreendimentos e obras acabadas, que lutou imenso para impor e concluir esse projecto de grandiosidade, mais tarde imortalizado nos anais da FIFA, com a enchente da final do Mundial de Sub-20 de 1991.
Ao tomar conhecimento do óbito do último grande presidente do Benfica não podia deixar de me lembrar das suas complicadas relações com a imprensa, com este jornal em particular. Lembrei-me da célebre esplanada para onde íamos desterrados, os insubmissos, e desse traço de carácter de líder centralizador e atento que assinava pelo próprio punho as credenciais de imprensa.
Não se pense, porém, que o homem, o mestre de cerimónias, o anfitrião por excelência, o relações públicas exemplar, talvez o maior hoteleiro português do século passado, violava os seus princípios de promotor de encontros e relações cordiais, por não gostar do que lia na imprensa.
Nunca tive uma discussão com ele e nem me posso queixar de que me tenha mandado perseguir, insultar ou mal informar. Pelo contrário, só recordo momentos de cordialidade e respeito, alguns de muito boa disposição, como alguns célebres jantares dos presidentes em Zurique, antes dos sorteios da UEFA, ou aquela expedição à América do Sul para contratar Careca e Menotti, quando em pleno lobby do Copacabana Palace nos explicava como escondia os dólares enrolados num saco de plástico por dentro dos calções de banho para iludir os assaltos no calçadão.
Muitos outros tentaram e continuarão a tentar condicionar o trabalho dos jornalistas. Nunca me queixarei disso, pois considero-o um osso do ofício, fruto de uma cultura e de uma educação marcadas pela ausência de liberdade, e habituei-me a enfrentar essas contrariedades com a mesma bonomia e boa disposição com que há 25 anos íamos ver os jogos na esplanada do Estádio da Luz, sujeitos à pressão dos adeptos.
Nem nessa ocasião extrema, Fernando Martins cortou as pontes para o entendimento, que surgiria mais tarde, tal como aconteceu com os presidentes do FC Porto e do Sporting, como nenhum outro conseguiu nestas três décadas. Por isso, só se pode dizer que perdemos um grande homem, um grande industrial, um referencial para o dirigismo desportivo dos nossos dias."

Visita obrigatória...

Depois dos funcionários, depois da inauguração institucional, depois das Casas do Benfica, hoje, abriu aos sócios, adeptos, e ao público em geral, o Museu Cosme Damião...
Pessoalmente, só lá para Setembro é que terei a oportunidade de fazer a visita, até lá só fotos, e vídeos!!!

Fernando Martins

Que descanse em paz... não foi unânime durante a sua presidência - no Benfica, ninguém é !!! - privilegiou o cimento, com o fecho do 3.º anel, mas a nível nacional a equipa nunca deixou de dominar (recordo que no pós-Fernando Martins a mensagem passou a ser o Benfica Europeu, em contraponto ao que acontecia antes...!!!), apoiou-se no mercado Brasileiro, e Escandinavo (Born Lantz), recebeu um clube praticamente sem dividas, deixou algumas... mas de todas as decisões, a amizade com o Corrupto-mor, é aquela que ainda hoje alguns Benfiquistas não lhe perdoam... Mas analisando os anos que esteve à frente do Benfica, o balanço é claramente positivo, a estatística não engana (2 Campeonatos (+1 que foi essencialmente de Ferreira Queimado; +1 que acabou por ser de João Santos), 4 Taças de Portugal, e uma final da Taça UEFA), tudo em 6 anos.


Museu e memória

"Um museu vive de recordações mas sabe que, a cada momento, o presente nos lega mais taças, mais conquistas, mais excelência.

1. Um dos grandes nomes da literatura contemporânea, Jorge Luís Borges, escreveu que «a memória é o essencial, visto que a literatura está feita de sonhos e os sonhos fazem-se combinando recordações». Na passada sexta-feita foi inaugurada a casa da memória do Benfica, o Museu Cosme Damião. Ao percorrer aquele excelente e atractivo espaço, no meio de campeões únicos e que ergueram bem alto o nome do Benfica, vibrei com o passado, reconheci o presente e assumi o futuro. Futuro que nos provoca, em cada instante, uma multiplicação de sonhos. É que os sonhos fazem-se, sempre, combinando recordações. Um Museu como este é, tem de ser, um museu vivo. Vive de recordações mas sabe que, a cada momento, o presente, este presente, nos lega mais taças, mais conquistas, mais referências, mais instantes de excelência.
O Museu é um marco na história do clube. E Luís Filipe Vieira, Alcino António e a extraordinária e competente equipa liderada pelo António Ferreira merecem público reconhecimento e sentido agradecimento. Este Museu passa a ser um local de visitação. De todos os benfiquistas e de todos aqueles desportivas e não desportistas que querem conhecer a história de um dos grandes clubes da Europa e do Mundo. É um projecto que enobrece o Benfica, que nos ajuda a combinar todos os elementos que nos são proporcionados com a história contemporânea de Portugal com os grandes e exaltantes momentos de um clube de orgulho ecléctico. E, no final, sentir o voo da águia, isto é, um filme lindo que em mil segundos nos leva a percorrer um século! De história e de estórias! É um bem essencial. Neste tempo em que há tantos homens - e mulheres - que deixam de ter memória ou que, por circunstâncias várias, suscitam um apagão, decerto bem temporário, da sua memória!

2. (...)

3. Apesar da crise não deixamos de ter notícias de múltiplas contratações de jogadores. Portugal e a nossa regulamentação desportiva permite a múltipla contratação de jogadores não portugueses. As leis e os princípios europeus e a igualdade de direitos entre brasileiros e portugueses permitem que a nossa liga seja um liga bem aberta. Singularmente aberta como já percebeu a indústria internacional de intermediação de jogadores, em particular aquela relacionada com os múltiplos e bem diferentes futebóis sul-americanos e com o conjunto de clubes que, nesses territórios, só são de formação. Mas é, igualmente, a nossa Liga, uma liga vitrina. Aqui muitos jogadores exibem as suas imensas qualidades e são, quase de imediato, projectados para as outras ligas mais ricas. Em parte, e em certos casos, somos cada vez mais uma liga barriga de aluguer. O que também se evidencia com a chegada de certo tipo de investidores, bem desconhecidos, a alguns clubes - agora sociedades - de Portugal. Que, no entanto, se não forem objecto de dfiscalização e controle podem provocar os sarilhos que atingem, dolorosamente, o Beira-Mar. O Beira-Mar clube a partir da Beira-Mar, SAD. E, neste âmbito e nesta sede, importaria reflectir acerca de mecanismos de controlo que poderiam ser suscitados em sede de Liga profissional de clubes e, até, no âmbito de um poder de superintendência da Federação Portuguesa de Futebol.

4. No Europeu de sub-19 que se está a disputar na Lituânia procuramos, amanhã, a presença na final desta competição. Defrontamos a forte selecção da Sérvia. E já sabemos, agora, e em razão do Benfica e de algumas das suas recentes e promissoras contratações, a qualidade do futebol sérvio. Razões para que a selecção liderada por Emílio Peixe tenha todo o cuidado e não ignore, desde o apito inicial, os jovens futebolistas da Sérvia. Por cá, e nos jogos particulares que o Benfica vem disputando, já nos apercebemos do perfume sérvio. Perfume que nos pode proporcionar muitos sorrisos e muitas alegrias nesta época desportiva que oficialmente acaba de arrancar.

5. (...)

6. (...)"

Fernando Seara, in A Bola